420 resultados para Medicina Tradicional Chinesa
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
O tratamento do zumbido continua a ser um desafio da atualidade. Na medicina tradicional chinesa, a acupuntura é recomendada para o alívio do zumbido, apesar de faltarem provas cientificas nesta área. OBJETIVO: Verificar o efeito da acupuntura sobre a função coclear de indivíduos com zumbido através do uso das emissões otoacústicas. CASUÍSTICA E MÉTODO: Foi realizado um estudo clínico-prospectivo, no qual foram avaliados 38 pacientes do ambulatório de zumbido. Os pacientes foram avaliados por meio de emissões otoacústicas transitórias e pela medida da supressão das emissões otoacústicas transitórias. Essa avaliação foi realizada antes e após a aplicação de acupuntura em um ponto na região têmporo-parietal, correspondente à área cócleo-vestibular (no grupo intervenção 1 n=19) e em um ponto 3cm acima dessa região (para o grupo intervenção 2 n=19). RESULTADOS: Os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significante na amplitude das emissões otoacústicas antes e após a aplicação da acupuntura para o grupo intervenção 1. Não foram observadas diferenças para o grupo intervenção 2. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que houve um efeito da acupuntura sobre as emissões otoacústicas dos pacientes com zumbido.
Resumo:
Este estudo quanti-qualitativo objetivou identificar concepções sobre Medicina Convencional e Acu puntura que contribuem para entender os motivos que levam médicos a procurarem conhecer ou se especializar em Acupuntura. Foram pesquisados 175 médicos do Curso de Desenvolvimento em Me dicina Chinesa − Acupuntura, do Center-AO − Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa e Universidade Federal de São Paulo − Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM), com questio nário composto por perguntas abertas e fechadas. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, e as respostas foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo, buscando desvelar unidades de significado. A partir disso, foram estabelecidas categorias gerais e específicas, que passaram a dar significado aos discursos. Dessa forma, foram obtidos três grupos categoriais: "aprimoramento profis sional", "ampliar seu próprio horizonte de vida" e "compreender o paciente em uma dimensão mais abrangente". Nossos dados revelaram que os médicos desejam exercer a Acupuntura de forma inte grada à Medicina Convencional, no bojo da qual a Acupuntura vem se firmando como especialidade médica.
Resumo:
Esta pesquisa teve por objetivo identificar o conhecimento e percepção de professores universitários, médicos, sobre a acupuntura. Utilizou-se a abordagem qualitativa, realizando-se 15 entrevistas individuais com professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, Ceará, de junho a dezembro de 2010. O tempo médio de ensino desses professores na UFC foi de 22 anos, e a idade média de 55 anos.Observou-se que a maior parte dos entrevistados não buscava espontaneamente informações sobre acupuntura; poucos conheciam alguma contraindicação;e os que indicavam a acupuntura o faziam para alívio de dores; a quase totalidade apresentou opinião favorável ao oferecimento da acupunturaa usuários do SUS, bem como à sua inclusão na grade curricular como disciplina optativa ou como assunto coadjuvante em disciplinas afins. No entanto, poucos entrevistados admitem abordar este tema em sala de aula como terapêutica equivalente às opções alopáticas. Constatou-se que os professores demonstram interesse em práticas não convencionais e reconhecem a importância da inserção dessa temática nos currículos dos cursos de Medicina.
Resumo:
Foi feita revisão e análise, sob um ponto de vista antropológico, da literatura mais representativa sobre saúde e doença e práticas de cura no Brasil. Nessa literatura, em primeiro lugar, houve a preocupação de coletar documentos sobre as tradições regionais do mundo rural, expressando uma ampla variedade de pontos de vista. Em geral, "medicina popular" era vista como um conjunto de práticas e idéias rudes e imitativas, provenientes tanto da medicina erudita do passado como das tradições étnicas brasileiras. Em segundo lugar, as ciências sociais exerceram uma grande influência neste tipo de estudo. Depois dos anos 30 e, principalmente, dos anos 40 aos 70, um número importante de trabalhos tiveram lugar nesse campo de estudo, influenciados pelas posturas acadêmicas como, por exemplo, o funcionalismo, a teoria da aculturação, e as teorias do desenvolvimento. Durante os anos 70 o campo atingiu a sua maturidade com um grande número de pesquisas sob várias influências teóricas. As teorias estruturalistas e funcional-estruturalistas (que variam entre o formalismo abstrato e o substantivismo) tiveram um peso mais consistente nessa década. Três importantes estudos recentes foram também analisados, e as principais tendências abertas nesse campo foram também discutidas, particularmente as tentativas marxistas de análise.
Resumo:
Foi feita revisão e análise da literatura antropológica mais importantes sobre representações de saúde e doença e práticas de cura, tendo a Inglaterra, os Estados Unidos da América e a França como referência. Tendo representantes nas principais escolas dentro do pensamento antropológico (tais como o funcionalismo, o funcional-estruturalismo, o estruturalismo, a teoria do rótulo, o interacionismo simbólico, a etnometodologia, o criticismo cultural), a história da antropologia da medicina se confunde com a própria história da antropologia. Além de analisar a contribuição que essas várias escolas fizeram para esse campo de estudo, aponta-se o impasse atual que se está nele verificando. Atribui-se como principal razão para esse impasse à ausência de uma teoria capaz de explicar como os processos sociais de pequena escala (apropriados à metodologia antropológica) subordinam-se aos processos sociais recorrentes na sociedade capitalista.
Resumo:
Objetivou-se analisar, sob um ponto de vista antropológico, o paradigma "mecanicista" dominante na medicina ocidental moderna. Faz-se comentário crítico sobre o positivismo que sustenta este paradigma. Foi mostrado também como ele desenvolveu-se historicamente a ponto de dominar a percepção médica sobre saúde, doença e terapêutica, e como essa percepção deixou modernamente de compreender um amplo espectro da realidade a que se propõe compreender. Foram analisados alguns sistemas médicos "populares" e "primitivos", mostrando como eles incorporam o social no campo da medicina. Enfatiza-se a necessidade da medicina ocidental moderna recuperar o social e o cultural (como dimensões que moldam inevitavelmente a doença, os tratamentos e a cura) para sair da crise em que se encontra. Nesse sentido, recorrer à história e aos sistemas médicos "populares" e "primitivos" tem o propósito de contribuir para isso.
Resumo:
São abordados, os fundamentos científicos e a ética da utilização das práticas de medicina alternativa em voga no Brasil. Ressalta-se que, em geral, o termo alternativo não é definido e que pode se referir aos princípios básicos ou aos métodos de diagnóstico e tratamento. Sugere-se que a escolha individual de um sistema terapêutico é mais influenciada por fatores culturais, pela tradição familiar e pela moda, do que pela análise racional dos seus fundamentos. Estabelece-se que o que distingue realmente os diferentes sistemas são seus princípios e não suas práticas.
Resumo:
A Organização Mundial de Saúde (OMS) citou a malãria como um dos principais problemas de saúde no Brasil e no terceiro mundo, onde 80% da população recorre à medicina tradicional (popular) para sanar vários problemas de assistência médica primária. No que se refere à malária, seu tratamento e controle têm sido dificultados devido às cepas resistentes às drogas comumente utilizadas. Isso torna urgente a busca de novas drogas antimaláncas. Sabe-se que a população utiliza-se de diferentes plantas para o tratamento e cura de vários males, inclusive a malãria. Neste trabalho nos propusemos reavaliar o efeito de Momordica charantia L. (Cucurbitaceae) sobre camundongos infectados por Plasmodium berghei. A planta foi testada sob a forma de extratos aquoso e etanólico, na dose de lOOOmg por kg cle peso coipóreo do camundongo, ministrado por via oral, por cinco dias consecutivos da infecção (2º ao 6º). O efeito foi avaliado em função da parasitemia e da sobrevida dos animais. Embora a população indique e utilize essa planta na malária humana, nos ensaios deste trabalho, nas condições do experimento, os extratos de M. charantia não apresentaram atividade satisfatória contra o P. berghei.
Resumo:
Montrichardia linifera é uma planta aquática de amplo uso na medicina tradicional amazônica. Entretanto, muito pouco se conhece sobre a sua composição química, e sua atividade biológica ainda não foi comprovada. Na busca de substância(s) biologicamente ativa(s), este trabalho realizou um estudo fitoquímico biomonitorado no qual foram testados os extratos hexânico e etanólico obtidos do caule desta espécie, dos quais apenas o extrato etanólico foi selecionado para o fracionamento cromatográfico por ter apresentado toxicidade contra a Artemia salina e atividade contra o Plasmodium falciparum, parasita causador da malária. As atividades biológicas concentraram-se na fração diclorometânica que apresentou alta toxicidade contra A. salina (DL50<31μg mL-1) e alta atividade antiplasmódica (IC50<10 μg mL-1), mostrando promissora atividade antimalárica. Desta fração, o composto aromático p-hidroxibenzaldeído foi isolado pela primeira vez nesta planta.
Resumo:
Este artigo analisa estudos que comparam a utilização da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) na formação médica com o desenvolvimento de currículo tradicional de Medicina. O desenho metodológico, caracterizado como uma revisão da literatura sobre o assunto, realizada a partir de uma abordagem qualitativa, apoia-se na busca de artigos em bases de dados e bibliotecas virtuais, publicados de 1998 a 2008, com os termos medicina, graduação, aprendizagem baseada em problemas e ensino tradicional. O material foi estudado a partir da técnica de análise de conteúdo temática. A discussão se desenvolve a partir dos resultados acerca do uso da ABP na graduação médica em comparação aos resultados de cursos de currículo tradicional. Conclui-se que o uso da ABP na graduação médica pode ser uma alternativa na implementação das diretrizes brasileiras para a formação médica.
Resumo:
Descrevem-se duas experiências realizadas com o objetivo de verificar se estudantes de Medicina de etapas avançadas podem ser utilizados em Osce para avaliar habilidades clínicas básicas de alunos iniciantes. Na primeira experiência, 6 internos e 6 professores avaliaram 59 alunos do currículo tradicional em Osce com 6 estações focadas na anamnese, exame físico e comunicação com o paciente. As notas dadas pelos professores foram maiores que as dos estudantes em todas as estações, exceto uma (comunicação), mas não houve diferenças significantes entre elas, exceto numa estação de exame físico (p < 0,001) (teste de Wilcoxon). Na segunda experiência, 15 internos do currículo tradicional e 9 professores avaliaram 58 estudantes do 1º ano, currículo PBL, em Osce com 3 estações para avaliar anamnese, exame físico e manipulação de luvas esterilizadas. Os estudantes foram pareados aos professores, e cada um fez sua avaliação individualizada usando o mesmo protocolo. Em metade das estações, os valores médios das notas de professores e estudantes foram significativamente diferentes. Isso aparentemente se deveu à variação significativa entre as notas dos professores, o que não ocorreu com relação às notas dadas pelos estudantes avaliadores (p < 0,05) (teste de Wilcoxon e Anova - Turkey, Dunn). Conclui-se que estudantes em fase de treinamento podem ser utilizados como examinadores confiáveis em exame de habilidades clínicas de estudantes iniciantes, sendo que a variabilidade entre as notas que atribuem para a mesma tarefa parece ser inferior à que se verifica nas notas dos professores.
Resumo:
OBJETIVO: Comparar grau de dificuldade, satisfação e escores finais entre os métodos de avaliação formativa e somativa em alunos de Medicina do quarto ano, na disciplina de Ginecologia e Obstetrícia. MÉTODO: Trinta e oito alunos foram submetidos a um exame escrito (alternativo) e, um mês depois, ao método tradicional de escolha múltipla. O exame alternativo consistia em casos clínicos reais, enfocando as hipóteses diagnósticas e o manejo médico. As questões eram graduadas em 0, 0,5 ou 1 ponto. Após o resultado inicial, os exames eram devolvidos e, em duas semanas, os alunos tinham que escrever uma dissertação estruturada para cada resposta errada. Pontos adicionais (+ 0,5 ou + 1) eram dados para cada resposta. Dissertações com incorreções descontavam pontos da nota original. O teste tradicional consistia em conceitos clínicos e prevalência de diferentes doenças e de agentes etiológicos. Nenhum retorno era dado, a não ser a nota final. O grau de dificuldade, a média final de ambos os exames e a resposta dos alunos a essa iniciativa foram comparados entre os dois métodos. RESULTADOS: O exame escrito alternativo teve maior grau de dificuldade (7,6 ± 0,2 vs. 5,2 ± 0,4; p < 0,001). Nenhuma diferença estatística foi encontrada entre as médias dos escores finais de ambos os métodos (8,3 ± 0.9 vs. 8,5 ± 0,9; p > 0,05). Os alunos preferiram o método alternativo, quando comparado ao tradicional (8,6 ± 0,2 vs. 5,4 ± 0,4; p < 0,001). CONCLUSÃO: A avaliação formativa foi mais difícil do que a tradicional, mas os escores finais da classe dos alunos não foram menores do que os escores dos testes tradicionais. Os alunos preferiram a avaliação formativa.
Resumo:
Este estudo comparou a atitude do estudante de Medicina a respeito da relação médico-paciente de uma escola de currículo tradicional (CT) com outra de Aprendizado Baseado em Problemas (ABP) de uma mesma universidade privada. Para a avaliação da atitude, foi utilizada a escala PPOS (Patient-Practitioner Orientation Scale). A coleta de dados abrangeu 132 estudantes da escola de ABP e 142 da escola de CT. O valor do escore total da PPOS (ETPPOS) para toda a amostra na escola de ABP foi de 4,62 e na escola de CT foi de 4,45 (p = 0,002), significando atitudes mais centradas no paciente na primeira. O ETPPOS entre os homens, no décimo período, apresentou aumento significante na escola de ABP. Em ambas as escolas, as mulheres apresentaram atitudes de maior compartilhamento de decisões com os pacientes em relação aos homens. A análise de regressão multivariada demonstrou que os valores dos escores da PPOS foram explicados apenas pela variável escola. Este estudo encontrou atitudes mais centradas no paciente na escola de ABP, que poderiam ser atribuídas ao modelo curricular, uma vez que as escolas estudadas diferem basicamente em relação a esse aspecto.
Resumo:
A saúde coletiva tenciona romper com o paradigma tradicional da medicina, centrado no modelo biologicista da saúde-doença. Este estudo visou: avaliar as disciplinas da saúde coletiva oferecidas na graduação dos alunos do curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece); caracterizar a percepção deles acerca da contribuição dessas disciplinas na relação com o paciente; descrever o conhecimento discente sobre aspectos relacionados à ementa de cada disciplina, como possíveis mudanças na disposição delas; e analisar o conceito de saúde coletiva do ponto de vista dos alunos. Estudo descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvido na Uece e nos serviços de saúde conveniados ao curso de Medicina. De uma população de 240 alunos matriculados no curso de Medicina da Uece, retirou-se uma amostra por conveniência de 129 acadêmicos. Os dados foram obtidos mediante questionário semiestruturado. A análise foi realizada com o programa estatístico PASW, versão 17.0. Dos participantes, 112 (86,8%) enfatizaram o efeito positivo das disciplinas na relação com os pacientes. Noventa e um (70,5%) ressaltaram a grande carga horária das disciplinas e 91 (70,5%) desconhecem a ementa. Muitos, 52 (47,7%), sugeriram redução do número de disciplinas e créditos, e 36 (26%) não souberam conceituar saúde coletiva. Conclui-se que esta é essencial na formação dos futuros médicos, mas urge repensar a reformulação curricular e mudanças de atitudes dos docentes desse curso.
Resumo:
Como parte do seu projeto de expansão, a Universidade Federal de Viçosa criou um curso de graduação em Medicina que, pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais, busca a inserção precoce dos estudantes na rede de Atenção Básica. A integração da escola ao serviço público, assim como a preocupação com a formação de recursos humanos com senso de responsabilidade social, compromisso com a cidadania e aptos a atender às necessidades concretas da população e operacionalizar o Sistema Único de Saúde estiveram no centro do processo de criação desse curso. A abertura do curso foi autorizada pelo Ministério da Educação e, concomitantemente, foi aprovada a criação de um grupo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Nesse cenário de múltiplos desafios que representa a criação de um novo curso de Medicina em uma universidade pública tradicional, pautado nas DCNs e a partir de um currículo integrado, (re)pensar as experiências iniciais vivenciadas pelos atores sociais protagonistas do PET-Saúde/UFV é o propósito deste relato de experiência.