126 resultados para Literatura sur-rio-grandense

em Scielo Saúde Pública - SP


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This study presents original data on the reproduction and feeding ecology of two syntopic amphisbaenians, Amphisbaena munoai Klappenbach, 1969 and Anops kingi Bell, 1833, from southern Brazil. Sampling was carried out from April 2004 to April 2006 at a highland area located in São Jerônimo and Barão do Triunfo municipalities, Rio Grande do Sul, Brazil. A total of 647 amphisbaenians were collected, 510 specimens of A. munoai and 137 specimens of A. kingi, of which 130 and 93, respectively, had their gonads and gut content analyzed. Both species presented a unimodal pattern of seasonal distribution, sexually mature females with significantly larger snout vent length (SVL) than sexually mature males, and seasonal reproductive cycle. Adults of A. kingi had significantly larger (SVL) than those of Amphisbaena munoai. Both species had generalist diets, but termites (Isoptera) was a staple item in their diet. Greater predominance of insect larvae was observed in the diet of A. kingi, which may be due to its larger body in comparison to A. munoai. Insect larvae ingested by A. kingi were significantly larger than those ingested by A. munoai. Diets of adult males and females of both species were not significantly different. The ontogenetic diet comparison in both species revealed significant numerical differences, with adults consuming higher numbers of prey.

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Horizontes subsuperficiais escuros com características morfológicas similares aos solos com caráter sômbrico são encontrados nas áreas mais elevadas da porção leste do Escudo sul-rio-grandense, desenvolvidos nos horizontes A2, AB (ou AC) e BA de Argissolos, Luvissolos e Neossolos Regolíticos, respectivamente. Os mecanismos responsáveis pela sua gênese são ainda pouco compreendidos, apesar de a maioria dos autores concordar com a origem iluvial do húmus e de constituir horizonte diagnóstico. Os objetivos deste trabalho foram caracterizar e analisar o enquadramento de nove perfis de solos com horizontes subsuperficiais escuros do Escudo sul-rio-grandense nos critérios do SiBCS, WRB e Soil Taxonomy, sendo sete deles com características morfológicas de sômbrico. A observação de campo (continuidade lateral na paisagem) e a morfologia (ausência de horizonte E, cores mais escuras que os horizontes sobrejacentes e presença de cutans) apóiam o caráter sômbrico para a maioria dos perfis estudados, com a inserção do caráter sômbrico em nível de subgrupo nas classes de Argissolos Bruno-Acinzentados, Amarelos e Vermelho-Amarelos, bem como em Luvissolos e Neossolos Regolíticos, além da inclusão de eutrófico no nível de grande grupo na classe dos Argissolos Bruno-Acinzentados. Os dados sugeriram a revisão da definição de dessaturação na determinação do caráter sômbrico (distrófico) no SiBCS, com a adoção do valor V de 65 %, adequando essa à definição do Soil Taxonomy e WRB, bem como uma investigação mais aprofundada quanto à não associação do húmus com Al; e a consideração da retirada da capacidade de troca de cátions da matéria orgânica no cálculo da atividade da argila, para os horizontes subsuperficiais escuros.

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Os objetivos deste trabalho foram caracterizar os recursos florestais da caatinga e determinar a sua contribuição na sustentabilidade em projetos de reforma agrária localizados na região oeste do Estado do Rio Grande do Norte. Foi realizado um levantamento florístico, no qual se constatou que as espécies mais bem distribuídas pelas unidades amostrais foram as de caráter pioneiro, indicando que essas matas já foram exploradas anteriormente à ocupação dos assentados. O estrato florestal mais comum foi o arbustivo-arbóreo fechado, correspondendo a 75% da parcelas amostradas. Os assentamentos com presença de cobertura florestal do tipo arbustivo-arbórea aberta apresentaram baixa densidade, associada à baixa diversidade florística e à forte tendência à homogeneização, o que as enquadra como prioritárias em um processo de conservação e, ou, enriquecimento da flora. Devido à baixa rentabilidade da exploração dos recursos florestais da caatinga, essa atividade deveria servir apenas como complemento de renda dos assentados, já que outras atividades apresentam maiores retornos econômicos. Entretanto, ela possui grande importância no contexto social, sendo fundamental para a sustentabilidade dos assentamentos estudados.

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Este estudo teve como objetivo principal determinar a prevalência das doenças que culminam em morte ou que fazem com que os cães da Mesorregião do Centro Ocidental Rio-Grandense sejam submetidos à eutanásia. Para isso, foram revisados todos os protocolos de necropsia de cães, arquivados no Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), realizadas entre janeiro de 1965 e dezembro de 2004. Nos arquivos do LPV-UFSM foram encontrados 4.844 protocolos de necropsia de cães. A distribuição dos casos em relação às categorias de doenças diagnosticadas foi a seguinte: doenças infecciosas e parasitárias (1.693 [35,0%]), neoplasmas (378 [7,8%]), distúrbios causados por agentes físicos (369 [7,6%]), doenças degenerativas (342 [7,1%]), intoxicações e toxiinfecções (112 [2,3%]), eutanásia por conveniência (101 [2,1%]), doenças metabólicas e endocrinológicas (97 [2,0%]), distúrbios iatrogênicos (83 [1,7%]), distúrbios do desenvolvimento (25 [0,5%]), doenças imunomediadas (10 [0,2%]) e doenças nutricionais (6 [0,1%]). Outros distúrbios, que incluem doenças multifatoriais ou idiopáticas, contribuíram com 80 (1,6%) casos. Dos 4.844 casos, em 1.548 (32,0%) não foi possível estabelecer a causa da morte ou a razão para a eutanásia. Doenças infecciosas e parasitárias (principalmente cinomose, parvovirose e verminose intestinal), neoplasmas (principalmente neoplasmas mamários e linfoma), distúrbios causados por agentes físicos (principalmente atropelamento por veículos automotivos) e doenças degenerativas (principalmente insuficiência renal crônica, cirrose e insuficiência cardíaca congestiva) foram as principais categorias de doenças relacionadas com morte ou eutanásia de cães dessa mesorregião. Entretanto, quando os cães são avaliados de acordo com suas idades, tais categorias possuem prevalências diferentes. As principais causas de morte em filhotes foram as doenças infecciosas e parasitárias, principalmente parvovirose, cinomose e verminose intestinal. Em adultos, as causas de morte mais importantes foram cinomose, neoplasmas e trauma. Em idosos, neoplasmas e doenças degenerativas foram responsáveis por aproximadamente a metade das mortes.

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São relatados quatro casos de micetoma causados por Nocardia brasiliensis, ocorridos no Rio Grande do Sul. É revista a literatura rio-grandense-do-sul.

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O presente trabalho teve por objetivo avaliar características morfofisiológicas de alguns biótipos de arroz-vermelho ocorrentes em lavouras de arroz no Estado do Rio Grande do Sul. Para isso, conduziu-se um experimento na Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio-Grandense do Arroz, durante a estação de crescimento 1996/97. Os tratamentos constituíram-se dos seguintes biótipos de arroz-vermelho, segundo características de grãos: grãos longo-finos, de casca clara, com ou sem arista; grãos longo-finos, de casca preta; grãos médios, de casca clara, provenientes de dois locais (Santo Antônio da Patrulha e Cachoeira do Sul); e grãos curtos, de casca clara ou de casca preta. Como padrões comparativos foram utilizados os cultivares de arroz BR-IRGA 410 e IRGA 416. As variáveis avaliadas foram: estatura de planta, afilhamento, área foliar da folha bandeira, área foliar por planta, comprimento da panícula, números de espiguetas e de grãos por panícula, esterilidade de espiguetas, relação comprimento/largura de grão, peso médio de grãos, produção de grãos por planta e germinação de sementes. Os biótipos de arroz-vermelho avaliados diferiram dos cultivares de arroz para as características morfofisiológicas investigadas. De modo geral, para essas características, não se verificaram diferenças acentuadas entre biótipos possuidores de grãos curtos, entre biótipos com grãos médios e entre aqueles com grãos longo-finos, de casca clara. Características assemelhadas de dormência apresentadas pelos biótipos de arroz-vermelho com grãos longo-finos e de casca clara, com os cultivares de arroz, permitem inferir que aqueles sofreram cruzamentos com genótipos de arroz cultivado.

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A composição específica de florestas estacionais no Rio Grande do Sul é fortemente influenciada por dois contingentes florísticos diferentes, um coincidente com as florestas atlânticas do leste e outro com as florestas paranaense-uruguaias do oeste. Um levantamento fitossociológico de uma floresta central sul-rio-grandense foi realizado para detectar a estrutura comunitária do componente arbóreo e a participação local dos diferentes contingentes florísticos. Todas as árvores com DAP > ou = 5 cm foram registradas em uma área de 1 ha, subdividida em 100 unidades amostrais de 10 x 10 m. As espécies amostradas foram classificadas como amplas ou restritas, segundo suas distribuições geográficas, considerando as afinidades florísticas leste ou oeste. A densidade total por hectare foi de 1855 indivíduos, pertencentes a 23 famílias, 46 gêneros e 55 espécies. As famílias com maior riqueza específica foram Fabaceae e Myrtaceae. As espécies mais importantes foram Gymnanthes concolor Spreng., Euterpe edulis Mart., Sorocea bonplandii (Baill.) Burger, Lanj. & Boer, Pachystroma longifolium (Nees) I.M. Johnst. e Trichilia claussenii C.DC., acumulando 55,2% do total do valor de importância. A diversidade específica (H') foi estimada em 2,244 (nats). As espécies do oeste formam um contingente mais diversificado, geralmente ocorrendo como árvores do dossel ou emergentes. As espécies do leste constituem um contingente bem menos diversificado, porém com uma alta participação quantitativa como árvores de porte médio do sub-bosque. Aspectos gerais da composição e da estrutura sugerem a importância de árvores do dossel de florestas estacionais interiores como formadoras de ambientes favoráveis para diversas árvores do sub-bosque de florestas pluviais costeiras.

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A pesquisa teve como objetivos caracterizar aspectos populacionais de Aegla franciscana Buckup & Rossi, 1977 que ocorre em corpos d'água do planalto sul-rio-grandense, onde foram analisados a distribuição de freqüência em classes de tamanho, a proporção sexual, o período reprodutivo através da freqüência de fêmeas ovígeras, o recrutamento e a fecundidade da espécie. As amostragens foram realizadas sazonalmente, no arroio Rolante, município de São Francisco de Paula, RS. Os eglídeos foram coletados com puçás, medidos e devolvidos ao arroio. Foram amostrados 1.322 exemplares, sendo 567 machos, 579 fêmeas e 176 animais com sexo indefinido. Machos e fêmeas foram agrupados em classes de comprimento do cefalotórax (CC), onde foi observada distribuição bimodal. A amplitude do comprimento do cefalotórax dos machos variou de 3,86 mm a 22,09 mm e o das fêmeas de 4,06 mm a 22,48 mm, sendo que os machos apresentaram tamanho mediano (10,36 mm) superior ao das fêmeas (9,89 mm). A proporção sexual foi de 1:1 (chi2 = 0,03; p>0,05). Na análise da proporção sexual, por classes de tamanho, observou-se que os machos são mais freqüentes nas classes superiores e as fêmeas nas classes intermediárias. O primeiro registro do surgimento de juvenis na população ocorreu no verão e de fêmeas ovígeras no outono, estas ocorrendo mais freqüentemente no inverno. As fêmeas ovígeras produzem em média 123,3 ± 47,8 ovos; observou-se correlação entre o comprimento do cefalotórax das fêmeas ovígeras e o número de ovos (r = 0,81).

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Com a intenção de conhecer a diversidade da araneofauna relacionada à cultura do arroz, foi realizado um inventário deste agroecossistema ainda pouco estudado em sua biodiversidade. Foram realizadas 17 amostragens na Estação Experimental do Arroz (EEA), do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Cachoeirinha, RS (50º58'21"W; 29º55'30"S) entre outubro de 2004 e junho de 2005, em três períodos: antes do arroz ser semeado, durante o desenvolvimento do arroz e após a colheita. As coletas foram efetuadas no período matinal utilizando rede-de-varredura (35 cm de diâmetro), 50 golpes em cada um dos quatro transectos por amostragem. Coletou-se um total de 918 aranhas distribuídas em 14 famílias, com predomínio de Araneidae, Anyphaenidae, Oxyopidae e Tetragnathidae. Entre os indivíduos adultos, foram determinadas 38 morfoespécies, as mais abundantes Alpaida veniliae (Keyserling, 1865), Tetragnatha nitens (Audouin, 1826), Ashtabula sp.1 e Tetragnatha aff. jaculator, as quatro juntas com mais de 45% dos espécimes adultos coletados. Dos estimadores de riqueza de espécies utilizados, o que mais se aproximou da riqueza observada foi Chao 1; segundo este, 87,4% das espécies potencialmente presentes foram amostradas. Os resultados demonstraram que tanto abundância como riqueza tiveram a tendência ao crescimento, acompanhando o desenvolvimento da lavoura de arroz. Uma constante colonização no hábitat foi constatada dado o alto número de aranhas jovens encontradas em todos os períodos. Não foram encontradas diferenças significativas para a correlação entre dados abióticos (temperatura e pluviosidade) com a abundância e a riqueza, exceto pluviosidade vs. riqueza. Entre os grupos funcionais, houve o predomínio das caçadoras emboscadoras, seguido das construtoras de teias orbiculares. A análise de similaridade (ANOSIM) encontrou diferenças significativas entre a fauna dos três períodos avaliados. Assim, a perturbação na forma como o arroz é semeado e colhido altera a estrutura ambiental brutalmente, conduzindo a uma mudança na diversidade de aranhas em termos de riqueza e composição de espécies. Os resultados sugerem a importância de estudos da biodiversidade nos agroecossistemas.

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A demanda crescente pela integração lavoura-pecuária no planalto sul-rio-grandense direciona ao aproveitamento dos cereais de inverno para duplo propósito (forragem e grão). Assim, é necessário um melhor conhecimento dessas culturas relativamente à utilização como forragem e ao valor econômico dos grãos no uso potencial para alimentação humana ou animal. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de cortes (um e dois), simulando pastejo bovino, na composição química dos grãos de aveia-branca (UPF 14), de aveia-preta (comum), de centeio (BR 1), de triticale (BR 4), de cevada (BR 2) e de trigo (IPF 55204 e PF 87451). Os cortes não afetaram, na média dos cereais, os valores de fibra bruta, de extrato etéreo, de energia bruta e de atividade ureática, tendo o teor de matéria mineral aumentado com dois cortes. Excetuando aveia-preta e cevada, com os cortes verificou-se incremento nos percentuais de proteína bruta. Entretanto, observou-se, na média dos cereais, redução com os cortes nos teores de extrativos não-nitrogenados. Os resultados obtidos conduzem à possibilidade de uso dos cereais de inverno para duplo propósito, com aproveitamento dos grãos sem maiores prejuízos à sua composição química.

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A adoção do sistema de semeadura direta de arroz em sucessão a espécies de cobertura de solo no inverno é uma importante alternativa para possibilitar o cultivo em uma mesma área todos os anos. Com o objetivo de avaliar espécies de cobertura do solo no inverno mais apropriadas para participarem de um sistema de sucessão de culturas com semeadura direta de genótipos de arroz irrigado, conduziu-se um experimento na Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio Grandense do Arroz, em Cachoeirinha, RS, nas estações de crescimento de 1996/97, 1997/98 e 1998/99. Os tratamentos constaram de quatro genótipos de arroz irrigado (BRS6, BR-IRGA 409, IRGA 416 e IRGA 417) instalados em semeadura direta, sobre parcelas com as coberturas de aveia-preta (Avena strigosa Scheib), aveia-branca (Avena sativa L.), azevém (Lolium multiflorum Lam.), serradela nativa [Ornithopus micranthus (Benth.) Arechavaleta] e de vegetação espontânea e com solo desnudo (testemunha). Quanto ao rendimento de grãos, houve interação entre sistemas de cobertura de solo e estações de crescimento. Nas três estações de crescimento, somente o arroz cultivado em sucessão à leguminosa serradela nativa apresentou rendimento de grãos similar ao obtido no sistema de cultivo convencional. Por outro lado, o arroz cultivado em sucessão ao azevém foi o único a apresentar rendimento de grãos inferior em relação ao sistema de cultivo convencional nas três estações de crescimento.

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A necessidade de frio de seis cultivares de pessegueiro [Prunus persica (L.) Batsch] foi estudada em plantas de um e dois anos, em vasos, submetidas a 150; 300; 450 e 600 horas a 2ºC, e em ramos coletados periodicamente em plantas sob condições de frio natural, a campo. Considerando os resultados obtidos nos dois experimentos, estima-se que a necessidade de frio de 'Precocinho' é em torno de 300 horas a 2ºC, equivalente a 150 unidades de frio (UF) pelo modelo de Utah, ou próxima a 200 horas abaixo de 12ºC; para 'Eldorado' e 'Rio grandense', em 450 horas a 2ºC (225 UF) ou 365 horas abaixo de 12ºC; para 'BR-1', em 450 horas a 2ºC (225 UF) ou 418 horas abaixo de 12ºC; e para 'Planalto' e 'Della Nona', acima de 600 horas a 2ºC (>300 UF). Não foi possível estabelecer a necessidade de frio abaixo de 12ºC para 'Della Nona'.

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Foram estudados casos espontâneos de intoxicação crônica por samambaia (Pteridium aquilinum) em bovinos nas formas clinicopatológicas de carcinoma de células escamosas (CCE) no trato alimentar superior (TAS) e de hematúria enzoótica bovina (HEB), provenientes da Mesorregião Centro Ocidental Rio-Grandense e encaminhados ao Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria. Para o estudo clínico foram avaliados os sinais clínicos de bovinos com CCEs no TAS e com HEB e realizados hemogramas na fase terminal da doença. Os principais sinais clínicos nos bovinos com CCEs no TAS foram emagrecimento progressivo, atonia ruminal, tosse, disfagia, timpanismo e regurgitação. Nos bovinos com HEB, hematúria foi o principal sinal, observado em todos os casos, seguido de emagrecimento progressivo. No exame hematológico, 33,33% dos bovinos com CCEs no TAS e 66,67% dos bovinos com HEB apresentaram anemia arregenerativa. Alterações no leucograma ocorreram em alguns casos, mas linfopenia foi um achado infreqüente em ambas as formas de intoxicação. Para o estudo morfológico, foram avaliadas as bexigas de 46 bovinos com CCEs no TAS e de 11 bovinos com HEB. Macroscopicamente, 16/46 bexigas dos casos de CCEs no TAS apresentaram alterações macroscópicas, que consistiam nódulos vermelhos ou pálidos, hemorragia e papilomas; urina vermelha foi observada na necropsia de apenas três casos). Nos casos de HEB, os achados macroscópicos vesicais foram nódulos vermelhos, massas neoplásicas focalmente extensas, urina vermelha, papilomas, hemorragias e ruptura de bexiga; pielonefrite e hidronefrose foram observados em poucos casos. Histologicamente, 44/46 (95,65%) bexigas de bovinos com CCEs no TAS apresentaram 22 tipos diferentes de alterações morfológicas, que foram classificadas em alterações neoplásicas (5/22) e alterações não-neoplásicas (17/22); essas últimas foram divididas em alterações epiteliais não-neoplásicas (6/17), alterações gerais na lâmina própria (6/22) e alterações inflamatórias (5/17). Os achados histológicos das bexigas dos casos de HEB foram classificados da mesma forma, resultando em 19 tipos diferentes de alterações morfológicas. Dessas, 5/19 eram alterações neoplásicas e 14/20, alterações não-neoplásicas (9/14 alterações epiteliais não neoplásicas, 3/14 alterações gerais na lâmina própria e 2/14 alterações inflamatórias). Na HEB, os neoplasmas mesenquimais foram mais freqüentemente observados que os epiteliais, e a maior parte era maligna. A técnica de imuno-histoquímica foi utilizada para caracterizar os aspectos morfológicos, principalmente dos neoplasmas. Através do estudo morfológico concluiu-se que é muito freqüente a ocorrência de lesões vesicais em bovinos com a forma crônica de CCEs no TAS e que essas lesões são idênticas às encontradas nos bovinos com HEB.

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Diversas espécies de Senecio estão amplamente difundidas nas pastagens de propriedades rurais do Sul do Brasil. Criadores dessa região relatam quedas nos índices reprodutivos dos rebanhos bovinos, muitas vezes de causas não determinadas. Várias plantas tóxicas são capazes de causar alterações reprodutivas diretas e indiretas em bovinos em diversos países, incluindo o Brasil, no entanto seus mecanismos patogenéticos ainda são pouco compreendidos. O objetivo desse trabalho é descrever lesões ovarianas em vacas com seneciose crônica proveniente de propriedades rurais da mesorregião Sudoeste Rio-grandense. Foram estudados 21 casos positivos de seneciose crônica diagnosticados entre 2011 e 2014. O estudo revelou que a seneciose crônica é a principal causa de morte de bovinos adultos na região. Quatro vacas prenhes apresentaram lesões hepáticas clássicas da intoxicação por Senecio spp. Essas vacas tiveram seus ovários avaliados histologicamente e células luteínicas grandes (CLG) desses ovários apresentavam megalocitose e pseudoinclusões nucleares. Algumas CLG apresentaram núcleos com até 23,69μm de diâmetro e o aumento no tamanho desses núcleos foi significativamente maior que os de vacas controle. Conclui-se que a intoxicação por Senecio spp. causa alterações ovarianas em vacas e é possível que a intoxicação cause perdas reprodutivas nos rebanhos bovinas da região.

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Ao longo de dois séculos, os remeiros contribuíram para a formação e o desenvolvimento do sistema econômico regional no Médio São Francisco. Por sua importância social, foram mencionados por viajantes e técnicos em seus relatos sobre a região. Mas o trabalho, as crenças, a posição social dos remeiros podem ser conhecidos também por intermédio da literatura de ficção: estão presentes no conto e no romance regionalistas. Assim, utilizamos essas fontes para dar continuidade ao nosso trabalho de interpretação iniciado no livro Navegantes da integração: os remeiros do rio São Francisco, no qual utilizamos sobretudo o recurso metodológico de entrevistas. No presente artigo, os relatos e a literatura de ficção são confrontados com as informações do livro acima mencionado.