117 resultados para Mulheres Condições sociais
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
OBJETIVO: Descrever condições de vida e sociabilidade de portadores de transtornos mentais graves moradores de cortios. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo com moradores adultos de cortios da regio central de Santos, SP, realizado em 2004-2006. Foram realizadas observaes etnogrficas em quatro cortios e entrevistas semi-estruturadas em profundidade com oito mulheres que conviviam com portadores de transtornos psicticos. A forma de anlise empregada foi a qualitativa fundamentada na Antropologia. ANLISE DOS RESULTADOS: Os cortios apresentaram caractersticas especficas quanto sociabilidade. As dificuldades com os pacientes psicticos decorriam da quebra mnima das regras mnimas. Em um dos cortios, uma moradora agia como cuidadora dos pacientes e mantinha contato prximo com o servio de sade. Apesar do convvio cotidiano com os portadores, as participantes no possuam informaes sobre o transtorno e os consideravam loucos, nervosos ou mentalmente fracos. Acreditavam que deveriam morar em outro local que no o cortio. CONCLUSES: A populao moradora de cortios no trata os portadores de transtorno psictico de forma diferente da populao geral, devido a desconhecimento, discriminao e estigma. As condições de vida so precrias para todos e no so diferentes para os moradores portadores de transtorno psictico, exceto para aqueles que residiam na moradia coletiva com maior nmero de pacientes, organizada em funo deles e dependente economicamente de seus benefcios.
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Para verificar como o peso ao nascer se relaciona s condições maternas de trabalho, pr-natal, nutricionais (altura, peso inicial, final e ganho na gestao) e scio-econmico-demogrficas (idade, situao conjugal, escolaridade, renda familiar), o presente estudo foi realizado na rea de abrangncia do Hospital Universitrio da Universidade de So Paulo e a amostra foi constituda por 101 crianas. A ocorrncia de baixo peso ao nascer (BPN) foi de 5,1% e no se associou com o trabalho materno, nem com o pr-natal, porm mostrou associao significativa com as seguintes variveis maternas: ganho de peso na gestao inferior a 7 kg, idade menor que 20 anos e no ter companheiro. Apesar da baixa ocorrncia de BPN, os resultados evidenciaram a importncia do pr-natal para reduzir a ocorrncia de BPN, especialmente por meio do controle do ganho de peso na gestao, controle da gestao na adolescncia e tambm priorizando a ateno das mulheres sem companheiro.
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Estudo transversal realizado em nove escolas estaduais de Campinas e So Jos do Rio Pardo, com 258 professores com o objetivo de caracterizar o perfil sociodemogrfico, estilos de vida, condições de sade e de trabalho. A amostra foi composta por mulheres (81,8%) e homens (18,2%), sendo casados (60,8%), com mdia de idade de 41,4 anos (DP 9,2), que realizavam atividade fsica (56,6%), lazer (93,4%) e tarefas domsticas (88,4%). Quanto sade, 20,9% no dormiam bem noite; 82,1% possuam doena com diagnstico mdico: msculo-esqueltica e respiratria (27,1%); acidentes e doenas digestivas (22,1%) e transtornos mentais (20,9%). Tais doenas estavam relacionadas aos riscos relatados: movimentos repetitivos, presena de poeira de giz, trabalho estressante, longas jornadas, atividade em mais de uma escola e baixa remunerao. Concluiu-se que os professores eram expostos a riscos nas escolas e que medidas de promoo sade e preveno deveriam ser tomadas pelos governantes.
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OBJETIVO: avaliar por meio da fotogrametria as alteraes posturais de mulheres com dor plvica crnica. MTODOS: foram avaliadas 30 mulheres com queixa de dor plvica crnica e 37 sem essa queixa, totalizando 67 mulheres. A avaliao constituiu de anamnese, colocao de marcadores fixos em pontos anatmicos definidos e obteno de fotografias em vista frontal, posterior, lateral esquerda e direita. A anlise das fotos foi realizada com o software CorelDraw, verso 11.0. Foram identificados valores para as variveis de anlise postural de tornozelo, joelho no plano sagital, pelve, lordose lombar, cifose torcica, escpula aduzida/abduzida, ombros, cabea e teste do terceiro dedo ao cho. As variveis qualitativas estudadas foram joelho (varo, valgo ou normal), presena ou no de escpula alada e de nivelamento de ombros. Para as anlises estatsticas utilizamos o Statistical Package for Social Sciences, verso 16.0. Para a comparao entre as variveis qualitativas foi utilizado o teste exato de Fisher e mtodo de Monte-Carlo e, para a comparao de dados quantitativos foi utilizado o teste t ou o de Mann-Whitney. As comparaes entre os dados contnuos corrigidos para possveis variveis de confuso foram feitas pela anlise de covarincia univariada. O nvel de significncia foi estabelecido como 0,05 ou 5%. RESULTADOS: foi observada diferena significante entre casos e controles para cabea protusa (47,5 e 52,0, respectivamente; p<0,0001) e ombros protusos (1,9 e 1,6 cm, respectivamente; p=0,03). As demais variveis no apresentaram diferenas significativas. CONCLUSES: com os resultados obtidos sugere-se ateno postura da cabea e dos ombros, postura antlgica e ao fator emocional. A mulher com dor plvica crnica deve ser tratada levando-se em considerao suas alteraes musculoesquelticas individuais, condições sociais e emocionais.
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OBJETIVO: Conhecer os fatores de risco para a alta severidade de crie dentria em crianas de 12 anos de idade. MTODOS: Partindo-se dos resultados obtidos no levantamento epidemiolgico em sade bucal, realizado em Florianpolis, em 1995, comparou-se algumas condições sociais e de comportamento entre dois grupos com severidades distintas da crie dentria: um com alto/muito alto (n=50) e outro com muito baixos nveis da doena (n=50), atravs da anlise de regresso logstica multivariada. RESULTADOS/CONCLUSES: Os fatores de risco para alta severidade de crie foram a freqncia de consumo de doces e a renda familiar. Crianas que consumiram produtos cariognicos duas a trs vezes ao dia, todos os dias, apresentaram 4,41 vezes mais chances de ter alta severidade de crie quando comparadas com as que consumiram esses produtos no mximo uma vez ao dia -- IC95% (OR) = [1,18; 16,43]. A renda familiar foi o fator socioeconmico de maior importncia. Crianas cuja renda familiar foi menor que 5 salrios-mnimos tiveram 4,18 vezes mais chances de apresentar alta severidade de crie quando comparadas com as que apresentaram renda familiar superior a 5 salrios-mnimos -- IC95% (OR) = [1,16; 15,03]. Novos estudos acerca dos determinantes gerais da crie dentria, como os diferentes aspectos da vida dos indivduos, deveriam ser desenvolvidos, a fim de contribuir para implantar medidas amplas de promoo de sade bucal.
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OBJETIVO: A relao entre renda e mortalidade por violncia vem sendo estudada nos ltimos anos. A Sntese de Indicadores Sociais 2002, lanada pelo IBGE, refere que o trao mais marcante da sociedade brasileira a desigualdade. O propsito do estudo testar a associao entre as taxas de homicdios e alguns indicadores de sade e socioeconmicos. MTODOS: Estudo ecolgico, de corte transversal. Foram analisados dados do Municpio de So Paulo, ano 2000, quanto a coeficientes de homicdios e cinco indicadores: taxa de mortalidade infantil, renda mdia do chefe de famlia, percentual de adolescentes de 15 a 17 anos que no freqentavam a escola, percentual de adolescentes grvidas de 14 a 17 anos e densidade demogrfica. Para testar essas associaes foram utilizados o coeficiente de correlao de Pearson e a regresso linear mltipla. RESULTADOS: O coeficiente de homicdios foi 57,3/100.000. A correlao entre taxas de homicdios e renda mdia foi negativa e forte (r=-0,65). Maiores coeficientes foram encontrados nos distritos com menor renda e menores naqueles com maiores rendas. Para o percentual de adolescentes que no freqentavam a escola (r=0,68) e para o percentual de adolescentes grvidas (r=0,67) a associao encontrada foi positiva e forte. Para a taxa de mortalidade infantil a correlao encontrada foi r=0,24 (para todos p<0,05). A densidade demogrfica no apresentou correlao significativa com o coeficiente de homicdios. Na anlise de regresso linear mltipla foram significativas somente as variveis renda mdia (negativa), trabalhada com o seu logaritmo e percentual de adolescentes que no freqentavam a escola (positiva) (para ambos indicadores: p<0,01). CONCLUSES: Os achados apontam para o problema dos homicdios e sua relao com as disparidades socioeconmicas do Municpio de So Paulo. O desenvolvimento econmico e a reduo das iniqidades podem ter impacto nas taxas de mortalidade violenta.
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OBJETIVO: Investigar o efeito das desigualdades sociais nas taxas de cesariana em primparas, com gravidez nica e parto hospitalar. MTODOS: Estudo realizado no Estado do Rio Grande do Sul em 1996, 1998 e 2000. Foram utilizados dados do Sistema de Informao de Nascidos Vivos no clculo das taxas anuais e das razes de chance de cesariana (RC) brutas e ajustadas para condições sociais (escolaridade e idade maternas, etnia/cor da pele e macro-regional de sade), durao da gestao e nmero de consultas pr-natal. RESULTADOS: A taxa de cesarianas foi de 45%, e acima de 37% para todas as macro-regionais. As taxas aumentaram entre: mulheres de etnia indgena e negra, mulheres com mais de 30 anos, residentes nas macro-regies Metropolitana, Vales e Serra, e com mais de seis consultas no pr-natal. Razes brutas e ajustadas indicaram taxas negativamente associadas para todas as categorias de etnia/cor, quando comparadas cor branca da pele do recm-nascido, em especial para etnia indgena (RCaj=0,43; IC 95%: 0,31-0,59), positivamente associadas escolaridade (RCaj=3,52; IC 95%: 3,11-3,99) e idade maternas mais elevadas (RCaj=6,87; IC 95%: 5,90-8,00), e maior nmero de consultas pr-natal (RCaj=2,16; IC 95%: 1,99-2,35). Os efeitos de idade e escolaridade mostraram estar parcialmente mediados pelo maior nmero de consultas pr-natal nas mulheres com idade e escolaridade mais elevadas. As taxas variaram entre as macro-regionais, sendo maiores na regio da Serra, economicamente mais rica. CONCLUSES: Altas taxas de cesariana no sul do Brasil constituem problema de sade pblica e esto associadas a fatores sociais, econmicos e culturais, os quais podem levar ao mau-uso da tecnologia mdica na ateno ao parto.
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OBJETIVO: Analisar mudanas na realizao de teste anti-HIV, as razes alegadas entre as pessoas que foram ou no testadas e o recebimento de aconselhamento. MTODOS: Estudos transversais conduzidos com homens e mulheres de 16 a 65 anos, com amostras representativas do Brasil urbano em 1998 (n=3.600) e 2005 (n=5.040). Caractersticas sociodemogrficas, sexuais, reprodutivas e de experincias de vida e sade foram consideradas na anlise. A avaliao das possveis diferenas nas distribuies das variveis baseou-se nos testes qui-quadrado de Pearson e F design-based (<5%). RESULTADOS: Em 1998, 20,2% dos entrevistados haviam realizado o teste e 33,6% em 2005. Foram testadas 60% das mulheres na faixa 25-34 anos, mas as que iniciaram a vida sexual antes dos 16 anos e reportaram quatro ou mais parceiros sexuais nos cinco anos anteriores entrevista foram menos testadas. No se observou aumento significativo da testagem entre homens, exceto para os de 55-65 anos, renda per capita entre 1-3 e 5-10 salrios mnimos, aposentados, protestantes histricos e adeptos de cultos afro-brasileiros, moradores da regio Norte/Nordeste e os que declararam parceria homo/bissexual ou no tiveram relaes sexuais nos cinco anos anteriores entrevista. No aumentou a freqncia de testagem entre pessoas auto-avaliadas como sob alto risco para o HIV. Entre as mulheres, a freqncia de testagem pr-natal aumentou e a testagem por trabalho diminuiu entre os homens. Em 2005, metade dos testados no recebeu orientao antes ou aps o teste. CONCLUSES: Houve expanso desigual na testagem, atingindo principalmente mulheres em idade reprodutiva, adultas e pessoas com melhores condições sociais. A testagem parece estar aumentando no Pas sem a devida ateno deciso autnoma das pessoas e sem o provimento de maior e melhor oferta de aconselhamento.
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OBJETIVO: Descrever um ndice para reconhecimento das desigualdades de condições de vida e sade e sua relao com o planejamento em sade. MTODOS: Foram selecionadas variveis e indicadores que refletissem os processos demogrficos, econmicos, ambientais e de educao, bem como oferta e produo de servios de sade. Esses indicadores foram utilizados no escalonamento adimensional dos indicadores e agrupamento dos 5.507 municpios brasileiros. As fontes de dados foram o censo de 2000 e os sistemas de informaes do Ministrio da Sade. Para anlise dos dados foram aplicados os testes z-score e cluster analysis. Com base nesses testes foram definidos quatro grupos de municpios segundo condições de vida. RESULTADOS: Existe uma polarizao entre o grupo de melhores condições de vida e sade (grupo 1) e o de piores condições (grupo 4). O grupo 1 caracterizado pelos municpios de maior porte populacional e no grupo 4 esto principalmente os menores municpios. Quanto macrorregio do Pas, os municpios do grupo 1 concentram-se no Sul e Sudeste e no grupo 4 esto os municpios do Nordeste. CONCLUSES: Por incorporar dimenses da realidade como habitao, meio ambiente e sade, o ndice de condições de vida e sade permitiu identificar municpios mais vulnerveis, embasando a definio de prioridades, critrios para financiamento e repasse de recursos de forma mais eqitativa.
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OBJETIVO: Analisar as desigualdades sociais de jovens moradores em rea urbana pelo mapeamento de dados sociodemogrficos e econmicos. MTODOS: Utilizando-se dados do Censo Demogrfico 2000, 57 variveis sociodemogrficas e econmicas de jovens de 15 a 24 anos do municpio de Santo Andr, SP, foram distribudas por 43 regies de dados estatsticos que correspondem a um recorte do territrio em distritos menores. Os dados foram coletados no Departamento de Indicadores Sociais e Econmicos da Prefeitura Municipal de Santo Andr, referentes ao ano 2000. Por meio de anlise fatorial, 13 variveis foram agrupadas em dois fatores - condições de trabalho e condições de vida, que discriminaram estatisticamente regies semelhantes entre si. Foi realizada anlise por agrupamento das regies, resultando em quatro grupos sociais. RESULTADOS: O espao que concentrava os jovens com mais acesso riqueza foi classificado como central e aqueles com menos acesso, como perifrico. Duas gradaes intermedirias puderam ser identificadas, uma mais prxima ao extremo do acesso ("quase central") e outra mais prxima privao ("quase perifrica"). As variveis discriminantes estavam relacionadas ao trabalho, migrao, escolaridade, fecundidade, posio do jovem no domiclio, presena de cnjuge ou companheiro, condio de moradia e posse de bens. CONCLUSES: As diferenas entre os grupos sociais expressaram desigualdades importantes entre os jovens que vivem, estudam e/ou trabalham na cidade, o que contribuir para o planejamento de polticas sociais pblicas dirigidas a esses grupos.
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O objetivo do trabalho foi aplicar o Indicador Econmico Nacional em dados de estudo transversal de base populacional (n w = 2.197) no municpio de Ribeiro Preto, SP, em 2006. Na comparao com o Brasil, o indicador apresentou concentrao nos cinco ltimos decis e foi semelhante ao encontrado para o municpio de So Paulo, SP. Foram observadas diferenas em relao ao sexo do chefe da famlia, sendo mais desfavorvel para domiclios chefiados por mulheres. A facilidade de clculo e de aplicao, alm da possibilidade de comparao com outras cidades do Brasil, confirmam esse indicador como uma ferramenta prtica a ser aplicada em estudos de base populacional na avaliao do nvel socioeconmico.
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FUNDAMENTO: Duas perspectivas, a econmica (doena causando empobrecimento) e a social (pobreza causando adoecimento), tm disputado internacionalmente a justificao de polticas pblicas de sade. OBJETIVO: Investigar a relao entre mortalidade precoce por doenas cardiovasculares (DCV) e condições socioeconmicas (SE) em Porto Alegre (PA), e discutir fundamentos e estratgias para a preveno das DCV. MTODOS: Anlise ecolgica da associao entre mortalidade por DCV aos 45-64 anos e condições SE de 73 bairros de PA. Estimou-se o risco relativo (RR) e a frao do risco atribuvel (FRA) s desigualdades entre bairros agrupados em 4 estratos SE. RESULTADOS: A mortalidade precoce por DCV foi 2,6 vezes maior nos bairros classificados no pior comparado ao melhor de 4 estratos SE. Entre bairros extremos, o RR chegou a 3,3 para as DCV e 3,9 para as doenas cerebrovasculares. Comparada mortalidade no melhor estrato, 62% dos bitos precoces do pior estrato e 45% dos da cidade como um todo seriam atribuveis desigualdade socioeconmica. CONCLUSO: Quase a metade da mortalidade por DCV antes do 65 anos pode ser atribuda pobreza. A doena, por sua vez, contribui para a pobreza e reduz a competitividade do pas. preciso reduzir o adoecimento e recuperar a sade dos mais pobres com investimentos que resultem em desenvolvimento econmico-nacional e melhoria das condições sociais da populao.
Resumo:
Buscou-se compreender como as desigualdades sociais e de sade expressam-se no perfil sade-doena de pessoas, com perdas funcionais e dependncia, atendidas no domiclio por equipes de Sade da Famlia nos distritos administrativos do municpio de So Paulo. Os distritos foram agrupados em relao ao ndice de Excluso Social por meio de uma anlise de cluster, seguida da descrio estatstica das variveis, comparando-as entre si. Para o municpio como um todo, verificou-se predominncia de mulheres idosas, com incapacidade leve e que requerem cuidados de menor complexidade, compatveis com a Ateno Bsica. Nos distritos com maior excluso social, identificou-se proporo de homens com menos de 60 anos e crianas com incapacidade severa, que necessitam de cuidados de maior complexidade em relao aos de menor excluso. Discute-se a necessidade de elaborao de polticas de ateno domiciliria que contemplem as especificidades do municpio de So Paulo em substituio quelas focadas em grupos populacionais especficos.
Resumo:
Objetivou-se analisar a distribuio da anemia em gestantes da rede bsica de sade de dois municpios, na regio Sul e Centro-Oeste do Brasil. Estudo transversal retrospectivo e descritivo desenvolvido a partir de dados de pronturios de 954 e 781 gestantes em Cuiab-MT e Maring-PR, respectivamente. Coletaram-se dados de caracterizao sociodemogrfica, de pr-natal e indicadores sociais. Foram consideradas anmicas, as mulheres com hemoglobina inferior a 11g/dL. A desigualdade social existente entre os municpios foi evidente. Gestantes atendidas em Cuiab-MT apresentavam caractersticas sociodemogrficas significativamente mais precrias. A prevalncia de anemia era significativamente maior e valores mdios de hemoglobina menores em Cuiab-MT, independentemente da idade gestacional. Encontrou-se associao dos nveis de hemoglobina com a idade, situao conjugal, nmero de gestaes anteriores, estado nutricional e trimestre gestacional. As diferenas regionais na ocorrncia da anemia gestacional so socialmente determinadas, o que deve ser considerado nas propostas de interveno em sade coletiva.
Resumo:
Buscou-se conhecer e compreender as vivncias de gestao e maternidade na adolescncia em assentamentos rurais. O estudo desenvolveu-se a partir de uma abordagem qualitativa, sustentando-se no mtodo biogrfico. As testemunhas foram mulheres que vivenciaram gravidez e maternidade na adolescncia. A coleta de dados foi realizada em Janeiro e Fevereiro de 2009, por meio de entrevista biogrfica temtica. As biografias mostram trajetrias familiares de instabilidade e mudanas constantes, alm de habitao e emprego precrios. A aceitao da gravidez pelas famlias das adolescentes est diretamente ligada condio do companheiro em assumir a paternidade da criana e a me adolescente como companheira ou esposa. As mudanas na vida pessoal decorrentes da gravidez e maternidade relatadas com mais frequncia, foram perda de liberdade e aumento de responsabilidade. No plano das instituies, constata-se a ausncia de polticas pblicas e, consequentemente, de servios dirigidos e adequados s especificidades de sade nos assentamentos rurais.