68 resultados para Contador de histórias
em Scielo Saúde Pública - SP
Resumo:
A Revista de Antropologia, especialmente em sua primeira fase, publicou predominantemente estudos de etnologia. Faço aqui um rápido levantamento desse período inicial, sugerindo que esses estudos apresentam boas pistas para se escrever uma história da etnologia no Brasil. Lembro também que o jubileu da Revista coincidiria com o 90º aniversário de seu criador, Egon Schaden.
Resumo:
OBJETIVO: Embora sejam freqüentes os estudos epidemiológicos trazendo informações ocupacionais obtidas em entrevistas com familiares de trabalhadores, há poucos trabalhos analisando a validade dessas informações, sendo nenhum deles realizados em países em desenvolvimento. Objetivou-se estudar a validade do uso de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários em estudos epidemiológicos, pela análise de concordância entre histórias ocupacionais obtidas em entrevistas independentes com os próprios trabalhadores e seus familiares. MÉTODOS: A história ocupacional de trabalhadores, residentes no Município de Botucatu, SP, em 1998, foi obtida por entrevistas com os próprios trabalhadores e com os familiares próximos. Calcularam-se a sensibilidade e a especificidade das informações ocupacionais dos familiares, considerando-se "padrão-ouro" a informação do trabalhador. Avaliou-se a concordância dos pares de informação pelo coeficiente Kappa. RESULTADOS: Foram entrevistados 2.163 pares trabalhador/familiar. A sensibilidade da informação ocupacional dos familiares variou entre 77,5% (IC95%; 64,6% -- 90,4%) e 98,9% (97,3% -- 100,0%), enquanto a especificidade variou entre 96,9% (96,0% -- 97,7%) e 99,9% (99,7% -- 100,0%). O coeficiente Kappa para a concordância da informação ocupação principal, segundo as duas fontes, foi de 0,86 (0,85 -- 0,88). CONCLUSÕES: A utilização de informações ocupacionais obtidas de informantes secundários, se tratadas como variáveis categóricas, tem validade. Utilizando-se informações relativas a tempos acumulados de trabalho, concluiu-se que informantes secundários subestimam os tempos de exposição quando comparados com os próprios trabalhadores.
Resumo:
OBJETIVO: (Re)conhecer o significado da perda fetal para mulheres que vivenciaram a experiência, a partir da compreensão do processo de gravidez, com base em seus relatos. MÉTODOS: Pesquisa de análise qualitativa com base nas histórias de sete mulheres que vivenciaram a experiência de perda fetal, no município de Arujá, SP, no período de julho de 1998 a junho de 1999. As mulheres foram identificadas a partir de atestados de óbito de nascidos mortos no período de estudo, obtidos no Cartório de Registro Civil de Arujá. Como procedimentos metodológicos, foram utilizadas a técnica de história oral para a coleta de dados e a técnica de análise de conteúdo do material coletado. As entrevistas realizadas foram gravadas e transcritas integralmente, e posteriormente recortadas para análise. RESULTADOS: Os achados foram analisados, contemplando dois momentos: o contexto circunstancial da gravidez e o impacto após a perda, adotando-se categorias temáticas específicas. A primeira parte aborda a percepção da gravidez, a notícia da vinda do bebê, os problemas de saúde até a perda e o atendimento do serviço de saúde. O significado da perda do bebê para as mulheres desse estudo foi evidenciado por três eixos centrais: perda de parte dela, fatalidade atribuída ao divino e mudanças de atitude perante a vida. A rede social de apoio a essas mulheres foi constituída sobre dois pilares: a família e a igreja, sendo praticamente inexistente o apoio de serviços de saúde. Ao final, todas elas expressaram a vontade de viver, a necessidade de trabalhar, de estudar e, até mesmo, de ter nova gravidez. CONCLUSÕES: Faz-se necessária uma mudança de paradigma nessa missão de atender pessoas; é preciso humanizar o atendimento nos serviços de saúde. Ficou muito evidente a necessidade do acompanhamento de usuárias de serviços de saúde que tiveram uma perda fetal, por uma equipe multiprofissional. Foi evidenciada, também, a importância de uma rede de apoio para mulheres que vivenciam esse problema.
Resumo:
Este texto contém o relato de uma experiência prática, de pesquisa, utilizando-se a teoria e as técnicas de história oral. As autoras apresentam os fundamentos teóricos e metodológicos da técnica, a escolha do tema que focalizou o paciente psiquiátrico e sua relação familiar, o local da pesquisa e a caracterização dos colaboradores. Apresentam cada passo desta metodologia desde a entrevista, leituras, transcrição, limpeza do texto, leitura flutuante, transcriação, identificação do tom vital e das categorias de análise. Finalmente, destacam as categorias subtraídas do relato, comentando os temas referentes a cada uma. A técnica mostrou-se eficaz para apreensão de categorias subjetivas e como fonte de compreensão das relações pessoais e sociais, no cotidiano da enfermagem em saúde mental.
Resumo:
Este estudo teve como objetivo compreender e descrever histórias de vida de mulheres com depressão. A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e a coleta de dados foi realizada em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de São Paulo, por meio de entrevistas, utilizando-se como referencial metodológico a História Oral de Vida. Participaram do estudo seis colaboradoras. Vê-se que a depressão é uma doença vivenciada historicamente. Desse modo, o passado é narrado como sofrido, doloroso e pesado. No presente, a depressão assume todo o espaço e engloba a vida, de forma que ela se torna apenas pano de fundo. A probabilidade de um futuro possível é vislumbrada por algumas das colaboradoras. Assim, este estudo possibilitou compreender que as pessoas têm, nas suas histórias de vida, projetos e necessidades diferentes, e que o plano terapêutico e o cuidado prestado pelo enfermeiro devem ser dirigidos para atender as suas singularidades no mundo.
Resumo:
O estudo teve como objetivo conhecer a experiência de sofrimento de crianças em idade escolar hospitalizadas. Como estratégia metodológica, utilizamos a pesquisa de narrativa e como referencial teórico o Modelo de Sofrimento. Os dados foram coletados com 14 crianças, através de entrevistas semiestruturadas, norteadas pela questão: Me conte a sua história de ter ficado doente e ter vindo para o hospital. Os resultados mostram que os eventos hospitalares compõem a experiência de sofrimento da criança, identificados em cinco categorias para os eventos narrados: conhecendo o sofrimento causado pela doença; tolerando para sobreviver à experiência de doença; relaxando na tolerância para liberar suas emoções; vivendo o sofrimentoe flutuando entre a tolerância e o sofrimento. O sofrimento ou tolerância da criança é determinado pelo contexto da experiência e pelo suporte ou interações que vivencia. Concluímos que oferecer oportunidades para a criança expressar-se e tornar o sofrimento suportável é obrigação da enfermagem.
Resumo:
Este artigo apresenta pesquisa sobre narrativa, experiências de leitura/escrita e memória de professores. Baseado na teoria crítica da cultura e da modernidade, em especial em Walter Benjamin, procura conhecer práticas de leitura e escrita de professores e compreender como foi construída - ao longo de suas trajetórias - sua relação com a escrita e de que forma tal relação influencia a prática escolar. Discute questões de natureza teórico-metodológica; apresenta as etapas da pesquisa, seus desafios e os principais achados, tratando do período exploratório (entrevistas com professores de pré-escola e 1as séries do 1º grau) e da investigação (entrevistas com professores que atuaram nas décadas de 20/30/40 e 50/60); e sintetiza o ensaio que vem sendo feito a partir de acervo de fotografias de situações de leitura e escrita captadas no cotidiano do Rio de Janeiro.
Resumo:
Este artigo analisa processos de construção/reconstrução da identidade negra e suas implicações para a educação, a partir das narrativas e histórias de vida de sujeitos envolvidos em curso de pós-graduação lato sensu sobre "Raça e etnia em educação", desenvolvido em universidade pública brasileira. Três objetivos norteiam o trabalho. De um lado, procura-se avançar subsídios para pensar sobre o multiculturalismo, seus desafios e possibilidades de contribuição para a afirmação identitária a partir da ótica de um marcador adequado - no caso, raça/etnia. De outro, busca-se vislumbrar fatores determinantes na construção da identidade negra, a partir das narrativas dos atores em foco. Por último, tenta-se incorporar o multiculturalismo como estratégia de pesquisa que desafie narrativas dominantes e se construa sobre a pluralidade de vozes e histórias de identidades culturais marginalizadas.
Resumo:
Este artigo discute a inclusão/exclusão de estudantes em salas de aula de química com base em histórias singulares. Essas histórias foram construídas mediante entrevistas, questionários sobre níveis socioeconômico e cultural dos alunos, observação de aulas e dos registros em vídeo de uma seqüência de ensino, em duas escolas de ensino médio de Belo Horizonte. Os dados de uma amostra de alunos são apresentados por meio de contrastes entre pares de estudantes, para evidenciar como foram construídos seus processos de inclusão/exclusão. Esses contrastes consideraram as trajetórias escolares dos alunos, seus pertencimentos étnicos, de classe social e de gênero, assim como, as interações e ações sociais entre alunos e professoras e entre eles mesmos, nos pequenos grupos. Por meio da análise de eventos e das seqüências discursivas pudemos evidenciar que os processos de inclusão/exclusão não estão dados, mas são construídos no dia-a-dia das salas de aulas e estão articulados com os pertencimentos socioculturais do estudantes e com suas trajetórias escolares. Além disso, a inclusão em sala de aula é feita pelo aprendizado, é necessário estabelecer uma relação com o saber que é sempre pessoal, singular e passa pela compreensão de uma linguagem específica e pela construção de oportunidades de ensino-aprendizagem para todos. Nessa construção identificamos como fundamental o papel das professoras, como mediadoras desse processo, seja orientando o trabalho nos pequenos grupos, seja propiciando metodologias diversificadas de ensino-aprendizagem de química.
Resumo:
Narrativas de histórias é uma técnica de gestão do conhecimento para compartilhamento de experiências, pensamentos e valores no ambiente organizacional. O objetivo desta pesquisa foi identificar o emprego de narrativas de histórias para transpor as barreiras que se interpõem ao sucesso de projetos de tecnologia de informação (TI). Como resultado, apresenta-se uma proposta de emprego de narrativas de histórias para facilitar o gerenciamento de projetos na área da TI.
Resumo:
Neste trabalho, partimos de uma história de aprendizagem (HA) já escrita no formato original (segundo desenho originalmente formulado no Centro de Aprendizagem Organizacional do MIT) a qual foi objeto de uma dissertação no Mestrado em Gestão de Conhecimento e Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília. Analisamo-la com o objetivo de evidenciar se a mesma tem impacto na aprendizagem organizacional e se constitui instrumento para a gestão organizacional. Para a análise, utilizamos duas abordagens - a Ontologia da Linguagem de Flores / Echeverría, em uma acepção filosófica do termo "ontologia" (diferente da acepção usual comumente utilizada nas ciências de computação e informação), e a Teoria da Interpretação de Ricoeur - como meio de verificação de evidência de aprendizagem, tanto em nível de primeira ordem, quanto em nível de segunda ordem. Especificamente, os fenômenos observados são declarações de aprendizagem, tipologias conversacionais e fluxos emocionais presentes na narrativa que constitui a HA.