Paracoccidioides brasiliensis AND Paracoccidioides lutzii, A SECRET LOVE AFFAIR

SUMMARYTo commemorate Prof. Carlos da Silva Lacaz's centennial anniversary, the authors have written a brief account of a few, out of hundreds, biological, ecological, molecular and phylogenetic studies that led to the arrival of Paracoccidioides lutzii, hidden for more than a century within Paracoccidioides brasiliensis. Lacaz's permanent interest in this fungus, and particularly his conviction on the benefits that research on paracoccidioidomycosis would bring to patients, were pivotal in the development of the field.

Thymocyte migration: an affair of multiple cellular interactions?

Cell migration is a crucial event in the general process of thymocyte differentiation. The cellular interactions involved in the control of this migration are beginning to be defined. At least chemokines and extracellular matrix proteins appear to be part of the game. Cells of the thymic microenvironment produce these two groups of molecules, whereas developing thymocytes express the corresponding receptors. Moreover, although chemokines and extracellular matrix can drive thymocyte migration per se, a combined role for these molecules appears to contribute to the resulting migration patterns of thymocytes in their various stages of differentiation. The dynamics of chemokine and extracellular matrix production and degradation is not yet well understood. However, matrix metalloproteinases are likely to play a role in the breakdown of intrathymic extracellular matrix contents. Thus, the physiological migration of thymocytes should be envisioned as a resulting vector of multiple, simultaneous and/or sequential stimuli involving chemokines, adhesive and de-adhesive extracellular matrix proteins, as well as matrix metalloproteinases. Accordingly, it is conceivable that any pathological change in any of these loops may result in the alteration of normal thymocyte migration. This seems to be the case in murine infection by the protozoan parasite Trypanosoma cruzi, the causative agent of Chagas' disease. A better knowledge of the physiological mechanisms governing thymocyte migration will provide new clues for designing therapeutic strategies targeting developing T cells.

Leonardo, a flauta: uns sentimentos selvagens

Este artigo pretende contribuir para a etnologia das "flautas sagradas" nas Terras Baixas da América do Sul, retomando a análise de um episódio ocorrido entre 1947 e 1953, envolvendo Leonardo Villas Boas e os índios kamayurá, xinguanos tupi-guarani. Nesse momento, Leonardo manteve, continuada e publicamente, relações amorosas com Pele de Reclusa, esposa do grande xamã e chefe Kutamapù. O affair provocou comoção entre os índios, que colocaram um trio de flautas na casa do herói. Assim, quando Pele de Reclusa a freqüentava, via as flautas. Violada a regra que proíbe às mulheres ver as flautas, Pele de Reclusa sofreu estupro coletivo, o que originou seu ostracismo e o afastamento dos Villas Boas dos Kamayurá. Para estes, "ver" contrasta com "ouvir". A primeira noção aponta para uma forma analítica de conhecimento ("explicação"), a segunda, sintética ("compreensão"). A exacerbação da capacidade de "ver" é, para eles, sinal de associalidade - no caso dos feiticeiros - e de suprema socialidade - no caso dos pajés. O exagero da aptidão de "ouvir", ao contrário, é considerado condição de virtuosidade na música e nas artes verbais. Se entre esses índios, às mulheres é vedado ver as flautas, ouvi-las é delas esperado. As pistas para a compreensão indígena do episódio provêm de sua maneira de construção dos sentidos, dos gêneros e do poder - no todo, de sua forma de constituição do mundo: quando Pele de Reclusa violou o inviolável, Leonardo transformou-se em "flauta", sua casa na "casa das flautas", e os homens numa coletividade delas, tudo passando a ocorrer sob sua ética feroz.