18 resultados para restingas
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
Restingas são ambientes constituídos de um complexo de comunidades de plantas ocorrendo sobre planícies arenosas costeiras quaternárias de influência marinha. A Amazônia brasileira é o segundo bioma de maior riqueza de Melastomataceae no país, o qual está representado por 47 gêneros e 487 espécies. O presente trabalho objetivou conhecer a diversidade de Melastomataceae nas diferentes formações vegetacionais que compõem a paisagem das restingas no Pará. Foi realizado levantamento de coleções herborizadas nos herbários IAN (Herbário da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) e MG (Herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi), e coletas nos municípios de Bragança, Maracanã e Marapanim. Apresenta-se o tratamento taxonômico com descrições, ilustrações, dados de distribuição geográfica, chave de identificação para as espécies e comentários sobre particularidades morfológicas. A família está representada por 10 espécies nas restingas do Pará, a conhecer: Acisanthera bivalvis, A. crassipes, Comolia villosa, Miconia alata, Mouriri brachyantera, M. guianensis, Nepsera aquatica, Pterolepis trichotoma, Rhynchanthera serrulata e Tibouchina aspera. Tais espécies ocorrem pricipalmente em Brejos Herbáceos, Campos entre Dunas, Dunas, Campos Arbustivos Abertos e Matas de Restinga. Miconia alata representa um novo registro para o ambiente de restinga no Pará. As restingas dos municípios de Maracanã e Marapanim concentram 80% das espécies estudadas. Através deste trabalho foi possível reconhecer que nenhuma delas pode ser caracterizada como exclusiva, pois todas são encontradas em outros ecossistemas ou formações vegetacionais do país.
Resumo:
Oito ninhos de Acromyrmex rugosus foram escavados para estudar sua estrutura e estimar sua população. Esses ninhos eram sempre encontrados escondidos por plantas; apresentaram pequena quantidade de solo e tinham 1 ou 2 entradas; uma delas tinham a forma de um "U" invertido. Internamente, o número de câmaras foi variável e o volume de fungo foi pequeno(X=196 ml). O total da população do ninho foi aproximadamente, 895 indivíduos.
Resumo:
Em solos de restinga de constituição areno-quartzosa aumenta a influência da fração orgânica e da atividade biológica em funções-chave dos solos, como a capacidade de reciclar e armazenar nutrientes. A análise de atributos do solo e da fauna edáfica em sítios sob diferentes coberturas vegetais é importante para entender o comportamento desses ambientes. Neste estudo, avaliaram-se atributos químicos, físicos e microbiológicos do solo e suas relações com a população de formigas de sítios de restinga sob diferentes coberturas vegetais no Estado de Sergipe. Foram coletadas amostras em seis coberturas vegetais (três sítios por cobertura), sendo quatro na área Caju (mata, capim-gengibre, coqueiral e capoeira) e duas na área Pirambu (mata de topo de duna e mata de sopé de duna). As análises químicas foram feitas em amostras coletadas nas camadas de 0-5 e 5-20 cm, e a atividade microbiana, avaliada por meio da hidrólise do diacetato de fluoresceína, foi determinada em amostras coletadas a 0-10 cm. A massa de fragmentos orgânicos foi avaliada em diferentes profundidades. Na avaliação das comunidades de formigas foram consideradas aquelas com atividade na superfície do solo. Na comparação entre os sítios foi utilizada a análise de componentes principais. Os atributos de compartimentos orgânicos (C orgânico, C orgânico dissolvido e fragmentos orgânicos) foram muito sensíveis à modificação da cobertura vegetal nos sítios do Caju, isolando os sítios sob mata dos alterados e os sítios sob capim-gengibre daqueles sob capoeira e coqueiral. Atributos da solução do solo influenciáveis pelo spray marinho (condutividade elétrica e concentração de K, Na e Mg) isolaram os sítios de Pirambu dos sítios do Caju. Os grupos de formiga mostraram elevado nível de especialização. A análise de correspondência canônica apontou baixa percentagem da variância da distribuição desses grupos e isolou os sítios de mata dos outros usos, indicando que existem outros atributos a serem considerados na distribuição.
Resumo:
Atributos morfológicos de 28 pedons, descritos e amostrados em cronossequências, e datações absolutas por luminescência (TL e LOE) e 14C foram utilizados para elucidar os principais fatores envolvidos na formação e evolução dos Espodossolos nos depósitos marinhos quaternários da planície costeira do Estado de São Paulo. Os solos estudados localizam-se nos municípios de Bertioga (Baixada Santista), Cananeia e Ilha Comprida (Litoral Sul). Essa abordagem, pouco comum nos estudos dos ambientes de planície costeira brasileiros, possibilitou as seguintes interpretações: (a) o relevo, a dinâmica hídrica e o tempo (incluindo as variações do nível relativo do mar) são os principais condicionantes da diferenciação espacial dos Espodossolos nos terraços marinhos; (b) os Espodossolos mais antigos e bem drenados, devido às condições de relevo e rebaixamento do nível do lençol freático, apresentam grande variabilidade e diversidade de seus horizontes e atributos morfológicos, diferindo daqueles mal drenados (antigos ou jovens), em que os horizontes são mais homogêneos; (c) os Espodossolos mais antigos, quando bem drenados, mostram-se em avançado estádio de degradação, enquanto os mal drenados encontram-se bem preservados, indicando que a sua gênese e permanência na paisagem estão ligadas ao relevo, que, por sua vez, controla a dinâmica hídrica; (d) os Espodossolos mais evoluídos e antigos, dotados de horizontes cimentados (orstein), podem ser considerados indicadores pedolitoestratigráficos dos depósitos marinhos pleistocênicos da Formação Cananeia; e (e) a gênese do horizonte orstein se deu em condições topográficas e hidrológicas pretéritas diferentes das atuais, indicando se tratar de solos poligenéticos ou paleossolos.
Resumo:
Os solos de restinga são pouco estudados e conhecidos no Brasil. Neste trabalho, a micromorfologia de horizontes espódicos foi investigada em quatro locais do litoral do Estado de São Paulo (Bertioga, Ilha de Cananeia, Ilha do Cardoso e Ilha Comprida). A técnica possibilitou caracterizar as diferentes formas da matéria orgânica, e, juntamente com a descrição morfológica de oito perfis de solos representativos das restingas do Estado de São Paulo, objetivou-se discutir os mecanismos envolvidos na gênese dos horizontes espódicos desses ambientes. Entre os resultados alcançados, destaca-se: a presença de revestimentos orgânicos monomórficos na superfície dos constituintes grossos da maioria dos horizontes analisados, bem como o preenchimento quase completo da porosidade entre grãos de alguns horizontes cimentados e brandos, são evidências de que a clássica teoria da mobilização, transporte e precipitação de complexos organometálicos é válida para os solos estudados. No entanto, matéria orgânica polimórfica e, ou, resíduos vegetais em diferentes estádios de decomposição foram as principais pedofeições observadas em horizontes espódicos mal drenados e sotopostos a horizontes hísticos. Nesses, a decomposição pela mesofauna e microbiológica das raízes in situ é um importante mecanismo de acumulação de matéria orgânica em profundidade e formação dos horizontes espódicos. A atuação das raízes na formação desses horizontes, no entanto, vai além da sua decomposição: a fábrica e as feições da matéria orgânica de um horizonte cimentado, incluindo remanescentes radiculares, indicaram que as raízes podem atuar na imobilização da matéria orgânica por meio de seu mecanismo de absorção seletiva. Nesse processo, a solução do solo rica em carbono orgânico dissolvido é absorvida seletivamente pelas raízes, segregando parte do carbono complexado em sua superfície e no entorno destas, absorvendo água e nutrientes. A atuação continuada desse processo leva à precipitação da matéria orgânica iluviada e segregada por meio de sua desidratação, que é condicionada pela própria absorção radicular.
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo comparar florísticamente as formações vegetacionais que compõe o ecossistema Restinga dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Para isto foi realizado uma compilação de dados de levantamentos florísticos e fitossociológicos, sendo utilizado para esta análise o índice de similaridade de Jaccard, onde as interpretações se deram pela média de grupo (UPGMA). As 11 formações analisadas apresentaram uma riqueza total de 990 espécies, distribuídas em 141 famílias, sendo Fabaceae (73), Myrtaceae (59), Rubiaceae (48), Orchidaceae (44), Cyperaceae (38), Poaceae (36), Bromeliaceae (35), Euphorbiaceae (30), Asteraceae (30) as de maior riqueza. A similaridade entre as formações foi baixa, sendo o maior valor de 33%. Os resultados obtidos denotam uma alta heterogeneidade florística existente nas formações que compõe o ecossistema Restinga nos dois Estados analisados, sendo esta determinada por diferentes fatores que atuam em cada fitocenose.
Resumo:
Este trabalho consiste no tratamento taxonômico de Mimosoideae nas restingas do litoral paraense, uma vez que estas são pouco conhecidas sob esse aspecto. Esse estudo abrangeu a análise do material proveniente de coletas e exsicatas dos herbários MG e IAN, além de literatura especializada. São apresentadas chave de identificação, descrições e ilustrações dos táxons, bem como dados adicionais sobre distribuição geográfica, comentários, período de floração e frutificação e hábitat das mesmas. O fruto foi o caráter de maior destaque na separação dos táxons. Os resultados evidenciaram a presença de sete espécies, três variedades e uma subespécie, distribuídas em seis gêneros. Inga thibaudiana subsp. thibaudiana e Mimosa candollei, são novos registros para o litoral do Pará. O gênero Inga Mill. foi o mais representativo com cinco espécies. Entada polystachya var. polystachya e principalmente Chloroleucon acacioides apresentaram distribuição mais ampla e a formação floresta de restinga foi o ecossistema que apresentou o maior número de espécie.
Resumo:
Este trabalho consiste no tratamento taxonômico de Sapotaceae Juss. nas restingas do litoral paraense. Com auxilio de estereomicroscópio foram feitas as descrições morfológicas das partes vegetativas e reprodutivas. Utilizou-se literatura especializada, coleções identificadas por especialistas para confirmar as características diferenciais dos táxons e montada uma chave de identificação para as espécies. Foram descritas cinco espécies e quatro subespécies, distribuídas em quatro gêneros: Manilkara bidentata subsp. bidentata, M. bidentata subsp. surinamensis, M. triflora, M. paraensis; Micropholisvenulosa, M. gnaphaloclados; Pouteria ramiflora, P. reticulata subsp. reticulata and Pradosia schomburgkiana subsp. schomburgkiana. O gênero Manilkara Adans.foi o mais representativo com duas espécies e duas subespécies. A formação floresta de restinga foi o ecossistema que apresentou o maior número de táxons.
Resumo:
A estrutura da comunidade de cupins foi avaliada em duas florestas de restinga localizadas nos municípios de Mataraca e Cabedelo, Estado da Paraíba. Um protocolo padronizado de amostragem foi aplicado em cada área. Vinte e cinco espécies foram encontradas, sendo 19 em Mataraca e 15 em Cabedelo, com 9 espécies comuns às duas localidades. As espécies de Nasutitermitinae e as do grupo dos comedores de madeira foram dominantes em ambas as áreas. A baixa riqueza de espécies, em comparação com outros ecossistemas do Nordeste, e a baixa freqüência de encontros de humívoros e da subfamília Apicotermitinae podem estar relacionadas com as propriedades do solo das restingas. As espécies construtoras de ninhos conspícuos (todos arborícolas) foram Armitermes holmgreni Snyder, 1926, Microcerotermes exiguus (Hagen, 1858), M. strunckii (Sörensen, 1884), Nasutitermes corniger (Motschulsky, 1855), N. ephratae (Holmgren, 1910), e N. macrocephalus (Silvestri, 1903). A fauna mostrou-se composta por espécies características de outras formações vegetais, principalmente Mata Atlântica e Cerrado, neste caso estando de acordo com o padrão geral de distribuição estabelecido pelas comunidades vegetais e pela fauna de vertebrados estudados em outras restingas brasileiras.
Resumo:
As abelhas do gênero Xylocopa Latreille, 1802 são comuns em ecossistemas de restingas em acelerada fase de degradação e são importantes polinizadores deste ecossistema. Elas nidificam especialmente em madeira morta ou apodrecida. As atividades relacionadas à construção e estrutura dos ninhos de Xylocopa (Schoenherria) subcyanea Perez, 1901 na restinga do litoral norte da Bahia, Brasil, foram observadas em 43 ninhos ativos de X. subcyanea, em diferentes fases de desenvolvimento, em dois troncos apodrecidos. A fase de fundação ou reuso no primeiro tronco foi em agosto e a fase de provisionamento das células nos ninhos, em ambos troncos, em janeiro. As principais atividades foram escavações no tronco, entrada e saída dos ninhos, permanência na entrada do ninho, entrada com pólen e desidratação de néctar. Foi observado horário preferencial ao longo do dia para as atividades de entrada e saída dos ninhos, sendo estas influenciadas pelos horários do nascer e pôr do sol. Ninhos abandonados foram reusados por X. subcyanea e Centris tarsata SMITH, 1874. Os ninhos ativos eram ocupados por quatro diferentes abelhas adultas. Geralmente, uma abelha ficava na entrada do ninho. A estrutura do ninho foi descrita.
Resumo:
Aus dem Vorhergehenden ergibt sich, dass das Problem "Bromeliaceen-Kerteszia" hinsichtlich des Bodenreliefs in vier Punkten zusammengefasst werden kann: 1- Zone des Vorkommens von Anopheles (Kerteszia) cruzii; das sind die Kontinentalebenen der Niederung des Itapocú im Norden der Region und der des Araranguá im Sueden. Dazu kommen die benachbarten Streifen einschliesslich der Abhaenge der Serra do Mar. 2 - Zone des Vorkommens von Anopheles (Kerteszia) cruzii und bellator; das sind die quartaeren Ebenen mariner Sedimente (Restingas). 3 - Zone des Vorkommens von Anopheles (Kerteszia) cruzii, bellator und homunculus; das ist das stark vertikal aufgeteilte Relief der parallel zueinander in EW-Richtung verlaufenden Gebirgszuege. 4 - Zone des Vorkommens von Anopheles (Kerteszia) cruzii und homunculus; das sind die Abhaenge der Gebirgsraender des kristalinen Hochlandes, die tief durch die zum Meer gerichteten Fluesse zerschnitten sind. Ebenfalls erbigt sich, dass in den vier Zonen die Art Anopheles (Kerteszia) cruzii einen gleichbleibenden Prozentsatz an Larven aufweist, woraus hervorgeht: 1 - Die Art besitzt keine bevorzugte Wohnstaette, in Bezug aur die Eiablage, in der zur Frage stehenden biogeographischen Region. 2- Die grossen Differenzen bezueglich des Prozentsatzes an positiven Brutstaetten in den bearbeiteten Gebieten haengt nicht von dem groesseren oder geringeren vorkommen der entspreschenden Art im biotop ab, sondern von den Wohnstaetten, die fuer das Leben der Arten Anopheles (Kerteszia) bellator und homunculus geeignet sind. Des weiteren ersieht man, dass, im allgemeinen gesehen, eine Abnahmees der Positivitaet der Brutstaetten in der EW-Richtung besteht, dagegen ist die Verringerung in der NS-Richtung weininger akzentuiert.
Resumo:
Este estudo descreve as comunidades de formigas de solo em povoamentos de eucalipto implantados em ecossistema de restinga no Rio Grande do Sul. As coletas de formigas foram feitas em seis povoamentos de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden e de Eucalyptus saligna Smith com idades de 31, 19, sete e cinco anos. Para as coletas de formigas, foram selecionados ao acaso 24 talhões, quatro por povoamento. Em cada talhão, foram traçados três transectos com 100 m de comprimento, afastados entre si 12 m. Ao longo dos transectos, foram enterradas 30 armadilhas, tipo pitfall, com iscas de sardinha, afastadas entre si 10 m e mantidas por 24 horas. Foi coletado um total de 21.033 formigas pertencentes a cinco subfamílias, 12 tribos, 19 gêneros e 49 espécies. De acordo com o estimador de riqueza jackknife de primeira ordem, não houve diferenças significativas entre as riquezas das comunidades de formigas considerando as espécies de eucalipto (U = 81,500; g.l.=1; P=0,582) e as idades dos povoamentos (U=2,504; g.l.=3; P=0,547). Os resultados indicam que a riqueza de espécies de formigas não está relacionada à espécie de eucalipto e/ou à idade do povoamento implantado na restinga.
Resumo:
Apesar das modernas e sofisticadas técnicas disponíveis, procedimentos de extração seletiva ainda são de considerável valor para a caracterização dos solos e para o entendimento dos processos pedogenéticos, sobretudo em ambientes e solos pouco estudados, como as restingas e os Espodossolos no Brasil. A aplicação dessas técnicas - a maioria rotineiramente utilizada para a caracterização de horizontes espódicos e Espodossolos - a um conjunto expressivo de horizontes e perfis em cronossequências é inédita para esses ambientes e possibilitou estabelecer comparações com aqueles intensivamente estudados sob clima temperado ou boreal. Apesar das reconhecidas limitações dos procedimentos analíticos de dissolução seletiva, os aqui utilizados foram relativamente efetivos, o que possiblitou discriminar horizontes, inferir componentes mineralógicos e discutir processos atuantes no conjunto de horizontes e de perfis analisados. Estes se situam nos municípios de Bertioga, Cananeia e Ilha Comprida (SP), onde foram descritos e amostrados 31 perfis representativos de solos sob vegetação de restinga. Entre os resultados encontrados, destacam-se: NaOH 0,5 mol L-1 em temperatura ambiente extraiu, em média, 22 a 30 % mais Al (Al n) que os reagentes ditionito-citrato (Al d), oxalato (Al o) e pirofosfato (Al p) para todo o conjunto de amostras. Em alguns horizontes espódicos bem drenados (Bs, Bhs, Bh e Bsm), o pH e as interações entre as diferentes técnicas (Al n-Al o, Al o-Al p, Al p/Al o e Al p/Al d) sugerem a formação e manutenção de compostos inorgânicos amorfos de Al em detrimento da total complexação do elemento à matéria orgânica iluviada. Esta última forma de Al predomina nos Espodossolos Hidromórficos.
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Eugenia neonitida, Sobral (Myrtaceae) ocorre naturalmente nas restingas dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, possui hábito arbustivo e pode alcançar até 2,5m de altura. Floresce entre os meses de outubro e novembro, frutificando de novembro a janeiro. Seus frutos, popularmente chamados de "Pitangão", são oblongos, e durante o processo de amadurecimento sua cor evolui do verde até o amarelo vivo quando maduro. Apresentam sabor agridoce e exalam fragrância agradável, tornando-os amplamente apreciados pela população local. Determinações analíticas revelaram que 100g de polpa deste fruto contêm alto teor de umidade (93,2%) e baixo valor calórico, 54,21 kcal, oriundo de 3,21 ± 0,25g de lipídeos, 2,2 ± 0,86g de proteínas, 0,55 ± 0,03 g de carboidratos, além de 6g de sólidos solúveis e alta concentração de minerais, com destaque para o sódio, 480,8mg.100g-1 de polpa do fruto. A acidez total é de 1,38 ± 0,03g de NaOH.100g-1, o pH é 2,85 e a concentração de ácido ascórbico é de 17,86 ± 0,06mg.100g-1. O valor de beta-caroteno é de 60 ± 0,04 mg.100g-1. Comparando-se a polpa do pitangão com a da pitanga (Eugenia uniflora L.), foram constatados maiores valores nutricionais para a primeira. O pitangão pode ser uma ótima fonte de macro e micronutrientes para alimentação humana, embora ainda não seja cultivada nem comercializada.
Resumo:
As zonas costeiras acolhem quadros de alta riqueza e relevância ecológica que as qualificam como importante ecossistema para conservação. O objetivo deste estudo foi listar as espécies que compõem a restinga da praia do Paiva e descrever a sua fisionomia. A área de restinga compreende 147 ha, situa-se no Município do Cabo de Santo Agostinho, PE, sob as coordenadas 08º07'30"S e 35º00'55"W. As coletas florísticas foram realizadas durante 28 meses, em todos os estratos. O solo foi classificado como Neossolo Quartzarênico; foram determinadas duas fisionomias: a floresta não-inundável e o fruticeto aberto não-inundável. Foram listadas 124 espécies, distribuídas em 103 gêneros e 55 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Myrtaceae, com 11 espécies, Cyperaceae (10), Fabaceae (8), Euphorbiaceae (7), Rubiaceae (6) e Asteraceae (5). As espécies Anacardium occidentale, Tapirira guianensis, Chamaecrista ramosa, Protium heptaphyllum, Byrsonima sericea, Myrcia rotundifolia e Marlierea schotti são encontradas na maioria das restingas do Nordeste. No entanto, devido à incipiência dos estudos na Região não foram verificadas espécies endêmicas.