20 resultados para Educação física Brasil
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
Neste texto problematiza-se o enraizamento escolar da educação fÃsica, cotejando-se dois momentos históricos importantes da educação: um em Minas Gerais (a reforma do ensino de 1906) e o outro no Brasil (os novos ordenamentos legais). Ancorado em procedimentos da história cultural da educação, indica-se que a educação fÃsica, no princÃpio do século XX, foi inicialmente representada como recurso de regeneração da raça e de preparação para o trabalho, contribuindo para o projeto social republicano. Ao final do século, novas maneiras de representar a educação e a sociedade colocam desafios para a permanência da educação fÃsica nas práticas escolares, e neste artigo defende-se sua inserção como área do conhecimento responsável pela escolarização da cultura corporal de movimento.
Resumo:
O presente ensaio analisa o processo de construção das teorias pedagógicas da educação fÃsica no Brasil, buscando demonstrar como elas refletem a concepção e o significado humano de corpo engendrados na e pela sociedade moderna. O texto apresenta as teorias pedagógicas que no âmbito da educação fÃsica se colocam numa perspectiva crÃtica em relação aos usos e aos significados atribuÃdos pela sociedade capitalista à s práticas corporais. E, finalmente, problematiza a possibilidade de estarmos diante de uma ruptura da visão moderna de corpo, refletindo sobre os desafios que essa transição coloca para a educação/educação fÃsica.
Resumo:
Atualmente, duas coalizões lutam pela melhoria da qualidade da educação no Brasil: a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e o Todos pela Educação. Essas duas coalizões diferenciam-se dos movimentos históricos por sua capacidade de agregar atores provenientes de instituições governamentais e não governamentais, de diversos nÃveis, que possuem valores e crenças comuns em uma aliança única, aproximando-se do conceito de coalizões advocatórias proposto por Sabatier e Jenkins-Smith (1993). Apesar da bandeira comum, elas possuem origens, composições, metas e formas de atuação completamente diferentes - a relação com o governo é um dos pontos que mais as diferencia. O lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), com uma das medidas intitulada "Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação", gerou questionamentos com relação à similaridade dos nomes entre um plano de governo e uma das coalizões. Neste artigo, apresentaremos as duas coalizões e a relação de ambas com o governo, utilizando o PDE como estudo de caso.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o nÃvel de ruÃdo no ambiente de trabalho do professor de educação fÃsica durante as aulas de ciclismo indoor e sua associação com alguns aspectos da saúde. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido com 15 professores de educação fÃsica de diferentes academias de ginástica, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 2007. As caracterÃsticas do processo e da organização do trabalho e as queixas de saúde relatadas pelos professores foram coletadas por meio de questionário padronizado. Para verificação dos transtornos psiquiátricos menores foi usado o SRQ-20 (Self-Report Questionnaire). As medidas de pressão sonora foram realizadas em um aparelho portátil. O nÃvel de pressão foi medido em dB(A) no nÃvel equivalente de energia em diferentes pontos da sala e momentos da aula. As análises estatÃsticas utilizadas foram a ANOVA, o qui-quadrado e a correlação de Pearson. RESULTADOS: Os nÃveis de pressão sonora variaram entre 74,4 dB(A) e 101,6 dB(A). Os valores médios encontrados durante as aulas foram: a) aquecimento (média= 88,45 dB(A)); b) parte principal (média= 95,86 dB(A)); e, fechamento (média= 85,12 dB(A)). O ruÃdo de fundo apresentou o valor médio de 66,89 dB(A). Houve diferenças significativas (p<0,001) entre os valores médios de ruÃdo de fundo e as fases da aula. O ruÃdo não se correlacionou aos transtornos psiquiátricos menores. CONCLUSÕES: Os profissionais de educação fÃsica que trabalham com ciclismo indoor estão sujeitos a nÃveis elevados de pressão sonora em suas aulas. Este agente fÃsico tem sido associado a diversos problemas de saúde e, portanto, requerer um controle mais amplo.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a intensidade e a duração dos esforços fÃsicos em aulas de Educação FÃsica no ensino fundamental e médio. MÉTODOS: Estudo transversal de base escolar por meio de observação de 218 aulas de Educação FÃsica, incluindo um total de 272 estudantes (avaliados três vezes cada um). O estudo foi realizado em Pelotas, RS, de agosto a setembro de 2009. Para a intensidade dos esforços, foram utilizados acelerômetros e adotados os pontos de corte (em counts por minuto): atividades sedentárias (0 a 100), leves (101 a 2.000), moderadas (2.001 a 4.999), vigorosas (5.000 a 7.999) e muito vigorosas (> 8.000). RESULTADOS: O tempo médio de duração das aulas foi de 35,6 minutos (dp 6,0). A proporção média de tempo das aulas em atividades fÃsicas de intensidade moderada a vigorosa foi de 32,7% (dp 25,2). Os meninos (44,1%) envolveram-se significativamente mais em atividades fÃsicas moderadas a vigorosas do que as meninas (21,0%; p < 0,01). Estudantes que se envolvem em atividade fÃsica fora das aulas tiveram maior participação em atividades fÃsicas moderadas a vigorosas nas aulas de Educação FÃsica. CONCLUSÕES: Além de o tempo da aula de Educação FÃsica ser reduzido, os estudantes praticam atividades fÃsicas de intensidade moderada a vigorosa um terço da aula, com pouca contribuição significativa para o nÃvel de atividade fÃsica dos estudantes.
Resumo:
OBJETIVO: Caracterizar práticas alimentares e possÃveis fatores de risco associados a transtornos do comportamento alimentar entre estudantes de Educação FÃsica em uma universidade pública do municÃpio do Rio de Janeiro. MÉTODO: Estudo seccional, elegendo-se como população-alvo um segmento de risco para o surgimento de transtornos alimentares. Foram aplicados os questionários Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE), Eating Attitudes Test (EAT-26), Body Shape Questionnaire (BSQ) e uma variável que considera os dois instrumentos associados. RESULTADOS: Detectou-se resultado positivo em 6,9% (IC95%: 3,6-11,7%) no EAT-26. No BITE, para sintomas elevados e gravidade intensa, foram encontradas prevalências de 5% (IC95%: 2,4-9,5%) e 2,5% (IC95%: 0,7-6,3%), respectivamente. Constatou-se que 26,29% das estudantes apresentavam comportamento alimentar anormal. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo indicam que se deve atentar para comportamentos alimentares de risco nesse grupo, justificando-se um olhar diferenciado em relação a esses futuros educadores.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a QV de professores de educação fÃsica. MÉTODO: Quantitativo e de corte transversal. Uma amostra de 200 professores preencheu voluntariamente o termo de consentimento, o questionário sociodemográfico e o MOS (SF-36). Foi aplicado o teste não paramétrico da mediana de Mood, com 95% de confiabilidade. RESULTADOS: Os domÃnios que tiveram associação significativa com o sexo foram dor, capacidade funcional e saúde mental. As dimensões correlacionadas com a idade foram a capacidade funcional e os aspectos fÃsicos. CONCLUSÃO: A presença de quadra na escola foi um fator positivo para a QV dos professores, ao contrário do tempo de docência.
Estudo comparativo do perfil pró-aterosclerótico de estudantes de Medicina e de Educação FÃsica
Resumo:
FUNDAMENTO: Estudos recentes indicam forte associação entre inatividade fÃsica, baixo nÃvel de condicionamento cardiorrespiratório e presença de fatores de risco cardiovascular. OBJETIVO: Comparar o nÃvel de atividade fÃsica, o nÃvel de condicionamento cardiorrespiratório e o risco cardiovascular entre estudantes de medicina e de educação fÃsica. MÉTODOS: Em uma primeira etapa aplicou-se o International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) para quantificar a atividade fÃsica em 126 alunos dos 7os e 8os perÃodos dos cursos de educação fÃsica e medicina. Em uma segunda etapa, selecionou-se, por intermédio de randomização, 40 alunos, 20 de cada curso, para avaliação de fatores de risco cardiovascular e avaliação do condicionamento cardiorrespiratório. Foram mensurados: 1) pressão arterial; 2) Ãndice de massa corpórea (IMC); 3) percentual de gordura (bioimpedância elétrica); 4) circunferência de cintura (CC); 5) testes bioquÃmicos laboratoriais; e 6) condicionamento cardiorrespiratório (Teste de Kline). RESULTADOS: Comparando estudantes de medicina a estudantes de educação fÃsica, respectivamente, foi observada maior frequência de indivÃduos apresentando: baixo nÃvel de atividade fÃsica (55% vs 15,0%; p = 0,008); pré-hipertensão pela PAS (80% vs 25,0%; p = 0,000) e pela PAD (45% vs 5,0%; p = 0,003); sobrepeso (50% vs 10,0%; p = 0,006); circunferência de cintura aumentada (25% vs 0,0%; p = 0,017); colesterol total elevado (165 ± 28 vs 142 ± 28 mg/dl; p = 0,015); LDLc elevado (99 ± 27 vs 81 ± 23 mg/dl; p = 0,026); glicemia elevada (81 ± 8,0 vs 75 ± 7,0 mg/dl; p = 0,013); menor condicionamento cardiorrespiratório (48 ± 8,0 vs 56 ± 7,0 ml/kg/min; p = 0,001). CONCLUSÃO: Estudantes de medicina apresentam menor quantitativo de prática de atividade fÃsica, menor nÃvel de condicionamento cardiorrespiratório e maior frequência dos fatores de risco cardiovascular, comparados aos de educação fÃsica.
Resumo:
A incontinência urinária (IU) é vista como um problema que afeta mulheres mais velhas e multÃparas. Pouca atenção tem sido dada para identificá-la em grupos mais jovens ou nulÃparas. Este estudo verificou a prevalência da IU e as caracterÃsticas da perda urinária entre mulheres jovens e nulÃparas, estudantes de Educação FÃsica. Os dados foram coletados através de um questionário. Dentre 95 estudantes, 61,1% responderam ao questionário. A idade média foi 21,4 anos e 20,7% afirmaram já ter apresentado perda involuntária de urina. Em 75% dos casos a perda de urina ocorreu durante as atividades esportivas. As estudantes que tiveram perda urinária quantificaram, em média, o problema com a nota 2,3 (variando de 0 a 6), sendo 0 nenhum problema e 10, problema grave. Conclui-se que a perda urinária durante o exercÃcio, embora seja relativamente freqüente, não é considerada um problema relevante para as estudantes de Educação FÃsica.
Resumo:
Orientado pela teoria das relações de gênero, este artigo examina as principais leis, planos e programas federais que especificam as diretrizes nacionais das polÃticas públicas de educação no Brasil. Entre os documentos privilegiados para análise destacam-se a Constituição Federal (CF/1988), a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996), o Plano Nacional de Educação (PNE/2001) e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCN/1997). Mostramos que adotar a ótica de gênero para a análise dessas polÃticas permite avaliar como elas podem facilitar ou dificultar a aquisição de padrões democráticos, uma vez que a polÃtica educacional não tem um papel neutro, dissociado de preconceitos, entre os quais destacamos o de gênero.
Resumo:
As correntes teóricas que conhecemos sob os rótulos de pós-estruturalismo e de pós-modernismo influenciaram profundamente, como sabemos, as teorizações e as pesquisas em diversos campos das ciências sociais e humanas nos últimos anos; uma influência que tem sido igualmente considerável na pesquisa em educação no Brasil. Os efeitos combinados dessas correntes, sintetizados talvez na chamada "virada lingüÃstica", expressam-se naquilo que se convencionou chamar de "teorias pós-crÃticas em educação". Em seu conjunto, essas teorias utilizam uma série de ferramentas conceituais, de operações analÃticas e de processos investigativos que as destacam tanto das teorias tradicionais como das teorias crÃticas que as precederam. Este artigo discute os efeitos dessas teorias sobre a pesquisa educacional brasileira. Traçando uma espécie de esboço de um mapa do campo dos estudos pós-crÃticos em educação no Brasil, este artigo mostra o inÃcio das discussões pós-crÃticas no campo educacional brasileiro, discute as principais temáticas exploradas por essas pesquisas e indica os principais traçados por elas efetuados, descrevendo as expansões, as fraturas, as conquistas e as aberturas produzidas no campo educacional brasileiro.
Resumo:
Neste texto focalizamos a crise da Educação FÃsica, situando-a na crise pela qual passa a modernidade. Destacamos, inicialmente, o embate entre razão e corpo (racionalidade e sensibilidade), argumentando que tal dicotomia é causa central da crise. A seguir, procuramos distinguir os aspectos identitários do oblato e do trânsfuga, com base em considerações de Ricardo Vieira, aplicando essa distinção à dicotomia mente/corpo. Em um terceiro momento, ressaltamos a importância do trabalho docente para o aprofundamento do processo de formação do professor de Educação FÃsica. Por fim, apresentamos e analisamos, com base em nossas experiências acadêmicas e profissionais, exemplos de reais situações do trabalho docente, relacionando-as à falta de identidade epistemológica que afeta a profissão docente, assim como à s perspectivas do oblato e do trânsfuga. Destacamos, ainda, desafios a serem superados pelos professores da disciplina escolar no contÃnuo processo de autoformação, insistindo no ponto de vista de que a maior compreensão do trabalho docente pode favorecer tal processo.
Resumo:
Levantamento das informações fornecidas pelos programas de pós-graduação em educação no perÃodo 2000-2009, disponÃveis no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NÃvel Superior, revela a progressiva substituição dos estudos sobre planejamento educacional por estudos sobre gestão e avaliação. Confronta-se esse "esvaziamento" com a "fertilidade" dos anos 1970/1980, analisando fontes utilizadas e conteúdos trabalhados nos mestrados em educação da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas. Nas considerações fi nais, afi rma-se que esse "esvaziamento" foi simultâneo à desagregação do sistema de planejamento brasileiro, ocorrida nos anos de 1990, e sugere retomar aqueles estudos, a partir das últimas Conferências Nacionais de Educação e das dificuldades de aprovação pelo Congresso Nacional dos planos nacionais de educação por elas propostos.