3 resultados para Historiografia das revoluções inglesas
em Universidade de Lisboa - Repositório Aberto
Resumo:
Esta tese tem como objectivo, de um modo geral, analisar o impacto social, político e até mesmo civilizacional, que levaria ao clima de guerra civil que assolou a Península Ibérica muçulmana no século IX. De um modo mais restrito, analisaremos estes acontecimentos a partir de um dos seus personagens principais, ‘Abd ar-Rahman Ibn Marwan al-Jilliqi, a figura-chave desta dissertação. Como referência, temos o estudo de Manuel Acién Almansa sobre a mesma temática, Entre el Feudalismo y Islam; ‘Umar ibn Hafsun en las Fuentes y Historiografia, partindo de um outro personagem central da fitna: ‘Umar ibn Hafsun. Para além da obra de M. Acién, também consideramos o estudo de Jesus Lorenzo Jimenez, La Dawla de los Banu Qasi, uma dawla de grande protagonismo em toda a fitna. A proposta será analisar o caso de Ibn Marwan à luz dos mesmos problemas elencados por estes dois académicos, mas tendo como cenário o Gharb. Estabelecemos assim um ponto de partida para problematizar dentro da questão social ocidental e oriental, a que pertinentemente M. Acién acrescenta uma outra: a islâmica.
Resumo:
A tradução do Timeu de Platão por Calcídio e respectivo Comentário, no século IV, encetou uma longa tradição no estudo da óptica durante a Idade Média, tradição esta que irá dominar até ao século XIII. O século XII, no entanto, irá ser marcado por um novo olhar neste campo, situação a que não é alheia a influência árabe que, pela mão de tradutores cristãos do ocidente, trouxe novas aportações científicas que vieram a contribuir para o desenvolvimento das correntes filosóficas sobre a matéria. Um desses tradutores foi Adelardo de Bath que, em pleno século XII, quer traduzindo obras árabes até aí desconhecidas do ocidente cristão, quer através da sua produção própria, lavrará o terreno adequado para o advento das sucessivas revoluções que a partir do século XIII surgiram neste campo.
Resumo:
A presente dissertação de mestrado centra-se na divindade suméria Inanna e na sua homóloga semita Ištar. Recolhemos e analisamos conjuntos de mitos, narrativas, hinos, oráculos, canções e orações, de proveniências e cronologias distintas, para compor um retrato cuja complexidade ultrapassa as questões do género e apela a sentimentos transversais ao ser humano. Num panteão com uma miríade de divindades altamente especializadas, Inanna/Ištar destaca-se pelo facto de acumular funções. Deusa trifuncional, regente do Amor e da Guerra, era igualmente a representação divina do planeta Vénus. Numa primeira abordagem, essa singularidade é um factor desconcertante para a sua compreensão. Pelo seu carácter problemático, foi o principal incentivo para o nosso estudo. Examinando as suas diferentes manifestações, propomos um eixo comum para a sua aparente ambivalência, interpretando o amor e a guerra como metáforas com um mesmo significado: poder. Vemos assim como a guerreira e a noiva se complementam em vez de se contradizerem. Ao lado do rei, no leito sagrado ou no campo de batalha, exprimem sempre a bênção divina assegurando a legitimidade dos seus actos enquanto representante dos deuses na Terra e, por conseguinte, garante da ordem. A permanência no tempo do sistema de crenças originalmente fixado por mão suméria, resistindo a conquistas e mudanças dinásticas, e a sua difusão no espaço, transpondo fronteiras naturais e artificiais, demonstram que os povos do Crescente Fértil o partilharam, não obstante algumas alterações semânticas. Na perspectiva da história das religiões, este olhar projetado sobre o passado permite ainda entender melhor a mente do homem mesopotâmico e acompanhar as consequências das alterações culturais no tecido sociopolítico da época. Afloramos também alguns aspectos de continuidade, manifestados através da presença de influências mesopotâmicas na literatura e religião gregas, mais especificamente em Afrodite e Deméter, deusas do amor e da fertilidade, respectivamente. Por fim, sugerimos a permanência de categorias mentais que transportam o passado até aos dias de hoje, ligando a Antiguidade à Actualidade.