3 resultados para doente oncológico

em Instituto Politécnico de Bragança


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Introdução – O Acidente Vascular Cerebral (AVC) representa a principal causa de dependência funcional da população adulta portuguesa. Conhecer os fatores que possam aumentar os ganhos em independência funcional é crucial para uma melhoria na abordagem destes doentes. Objetivo – Analisar os ganhos em independência funcional no doente que sofreu AVC considerando a diferença no Índice de Barthel entre a admissão e a alta e desde a alta até à primeira consulta. Métodos – Estudo de coorte retrospetivo, utilizando a base de dados hospitalar para doentes admitidos numa unidade de AVC entre 2010 e 2014. O Índice de Barthel (IB) na admissão, alta e primeira consulta após alta foi usado para calcular ganhos em independência funcional por dia entre a admissão e a alta (diferença entre IB na alta e na admissão dividindo pelo número de dias de internamento) e por semana entre a alta e a primeira consulta (diferença entre IB na primeira consulta e na alta dividindo pelo número de semanas entre a alta e a consulta). Com modelos de regressão linear avaliou-se a influência de fatores demográficos, clínicos e o destino após a alta nos ganhos em independência funcional por dia e por semana, obtendo-se coeficientes de regressão e respetivo intervalo de confiança a 95% (IC95%). Resultados – Nos 483 doentes estudados, a idade mediana é 76 anos, 59,0% são homens, 84,3% têm AVC isquémico e 30,6% foram para o domicílio após a alta. A independência funcional por dia aumentou nos anos mais recentes, particularmente em 2013 em que este parâmetro aumentou 1,164 pontos (com IC95%: 0,192 e 2,135; p=0,019) em comparação com 2010. Também o diagnóstico influenciou os ganhos diários em independência funcional, com LACI e PACI apresentando um aumento estatisticamente significativo de 1,372 pontos (IC95%: 0,324 e 2,421; p=0,010) e de 1,275 pontos (IC95%: 0,037 e 2,514; p=0,044), respetivamente, em comparação com POCI. Relativamente à independência funcional por semana, idades mais avançada e score elevado do IB na alta estão associados a menos ganhos por semana (p<0,001 e p=0,002). Também o destino após alta influencia os ganhos por semana, doentes encaminhados para unidades de convalescença apresentam ganhos de 1,289 pontos (IC95%: 0,661 e 1,917; p<0,001) em comparação com os doentes que foram para o domicílio. iv Conclusões – Houve melhoria na evolução funcional entre a admissão e a alta dos doentes em anos mais recentes sugerindo melhorias nas unidades de AVC. Atenção particular deve ser dada a estes doentes após a alta, particularmente nos de idade mais avançada.

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O trauma é uma importante causa de mortalidade e morbilidade em todo o mundo, podendo alterar a independência no desempenho de atividades bá-sicas e instrumentais de vida diária. Objetivo: Avaliar a independência funcional de pessoas com trauma grave, seis a oito meses após a ocorrência do mesmo. Metodologia: Estudo observacional, descritivo-correlacional e longitudinal de abordagem quantitativa. População/amostra: todos os pacientes admitidos no serviço de urgência da Unidade Local de Saúde do Nordeste, desde novembro de 2013 a agosto de 2014, e aos quais foi ativada a Via Verde de Trauma. Resultados: Estudados 62 pacientes, (52,97±19,13 anos), maioritariamente homens (80,6%). As causas mais frequentes foram: acidente de viação (41,9%; 26), queda de altura (35,5%; 22) e acidente de trator (9,7%; 6). A maioria dos participantes (42%; 26) teve alta até às 24 horas. Estiveram internados entre 2 a 10 dias 19 participantes, e entre 11 até 30 dias 17. Registamos 8 óbitos. Antes do episódio de trauma todos os sujeitos eram independentes. No follow up a 51 indivíduos após 6/8 meses, pelo Índice de Barthel, 13,7% apresentam dependência ligeira e 2% dependência moderada. Pela escala de Lawton e Brody 5,8% (3) apresentam total dependência, 5,8% (3) dependência grave, 1 dependência moderada e 8 dependência ligeira. Conclusão: Existe perda de independência funcional após o trauma, sobretudo nas mulheres em todos os instrumentos de avaliação (Barthel, Lawton & Brody). A perda de independência não é significativamente explicada pelo mecanismo de lesão, mas é explicada de forma significativa pela idade, lesão dos membros inferiores e tempo de internamento. Os participantes menos tempo internados e os que realizaram fisioterapia/reabilitação apresentam maior independência funcional.

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Com início nos anos 50, através de um empenho invejável de Cicely Saunders, em Inglaterra, que avaliando as diferentes necessidades dos doentes em fim de vida, foi enfermeira, assistente social e médica, colmatando desta forma as diferentes e complexas necessidades destes doentes. Portugal começou muito mais tarde, em 1994, mas tem vindo a crescer o interesse de muitos profissionais de saúde implicados em deseuvolver os Cuidados Paliativos, na organização, no trabalho no terreno e na investigação, de modo a permitir que cada vez mais portugueses tenham acesso a este tipo de cuidados. Quando se aborda este tema, fala-se sobre o sofrimento que acompanha as doenças graves, progressivas e incuráveis. Este sofrimento pode ser de carácter físico, psicológico, espiritual e social. Os cuidados paliativos, tradicionalmente dirigidos para as doenças do foro oncológico, têm vindo a tomar uma importância significativa nas patologias não oncológicas: falências de órgãos, doenças neurológicas degenerativas, nomeadamente as demências, doentes vegetativos, etc. que, pelas alterações demográficas que se esperam acontecer, podem vir a predominar na necessidade de cuidados específicos que se encaixam na filosofia dos cuidados paliativos. Os cuidados paliativos caracterizam-se por uma filosofia que implica a intervenção de vários grupos profissionais. De acordo com Twycioss, uma equipa básica deve incluir: um médico, um enfermeiro e um assistente social. As situações em cuidados paliativos podem apresentai uma complexidade tão significativa que exigem intervenção de outros grupos profissionais. Twycross afirma, ainda, que uma equipa é tão mais rica, quanto mais grupos profissionais diferentes a compõem.