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em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
Os muiraquitãs são artefatos líticos com formas batraquianas confeccionados principalmente em pedra verde, tipo jade, utilizados pelos povos Tapajó/Santarém e Conduri do Baixo Amazonas, dizimados pelos colonizadores europeus. Eram utilizados como amuletos e como símbolo de poder e ainda como objeto de troca. Supunha-se que o jade viera da Ásia. Estudos mineralógicos e químicos em dez peças do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), do Museu de Arqueologia e Etnografia (MAE) da Universidade de São Paulo e profa. Amarilis Tupiassu mostram que os muiraquitãs do MPEG e da profa. Amarilis são confeccionados em tremolita e os do MAE em actinolita, talco e pirofdita. Tremolita e actinolita são os minerais mais comuns de jade nefrítico, que não é assim tão raro. As microanálises químicas confirmam as determinações mineralógicas e ainda mostram que o jade do MAE contém sulfato e ferro ferroso. Tanto o jade do MPEG como do MAE diverge daquele de Baytinga (Amargosa-BA). Rochas ricas cm tremolita e actinolita são muito comuns no Proterozóico da Amazônia, encontrados tanto ao norte como ao sul da bacia, próximo na região do Baixo Amazonas, sendo desnecessário invocar uma fonte asiática para o jade dos muiraquitãs. Portanto se tornam vulneráveis às interpretações etnográficas e antropológicas com base em área asiática como fonte para a matéria-prima destes artefatos.
Resumo:
Aparentemente os primeiros dados documentados sobre a história dos muiraquitãs, ainda que inferidos, surgem com Orellana, tido como o primeiro explorador a navegar o rio Amazonas rio baixo, ainda em 1542, quando teria combatido com índias guerreiras valentes, sem maridos, as quais denominou de Amazonas. Posteriormente De la Condamine em sua viagem ao longo deste rio, em 1735, descreve amuletos batraquianos em pedras verdes semelhantes a jade. Spix e Martius escrevem sobre pierres divines como pingente batraquiano em madrepérola e com nome de muraquêitã. Antigos escritos de Maurício Heriarte de 1662 descrevem amuleto com termos similares: baraquitãs, buraquitãs, puúraquitan, uuraquitan e mueraquitan. Finalmente Barboza Rodrigues em 1875 emprega o termo muyrakytã modificado por Barata em 1954 para muiraquitã, que entende como artefatos em forma de sapo confeccionados em pedra verde, com dois furos laterais. Teriam sido usados pelos povos Tapajó/Santarem e Conduri, que habitavam o Baixo Amazonas até a chegada do colonizador europeu, que os dizimou. Para elaborar os muiraquitãs acredita-se que esses povos utilizavam instrumentos engenhosos, mas principalmente muita paciência e habilidade. Os estudos mais recentes mostram que o maior centro produtor estava na região, da mesma forma como a fonte da matéria-prima e não na Asia como suposto pelos historiadores. Eram utilizados como amuletos, símbolos de poder, e ainda como material para compra e troca de objetos valiosos. Sobre eles há muitas lendas e mitos sempre envolvidos com as índias Amazonas, extintas ou lendárias.
Resumo:
The purpose of this study was to characterize astrovirus in faecal samples collected from children with and without diarrhea in São Paulo, Brazil, grouped into two sets: EPM and HU. Detection and genotyping were carried out using reverse transcription nested polymerase chain reaction (RT-PCR) with specific primers directed towards the genome open reading frame 2 (ORF2). Results for EPM set showed that 66/234 (28.2%) were positive: 28/94 (29.7%) from children with acute diarrhea, 14/45 (31.1%) with persistent diarrhea, and 9/55 (16.3%) from control individuals. No data was available for 15/40 (37.5%) of samples. Mixed infections with other viruses were found in 33 samples. In the HU, 18/187 (9.6%) were positive: 12/158 (7.6%) from individuals with acute diarrhea and 6/29 (20.7%) from control children. Four samples were mixed with other viruses. Out of 66 astrovirus positive EPM samples, 18 (27.2%) were characterized as human astrovirus type-1 (HAstV-1), two (3.0%) as HAstV-2, two (3.0%) as HAstV-3, and three (4.5%) as HAstV-8. Among 18 astrovirus positive HU samples, one (5.5%) was characterized as HAstV-1, six (33.3%) as HAstV-2, and one (5.5%) as HAstV-8. Two HAstV-8 genotyped samples were further confirmed by nucleotide sequencing. Our results shows that astroviruses are circulating in a constant manner in the population, with multiple serotypes, in higher frequency than it was described for other Brazilian regions. For the first time in Sao Paulo, Brazil, it was shown that astroviruses play an important role in children gastroenteritis, as described for most locations where they were detected.