576 resultados para Políticas públicas Saúde Rio de Janeiro
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
OBJETIVO: A qualidade da assistncia ao trabalho de parto tem sido reconhecida na preveno de complicaes obsttricas que podem levar morbi-mortalidade materna, perinatal e neonatal. O objetivo do estudo foi analisar a qualidade da assistncia ao trabalho de parto segundo o risco gestacional e tipo de prestador. MTODOS: Estudo transversal de observao da assistncia ao trabalho de parto de 574 mulheres, selecionadas por amostra estratificada em 20 maternidades do Sistema nico de Saúde do Rio de Janeiro (RJ), entre 1999 e 2001. A qualidade da assistncia foi analisada segundo o risco gestacional e o tipo de prestador. Utilizaram-se procedimentos estatsticos de anlise de varincia e de diferena de propores. RESULTADOS: Do total da amostra, 29,6% das gestantes foram classificadas como de risco. Apesar da hipertenso ser a causa mais importante de morte materna no Brasil, a presso arterial no foi aferida em 71,6% das gestantes durante a observao no pr-parto. Em mdia foram feitas cinco aferies por parturiente, sendo o menor nmero nos hospitais conveniados privados (mdia de 2,9). Quanto humanizao da assistncia, observou-se que apenas 21,4% das parturientes tiveram a presena de acompanhante no pr-parto, 75,7% foram submetidas hidratao venosa e 24,3% amniotomia. O nico tipo de cuidado que variou segundo o risco obsttrico foi a freqncia da aferio da presso arterial, em que as gestantes de risco foram monitoradas o dobro de vezes em relao s demais (mdia de 0,36 x 0,18 aferies/h respectivamente, p=0,006). CONCLUSES: De modo geral, as gestantes de baixo risco so submetidas a intervenes desnecessrias e as de alto risco no recebem cuidado adequado. Como conseqncia, os resultados perinatais so desfavorveis e as taxas de cesariana e de mortalidade materna so incompatveis com os investimentos e a tecnologia disponvel.
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OBJETIVO: Avaliar a prevalncia de casos suspeitos de uso inadequado de lcool durante a gestao entre mulheres atendidas na rede pblica de saúde. MTODOS: Estudo transversal com 537 parturientes selecionadas aleatoriamente em maternidades públicas do Rio de Janeiro entre maro e outubro de 2000. Entrevistadoras adequadamente treinadas identificaram os casos suspeitos de uso inadequado de lcool utilizando os instrumentos Cut-down, Annoyed, Guilty e Eye-opener (CAGE), Tolerance Cut-down, Annoyed e Eye-opener (T-ACE) e Tolerance Worry Eye-opener Annoyed Cut-down (TWEAK). Na anlise segundo variveis socioeconmicas e demogrficas utilizou-se o teste qui-quadrado. RESULTADOS: Cerca de 40% das mulheres relataram fazer uso de algum tipo de bebida alcolica durante a gestao, sendo a cerveja a bebida mais consumida (83,9%). Dependendo do instrumento de identificao, estimou-se que entre 7,3% e 26,1% das mulheres eram casos suspeitos de uso inadequado de lcool. A suspeio de utilizao inadequada foi mais comum entre as mulheres de idade mais avanada; de baixa escolaridade; que no se declararam brancas; que no viviam com companheiro; que relataram tabagismo e uso de drogas ilcitas por um dos membros do casal; e com pouco apoio social. CONCLUSES: A alta prevalncia de suspeio de uso inadequado de lcool e sua superposio com diferentes fatores de risco para desfechos deletrios na gestao indicam um importante problema de saúde pblica, merecendo ser rotineiramente rastreada durante o acompanhamento p-natal.
Resumo:
Este artigo analisa a eficincia dos gastos pblicos nos municpios fluminenses no perodo 1999/2000, por meio da aplicao da anlise envoltria de dados. O estudo adota os indicadores sociais e de gastos municipais das seguintes reas temticas da realidade social: educao e cultura; saúde e saneamento. O artigo apresenta uma reviso de vrias aplicaes de DEA no campo das políticas públicas e, em seguida, os indicadores e modelos propostos para anlise da eficincia dos gastos sociais. Aplicou-se o modelo BCC da DEA, com orientao output, isto , visando maximizar os outputs sem diminuir os inputs. Foram selecionados indicadores de despesas per capita com educao e cultura e com saúde e saneamento como inputs do modelo em questo. J as variveis "candidatas" a outputs foram definidas como: taxa de alfabetizao de 10 a 14 anos; proporo de domiclios particulares permanentes com esgotamento sanitrio adequado; proporo de domiclios particulares permanentes com saneamento adequado; o inverso da taxa de mortalidade por causas hdricas; a proporo de crianas de dois a cinco anos matriculadas em creches ou escolas de educao infantil. O artigo destaca como "boas prticas", no que se refere eficincia das políticas públicas, pelos resultados que alcanam em termos do que alocam como recursos ou pelas condies de renda mdia, os municpios de So Gonalo, Japeri, Queimados, Cantagalo, So Joo de Meriti e Resende.
Resumo:
O artigo é um estudo sobre políticas públicas voltadas à coleta seletiva operacionalizada por cooperativas de catadores de materiais recicláveis no município do Rio de Janeiro, identificando suas perspectivas e limites. Contextualizamos a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a problematização que envolve as cooperativas de catadores. Situamos as regras gerais e indicações normativas das leis e decretos, planos e programas criados. Destacamos dados sobre a coleta seletiva no município do Rio de Janeiro. Por fim, apresentamos os resultados preliminares da pesquisa de campo realizada junto aos gestores de cooperativas. Apontamos, enfim, que as políticas públicas de coleta seletiva trazem instrumentos que não são percebidos em sua totalidade pelos atores envolvidos, o que implica a sua não pactuação e, por consequência, a não utilização plena das vantagens induzidas pela política.
Resumo:
OBJETIVO: A nova poltica de assistncia oncolgica do Sistema nico de Saúde, implantada em novembro de 1999, props modificaes substanciais na forma de credenciamento das unidades de tratamento. O objetivo do estudo foi descrever o perfil do atendimento ao cncer de mama e de suas usurias, aps a implantao dessa nova poltica. MTODOS: Foi realizado um estudo descritivo sobre o tratamento do cncer de mama nas unidades credenciadas pelo Sistema nico de Saúde, no Estado do Rio de Janeiro, de 1999 a 2002. As informaes foram obtidas a partir das unidades de atendimento, por meio da ficha de cadastro ambulatorial do Sistema nico de Saúde, e das pacientes, pelas autorizaes de procedimentos de alta complexidade em oncologia e de pronturios. Foi analisada uma amostra aleatria simples de 310 pronturios, provenientes das 15 unidades credenciadas. Para a anlise dos dados utilizou-se a distribuio percentual dos dados pelas categorias de interesse e o teste chi2 para avaliar a associao entre variveis. RESULTADOS: Houve predomnio do tratamento nos Centros de Alta Complexidade Oncolgica (81,3%); em unidades públicas (73,5%) e localizadas na capital do Estado (78,1%). Observou-se m distribuio dos atendimentos em relao s unidades credenciadas, com 70% dos tratamentos sendo executados por apenas uma nica unidade assistencial. O perfil de uso das intervenes teraputicas variou nas unidades isoladas credenciadas entre pacientes cobertas e no cobertas por planos de saúde, com as ltimas apresentando menor uso das intervenes consideradas. Foi identificada a subutilizao de teraputicas recomendadas, bem como o uso de intervenes contra-indicadas. A caracterizao da populao estudada mostrou que 43,9% foram diagnosticadas sem a perspectiva de cura e 68,4% residiam em municpios com servio oncolgico credenciado. CONCLUSES: Os resultados mostraram diferenas relevantes entre os tipos de unidades credenciadas e apontam para a necessidade de implantar recomendaes prticas para a poltica nacional de controle do cncer.
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OBJETIVO: Analisar o impacto da implementao de um programa participativo de promoo da saúde sexual em uma comunidade empobrecida, e descrever como o uso dos espaos pblicos e privados para prticas sexuais constitui-se um fator que exacerba a vulnerabilidade ao HIV/Aids. MTODOS: Estudo etnogrfico conduzido em 2002, em favela localizada no municpio do Rio de Janeiro. Os 6.000 moradores viviam em condies de vida deficitrias em que se verificou a ausncia de políticas públicas, postos de saúde, lazer, oportunidades de emprego e segurana, o que consolida o poder de grupos criminosos. Foram abordadas as condies referentes saúde sexual e implantao do programa participativo de promoo da saúde sexual pelo Ncleo Comunitrio de Preveno, criado por uma organizao no-governamental. Aps dois meses de observao participante, foram realizadas 35 entrevistas semi-estruturadas em profundidade com moradores com idade entre 17 e 65 anos. Foram analisadas 11 histrias de vida de lderes comunitrios e agentes comunitrios de preveno e sete grupos focais formados a partir dos grupos pr-existentes na comunidade. O material foi categorizado e analisado qualitativamente. RESULTADOS: A precariedade das moradias favorecia maior exposio s prticas sexuais, acentuando o estigma de ser morador de favela vivenciado pela comunidade. Com a implantao do programa do Ncleo, crianas, jovens e adultos se familiarizaram e passaram a ter conhecimento sobre preveno do HIV/Aids; e jovens e adultos passaram a ter acesso a preservativos. CONCLUSES: Os resultados decorrentes da interveno mostraram que embora a vulnerabilidade permanea, a preveno pode ser inserida na cultura local. A preveno da Aids pode ser fomentada por meio de uma abordagem territorial com base na participao dos moradores e no fortalecimento da organizao coletiva.
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OBJETIVO: Avaliar a associao entre sobrevida de mulheres com cncer de mama e estrutura e prticas observadas nos estabelecimentos de assistncia oncolgica. MTODOS: Estudo longitudinal retrospectivo, baseado em informaes do Sistema de Autorizao de Procedimentos de Alta Complexidade do Sistema nico de Saúde e em amostra aleatria de 310 pronturios de mulheres prevalentes atendidas em 15 unidades hospitalares e ambulatoriais oncolgicas com quimioterapia entre 1999 e 2002, no estado do Rio de Janeiro. Foram consideradas como variveis independentes caractersticas da estrutura das unidades oncolgicas e as suas intervenes praticadas, controlando o efeito com variveis sociodemogrficas e clnicas das pacientes. Para anlise dos dados, foram utilizados a tcnica de Kaplan-Meier e o modelo de risco de Cox (pseudo-verossimilhana). RESULTADOS: As anlises de Kaplan-Meier apontaram associaes significativas entre sobrevida e tempo entre diagnstico e incio do tratamento, realizao de cirurgia, utilizao de hormonioterapia, tipo de hormonioterapia, combinaes teraputicas, tipo de unidade e plano de saúde, volume de atendimento em cncer de mama do estabelecimento e natureza jurdica da unidade. Estimativas obtidas pelo modelo de Cox indicaram associaes positivas entre o hazard de morte e tempo entre diagnstico e incio do tratamento, volume de atendimento de cncer de mama do estabelecimento e tipo de unidade combinado ao uso de plano de saúde; e negativas entre sobrevida e cirurgia de mama e tipo de hormonioterapia. CONCLUSES: Os resultados mostram associao entre sobrevida de cncer de mama e o cuidado de saúde prestado pelos servios credenciados, com implicaes prticas para pautar novas propostas para o controle do cncer no Brasil.
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INTRODUO: o objetivo do estudo foi analisar a epidemia de AIDS em adolescentes no municpio do Rio de Janeiro para subsidiar políticas públicas de preveno. A incidncia de AIDS no Brasil est diminuindo entre homens que fazem sexo com homens (HSH), exceto entre 13 e 19 anos e a feminizao mais intensa entre adolescentes. MTODOS: Estudo de dados do Sistema de Informaes de Agravos de Notificao (SINAN) de casos diagnosticados, entre 13 e 19 anos at novembro de 2009. RESULTADOS: Foram analisados 656 casos, com incidncia crescente at 1998 e verificou-se que, desde 1996, ocorrem mais casos no sexo feminino do que no masculino. A categoria de exposio homo/bissexual predominante nos rapazes (50,8%) e a heterossexual nas moas (88,9%). A distribuio geogrfica dos casos no municpio por ano de diagnstico revelou que houve proporcionalmente grande aumento da incidncia na rea de Planejamento mais pobre da cidade e reduo acentuada na mais rica. Observou-se uma tendncia linear decrescente entre o ano de diagnstico e o ndice de desenvolvimento humano (IDH). CONCLUSES: O estudo aponta a necessidade de investimento em servios de saúde sexual e reprodutiva nas reas mais pobres da cidade e aes de promoo de saúde direcionadas aos rapazes HSH e s adolescentes.
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O presente artigo se prope a analisar o show da banda gospel Ministrio Diante do Trono, no Complexo do Alemo, realizado trs meses aps sua ocupao pelo Exrcito no contexto da poltica de pacificao, visando discutir mediadores e mediaes privilegiados da relao entre religio, poltica e mdia no Rio de Janeiro. Tal perspectiva parte da ideia de que a paisagem miditica crucial para a discusso de questes políticas, sociais e religiosas na atualidade, no Estado do Rio. Atravs de um olhar sobre o programa de pacificao promovido pela segurana pblica fluminense, este artigo aborda o processo de produo e manuteno efetiva de um projeto moral de redeno conduzido pelo Estado do Rio de Janeiro, de modo associar a "libertao" poltico-estatal dos territrios do domnio do crime, com a libertao religiosa crist do pecado, do mal e do inimigo.
Resumo:
Resumo O objetivo deste artigo demonstrar a associao existente entre o capital social e as políticas públicas municipais, por meio de um estudo comparado, entre o volume de capital social existente no Conselho de Desenvolvimento do Vale do Rio dos Sinos (Corede) e a cidade de Novo Hamburgo, pertencente ao Corede. Nossa hiptese de trabalho sugere que o capital social, prprio da cultura poltica local existente na regio e na cidade em tela, constitui-se num aliado s instituies políticas, pois ele est associado avaliao positiva das políticas públicas municipais. A metodologia utiliza os resultados de duas pesquisas quantitativas, surveys domiciliares aplicadas no Corede, em 2007, e em Novo Hamburgo, em 2012, com amostras probabilsticas, totalizando 1.200 questionrios, erro amostral de 4% e confiana de 95%, bem como pesquisa documental aos sites das referidas prefeituras, IBGE, TCE e FEE.
Resumo:
Foi realizada uma avaliao preliminar do Servio de Saúde Escolar da IX Regio Administrativa do Estado do Rio de Janeiro, como resultado do convnio firmado entre o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Saúde do Estado. Atravs de estudo do nvel de saúde entre os escolares e da anlise operacional do subprograma de Registro de Saúde, diagnosticaram-se elevados ndices de morbidade e pequena proporo de crianas com assistncia mdica prvia, alm de determinar-se a efetividade do programa e de identificar-se problemas no processo tcnico-administrativo do Servio. Dentre as concluses destaca-se a necessidade de completar a avaliao do Servio, atravs da determinao dos critrios de eficincia, eficcia e rendimento, tendo em vista o fornecimento de subsdios para as tarefas de planejamento e administrao. enfatizada a necessidade de ampliao das medidas integradoras dos servios universitrios com os servios da comunidade, no sentido de fornecer aos primeiros as condies de realizar, atravs de prestao de servios, uma formao dos recursos humanos de acordo com a situao de saúde da comunidade, e aos segundos a necessria implementao de novas tcnicas e modelos de assistncia.
Resumo:
Foram estudados 609 casos de meningites ocorridos entre 1 de julho e 31 de dezembro de 1978 no municpio do Rio de Janeiro, RJ (Brasil). Destes, 311 foram classificados como bacterianos e 298 como virais. A maioria destes foi causada pelo vrus ECHO-9, responsvel por um surto ocorrido na Zona Sul do Municpio, a partir de setembro. Foram, apresentadas e discutidas as questes: a) contradio entre significado poltico e significado epidemiolgico dos fatos mrbidos, nem sempre homogneos; b) ausncia de notificao das doenas s autoridades de saúde; c) significado do privilegiamento do espao geogrfico na organizao dos servios de saúde, fato que muitas vezes mascara a verdadeira distribuio da doena e impede um melhor equacionamento das aes no sentido de control-las.
Resumo:
So discutidos os procedimentos propostos no estudo-piloto de confiabilidade e validao do segmento de saúde mental do questionrio BOAS. Sugere-se a necessidade de se ajustar os instrumentos numa primeira etapa pela anlise pormenorizada de cada entrevista, com o propsito de prepar-los para a etapa posterior de um estudo de confiabilidade e validao, onde prevalecer uma abordagem de carter quantitativo. So propostos alguns delineamentos para estudos de confiabilidade e validade para pesquisa epidemiolgica.
Resumo:
OBJETIVO: Observar a evoluo das taxas de fecundidade e identificar o papel da gravidez na adolescncia como fator de risco para o baixo peso ao nascer (BPN). MTODOS: Em uma amostra de nascimentos provenientes do Sistema de Informaes sobre Nascidos Vivos (SINASC/RJ), entre 1996 e 1998, os fatores determinantes do BPN foram analisados em dois grupos de mes, de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos. Foram estimadas as associaes entre as variveis pela razo dos produtos cruzados -- Odds Ratio (OR) e respectivos intervalos de confiana. Utilizaram-se tambm procedimentos de regresso logstica. RESULTADOS: O BPN foi significativamente maior entre o grupo de mes adolescentes do que no grupo de 20-24 anos. O pr-natal no foi realizado em 13% das adolescentes, enquanto 10% do outro grupo no tiveram atendimento. Quando realizado o pr-natal, as adolescentes tiveram menos consultas. No grupo de adolescentes, o percentual de prematuros foi significativamente maior que no outro grupo. Foram observadas diferenas por tipo de maternidade (públicas/privadas), com predomnio de uso das públicas pelas adolescentes. A anlise de regresso logstica mostrou que existe um efeito da idade materna na explicao do BPN, mesmo quando controlado por outras variveis CONCLUSES: Os achados sugerem que investigaes sobre os mecanismos explicativos da associao entre o BPN e a gravidez na adolescncia devem ser realizadas, abrangendo fatores socioculturais como pobreza e marginalidade social, assim como os de natureza biolgica e de alimentao na gravidez.