376 resultados para Ecossistemas - Mata Atlântica
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
O conhecimento das formas de húmus permite a caracterização de ecossistemas primários, bem como dos interferidos. Dentro desta perspectiva, pretendeu-se identificar as formas de húmus, estudando-se os horizontes holorgânicos em relação às variáveis do solo mineral, em três áreas de Mata Atlântica de Tabuleiros do norte do Espírito Santo: duas matas primárias, a Mata Alta e a Mata de Córrego, e uma mata secundária, resultante do corte e da queima da vegetação há mais de 40 anos (Capoeira Queimada). Na Mata Alta, encontrou-se um mull mesotrófico tropical, caracterizado por uma rápida decomposição dos aportes foliares dos horizontes holorgânicos e por uma percentagem de saturação por bases em torno de 50-70% no horizonte hemiorgânico. A Mata de Córrego teve a estrutura do seu perfil húmico alterado em comparação com a Mata Alta, ou seja, verificou-se maior acúmulo nas camadas holorgânicas, representando menor velocidade na decomposição, como o oligotrofismo do solo mineral (V%: 14-35%). Estes resultados levaram à classificação da forma de húmus na Mata de Córrego como um mull oligotrófico. Na Capoeira Queimada, o estoque dos horizontes holorgânicos foi de 2 t ha-1 maior que na Mata Alta, com o desenvolvimento esporádico da camada F2. No horizonte A1, porém, o estoque de matéria orgânica foi inferior e observou-se, igualmente, uma percentagem de saturação por bases menor (30-56%), indicando que o ciclo de carbono e de nutrientes ainda não foi restabelecido. A forma de húmus da Capoeira Queimada foi classificada como mull mesotrófico.
Resumo:
A compreensão da dinâmica da matéria orgânica (MO) nos ecossistemas de Mata Atlântica é necessária para o manejo eficiente e conservação de vegetações nativas. A natureza química das substâncias húmicas (SHs) reflete os processos de gênese e uso do solo e pode ser usada como indicador da qualidade da MO. O objetivo deste estudo foi usar a qualidade da MO como sinalizador do ambiente edáfico em áreas de mata nativa, sobre Gleissolo Háplico Tb distrófico, argissólico e Cambissolo Háplico Tb distrófico, e em plantios abandonados de eucalipto de diferentes idades, sobre Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico latossólico, localizados na Reserva Biológica União, RJ. Para isso, foram avaliadas as distribuições da MO humificada e os ácidos húmicos do solo por meio de métodos químicos e espectroscópicos, em duas profundidades do solo (0-0,10 e 0,10-0,20 m). Os solos da Reserva Biológica apresentaram fertilidade natural muito baixa, condição esta limitante para o processo de humificação. As SHs representaram, portanto, menos de 50 % do carbono prontamente oxidável, indicando que as substâncias não-húmicas compõem a maior parte da MO; portanto, a serrapilheira tem o papel central na nutrição das plantas e microrganismos. A distribuição relativa das frações que compõem a MO humificada não foi alterada pela cobertura vegetal nem pela classe de solo. Os ácidos húmicos apresentaram natureza química semelhante à normalmente encontrada para os ácidos fúlvicos, e tais características foram expressas no baixo conteúdo de C e nos elevados valores das razões H/C e O/C e da acidez, o que levou à formação de material humificado pouco condensado.A espectroscopia de infravermelho indicou o efeito do tipo de solo e da cobertura vegetal sobre a qualidade química dos ácidos húmicos. O material humificado isolado da Mata Atlântica apresentou maior intensidade de fluorescência, sugerindo maior labilidade e capacidade de ceder elétrons para reações químicas do solo.
Resumo:
No intuito de contribuir para o estudo da biodiversidade em um bioma importante como é a Mata Atlântica, algumas considerações são feitas dentro da visão pedológica. Enfoca-se a questão dos diversos fatores que podem influir nesta biodiversidade, como, por exemplo, a profundidade do solo, que pode variar a curtas distâncias. Questiona-se a visão conservacionista tradicional de proibir o uso dos solos com relevo acidentado, especialmente para a agricultura familiar. A água, os nutrientes e a radiação solar são apontados como os fatores básicos de funcionamento dos ecossistemas. Com base nas informações pedológicas, foi possível separar dez grandes ambientes que podem permitir melhor compreensão dos ecossistemas que compõem a Mata Atlântica. Em cada ambiente estratificado são comentadas suas principais características quanto aos nutrientes e à água e são feitas observações gerais quanto ao uso, à instabilidade e à sua importância ecológica.
Resumo:
Durante os meses de março e abril de 2007 foi verificada a presença do gênero Toxorhynchites (Diptera, Culicidae) em fragmentos de Mata Atlântica no município de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. No experimento foram utilizadas 500 armadilhas de oviposição. Registrando-se, pela primeira vez na região de Viçosa o gênero Toxorhynchites, sendo as espécies T. pusillus (Costa Lima, 193 1) e T. theobaldi (Dyar & Knab, 1906) encontradas pela primeira vez no Estado de Minas Gerais. As espécies relatadas como primeiro registro e sua distribuição são citadas e discutidas.
Resumo:
Apresentam-se resultados obtidos com observações em área adjacente a ambiente primitivo representado pela mata atlântica da planície. Focalizam-se as espécies Aedes scapularis, Anopheles bellator, An. cruzii e Culex sacchettae. A dispersão foi estudada com a utilização de hospedeiro único e que assim permitiu o reconhecimento dos mosquitos pela identificação do sangue ingerido. A freqüência ao ambiente humano foi observada mediante a realização de coletas com aspiração e utilização de isca humana, no peridomicílio e na mata circunjacente. Ae. scapularis revelou acentuada capacidade de dispersão apetente, bem como permanência no ambiente domiciliar. Os anofelinos Kerteszia mostraram tendência ao abandono desse meio e capacidade de retorno pós-prandial ao ambiente florestal primitivo. O Cx. sacchettae, juntamente com as outras três espécies, revelou freqüência regular "a isca humana no peridomicílio. A estimativa do índice alimentar ("feeding index") para Ae. scapularis mostrou preferência por animais de grande porte, principalmente bovinos. Considera-se que no mecanismo de domiciliação, desses mosquitos, a presença de fontes sangüíneas, representada por número significante de animais domésticos de grande porte, constitui fator de atração para populações de mosquitos silvestres existentes na mata adjacente. Destes, aqueles que tendem a permanecer no ambiente humano, após a realização do repasto sanguíneo, assumem particular significado na transmissão de agentes infecciosos, destacando Ae. scapularis e Cx. sacchettae.
Resumo:
Pela primeira vez é registrada a presença do Aedes albopictus em remanescentes de Mata Atlântica, localizada em área urbana em Recife (Pernambuco, Brasil). As coletas foram realizadas em isca humana e em criadouros de formas jovens (ocos de árvores, bambus, bromélias e pneu). A presença de Ae. albopictus na região metropolitana do Recife representa um risco potencial do inter-relacionamento dessa espécie de mosquito com a população.
Resumo:
Como os trabalhos sobre Culicidae em Santa Catarina foram restritos a anofelíneos e a Culex quinquefasciatus, pela ocorrência, no passado, de malária e de filariose, a fauna de mosquitos em áreas de mata é pouco conhecida. Assim, foi realizado um levantamento dos culicídeos que atacam o homem pela manhã em trilha situada numa unidade de conservação da Mata Atlântica na Ilha de Santa Catarina, freqüentada por estudantes e turistas. Foram coletados 358 exemplares de 22 espécies, das quais 14 são relatadas pela primeira vez no Estado. Runchomyia reversa e Ochlerotatus scapularis foram as espécies predominantes, com grande diversidade de espécies de Wyeomyia (Phoniomyia).
Resumo:
O autor analisa as informações eco-epidemiológicas disponíveis sobre arbovírus patogênicos para o homem na região da Mata Atlântica do Estado de São Paulo, propondo, a partir das mesmas, os presumíveis ciclos de transmissão desses agentes.
Resumo:
Foi realizada uma investigação sobre a distribuição da fauna flebotomínica em 4 fragmentos da Mata Atlântica na Região Metropolitana do Recife. Consistiu na captura de insetos adultos com auxilio de armadilhas luminosas CDC. 1.173 espécimes distribuídos em 11 espécies de Lutzomyia: Lutzomyia evandroi, Lutzomyia choti, Lutzomyia walkeri, Lutzomyia umbratilis, Lutzomyia brasiliensis, Lutzomyia sordellii, Lutzomyia claustrei, Lutzomyia wellcomei, Lutzomyia fluviatilis, Lutzomyia furcata e Lutzomyia aragaoi.
Resumo:
Com o objetivo analisar a distribuição espacial e temporal de casos de malária autóctone, segundo: densidade parasitária, sintomas e atividade por ocasião da infecção. Foi feito estudo descritivo retrospectivo de 1985 a 2006, nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela. Os dados foram obtidos na ficha de investigação epidemiológica da Superintendência de Controle de Endemias e Sistema de Informação de Notificação de Agravos à Saúde. Dos 83 casos, 77% eram do sexo masculino. São Sebastião e Caraguatatuba apresentaram maior número de casos. Os indivíduos mais acometidos encontraram-se em idade produtiva com Plasmodium vivax, e densidade parasitária de um parasita a cada dois ou mais campos microscópicos. Lazer foi a atividade mais exercida pelos pacientes por ocasião da infecção. Os principais sintomas foram febre, cefaléia, sudorese e mialgia. Foram registrados 4 indivíduos assintomáticos. Esses dados devem contribuir para a melhoria das ações de descentralização do controle da malária na região considerando-a na suspeita clínica e/ou epidemiológica, laboratório de referência e recursos humanos treinados para o diagnóstico e tratamentos adequados.
Resumo:
INTRODUCTION: The presence of American cutaneous leishmaniasis (ACL) in the communities of the Campus FIOCRUZ Mata Atlântica (CFMA) in the City of Rio de Janeiro initiated the investigation of the Phlebotominae fauna in the Atlantic Forest to determine the occurrence of putative ACL vectors associated with the enzootic cycle. METHODS: For 24 consecutive months, sand flies were captured inside the forest and in the border area near the communities. RESULTS: The following sand fly species were identified: Brumptomyia brumpti, Brumptomyia cunhai, Brumptomyia nitzulescui, Lutzomyia edwardsi, Lutzomyia pelloni, and Lutzomyia quinquefer. Other identified sand fly vectors, such as Lutzomyia intermedia (the predominant species), Lutzomyia migonei, Lutzomyia whitmani, Lutzomyia fischeri, and Lutzomyia hirsuta hirsuta, are associated with ACL transmission, and the vector for American visceral leishmaniases (AVL), Lutzomyia longipalpis, was also found. CONCLUSIONS: All sand fly vectors were found in both studied environments except for Lutzomyia whitmani, which was only identified in the forest. This study represents the first identification of Lutzomyia longipalpis in the CFMA, and the epidemiological implications are discussed.
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During two consecutive years, from January 1985 to December 1986, a comparative study of mosquitoes preferences for breeding habitat was carried out in the Atlantic Forest of the Serra do Mar, Paraná State, Brazil. To achieve it, 1875 bamboo internodes aligned vertically in live green, bamboo plants Merostachys speciosa Munro and Merostachys sp. were used, in which metabolic water was exuded from the plant itself, and presenting different size/pattern holes at their lateral walls, bored by the local sylvan fauna. Another group of 1200 individual internode traps was used as comparative element, carved out with a transversal cut by a saw, filled with local stream water and held in branches at different heights in the vegetal strata nearby. At both microhabitat types, a total of 17 culicid species was registered. Culex (Microculex) neglectus Lutz, 1904, Cx. (Carrollia) soperi Antunes & Lane, 1937, Sabethes (Sabethes) batesi Lane & Cerqueira, 1942 and Sa. (Sabethinus) melanonymphe (Dyar, 1924)colonized exclusively live plant internodes, while Culex (Microculex) elongatus Rozeboom & Lane, 1950, Cx. (Carrollia) iridescens (Lutz, 1905), Cx. (Carrollia) kompi Valencia,1973and Trichoprosopon (Trichoprosopon) soaresi Dyar & Knab, 1907 bred only in internode traps. The remaining nine species colonized both habitats indistinctly. Quantitatively, was detected the abundance of 60.1% at live green internodes, against 39.9% for internode traps. Concerning the different patterns of bored live internode holes, 40.3% of the total computed specimens were collected in square or rectangular holes, 31.9% in two hole internodes, one minute circular, the other wider, and the remaining 28.8% of specimens distributed in other pattern type internodes. The mosquitoes breeding at these microhabitats fall in the culicid entomofauna specialized at locating and detecting peculiar and propitious mesogen conditions for breeding purposes.
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From October 1995 to January 1996 Aedes (Ochlerotatus) scapularis (Rondani, 1948) was studied in a small area of the Atlantic Forest, Serra do Marumbi, Morretes, Paraná, Brazil. Adults were captured with Shannon light traps for 48 nights, representing 12 nights for seven time intervals. Traps were operated from dusk to dawn. The influences on flight activity of the lunar phase, ambient temperature, relative humidity, and rainfall were analyzed. Ae. scapularis had a flight behaviour different in each of the four lunar phases. In relation to flight period, the species showed higher activity during the first three lunar intervals. Among the climatic variables, temperature and relative humidity positively influenced flight activity during the night.
Resumo:
Six new species of Trichomyia from Atlantic rain forest of Bahia, northeastern Brazil, are described: T. itabunensis, T. onorei, T. queirozi, T. silvatica, T. sulbaianensis and T. teimosensis. The first two have palpi with four segments, similar to the other Neotropical species. The other four species have palpi with three segments, similar to other species with wide world distribution.
Resumo:
Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1894) larvae were recorded for the first time in the internodes of bamboo cuts found in the Atlantic Forest in the State of Paraná, Brazil. The bamboo, Bambusa sp., was introduced in the area of Imbucuí-Mirim town, across the municipal district of Paranaguá and towards the interior of the Atlantic Forest. A total of 251 larvae of Aedes albopictus (37.9%), Culex (Microculex) spp. (13.9%), Limatus durhami Theobald, 1901 (39.8%), Toxorhynchites sp. (0.4%) and Wyeomyia spp. (8.0%) were collected from bamboo internodes filled with rain and from the terrestrial Bromeliaceae and epiphytas found near the bamboo bushes. Aedes albopictus was found in bamboo internodes containing 30 to 254 ml of rain, sometimes coexisting with Li. durhami. Borders of forest ecosystems should be characterized as risk areas for arbovirosis transmission, since they sustain the circulation of vertebrates and arthropodal hematophagus, not only in the wild but also in the anthropic areas.