172 resultados para Necessidades de saúde
Resumo:
Este estudo analisa a produção coletiva realizada por um grupo de tutores do curso de especialização a distância "Ativação de processos de mudança na formação superior de profissionais de saúde", sobre cuidado em saúde. A questão debatida foi: como os diferentes sentidos do cuidado devem orientar as práticas do cuidado à saúde num contexto de articulação ensino-serviço-comunidade? Utilizou-se para análise da produção a técnica de análise de conteúdo. As categorias sobre cuidado em saúde foram: ontológica, crítica, reconstrutiva e genealógica. O enfoque central foi uma abordagem do cuidado que extrapola o ato técnico, por meio de pactos, compartilhamento de poderes, parcerias e utilização do método da roda. A formação dos ativadores objetivou contribuir para uma assistência qualificada e comprometida com as necessidades dos usuários. Destaca-se a importância da articulação da academia, enquanto órgão formador, do serviço, como exercício da prática e da comunidade que receberá o cuidado, sob uma nova ótica - centrada no usuário, ou seja, enquanto sujeito participativo e protagonista do processo de produção do cuidado.
Resumo:
Este artigo apresenta uma proposta de discussão e de construção teórico-metodológica sobre o complexo tema dos modelos de cuidados à saúde. Aponta a possibilidade de que esta se efetive na articulação ensino-serviços e a partir da colaboração interdisciplinar e multiprofissional. Desse modo, haveria a construção conjunta para abordagens dos modelos de cuidados. Esta construção seria um dos eixos estruturadores para concretizar as diretrizes curriculares que propõem mudanças na formação (e nas práticas) dos profissionais que atuam na área de saúde. Estas mudanças estariam confluentes às prerrogativas de reorientação do modelo assistencial brasileiro, o SUS, e pautadas na capacitação profissional dirigida às necessidades sociais de saúde do País e que buscam a construção da integralidade no cuidado e na atenção á saúde. Considera-se que um espaço privilegiado para essa discussão/construção é o Programa Docente-Assistencial (PDA) de Florianópolis - espaço de articulação ensino-serviços que possibilita a contínua reflexão sobre os microprocessos de trabalho de seus participantes.
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A homeopatia foi reconhecida como especialidade médica em 1980. Após a criação do SUS, alguns estados e municípios brasileiros começaram a oferecer atendimento homeopático aos usuários dos serviços públicos de saúde. Em 2006, foi editada a Portaria 971, que assegura o acesso à homeopatia a estes usuários, entre outras práticas integrativas e complementares. Diante disto, investigamos as percepções de estudantes dos cursos de Farmácia, Medicina e Odontologia sobre a homeopatia e sua prática no SUS, tendo por fundamento a teoria das representações sociais. Estas representações foram construídas com os seguintes parâmetros: a homeopatia como terapêutica; a relação entre a homeopatia, o SUS e o princípio da integralidade. Os estudantes souberam correlacionar o atendimento integral ao sujeito à compreensão de suas necessidades a partir de sua realidade. Constatou-se desconhecimento sobre os pressupostos teóricos da homeopatia e o não reconhecimento da incorporação da homeopatia no SUS, para a maioria dos estudantes. Pode ser sugerido que a inserção dos futuros profissionais no contexto das atividades em saúde e o acesso a outras racionalidades permitiriam uma escolha mais lúcida de suas práticas profissionais.
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Este estudo analisa artigos publicados em periódicos nacionais que abordam a formação docente em saúde. A metodologia compreende a busca nas bases Lilacs e SciELO, empreendendo-se análise documental no âmbito de uma revisão sistemática da literatura. Das 76 publicações inclusas, a análise foi realizada a partir de: região brasileira, profissão do autor, concentração da produção em periódicos, abordagem de pesquisa e temática abordada nas produções. A produção científica analisada é predominante na Região Sudeste do Brasil (65,7%), tendo como autores, na maioria, enfermeiros (43,3%), com uso da metodologia qualitativa (40,7%) e trazendo como assunto central a graduação (43,4%). A análise evidencia as necessidades dos pesquisadores de compreensão do processo de mudança na área, permitindo delinear diretrizes para a elaboração de um projeto de desenvolvimento docente.
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Este trabalho integra a pesquisa "Ações Básicas de Saúde e a Construção do SUS: Cidadania, Direitos e Políticas Públicas", que questiona, a partir de uma perspectiva sócio-histórica, a Estratégia de Saúde da Família. Discute-se a inclusão/exclusão na Atenção Básica de demandas comunitárias e daquelas referentes a problemáticas não tradicionalmente acolhidas pela saúde, como das pessoas com deficiência ou portadoras de transtorno mental, enfocando-se a ação dos agentes comunitários de saúde (ACS). Destaca-se o papel da formação dos estudantes e a possibilidade de potencializar a integração ensino-serviço para as demandas desses grupos populacionais. Trabalhou-se com três experiências, nas cidades de São Paulo e de São Carlos (SP), buscando definir estratégias para a sensibilização e formação dos ACS para lidar com demandas trazidas pela comunidade. O envolvimento real com a comunidade e a sensibilização/capacitação do ACS acerca das necessidades de grupos populacionais específicos e das demandas sociais para além da saúde básica são estratégias fundamentais para efetivar a noção de responsabilidade territorial em saúde e a real universalização da atenção.
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O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é uma importante estratégia para modificar a formação dos profissionais de saúde e qualificar a Atenção Básica. A Universidade Federal de São Carlos, em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, compreendendo a importância deste programa, elaborou e encaminhou o projeto, contando com representantes dos cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Medicina e Terapia Ocupacional. Como o foco de atuação do projeto é a Estratégia Saúde da Família, é importante integrar alunos de cursos distintos, tutores e preceptores em atividades de ensino, pesquisa e extensão, com foco na excelência, integralidade e resolubilidade das ações para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de São Carlos. Nas Unidades de Saúde da Família estão sendo desenvolvidas atividades regulares dos alunos da graduação; ações para capacitar os preceptores vinculados à Estratégia Saúde da Família; pesquisa voltada à qualificação da Atenção Básica; revisão de protocolos adequados à Atenção Básica e às necessidades do SUS, entre outras atividades de ensino, pesquisa e extensão.
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Como parte do seu projeto de expansão, a Universidade Federal de Viçosa criou um curso de graduação em Medicina que, pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais, busca a inserção precoce dos estudantes na rede de Atenção Básica. A integração da escola ao serviço público, assim como a preocupação com a formação de recursos humanos com senso de responsabilidade social, compromisso com a cidadania e aptos a atender às necessidades concretas da população e operacionalizar o Sistema Único de Saúde estiveram no centro do processo de criação desse curso. A abertura do curso foi autorizada pelo Ministério da Educação e, concomitantemente, foi aprovada a criação de um grupo do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde). Nesse cenário de múltiplos desafios que representa a criação de um novo curso de Medicina em uma universidade pública tradicional, pautado nas DCNs e a partir de um currículo integrado, (re)pensar as experiências iniciais vivenciadas pelos atores sociais protagonistas do PET-Saúde/UFV é o propósito deste relato de experiência.
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Este trabalho relata a experiência de integração ensino-serviço-comunidade vivenciada por membros de equipes de Saúde da Família e graduandos de Medicina e Enfermagem participantes do PET-Saúde da Universidade Estadual de Santa Cruz. A referida integração contextualizou-se com o desenvolvimento do projeto "Unidos contra a dengue", mobilização conjunta da instituição de ensino com o serviço de saúde e a comunidade no combate à dengue no bairro Nossa Senhora da Vitória, Ilhéus-Bahia. O foco das ações desse projeto foram as atividades de educação em saúde, nas quais se empregou preferencialmente metodologias ativas de ensino e aprendizagem. A mobilização contou com a participação expressiva da população das mais diversas faixas etárias. O sucesso do projeto ressalta a importância da implantação de programas como o PET-Saúde, que fortalecem a interação entre ensino-serviço-comunidade - importante para construção de serviços de saúde mais qualificados, capazes de inter-relacionar promoção, prevenção e assistência à saúde, possibilitando ações nessa área mais próximas das reais necessidades do SUS. Com esta experiência, espera-se ter contribuído para a formação de graduandos em saúde e qualificação em serviço de profissionais dessa área mais dispostos a trabalhar de forma integrada e integradora com a comunidade.
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As tecnologias da informação e da comunicação (TICs) têm sido amplamente utilizadas no ensino da saúde. As plataformas usadas para o desenvolvimento do ambiente virtual de ensino (AVE) geralmente apresentam uma linguagem de informática complexa. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um AVE em Histologia voltado para estudantes da área da saúde, disponibilizado na internet com o uso de uma plataforma de uso gratuito e livre. O material elaborado utilizou diferentes TICs, como: animações, vídeos, atlas virtual, aulas virtuais, simulados online e chat. Foi desenvolvido um AVE com uso da plataforma online wordpress.org, que apresentou as seguintes vantagens: fácil manipulação, gerenciamento e atualização do site; interface simples; ampla quantidade de plugins disponíveis, que supriram as necessidades primárias do AVE; e utilização gratuita e livre. Embora esse recurso possa facilitar o aprendizado em Histologia, é preciso avaliar sua efetividade.
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A Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (Unasus) foi instituída para suprir as necessidades de capacitação e educação permanente dos trabalhadores do SUS, facilitando o acesso à formação continuada por meio da educação a distância. Este trabalho relata a experiência de alunos dos cursos de especialização em Saúde da Família e Saúde Materno-Infantil da Unasus, da Universidade Federal do Maranhão, a partir da produção de seus estudos científicos e da contribuição da educação a distância para a transformação das condições de saúde das comunidades em que atuam. Os principais temas estudados abordaram a saúde materno-infantil e constituíram-se em planos de ação, visando ao enfrentamento dos problemas identificados e à defesa da vida saudável como um direito de cidadania e bem público. A educação a distância possibilitou a esses profissionais o acesso à capacitação permanente e a ferramentas que sugerem meios de modificar a formação e execução de políticas na área da saúde.
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem apontam a necessidade de colocar o aluno em contato com o paciente e suas necessidades desde o início do curso médico. A reflexão sobre a realidade por meio da problematização assume papel fundamental, juntamente com uma visão humanística do paciente, conhecendo, entendendo e respeitando a complexidade deste. Assim, este trabalho teve por objetivo investigar como a inserção longitudinal de estudantes de Medicina em cenários comunitários de Atenção Básica à saúde poderia influenciar sua formação. Mediante entrevistas, observou-se que o contato com a comunidade - particularmente em visitas domiciliárias, acompanhando agentes comunitários de saúde - resultou em profundas reflexões sobre a inserção social dos sujeitos como alunos e futuros profissionais.
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Partindo de uma discussão do conceito de saúde-doença, percebe-se que um dos enfoques atuais inclui a percepção do sujeito quanto à sua condição. Porém, a hegemonia de um método clínico que, muitas vezes, não considera esta individualidade levou alguns profissionais a discutir as necessidades de mudanças na abordagem médica. Por meio da discussão do caso relatado, percebemos que a relação médico-paciente influencia direta ou indiretamente a satisfação, o estado de saúde do paciente e a qualidade dos serviços de saúde. O cuidado efetivo requer um olhar atento às reais necessidades do paciente e respeito às suas opiniões sobre o adoecimento, suas percepções e sua cultura. A Medicina Centrada na Pessoa é um método clínico que propõe uma abordagem médica que possibilita o atendimento integral e humanístico e respeita a autonomia das pessoas.
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RESUMO Diante da necessidade da formação voltada para o trabalho em equipe e o desenvolvimento de discussões e construções coletivas nos campos de saberes, estudantes e docentes das diversas áreas da saúde da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul criaram uma proposta de mobilização em busca de uma formação interdisciplinar. O produto final dessa mobilização culminou na criação, pelos estudantes, de uma Carta de Intenções – denominada “Carta Verde” – para mudanças curriculares voltadas à formação interprofissional. Esse nome representa a liberdade e a saúde, no intuito de que, juntas, todas as profissões possam se complementar e produzir saúde desde sua formação. Além disso, horários “verdes” para a participação de projetos, criação de coletivos em saúde e discussões entre as diversas áreas do conhecimento são estratégias para otimizar a formação em equipe dos futuros profissionais. O produto dessa carta pode induzir mudanças curriculares mais efetivas e concretas no que diz respeito à formação interprofissional segundo as atuais necessidades do Sistema Único de Saúde do nosso país.
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RESUMO Este ensaio destaca a importância das competências de comunicação clínica (CCC) nas ciências da saúde. Estas competências podem ser ensinadas, aprendidas e avaliadas, e vários estudos evidenciam para as vantagens de uma formação específica nesta área, potenciando a relação que os profissionais da área da saúde estabelecem com os pacientes, cuidadores informais e equipas de saúde, com resultados melhorados nos indicadores de saúde e cuidados mais humanizados. Confrontados com dificuldades na integração de programas específicos de comunicação nos curricula, assim como um défice no processo de avaliação e feedback estruturado, é crucial um investimento na formação pedagógica e no desenvolvimento curricular. Conscientes da escassez de trabalhos sistemáticos que apontam para um consenso sobre as competências e objetivos de ensino-aprendizagem das CCC, o sub-grupo Core Curriculum do comité de ensino (tEACH) da Associação Europeia de Comunicação em Saúde (EACH) desenvolveu e alcançou um consenso para um currículo nuclear nas diferentes áreas da saúde. Neste contexto, surgiu o Health Professions Core Communication Curriculum – HPCCC, que pode servir como referencial flexível de acordo com as necessidades específicas e contribuir para uma maior sistematização das iniciativas de CCC em saúde em língua portuguesa.
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RESUMO O objetivo do estudo foi analisar, na perspectiva dos coordenadores, as repercussões do PET-Saúde no processo de reforma curricular das escolas de Medicina participantes do Promed. Trata-se de pesquisa qualitativa, com utilização de grupos focais com coordenadores do PET-Saúde de 12 escolas médicas. Foi evidenciado que o PET-Saúde fortaleceu o desenvolvimento curricular, contribuindo especialmente no que diz respeito à consolidação da Atenção Primária como local privilegiado para as práticas de ensino-aprendizagem. As contribuições mais expressivas do PET-Saúde foram relacionadas à produção de conhecimento voltada para as necessidades do SUS e ao fortalecimento da integração ensino-serviço, aspectos que se configuraram como pontos de estrangulamento no contexto do Promed. O PET-Saúde, ao envolver profissionais não docentes (preceptores), acabou contribuindo para a melhoria dos serviços de saúde onde atua, ao capacitar, valorizar e empoderar esses profissionais. O papel do PET-Saúde foi menos enfatizado na pós-graduação e educação permanente voltadas para as necessidades do SUS. A oferta dessas oportunidades educacionais em estreita articulação com o SUS continua sendo um desafio para as políticas de formação profissional na área da saúde.