171 resultados para HIV Infections
Resumo:
O estudo analisa a resposta brasileira em contraste com as metas estabelecidas para a preveno do HIV/Aids pela UNGASS. Analisaram-se pesquisas nacionais, documentos e informaes do Programa Nacional de DST/Aids e dos planos de aes e metas estaduais. O Brasil conta com vrios programas de preveno que atendem s metas da UNGASS propostas para 2005. Incluem o confronto do estigma e da discriminao, o estmulo ao teste anti-HIV, a distribuio de preservativos, a troca de seringas, a abordagem franca da sexualidade nas escolas, a preveno entre trabalhadores do sexo e homossexuais e nos locais de trabalho, que resultaram no crescimento da testagem e do uso do preservativo masculino. Foram discutidos vrios desafios: superar a descontinuidade das aes, especialmente junto a alguns grupos mais vulnerveis; capacitar equipes de preveno; ampliar o monitoramento da qualidade e quantidade das aes de preveno; superar as desigualdades regionais, de raa e de gnero. Concluiu-se que o direito preveno no prioridade nas instncias pblicas de controle social ou nas agendas do movimento social, como tem sido o direito ao melhor tratamento dos portadores do HIV. Para ampliar a efetividade dessas aes, sugere-se compreend-las e pactu-las tendo como referncia a promoo e garantia de direitos humanos, abrindo espaos para o debate tico-poltico no nvel local e nacional.
Resumo:
OBJETIVO: Descrever o papel da experincia sexual no contexto informativo e sociocultural, para o risco de transmisso do HIV/Aids em adolescentes. MTODOS: Aplicou-se um questionrio em 1.386 estudantes do ensino mdio de Santa Catarina, em 2000. O instrumento considerou as seguintes variveis: caractersticas pessoais, experincia sexual, contexto de comunicao e conhecimento sobre a Aids, atitudes quanto ao uso do preservativo, condutas arriscadas e protetoras, e sentimentos. A anlise dos dados envolveu descrio estatstica e anlise relacional (qui-quadrado e testes de diferenas de mdias). RESULTADOS: O desconhecimento da transmisso do HIV esteve relacionado aos amigos como fonte principal de informao (p<0,05). O contexto predominante da relao sexual com penetrao foi o namoro (p<0,001). A proteo da Aids esteve associada a trs fatores: namoro, quantidade de parceiros e sexo seguro (p<0,001). A atitude favorvel ao uso do preservativo foi beneficiada pela conversa sobre sexualidade e a inteno de seu uso (p<0,001). Os obstculos foram: ter tido relao sexual recentemente, presena de condutas arriscadas, problemas de conhecimento e dependncia da televiso como fonte de informao (p<0,005). CONCLUSES: A prtica do sexo seguro depende do contexto informacional do adolescente, da sua atitude em relao ao preservativo e do seu medo diante da epidemia. Prope-se rever a estratgia de preveno por meio de multiplicadores, re-valorizar a famlia como interlocuo e utilizar material informativo apropriado sobre Aids para os adolescentes.
Resumo:
O objetivo do artigo foi propor, a partir da anlise da situao e da interao entre a tuberculose e a Aids, estratgias que minimizem o impacto epidemiolgico de uma doena sobre a outra no Brasil. Analisa-se a maneira como polticas de sade para o controle da epidemia de HIV/Aids - como acesso aos anti-retrovirais, campanhas para o conhecimento precoce da infeco pelo HIV e adeso ao tratamento - impactam as metas de controle da tuberculose. Discutem-se tambm a implementao de aes para preveno do aparecimento de tuberculose no indivduo infectado com HIV, deteco precoce da tuberculose-doena e garantia de adeso ao tratamento. So feitas consideraes sobre o papel que o Brasil pode desempenhar no cenrio global de desenvolvimento de arsenal teraputico e a necessidade de trabalho articulado das reas programticas de tuberculose e de HIV/Aids.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar elementos da vulnerabilidade infeco pelo HIV entre mulheres usurias de drogas injetveis. MTODOS: Foram realizadas 13 entrevistas semi-estruturadas com mulheres usurias (ou ex-usurias) de drogas injetveis, moradoras da Zona Leste do municpio de So Paulo, no ano de 2002. O roteiro das entrevistas abordou quatro eixos temticos: contexto socioeconmico e relaes afetivas, uso de drogas, preveno contra a infeco pelo HIV e cuidados com a sade. As entrevistas foram analisadas por meio de anlise de contedo. RESULTADOS: A pobreza, ausncia de vnculos afetivos slidos e continuados, expulso da casa da famlia de origem e da escola, exposio violncia, institucionalizao, uso de drogas, criminalidade e discriminao foram constantes nos relatos das entrevistadas. Esses elementos dificultaram a adoo de prticas de preveno ao HIV como o uso de preservativos, seringas e agulhas descartveis, e a busca de servios de sade. CONCLUSES: A vulnerabilidade ao HIV evidencia a fragilidade da vivncia efetiva dos direitos sociais, econmicos e culturais, o que demanda polticas voltadas para o bem-estar social de segmentos populacionais especficos como mulheres (crianas e adolescentes), de baixa renda, moradores da periferia, com pouco acesso a recursos educacionais, culturais e de sade. Este acesso dificultado especialmente quelas que so discriminadas por condutas como o uso de drogas.
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OBJETIVO: Analisar as percepes de risco, as estratgias de preveno, sua prpria relao com o uso de drogas e do parceiro e suas expectativas quanto ao futuro relatadas por mulheres vivendo com HIV/Aids parceiras de usurios de drogas. MTODOS: Estudo qualitativo sobre mulheres vivendo com HIV/Aids, atendidas em servio especializado no Municpio de So Paulo. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas a 15 mulheres, cuja via de infeco auto-referida foram as relaes heterossexuais com parceiro usurio de drogas injetveis. O roteiro das entrevistas compreendia: infncia, histria dos relacionamentos amorosos, uso de drogas, impacto da soropositividade no cotidiano, compreenso sobre preveno de infeces sexualmente transmissveis, e viso do futuro. A interpretao das entrevistas foi realizada por meio de anlise de contedo. RESULTADOS: O estudo indicou diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas prprio e do parceiro. O uso de drogas injetveis pelo parceiro no foi, prioritariamente, associado ao risco de infeco por HIV/Aids, seja por estratgias de ocultamento do fato, seja por considerarem que a trade monogamia-fidelidade-confiana teria primazia como forma de proteo. CONCLUSES: A diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas deve ser considerada e oportunidades de fala e escuta sobre a questo podem ser importantes para a adoo de estratgias mais efetivas de preveno e cuidado.
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OBJETIVO: Analisar caractersticas relacionadas vulnerabilidade individual de mulheres com sorologia positiva para o HIV segundo cor da pele. MTODOS: Pesquisa multicntrica realizada em 1999-2000, em servios de sade especializados em DST/Aids no Estado de So Paulo, envolvendo 1.068 mulheres maiores de 18 anos, vivendo com HIV. Informaes sociodemogrficas e caractersticas relacionadas infeco e aos cuidados em sade foram obtidas em entrevistas individuais com questionrio padronizado. A varivel raa/cor foi auto-referida, tendo sido agrupadas como negras as mulheres pretas e pardas. A descrio das variveis segundo raa/cor foi feita por medidas de tendncia central e propores, e o estudo de associao pelo teste chi2 Pearson. RESULTADOS: As diferenas entre negras e no-negras foram estatisticamente significantivas em relao a: escolaridade; renda mensal, individual e familiar per capita; nmero de dependentes diretos; oportunidades de ser atendida por nutricionista, ginecologista ou outro profissional mdico; de compreender o que o infectologista diz; de falar com o infectologista ou com o ginecologista sobre sua vida sexual; de ter conhecimento correto sobre os exames de CD4 e carga viral; a via sexual de exposio. CONCLUSES: O uso de raa/cor como categoria analtica indica caminhos para melhor compreender como as interaes sociais, na interseco gnero e condies socioeconmicas, produzem e reproduzem desvantagens na exposio das mulheres negras aos riscos sua sade, assim como impem restries quanto ao uso de recursos adequados para o seu cuidado.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia das infeces pelo HIV, vrus das hepatites B e C, e da sfilis em moradores de rua. MTODOS: Estudo transversal com interveno educativa, realizado no municpio de So Paulo, de 2002 a 2003. Selecionou-se amostra de convenincia de moradores de rua que utilizavam albergues noturnos, segundo os critrios: >18 anos e no apresentar distrbios psiquitricos. Em entrevistas, foram coletados dados sociodemogrficos e de comportamento, e realizados exames laboratoriais para HIV, hepatite B e C e sfilis, e aconselhamento ps-teste. RESULTADOS: Participaram 330 usurios dos albergues, com 40,2 anos (mdia), 80,9% homens, nas ruas, em mdia, h um ano. Observaram-se prevalncias de 1,8% de HIV, 8,5% de vrus de hepatite C, 30,6% de infeco pregressa por hepatite B, 3,3% de infeco aguda ou crnica pelo vrus hepatite B e 5,7% de sfilis. Uso consistente de preservativo foi referido por 21,3% e uso de droga injetvel, por 3% dos entrevistados. A positividade para HIV foi de 10% e 50% para vrus da hepatite C entre usurios de drogas injetveis, versus 1,5% para HIV e 7,3% para hepatite C nos demais, evidenciando associao entre esse vrus e uso de droga injetvel. Priso anterior foi referida por 7,9% das mulheres e 26,6% dos homens, com prevalncia de 2,6% para HIV e 17,1% para vrus da hepatite C. CONCLUSES: As elevadas prevalncias de HIV e vrus de hepatite B e C requerem programas de preveno baseados na vacinao contra hepatite B, diagnstico precoce dessas infeces e insero dos moradores de rua em servios de sade.
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OBJETIVO: Descrever o perfil de usurios de drogas injetveis vivendo com HIV/Aids e estimar a prevalncia de hepatites B e C nesse grupo. MTODOS: Estudo transversal realizado com 205 pessoas vivendo com HIV/Aids, usurios de drogas injetveis em acompanhamento em trs unidades de atendimento da rede pblica do Municpio de So Paulo, em 2003. Foi selecionada amostra no-probabilstica, obtida de forma consecutiva e voluntria, nos dias em que compareciam para consulta nas unidades de atendimento. Por meio de entrevistas, foram levantados dados pessoais e informaes sobre comportamento sexual, uso de drogas e conhecimento de hepatites. Foram realizados testes para deteco da infeco pelos vrus das hepatites B e C. RESULTADOS: Dos entrevistados, 81% eram homens e 19% mulheres, com idade mdia de 39 anos (dp=6,1) e seis anos de educao formal (dp=2,0). No havia diferena em relao ao estado marital entre os sexos, 48% eram solteiros, 42% casados e 8% divorciados. A idade mdia do primeiro uso de tabaco, lcool e drogas ilcitas foi 13, 15 e 18 anos, respectivamente. Prevalncias de hepatites B e C foram, respectivamente, de 55% (IC 95%: 49;63) e 83% (IC 95%: 78;88). Antes de usar droga injetvel pela primeira vez, 80% dos respondentes no tinham ouvido falar de hepatites B e C. CONCLUSES: A alta prevalncia de hepatites B e C e o baixo nvel de conhecimento sobre a doena justificam a incluso de esclarecimentos sobre as infeces hepticas e de vacinao contra hepatite B nas estratgias de reduo de danos pelo HIV.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV/Aids. MTODOS: Estudo transversal, desenvolvido em servio ambulatorial para Aids, com base em amostragem consecutiva, realizado no segundo semestre de 2002. Selecionaram-se 365 pessoas com idade >18 anos que passaram por consulta com o infectologista. As variveis sociodemogrficas, de consumo recente de drogas e as condies clnicas foram obtidas por meio de questionrios e a qualidade de vida por meio do WHOQOL-bref. RESULTADOS: Os escores dos domnios fsico, psicolgico, relaes sociais e meio ambiente apresentaram valores semelhantes. Foram observadas diferenas estatisticamente significativas das mdias nos escores do domnio meio ambiente segundo cor da pele, com os pretos e os pardos obtendo escores menores. As mulheres apresentaram escores menores nos domnios psicolgico e meio ambiente. Maior renda foi significativa na obteno de maior escore em todos os domnios de qualidade de vida, exceto no domnio relaes sociais. Os indivduos com nmero abaixo de 200 clulas CD4+/mm de sangue apresentaram menores escores no domnio fsico. Em todos os domnios, os escores foram menores com diferenas significativas para pessoas em seguimento ou com indicao de seguimento psiquitrico. CONCLUSES: Apesar de diferenas por sexo, cor da pele, renda e condies de sade mental e imunolgica, os portadores de Aids tm melhor qualidade de vida - fsica e psicolgica - que outros pacientes, mas pior no domnio de relaes sociais. Neste ltimo, podem estar refletidos os processos de estigma e discriminao associados s dificuldades na revelao diagnstica em espaos sociais e para uma vida sexual tranqila.
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OBJETIVO: Descrever situaes de uso de lcool e outras drogas envolvendo turistas, e suas implicaes para a vulnerabilidade ao HIV. MTODOS: Estudo exploratrio e qualitativo conduzido em comunidades anfitris do turismo do Vale do Ribeira, em So Paulo, no perodo de outubro de 2002 a fevereiro de 2003. A primeira etapa do estudo entrevistou 29 monitores de quatro comunidades anfitris para levantar cenas de uso drogas envolvendo turistas. A segunda etapa consistiu de duas oficinas de trabalho, reunindo 77 entrevistados e profissionais de sade e educao de dez comunidades para dramatizar as cenas levantadas nas entrevistas, compartilhar repertrios para lidar com essas situaes e conhecer as formas de preveno do HIV. RESULTADOS: As cenas evidenciaram que o uso de lcool e outras drogas pelos turistas ampliam a vulnerabilidade transmisso do HIV ao favorecer as relaes sexuais ocasionais sem preservativo e o assdio e abuso sexual. O trabalho de preveno ao HIV nas comunidades anfitris do turismo precisa levar em conta o consumo dessas substncias, que dificulta a prtica do sexo seguro e, no caso do uso de drogas injetveis de forma compartilhada, constitui fator de risco para a transmisso do vrus. CONCLUSES: O estudo forneceu elementos para ajudar a compreender como situaes de uso de lcool e outras drogas inserem-se no cotidiano das comunidades anfitris ampliando a vulnerabilidade ao HIV. O estudo produziu anlise do contexto social de transmisso do vrus, que pode subsidiar a elaborao de programas de preveno mais adequados a essas comunidades.
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OBJETIVO: Analisar as dificuldades referentes adeso ao tratamento de pacientes vivendo com HIV/Aids em terapia anti-retroviral altamente ativa. MTODOS: Pesquisa qualitativa baseada em 34 entrevistas com pacientes em tratamento de diversos servios ambulatoriais do estado de So Paulo em 1998-1999. O grupo compreendeu pessoas de diferentes nveis socioeconmicos, sexo, tempo no tratamento e diferentes graus de adeso de acordo com a percepo da equipe de sade. As entrevistas foram focalizadas na narrativa do paciente sobre sua doena. A anlise de contedo classificou as dificuldades relacionadas a fatores sociais e do estilo de vida, incluindo o estigma; a crenas acerca do uso da medicao; e diretamente ao uso da medicao. RESULTADOS: Todos os entrevistados relataram dificuldades relacionadas ao estigma de viver com HIV/Aids. As dificuldades relacionadas ao uso da medicao predominaram entre pacientes com melhor adeso. Pacientes com aderncia mdia apresentaram os trs tipos de dificuldade. CONCLUSES: Os fatores sociais e culturais so mais difceis de serem superados para adeso ao tratamento do que aqueles relacionados a tomar a medicao, o que torna importante o papel desempenhado pelo setor sade, apoiado por polticas pblicas sociais claras. Essas dimenses devem ser enfrentadas no somente no setor sade, mas tambm nos mbitos poltico e social.
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OBJETIVO: Descrever as impresses, experincias, conhecimentos, crenas e a receptividade de usurios de drogas injetveis para participar das estratgias de testagem rpida para HIV. MTODOS: Estudo qualitativo exploratrio foi conduzido entre usurios de drogas injetveis, de dezembro de 2003 a fevereiro de 2004, em cinco cidades brasileiras, localizadas em quatro regies do Pas. Um roteiro de entrevista semi-estruturado contendo questes fechadas e abertas foi usado para avaliar percepes desses usurios sobre procedimentos e formas alternativas de acesso e testagem. Foram realizadas 106 entrevistas, aproximadamente 26 por regio. RESULTADOS: Caractersticas da populao estudada, opinies sobre o teste rpido e preferncias por usar amostras de sangue ou saliva foram apresentadas junto com as vantagens e desvantagens associadas a cada opo. Os resultados mostraram a viabilidade do uso de testes rpidos entre usurios de drogas injetveis e o interesse deles quanto utilizao destes mtodos, especialmente se puderem ser equacionadas questes relacionadas confidencialidade e confiabilidade dos testes. CONCLUSES: Os resultados indicam que os testes rpidos para HIV seriam bem recebidos por essa populao. Esses testes podem ser considerados uma ferramenta valiosa, ao permitir que mais usurios de drogas injetveis conheam sua sorologia para o HIV e possam ser referidos para tratamento, como subsidiar a melhoria das estratgias de testagem entre usurios de drogas injetveis.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia do HIV e identificar comportamentos sexuais de risco para a infeco em gestantes que realizaram rotina da assistncia pr-natal. MTODOS: Estudo transversal com base em registros de atendimentos de 8.002 gestantes (25% do total dos municpios) residentes em 27 municpios da Regio Sul do Brasil, em 2003, que realizaram testes anti-HIV em Centro de Testagem e Aconselhamento que realizavam pr-natal. Foram coletadas informaes sociodemogrficas e comportamentais, alm dos resultados de testes para sfilis e HIV, nas consultas de aconselhamento individual registradas em banco de dados do Sistema de Informaes dos Centros de Testagem e Aconselhamento. Foram excludas da base de dados as gestantes que buscaram os Centros para confirmao de sorologia anterior e aquelas encaminhadas ao servio por apresentarem sintomas de Aids. RESULTADOS: Do total de gestantes estudadas, 0,5% (IC 95%=0,3-0,6) foram positivas para o HIV. A nica varivel associada com a soropositividade para o HIV foi o nvel de escolaridade. A maioria das gestantes se exps basicamente por meio de relaes sexuais sem preservativos com o parceiro nico com quem mantinham relao estvel. As gestantes mais jovens, solteiras, desempregadas e de menor escolaridade constituram o grupo de maior exposio. CONCLUSES: O Sistema de Informaes dos Centros de Testagem e Aconselhamento revelou-se til vigilncia epidemiolgica da infeco pelo HIV e dos comportamentos de risco no segmento de gestantes e pode vir a s-lo em relao a outras populaes.
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OBJETIVO: Descrever o comportamento bissexual masculino quanto identidade sexual, uso de preservativo, freqncia de relaes sexuais e tipos de parceria e verificar diferenas entre prticas protegidas nas suas relaes com homens e mulheres. MTODOS: Estudo transversal aninhado em coorte de homossexuais e bissexuais HIV negativos implantada em 1994 em Belo Horizonte (Projeto Horizonte). Dos 1.025 voluntrios recrutados entre 1994 e 2005, foram selecionados 195 que relataram, na admisso, ter tido relaes sexuais com homens e mulheres nos seis meses anteriores entrevista. Foi criado ndice de risco comportamental, designado ndice de Risco Horizonte, que incorpora uma constante para cada prtica sexual no protegida, ajustada segundo o nmero de encontros sexuais. RESULTADOS: Houve predomnio de atividade sexual com homens; a maioria se auto-referiu como bissexual (55%) e homossexual (26%). A mediana do nmero de parceiros homens ocasionais nos ltimos seis meses (4) foi superior ao de parceiras ocasionais (2) e de parceiros fixos de ambos os sexos (1). No sexo vaginal com parceira fixa, o uso inconsistente do preservativo foi de 55%, comparado com 35% e 55% no sexo anal insertivo e receptivo com parceiros fixos. O ndice foi maior para os que relataram terem tido sexo com homens e mulheres comparado com os que tiveram sexo exclusivamente com mulheres ou homens. CONCLUSES: As situaes de risco para HIV foram mais freqentes entre os homens que relataram atividade sexual com homens e mulheres. Os comportamentos sexuais e de proteo dos bissexuais diferem conforme gnero e estabilidade da parceria, havendo maior desproteo com parceiras fixas mulheres.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o impacto da implementao de um programa participativo de promoo da sade sexual em uma comunidade empobrecida, e descrever como o uso dos espaos pblicos e privados para prticas sexuais constitui-se um fator que exacerba a vulnerabilidade ao HIV/Aids. MTODOS: Estudo etnogrfico conduzido em 2002, em favela localizada no municpio do Rio de Janeiro. Os 6.000 moradores viviam em condies de vida deficitrias em que se verificou a ausncia de polticas pblicas, postos de sade, lazer, oportunidades de emprego e segurana, o que consolida o poder de grupos criminosos. Foram abordadas as condies referentes sade sexual e implantao do programa participativo de promoo da sade sexual pelo Ncleo Comunitrio de Preveno, criado por uma organizao no-governamental. Aps dois meses de observao participante, foram realizadas 35 entrevistas semi-estruturadas em profundidade com moradores com idade entre 17 e 65 anos. Foram analisadas 11 histrias de vida de lderes comunitrios e agentes comunitrios de preveno e sete grupos focais formados a partir dos grupos pr-existentes na comunidade. O material foi categorizado e analisado qualitativamente. RESULTADOS: A precariedade das moradias favorecia maior exposio s prticas sexuais, acentuando o estigma de ser morador de favela vivenciado pela comunidade. Com a implantao do programa do Ncleo, crianas, jovens e adultos se familiarizaram e passaram a ter conhecimento sobre preveno do HIV/Aids; e jovens e adultos passaram a ter acesso a preservativos. CONCLUSES: Os resultados decorrentes da interveno mostraram que embora a vulnerabilidade permanea, a preveno pode ser inserida na cultura local. A preveno da Aids pode ser fomentada por meio de uma abordagem territorial com base na participao dos moradores e no fortalecimento da organizao coletiva.