21 resultados para Impotência
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
OBJETIVOS: descrever a impotência no pós-operatório de cirurgia cardíaca quanto a freqüência, intensidade, características definidoras e comparar a impotência em pacientes em pós-operatório de cirurgias de válvula (VAL) e de coronária (RM). MÉTODO: a presença de impotência foi definida pela análise de entrevistas de 75 pacientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca (60% em pós-operatório de RM e 40% de VAL). RESULTADOS: 44 (58,7%) pacientes apresentaram impotência. Não houve diferenças quanto a freqüência (p=0,84) e intensidade (p=0,73) de impotência entre os pós-operados de VAL e os de RM. As características definidoras mais freqüentes nos pacientes com impotência foram: "expressões verbais relativas à falta de controle ou de influências sobre uma situação" (77,3%), "dúvida para planejar o futuro e estabelecer objetivos" (75,0%), "expressão de dúvida acerca do desempenho de papéis" (63,6%) e "expressões de insatisfação e frustração pela inabilidade no desempenho de tarefas e/ou atividades pessoais" (56,8%).
Resumo:
O conhecimento teórico-conceitual que sustenta cada diagnóstico de enfermagem ainda está pouco desenvolvido. No entanto, os diagnósticos de enfermagem só terão significado se olharmos para cada diagnóstico como um conceito que denota um fenômeno. Além de familiaridade com o processo diagnóstico, a enfermeira precisa dispor-se a explorar conceitualmente os diagnósticos potencialmente freqüentes na sua prática clínica. Nesse contexto, a diferenciação entre o diagnóstico de sentimento de impotência e outros diagnósticos pode ser extremamente difícil. Este artigo apresenta uma análise teórica sobre as relações do diagnóstico de sentimento de impotência com outros conceitos que pode ser útil para a aplicação clínica desse diagnóstico.
Resumo:
O objetivo deste artigo é relatar a construção de um instrumento para medir o sentimento de impotência em pacientes adultos internados. Para a construção deste instrumento, utilizamos procedimentos teóricos, empíricos e analíticos (estatísticos) com base na psicometria. O instrumento foi testado com 210 pacientes para seleção de itens, confiabilidade e validade e ficou constituído por 12 itens com três domínios: capacidade de realizar comportamento (alfa=0,845), percepção da capacidade de tomar decisões (alfa=0,834); e resposta emocional ao controle das situações (alfa=0,578). O alfa total foi de 0,799. Estimativas de validade de critério foram obtidas por associação entre o instrumento desenvolvido e uma afirmação geral sobre a percepção de controle (p<0,000). O instrumento de Medida do Sentimento de Impotência para pacientes adultos servirá de base para avaliar esse diagnóstico de enfermagem, definir e apreciar intervenções clínicas.
Resumo:
OBJETIVO: Investigar situações, atitudes e comportamentos dos coordenadores pedagógicos das escolas municipais de ensino fundamental relacionados ao uso indevido de substâncias psicoativas. MÉTODOS: Estudo realizado na cidade de São Paulo, em 2002. As informações foram colhidas por meio de entrevista semi-estruturada, com oito informantes-chave locados em setor administrativo e com experiência de coordenação pedagógica. Foi realizada a análise qualitativa de conteúdo, com o referencial etnográfico. RESULTADOS: A idéia da transmissão de conhecimentos como base da prevenção permeia a maioria dos discursos, entretanto, os coordenadores relataram sentirem-se mal informados. As atitudes mais freqüentes frente ao usuário de drogas são de impotência e paralisia e algumas vezes, repressora. Elas são motivadas pelo desconhecimento e medo devido à associação entre usuário e marginalidade. Nas situações indiretamente associadas ao abuso de drogas (problemas familiares e de comportamento) foram relatadas atitudes mais compreensivas e inclusivas, compatível com práticas do paradigma da redução de danos. CONCLUSÕES: Uma capacitação teórica dos educadores para uma prática preventiva teria a função de ratificar aquela desenvolvida a partir da sua vivência na escola com as situações (in)diretamente associadas ao abuso de drogas. Conseqüentemente, os tornaria mais seguros nas suas intervenções de redução de danos ou risco com os usuários.
Resumo:
OBJETIVO:Descrever formas de violência externa e indireta que afetam a saúde mental de trabalhadores de programa de saúde da família, bem como as estratégias desenvolvidas pelos trabalhadores para viabilizar seu trabalho e se proteger psicologicamente. MÉTODOS: Estudo qualitativo do processo de trabalho no Programa Saúde da Família, realizado nos municípios de São Paulo, Ribeirão Preto e Embu (SP), em 2005. Foi utilizada a abordagem teórica da psicodinâmica do trabalho, que propõe a criação de grupos de reflexão com os trabalhadores. Buscou-se identificar aspectos subjetivos do trabalho, situações de sofrimento psíquico e estratégias utilizadas pelos trabalhadores para lidar com o sofrimento e continuar a trabalhar. RESULTADOS: A organização do trabalho no Programa expôs os trabalhadores a: situações de violência, por vezes invisível; sentimentos de impotência frente às situações de precariedade; não-reconhecimento dos esforços realizados; falta de fronteiras entre aspectos profissionais e pessoais; convívio intenso com situações de violência doméstica e social; medo do risco de exposição; sensação de integridade moral e física ameaçadas e temor de represália. Foram observadas situações de sofrimento psíquico decorrente da violência no trabalho, intensificados no Programa Saúde da Família pelo convívio cotidiano com situações de violência que geram medo e sentimento de vulnerabilidade. CONCLUSÕES: As repercussões psicológicas geradas pela violência no trabalho, nem sempre expressas sob a forma de transtornos psíquicos, foram observadas em situações de elevado sofrimento. Os trabalhadores desenvolvem estratégias para minimizar esse sofrimento, se protegem psiquicamente e continuam a trabalhar; buscam construir redes de solidariedade e de proteção com a população visando à diminuição da vulnerabilidade. Aprendem, na experiência acumulada, a detectar situações de risco evitando aquelas que acreditam serem ameaçadoras.
Resumo:
Realizou-se revisão sistemática da literatura publicada entre 1990 e 2006 com metodologia qualitativa sobre a perspectiva de familiares de pessoas com anorexia e bulimia nervosa. Após revisão crítica dos artigos e metassíntese, utilizou-se a abordagem meta-etnográfica para analisar e sintetizar os dados. O processo de interpretação empregado foi a reciprocal translation. Dentre 3.415 estudos, nove atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Dois conceitos emergiram: reconhecimento da doença e repercussões da doença. Na reorganização familiar, o sentimento de impotência foi predominante. Os resultados indicam a presença de distorções sobre os conceitos da doença associadas a um comprometimento familiar, que modifica a comunicação, atitudes e comportamentos dentro de um contexto de impotência.
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OBJETIVO: Compreender as vivências de enfermeiros no atendimento a mulheres que sofreram violência sexual. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo clínico-qualitativo em que foram entrevistados seis enfermeiros de um serviço de assistência a mulheres vítimas de violência sexual em Campinas, SP, no período de abril a maio de 2007. Utilizou-se a técnica da entrevista semidirigida de questões abertas. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo com base no referencial psicodinâmico. Foram produzidas categorias analíticas: o que pensam, o que sentem, como agem e como reagem ao trabalho com vítimas de violência sexual. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Os entrevistados indicaram o acolhimento como fundamental na assistência humanizada e no estabelecimento de vínculo com a cliente. Foram relatados sentimentos como medo, insegurança, impotência, ambivalência, angústia e ansiedade, que acarretam alterações de comportamento e interferem na vida pessoal, como também sentimentos de satisfação e realização profissionais. A capacitação técnica e atividades que visam o apoio psicológico foram citadas como estratégias que podem ajudar nesse tipo de atendimento. CONCLUSÕES: Mesmo diante de sentimentos como impotência, medo e revolta, a percepção de alívio pelo dever cumprido e a satisfação pessoal dos enfermeiros em ter ajudado essas mulheres parecem se sobrepor aos demais sentimentos, como forma de gratificação. O desejo de "fugir" do atendimento e a vontade de dar o melhor de si ocorrem simultaneamente e são utilizados mecanismos internos no sentido de minimizar a dor e o sofrimento.
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OBJETIVO: Compreender como enfermeiras da Estratégia Saúde da Família vivem a superposição de atribuições e construção da autonomia técnica. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Pesquisa qualitativa realizada com 22 enfermeiras em Recife, PE, entre agosto de 2005 e novembro de 2006. A partir de avaliação da gerência (acesso geográfico, conflitos na equipe, entre equipe e distrito, entre equipe e comunidade e violência pública na área), em cada um dos seis distritos sanitários foram selecionadas quatro equipes. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas. Os principais temas no roteiro referiram-se a expectativas e relevância do trabalho, organização e processo de trabalho e sentimentos sobre as práticas. Os resultados foram interpretados sob a perspectiva do burnout. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Foi recorrente a opinião das enfermeiras sobre número excessivo de famílias, suporte organizacional insuficiente e pressões advindas de demandas insatisfeitas dos usuários. A sobreposição de assistência e administração provocou sobrecarga, gerando ansiedade, impotência, frustração e sentimento de ser injustiçada na divisão de tarefas na equipe. A dimensão clínica da prática motivou insegurança de natureza técnica e ética, além de satisfação pelo poder e prestígio conquistados pela categoria profissional. A formação médica especializada representou um obstáculo para concretizar a interdependência da autonomia e responsabilidade. Foram relatados estresse, insatisfação, adoecimento físico e mental, reconhecimento da relevância do trabalho e importância do próprio desempenho e baixo envolvimento laboral. CONCLUSÕES: Diante da falta de expectativa de mudanças em curto prazo, a sobreposição de baixa realização profissional e esgotamento provocam atitudes negativas, indicando a importância da promoção da saúde para ampliar a possibilidade de interferência e mudança nas condições de trabalho.
Resumo:
OBJETIVO: Esta revisão da literatura tem como objetivo verificar a prevalência e os fatores de risco do parto traumático e do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) relacionado com o parto. MÉTODOS: Foi realizada uma pesquisa nos bancos de dados PubMed e BIREME, com as expressões "traumatic birth", "traumatic delivery", "postpartum posttraumatic stress disorder", "childbirth", "stress disorder" e avaliados estudos de 1994 a 2009. RESULTADOS: Três estudos qualitativos e quatro quantitativos sobre o parto traumático mostram que sua prevalência varia de 21,4% a 34% e que a mulher apresenta, durante o trabalho de parto ou o parto, medo intenso de sua morte ou do bebê, além de impotência, desamparo e horror. O parto traumático está relacionado a partos dolorosos, com procedimentos obstétricos de urgência e com assistência inadequada da equipe de saúde. Quanto ao TEPT relacionado com o parto, foram encontrados um estudo qualitativo e doze quantitativos e sua prevalência variou de 1,3% a 5,9%. Mulheres que apresentaram sintomas dissociativos ou emoções negativas no parto, que tiveram eventos traumáticos prévios, depressão na gestação e que tiveram pouco suporte social e pouco apoio da equipe de saúde são as mais vulneráveis para TEPT pós-parto. CONCLUSÃO: O parto traumático, apesar de pouco conhecido, não é um evento raro e traz consequências negativas para a vida da mulher, podendo inclusive ser sucedido de TEPT. A equipe de saúde que assiste mulheres no periparto deve estar preparada para prevenir e identificar esses casos.
Resumo:
Ocorrências iatrogênicas com medicação na UTI são eventos indesejáveis que exigem pronta intervenção do enfermeiro. Opresente estudo foi realizado com os seguintes objetivos:- verificar a conduta dos enfermeiros diante de uma ocorrência commedicação, identificar os sentimentos vividos nessas situações e caracterizar os fatores relacionados a esses eventos. Pormeio de um questionário respondido por 148 enfermeiros de UTI (76,7%) de 7 hospitais do Município de São Paulo, nosanos de 1997 e 1998, os dados foram obtidos e analisados segundo freqüência absoluta e percentual. Os resultados permitiramconcluir que as condutas mais citadas incluíram: comunicar o fato ao médico (31,7%), intensificar os controles (26,5%) ecomunicar a chefia de enfermagem (13,5%). Ansiedade, impotência e culpa foram sentimentos mais apontados com38,1%, 14,6% e 12,3%, respectivamente. O fator relacionado às ocorrências mais freqüente foi a displicência do funcionário(23,1%). Quanto à vivência desse tipo de ocorrência, a maior porcentagem (43,2%) referiu ter vivido situação semelhanteraras vezes.
Resumo:
O estudo identificou os tipos de suporte social oferecido pelo parceiro sexual da mulher com câncer de mama e verificou como este apoio é percebido por eles. Participaram do estudo nove parceiros de mulheres nessa condição. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e submetidos à análise de conteúdo. Os parceiros se perceberam como importantes elementos de suporte social para as suas esposas oferecendo afeto, estímulo ao auto cuidado e auxílio nos afazeres domésticos. Revelaram dificuldades enfrentadas ao oferecer suporte social as quais estavam relacionadas à esfera sexual, aos canais de comunicação, à sensação de impotência e insegurança para lidar com as implicações do diagnóstico e reorganizar as atividades domésticas.
Resumo:
Este artigo apresenta os fundamentos metodológicos que norteiam a construção de instrumentos para avaliação de variáveis psicossociais. Descreve os pólos teórico, empírico ou experimental e analítico e exemplifica o pólo teórico com a experiência do desenvolvimento de um instrumento para avaliar o sentimento de impotência, como um diagnóstico de enfermagem. Os procedimentos mais árduos na construção de medidas são os do pólo teórico. Exigem desenvolver a sensibilidade teórica, exercitando-a num constante ir e vir entre o mais concreto e o mais abstrato; exige desenvolver a tolerância à ambigüidade, sem abandonar o exame das evidências.
Resumo:
O estudo objetivou compreender os significados da experiência da dor em mulheres que sofreram infarto do miocárdio e identificar as suas ações imediatas diante da mesma. A pesquisa qualitativa utilizou a teoria do Interacionismo Simbólico e a metodologia da Teoria Fundamentada nos Dados. Quarenta e três mulheres foram entrevistadas em Hospital Universitário. A categoria central que expressou o sentido da experiência foi "Tendo uma ruptura com a vida cotidiana". As categorias que revelaram essa ruptura mostraram que diante da dor crescente as mulheres se sentiram dominadas e com medo de morrer, pois perderam o controle pessoal sobre o corpo e a vida. Não reconheceram o infarto e resistiram, a princípio, à procura de atendimento, fazendo tentativas para minorar a dor. Interagindo com a dor insuportável e com a impotência no seu controle, pediram a salvação Divina, ajuda às pessoas e recorreram a tratamento médico.
Resumo:
No momento atual, passamos por transição paradigmática em relação a como compreendemos Saúde e Cuidado. O modelo biomédico vem sendo substituído por uma visão integral do homem e, na assistência, privilegia-se a promoção de saúde e a prevenção de agravos. Entretanto, o discurso da responsabilidade pessoal pela saúde pode construir nos usuários sentimentos como culpa, vergonha, medo e paranóia, e nos profissionais, impotência e frustração. Estes sentimentos atrapalham a relação de vínculo e, com isto, a eficácia do atendimento. O objetivo deste estudo, de natureza teórica, é propor um diálogo entre a Psicologia, com sensibilidade construcionista social, e a Enfermagem, a fim de analisar as possibilidades de cuidado construídas a partir deste. Como alternativa ao discurso da responsabilidade pessoal, propõe-se a responsabilidade relacional e a compreensão de saúde e cuidado dentro do tempo longo, do tempo vivido e do tempo curto.
Resumo:
Este trabalho descreve a experiência de preparação de alunos do primeiro ano da Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp para as visitares domiciliares da disciplina Interação Universidade-Serviço-Comunidade. Docentes de Psicologia e Psiquiatria coordenaram a atividade, realizada com dois grupos de 45 alunos por meio da técnica de sociodrama, que inclui as etapas de aquecimento, dramatização e compartilhamento. Os principais temas trazidos pelos alunos nas dramatizações foram: a) briga e violência; b) miséria e carência; c) desapontamento e desinteresse; d) impotência e fracasso; e) rejeição e desconfiança. Assim, muitas situações temidas e emoções raramente abordadas nos cursos médicos puderam ser vivenciadas e elaboradas em poucas horas. Esta experiência reforça a necessidade de preparar o graduando para entrar em contato com os múltiplos e complexos determinantes do processo saúde-doença e para atuar no cuidado à saúde segundo uma perspectiva interdisciplinar e intersetorial. É fundamental que o aluno tenha uma visão ampliada do paciente inserido na sua família e contexto sociocultural, se dispondo a um trabalho de parceria, colaboração e mútuo aprendizado.