3 resultados para DURKHEIM
em Universidade de Lisboa - Repositório Aberto
Resumo:
Há muito que a arte é objecto de grande curiosidade, alargada a outras áreas do conhecimento, tanto pelo seu enraizamento profundo na vida social, como pelas suas evoluções radicais e ligações intensas com outras actividades, como escreveu Pierre Francastel (1956) na «Introdução» de Art et Technique. Da sociologia, à economia, à história da arte, à história cultural, à antropologia à filosofia ou aos estudos culturais, entre vários outros campos do saber, a reflexão sobre as artes, a criatividade, o poder da inspiração tem tido lugar desde sempre. Durkheim (1985 [1912]) quando descreve a religião, aparecendo a arte como uma derivação da primeira, ou Simmel (1988 [1925]) quando aborda a actividade de Rembrandt, Miguel Ângelo e Rodin; passando por Weber quando desenvolve o paralelo entre ciência e arte (Weber 1979 [1919]) e, de uma forma marginal, economia e arte (Weber 1971 [1920]). A ideia de que a contingência, a inspiração, a intuição, a imaginação e a incerteza são características associadas aos artistas como aos cientistas e ao seu trabalho; ou, a ideia de que as condições de trabalho dos artistas estão associadas a um comportamento contrário à racionalidade económica mais convencional, isto é, os indivíduos desenvolvem uma actividade carismática em articulação com os outros trabalhos de subsistência (solução económica para a sua persistência no mercado) são algumas das temáticas que têm animado as discussões (mas também muitos equívocos) em torno das artes e da cultura.
Resumo:
Haverá, certamente, muitas maneiras de abordar o fenómeno da solidão. Durkheim, um dos fundadores da Sociologia, aconselhar-nos-ia, provavelmente, a uma definição prévia da solidão no pressuposto de que, como qualquer outro fenómeno social, ela é uma «coisa» com natureza própria. Foi o que fez nos seus célebres estudos sobre o suicídio e a religião. Uma tal definição passaria pela inventariação de um certo número de características «externas» que, mais ou menos perceptíveis, nos permitiriam reconhecer a existência da solidão, impedindo-nos de a confundir com outros fenómenos. Todas as formas de solidão seriam espécies de um mesmo género e, assim sendo, haveria necessariamente elementos comuns a essas diferentes formas de solidão que traduziriam o conteúdo objectivo da ideia que se expressa quando se fala de solidão.
Resumo:
Esta comunicação irá ser publicada no próximo número da Newsletter do RC16 Sociological Theory da International Sociological Association, em Dezembro de 2016.