171 resultados para Gestação e HIV-1. Metabolismo glicídico
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
OBJETIVOS: estudar o efeito das drogas anti-retrovirais sobre o metabolismo glicêmico em gestantes portadoras do HIV-1 e a ação dessas medicações sobre o prognóstico perinatal. MÉTODOS: estudo prospectivo realizado em 57 gestantes divididas em três grupos: grupo AZT, utilizando zidovudina (n=20); grupo TT, utilizando zidovudina+lamivudina+nelfinavir (n=25), e grupo controle, gestantes normais (n=12). Obteve-se a área sob a curva (ASC) das glicemias após teste oral de tolerância à glicose com 75 g de glicose em quatro oportunidades durante a gravidez (1º=14-20 semanas, 2º=21-26 semanas, 3º=27-32 semanas e 4º=33-38 semanas). O prognóstico perinatal levou em consideração as taxas de prematuridade, restrição de crescimento intra-útero (RCIU), baixo peso ao nascer, mortalidade perinatal e transmissão vertical do HIV-1. Os dados foram analisados utilizando-se os testes não paramétricos do c², de Friedman e de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: os valores da mediana da ASC foi de 11.685 mg/dL-2h para o grupo controle, 13.477 mg/dL-2h para o grupo AZT e 13.650 mg/dL-2h para o grupo TT (p=0,049). Não se observou efeito deletério dos anti-retrovirais sobre as taxas de prematuridade, baixo peso ao nascer, RCIU e índices de Apgar. Não houve nenhum caso de transmissão vertical do HIV-1. CONCLUSÕES: verificou-se o desenvolvimento de intolerância glicêmica em gestantes que utilizaram tratamento tríplice, não sendo observado naquelas que utilizaram apenas AZT. Não houve efeitos deletérios dos anti-retrovirais sobre o prognóstico perinatal.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar a ação de drogas anti-retrovirais sobre o metabolismo glicídico e sobre o pâncreas de ratas Wistar prenhes. MÉTODOS: estudo com ratas prenhes adultas da raça Wistar, pesando entre 200-230 g. Foram testadas a azidotimidina, lamivudina e o nelfinavir, em doses 10 vezes superiores à dose utilizada em gestantes. Foram avaliados sete grupos, contendo 10 ratas por grupo, incluindo o controle. O sacrifício foi realizado no 21º dia de prenhez. Procederam-se a dosagens de glicemia, insulina, glucagon, ácidos graxos livres (AGL) e glicogênio hepático. Para avaliação de lesão pancreática, optou-se pela contagem direta do número de células produtoras de insulina e glucagon marcadas por imuno-histoquímica. Os dados foram analisados pelo teste t de Student, sendo comparados os animais dos grupos controle e tratados. RESULTADOS: após 21 dias de prenhez houve elevação dos níveis séricos de glucagon (grupo controle: 88,2 pg/ml; grupos tratados: 99,7 a 120,7 pg/ml ) e redução dos níveis de insulina (grupo controle: 6,2 miUI/ml; grupos tratados: 2,1 a 2,7 miUI/ml) em todos os grupos tratados com anti-retrovirais. Não houve diferenças significativas nos valores plasmáticos de glicemia, AGL e valores de glicogênio hepático ao final dos 21 dias de prenhez. Não houve diferença quanto ao número de células pancreáticas produtoras de insulina e glucagon entre os grupos tratados e o grupo controle ao final dos 21 dias de prenhez. CONCLUSÕES: os fármacos anti-retrovirais utilizados durante a prenhez de ratas não infectadas alteram o metabolismo glicídico materno em grau leve causando queda de insulina e elevação do glucagon, com índices glicêmicos normais e número de células pancreáticas inalterado.
Resumo:
OBJETIVO: avaliar a proliferação de células T e a produção de citocinas em gestantes infectadas pelo HIV-1 e seu impacto na replicação viral in vitro. MÉTODOS: sangue periférico de 12 gestantes infectadas pelo HIV-1 e de seus neonatos, bem como de 10 gestantes HIV-1 negativas, foi colhido e a quantidade de linfócitos TCD4+ e TCD8+ periféricos foi avaliada por citometria de fluxo. Para obter plasma ou células mononucleares periféricas (PBMC), as amostras foram centrifugadas na ausência ou presença de um gradiente de Ficoll-Hypaque, respectivamente. As PBMC foram mantidas em cultura por sete dias na presença de fito-hemaglutinina mais IL-2 recombinante e a resposta linfoproliferativa de células T foi analisada pelo método de exclusão em azul de Trypan. Em alguns experimentos, as culturas foram mantidas na presença adicional de anticorpo anti-IL-10. Os plasmas e sobrenadantes das culturas de PBMC ativadas foram submetidos à análise da produção de citocinas, pelo método ELISA indireto, e a carga viral, detectada pelo RT-PCR. RESULTADOS: independente da carga viral plasmática, a resposta linfoproliferativa em culturas de células obtidas de gestantes infectadas pelo HIV foi inferior às amostras normais [4,2±0,37 vs 2,4±0,56 (x 10(6)) células/mL; p<0.005]. Tanto em gestantes normais quanto em pacientes com cargas virais baixas, os níveis de IL-10 foram mais elevados que os das gestantes com elevada replicação viral (9.790±3.224 vs 1.256±350 pg/mL; p=0.002). Níveis elevados de TNF-alfa no soro (7.200±2.440 vs 510±476 pg/mL) e nas culturas de células (21.350±15.230 vs 1.256±350 pg/mL) correlacionaram-se à carga viral plasmática elevada e a infecção neonatal. O bloqueio da IL-10 endógena com anticorpos anti-IL-10 aumentou a replicação do HIV-1 em cultura de células. CONCLUSÃO: nossos resultados sugerem que a IL-10 exerce influência negativa na replicação viral, o que provavelmente contribui para reduzir o risco de infecção vertical.
Resumo:
A redução da transmissão vertical (TV) do vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) utilizando a profilaxia com a zidovudina (AZT) representa significativo avanço na assistência pré-natal e obstétrica destas pacientes. Condutas obstétricas invasivas são contra-indicadas em gestantes portadoras do HIV-1, em face do risco de aumento da taxa de TV deste vírus. Os autores relatam um caso de polidrâmnio recorrente em gestante portadora do HIV-1, que exigiu drenagem por amniocentese. Foram realizadas quatro punções ao longo da gestação, na 23ª, 26ª, 27ª e 29ª semanas, todas guiadas por ultra-sonografia, drenando, respectivamente, 1.800, 1.450, 1.700 e 1.960 mL de líquido amniótico claro em cada punção. Com 30 semanas e 5 dias de gestação a paciente apresentou trabalho de parto pré-termo, evoluindo para parto vaginal de recém-nato (RN) pesando 1.690 g e medindo 43 cm. O RN evoluiu com diagnóstico de nefropatia perdedora de sódio, tendo três aferições de reação em cadeia de polimerase para HIV-1 negativas. Os autores ilustram uma opção no manejo de situações que envolvam gestantes portadoras do HIV-1 que necessitem de procedimentos obstétricos invasivos, utilizando AZT endovenoso (2 mg/kg) previamente ao procedimento, medida que apresentou excelente resultado no caso descrito, evitando a infecção perinatal pelo HIV-1.
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalência dos subtipos do HIV-1 e analisar fatores associados. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com amostra de conveniência de 80 pacientes adultos HIV-positivos atendidos em serviço especializado em DST/Aids em Canoas, RS, no período de julho de 2008 a janeiro de 2009. A determinação dos subtipos do HIV foi realizada por amplificação de fragmento do genoma viral pela reação em cadeia da polimerase seguida do seqüenciamento dos fragmentos amplificados. Variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais foram coletadas em questionário estruturado. Foi realizada análise estatística univariada utilizando os testes de qui-quadrado e t de Student. RESULTADOS: Foi observada uma prevalência maior do subtipo C (43,8%; IC 95%: 32,9;54,6), seguida pelo CRF31_BC (35,0%; IC 95%: 24,6;45,5) e subtipos B (18,8%; IC 95%: 10,2;27,3) e F (2,4%; IC 95%: 0;5,9). Outros subtipos de HIV-1 não foram observados. Pacientes infectados com CRF31_BC apresentaram diagnóstico mais recente do que os pacientes infectados com o subtipo B (p < 0,05). Observou-se também maior freqüência de co-infecção com outros vírus (hepatites B e C e T-linfotrópicos humanos) nos indivíduos portadores do CRF31_BC do que nos demais subtipos. Com relação aos aspectos sociodemográficos, não foram observadas diferenças na distribuição dos subtipos e formas recombinantes quanto ao sexo e práticas sexuais. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos indicam uma freqüência maior do subtipo C e do CRF31_BC nesse centro urbano do sul do Brasil, com possíveis vias de transmissão diferentes.
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OBJECTIVE: To evaluate the growth parameters in infants who were born to HIV-1-infected mothers. METHODS: The study was a longitudinal evaluation of the z-scores for the weight-for-age (WAZ), weight-for-length (WLZ) and length-for-age (LAZ) data collected from a cohort. A total of 97 non-infected and 33 HIV-infected infants born to HIV-1-infected mothers in Belo Horizonte, Southeastern Brazil, between 1995 and 2003 was studied. The average follow-up period for the infected and non-infected children was 15.8 months (variation: 6.8 to 18.0 months) and 14.3 months (variation: 6.3 to 18.6 months), respectively. A mixed-effects linear regression model was used and was fitted using a restricted maximum likelihood. RESULTS: There was an observed decrease over time in the WAZ, LAZ and WLZ among the infected infants. At six months of age, the mean differences in the WAZ, LAZ and WLZ between the HIV-infected and non-infected infants were 1.02, 0.59, and 0.63 standard deviations, respectively. At 12 months, the mean differences in the WAZ, LAZ and WLZ between the HIV-infected and non-infected infants were 1.15, 1.01, and 0.87 standard deviations, respectively. CONCLUSIONS: The precocious and increasing deterioration of the HIV-infected infants' anthropometric indicators demonstrates the importance of the early identification of HIV-infected infants who are at nutritional risk and the importance of the continuous assessment of nutritional interventions for these infants.
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O objetivo desta comunicação foi descrever a detecção de coexistência de variantes HIV-1 com inserções de dois aminoácidos entre os códons 69 e 70 da transcriptase reversa. Tais variantes foram isoladas de paciente do sexo masculino, 16 anos de idade, em tratamento no interior do estado de São Paulo. Após confirmação de falha terapêutica, foi realizado teste de resistência a antirretrovirais, a partir do qual foram detectadas duas variantes contendo inserções dos aminoácidos Ser-Gly/Ser-Ala no códon 69 da transcriptase reversa, além da mutação T69S. Tais inserções possuem baixa prevalência, não foram relatadas em caráter de coexistência no Brasil e estão relacionadas com a resistência a múltiplas drogas, tornando o achado relevante do ponto de vista epidemiológico.
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Amostras de soro de grupos populacionais dos Estados do Pará e Goiás, coletados entre 1974 e 1980, foram testadas (ELISA, imunofluorescência e immunoblot) para a presença de anticorpos contra o vírus da imunodeficiência humana tipo-1 (HIV-1). O objetivo principal foi de se mapear epidemiologicamente a ocorrência deste vírus em um período anterior a detecção da presente epidemia. Quatro amostras dos índios Xicrin foram positivas pelo teste de ELISA, porém não foram confirmadas pelos demais testes. Os resultados negativos sugerem a ausência de circulação do HIV-1, nos grupos testados, no período pré-1980.
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Several cases of primary HIV-1 infection are not identified, either because the diagnosis is not suspected or because they test negative for HIV-1 antibody. This work presents an uncommon case of primary HIV-1 infection in an young parenteral drug abuser man, who presented symptoms of acute hepatitis. During the initial acute phase the serum sample of the patient tested negative for the presence of antibodies against several viruses, including HIV-1. Nevertheless, the diagnosis of primary HIV-1 infection was suspected by using an alternative method for"in vitro" induced antibody production (IVIAP), and confirmed by p24 antigen serum positivity and seroconversion in serial plasma samples of the patient. The authors suggest the use of the IVIAP and others complementary assays to help the diagnosis of acute HIV-1 infection in persons at high risk conditions.
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Human immunodeficiency virus (HIV-1)-infected subjects with acquired immunodeficiency syndrome (AIDS) are often infected with multiple pathogens. In particular, HTLV-I and HTLV-II infections have been found more frequently in AIDS patients than in asymptomatic individuals in Europe and Japan. We carried out a serosurvey among asymptomatic HIV-1-infected subjects in São Paulo, Brazil and compared our results with those of other investigators. In this study, we found HTLV infection in 1.5% of 266 asymptomatic and 14% of 28 AIDS patients. Epidemiological data obtained from patients pointed out the use of intravenous drugs as the principal risk factor for acquiring retroviruses. In conclusion, our results are in accordance with other studies done in Brazil and elsewhere where the principal risk group for HIV/HTLV-I/II coinfection was IDU
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The MN strain of HIV-1 is known to be more prevalent in Brazil, the BRU strain is more prevalent in Europe, and the NDK strain in Africa. It has been suggested in the literature to include different strains in the same vaccine against HIV-1. To contribute to the studies for the development of a universal vaccine, the occurrence of antibodies (Ab) against three HIV-1 strains (MN, BRU and NDK) was determined in serum samples from 85 HIV-1-positive patients, adult volunteers seen at the University Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto-USP. One-hundred tissue culture infective unit (TCIU) of the viruses reacted with serial dilutions of the sera (2x) and with MT4 cells added at a final concentration of 0.3 × 106 cells/ml, and a cytopathic effect was observed on the 7th and 11th days of incubation. Titres of less than 1/50 were considered to be negative. In 129 tests, the sera were negative for one of the three strains: 40 for MN, 29 for BRU and 60 for NDK. There was a predominance of strains MN and BRU, most of them presenting titres from 1/50 to 1/200. Titres for NDK were detected in 25 sera. We conclude that there seems to be a predominance of strains MN and BRU among the individuals from the region tested; however, the detection of sera with positive NKD titres indicates the need for further studies of this strain in other populations and regions of Brazil
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The objective of the present study was to determine the prevalence of certain mycoplasma species, i.e., Mycoplasma hominis, Ureaplasma urealyticum and Mycoplasma penetrans, in urethral swabs from HIV-1 infected patients compared to swabs from a control group. Mycoplasmas were detected by routine culture techniques and by the Polymerase Chain Reaction (PCR) technique, using 16SrRNA generic primers of conserved region and Mycoplasma penetrans specific primers. The positivity rates obtained with the two methods were comparable. Nevertheless, PCR was more sensitive, while the culture techniques allowed the quantification of the isolates. The results showed no significant difference (p < 0.05) in positivity rates between the methods used for mycoplasma detection.
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It has been reported that production of IL-2 and IFN-g, known as T-helper type 1 cytokines, by peripheral mononuclear cells (PBMC) decreases with progression of HIV infection. In contrast, IL-4 and IL-10 production, Th2 cytokine profile, increases with HIV disease progression. PBMC were evaluated from 55 HIV-infected subjects from Divisão de Imunologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, to "in vitro" cytokines production after 24 hours of stimulation with PHA. Low levels of IL-4 production in both HIV- infected patients and normal subjects, were detected. The patients with CD4+ T cell counts <200 showed a significant decrease of IL-2 and IFN-g production compared to controls. Patients with higher counts of CD4+ T cells (either between 200-500 or >500 cells/mm3) also showed decreased production of IL-2 that was not statistically significant. There was a correlation between IL-2 and IFN-g release with CD4+ T cells counts. HIV-1-infected individuals with CD4+ T cells >500 cells/mm3 showed increased levels of IL-2 and IFN-g, than individuals with CD4+ T cells <500 cells/mm3. In conclusion, we observed a decline of IL-2 and IFN-g production at advanced HIV disease. IL-4 production was not affected during HIV infection. Taken together, these findings suggest that the cytokine profile might be influenced by the HIV infection rather than the cause of disease progression.