149 resultados para Currículo Mudança
Resumo:
Considerada ponto de convergncia entre uma medicina mais mstica e uma medicina mais objetiva, a Anatomia e a dissecao traam uma trajetria scio-histrica de proximidade com a profisso mdica, constituindo parte da racionalidade profissional, justificando-se sua constncia nos currículos mdicos pela imprescindibilidade de conhecer o corpo-mquina humano para a plena execuo das atividades profissionais. Esta dissertao visa caracterizar a Anatomia Humana como disciplina no contexto da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo no perodo de ctedra de Renato Locchi (19371955). Prope-se a distinguir as caractersticas iniciais da constituio da Anatomia Humana enquanto disciplina nesta instituio; determinar seu espao de legitimidade curricular; estabelecer seus elementos constitutivos diante da documentao analisada; e discutir possveis permanncias e rupturas na disciplina empreendida por Renato Locchi. Utilizamos como base as teorias da construo scio-histrica das disciplinas escolares, notadamente as discusses de Andr Chervel e Ivor Goodson, de onde elencamos os elementos constitutivos de uma disciplina, categorias que utilizamos como base para a anlise da documentao resgatada nos acervos do Museu de Anatomia Humana "Alfonso Bovero" do ICB/USP, do Museu Histrico "Carlos da Silva Lacaz" e da Assessoria Tcnica Acadmica, ambos da FMUSP. Tendo como base a anlise de fontes primrias, traamos uma disciplina com forte retrica legitimadora empreendida por Renato Locchi, que distingue o espao-tempo da cadeira em duas vertentes: a anatomia como campo de pesquisa e a anatomia escolar, esta composta por selees histricas mediadas pela primeira. Aliado s suas aes de ocupao dos espaos institucionais e modificaes na ctedra que consolidaram espaos e tempos para as disputas internas oriundas das subculturas disciplinares emergentes, organizando os saberes e indivduos em uma comunidade representativa, reforando e criando tradies, elevando ao pice o paradigma dissecatrio como mtodo, atividade e avaliao, Renato Locchi constri a disciplina de Anatomia na acepo estrita do conceito.
Resumo:
Competncia foi definida como uma sntese de conhecimentos, habilidades e atitudes, que, integrados, propiciam ao indivduo a utilizao integrada dos recursos cognitivos e tcnicos para diagnosticar, tratar e proporcionar benefcio, menor morbidade ao doente e menor custo s instituies. Posteriormente, ampliou-se a definio, que passou a incorporar a dependncia do contexto, necessidade de experincia, capacidade de reflexo e de continuar aprendendo. O objetivo deste estudo descrever o currículo proposto e em implantao na Residncia de Anestesiologia do Hospital Universitrio Walter Cantdio (HUWC) da Universidade Federal do Cear, que foi embasado em seis competncias principais: comunicao, documentao, cuidados pr-operatrios, cuidados intraoperatrios, cuidados ps-operatrios e gesto de qualidade e segurana no perioperatrio. So tambm demonstrados os instrumentos que compem o sistema de avaliao neste currículo: teste cognitivo, instrumento de avaliao de habilidades procedurais por observao direta (Dops), logbook, feedback de mltiplas fontes (MSF) e avaliao dos preceptores pelos residentes. A implantao do currículo e dos processos de avaliao visou ampliar a qualificao do egresso do programa de residncia mdica em Anestesiologia do HUWC, assim como dos preceptores que participam do processo de formao desses especialistas.
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OBJETIVOS: Investigar as concepes dos docentes do curso mdico da Unimontes sobre vivncias na aprendizagem ativa e currículo PBL. MTODOS: Participaram 38 docentes, tutores, construtores e coordenadores de mdulo, instrutores e preceptores dos 1, 7 e 11 perodos. Complementaram-se as abordagens quantitativa (questionrio - analisado e expresso em grficos) e qualitativa (entrevista semiestruturada - submetida anlise de contedo temtica). RESULTADOS: Distinguiu-se nas concepes docentes a mudança de postura docente, destacando: maior responsabilidade com a aprendizagem do estudante (44 citaes), participao ativa do docente na construo curricular (37 citaes) e prtica docente facilitadora da aprendizagem (32 citaes). Constataram-se falta de compromisso/envolvimento docente (27 citaes) e inexperincia docente com o PBL (12 citaes). CONSIDERAES FINAIS: Reconheceu-se a aprendizagem ativa como base para atuao profissional futura e o potencial do PBL como estratgia orientadora de currículos. O currículo revelou-se essencialmente desafiante pelo compromisso/capacitao docente para alcanar atuaes diversificadas, multidisciplinares e facilitadoras da aprendizagem. Restam maiores estudos sobre repercusses do desempenho docente e diferenciais de aprendizagem do PBL na prtica mdica e na necessidade de sade das pessoas.
Resumo:
O conhecimento dos mdicos no Brasil vem, de um lado, se tornando progressivamente mais fragmentado, produto da especializao crescente da Medicina. Por outro lado, o progresso tecnolgico d aos mdicos a sensao de poder crescente sobre a doena e a morte. O currículo das Escolas de Medicina reflete essa tendncia, e o futuro mdico se torna, ao fim da formao, excelente na cincia da cura, mas, quando a doena no cede teraputica indicada e o doente caminha para a morte, encontra o seu mdico menos preparado para o seu acompanhamento e cuidado. A Faculdade de Medicina de Itajub (MG) uma das poucas no Brasil a ter no seu currículo a Disciplina de Tanatologia e Cuidados Paliativos, oferecida a alunos de primeiro, segundo e quarto anos, cujo aprendizado complementa o saber tradicional do mdico moderno. O presente artigo pretende mostrar uma experincia bem-sucedida ao longo do processo de didatizao da disciplina em uma turma de segundo ano, no primeiro semestre de 2012, por meio da descrio de uma aula de Cuidados Paliativos, que contou com a participao intensamente criativa de um grupo de 6 alunos.
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Apresentam-se os resultados de uma investigao emprica sobre a percepo de estudantes acerca do processo de construo da autonomia no contexto pedaggico em um curso de Medicina com currículo baseado na Aprendizagem Baseada em Problemas. Trata-se de um estudo de carter qualitativo e exploratrio, em que foram utilizadas entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam boa receptividade/adaptao ABP, incluindo mudanças nos comportamentos discentes. Porm, questiona-se se essa mudança de postura descrita pelos estudantes representa, efetivamente, uma participao mais ativa na construo do prprio conhecimento - apontando para a autonomia no contexto pedaggico - ou simplesmente uma forma de adaptao ao mtodo.
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A educao mdica passa por crticas quanto aos mtodos de ensino e contedos. O motivo para mudanças est em possibilitar maior eficcia na formao, permitindo aos egressos lidar com problemas da sociedade brasileira. Este artigo objetiva analisar o contedo dos Planos de Ao das disciplinas do currículo de um curso de Medicina, tendo como referncia o perfil do egresso e as competncias/habilidades propostas pelas DCN para o curso de Medicina. Na organizao e anlise do material,foram utilizadas Anlise de Contedo e estatstica simples para descrio de parte dos resultados. As anlises foram feitas por disciplinas, por semestres e por fases do curso. Constatou-se que 23 das 28 competncias/habilidades estavam presentes.Do total de 70 disciplinas, oito no faziam referncia a qualquer competncia presente nas DCN, e as outras 62 faziam meno a pelo menos uma competncia. O currículo, em sua grande maioria, est pautado por competncias/habilidades, com o desenvolvimento gradual destas durante as fases do curso mdico. A APS o grande eixo, que percorre nove dos 12 semestres do curso, preocupado com as competncias tcnicas do egresso, sem se ausentar do papel social da universidade, bem como da relao mdico-paciente, do cuidado e do trabalho multiprofissional.
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INTRODUO: As diretrizes curriculares nacionais recomendam estratgias de ensino centradas nos estudantes. Este estudo avaliou a aceitao, o comportamento e a aprendizagem dos alunos do quarto ano de Ginecologia em relao a aulas centradas no professor (ACP) e aulas centradas nos alunos (ACA). MTODOS: Estudo prospectivo para 110 alunos ao longo do ano. Trs professores participaram do estudo, cada um com dois temas (um em cada formato de aula). O interesse e o comportamento dos alunos foram registrados. Os alunos responderam a questionrio semiestruturado, a duas perguntas abertas e foram avaliados ao final. RESULTADOS: A frequncia dos alunos (76,4 x 53,9% p = 0,002), o nmero de cochilos (40 x 10 p < 0,001) e a percentagem de acertos na avaliao foram maiores nas ACP (69,9 x 59,3% p = 0,016). A durao da atividade foi maior na ACA (89,5 versus 68,4 minutos (p = 0,014), e o nmero de interaes aluno-professor foi maior nas ACA (500 x 310). Os alunos sugeriram manter ACP (79,7 x 31,4% p < 0,001). CONCLUSES: Os estudantes preferiram ACP. Este artigo discute possveis razes destes achados e estratgias de mudança nas prticas de ensino.
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OBJETIVOS: Avaliar a satisfao dos estudantes do internato do curso de graduao em Medicina da Universidade Federal da Paraba (UFPB) sobre seu ltimo rodzio. MTODOS: Estudo transversal e observacional realizado no curso de Medicina da UFPB, envolvendo estudantes do novo currículo. Foi aplicado um questionrio elaborado pelos autores e pr-testado. RESULTADOS: Foram includos 124 estudantes (91,2% dos internos). A mdia dos percentuais de estudantes satisfeitos foi de 49,6%, correlacionando-se inversamente com o nmero de rodzios cursados. O maior grau de satisfao foi observado no rodzio de Sade Coletiva (76%), e o mais baixo, no de Clnica Mdica (23,1%) em todos os aspectos avaliados. Revelaram-se inexistncia de preceptoria nos hospitais conveniados, excesso de atividades burocrticas, relacionamento conflituoso com residentes, prtica insuficiente e enfoque em problemas muito especficos. CONCLUSES: A satisfao dos estudantes com o internato mdico da UFPB foi baixa. O rodzio de Clnica Mdica atingiu os percentuais mais baixos em todos os aspectos avaliados, enquanto o de Sade Coletiva, os melhores. Constatou-se que o Regimento do internato no est sendo cumprido adequadamente.
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INTRODUO: H pouca discusso na literatura sobre quais procedimentos mdicos o estudante de Medicina deve ser capaz de realizar no final do curso de graduao e em qual momento do currículo escolar eles devem ser inseridos. METODOLOGIA: Uma comisso formada por especialistas de diversas reas organizou uma lista de possveis procedimentos mdicos diagnsticos e teraputicos, sugerida por estudos e debates do grupo e que estivessem de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2001. Aps consenso do grupo, mediante aprovao de mais de 75% dos integrantes da comisso, os procedimentos que de fato deveriam integrar o currículo foram definidos. RESULTADOS: Mais de 50 procedimentos mdicos foram definidos, de acordo com o nvel de complexidade esperada para o aluno de graduao. Aps esta definio, tais procedimentos foram distribudos na matriz curricular e divididos didaticamente em momentos de aprendizagem de domnio cognitivo e domnio motor. CONCLUSO: O presente estudo apresentou uma proposta de definio das competncias e habilidades relativas aos procedimentos mdicos a serem alcanadas pelos estudantes de Medicina de graduao em nossa instituio e teve como objetivo sistematizar a sua distribuio na matriz curricular.
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RESUMO Este ensaio destaca a importncia das competncias de comunicao clnica (CCC) nas cincias da sade. Estas competncias podem ser ensinadas, aprendidas e avaliadas, e vrios estudos evidenciam para as vantagens de uma formao especfica nesta rea, potenciando a relao que os profissionais da rea da sade estabelecem com os pacientes, cuidadores informais e equipas de sade, com resultados melhorados nos indicadores de sade e cuidados mais humanizados. Confrontados com dificuldades na integrao de programas especficos de comunicao nos curricula, assim como um dfice no processo de avaliao e feedback estruturado, crucial um investimento na formao pedaggica e no desenvolvimento curricular. Conscientes da escassez de trabalhos sistemticos que apontam para um consenso sobre as competncias e objetivos de ensino-aprendizagem das CCC, o sub-grupo Core Curriculum do comit de ensino (tEACH) da Associao Europeia de Comunicao em Sade (EACH) desenvolveu e alcanou um consenso para um currículo nuclear nas diferentes reas da sade. Neste contexto, surgiu o Health Professions Core Communication Curriculum – HPCCC, que pode servir como referencial flexvel de acordo com as necessidades especficas e contribuir para uma maior sistematizao das iniciativas de CCC em sade em lngua portuguesa.
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RESUMO Trata-se da resenha da obra The behaviour change wheel: a guide to designing interventions, de Michie, Atkins e West, publicada no Reino Unido pela Silverback Publishing em 2014.
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OBJETIVO: Determinar a importncia da tomografia computadorizada na mudança do paradigma cirrgico no carcinoma espinocelular (CEC) da boca e orofaringe. MTODO: De 1991 e 2004, nos Departamentos de Cirurgia de Cabea e Pescoo/ORL e Radiologia do Hospital Helipolis, foram analisados, retrospectivamente, tomografias computadorizadas de 30 pacientes, 25 homens e cinco mulheres, com idades variando de 25 a 77 anos, todos com diagnstico de carcinoma epidermide do soalho da boca e/ou da lngua oral e orofaringe. Todos os exames foram avaliados por dois radiologistas, separadamente, sem o conhecimento prvio do estadiamento clnico, sendo analisada a disseminao local-regional para os diferentes stios. Para anlise interobservadores, o ndice Kappa foi calculado para estimar a concordncia entre os mesmos, sendo o nvel de significncia adotado o valor de 0,05. RESULTADO: A anlise da concordncia entre os observadores foi considerada excelente (Kappa: 0,81 - 1,00) para trs substios (linha mdia, espao mastigador e cadeia linfonodal jugulo-carotdea alta); boa (Kappa: 0,61 - 0,80) para 10 substios (soalho da boca e lngua oral, ramo da mandbula, trgono retromolar, espao submandibular, loja amigdalina e cadeias linfonodais submentoniana, submandibular, jugulo-carotdea mdia, jugulo-carotdea baixa e espinal); moderada (Kappa: 0,41 - 0,60) para dois substios (corpo da mandbula e base da lngua) e no foi possvel calcular o Kappa para um substio (cadeia linfonodal retrofarngea). CONCLUSO: A concordncia interobservadores predominou de boa a excelente, sendo os valores estatisticamente significantes.
