130 resultados para Cidades : Itaqui
Resumo:
No Brasil, os inquéritos sorológicos têm assinalado taxa de infecção pelo vírus do dengue de 25% a 56%, porém esses estudos foram realizados em populações de cidades de médio ou grande porte. No presente estudo, são descritas duas epidemias de febre clássica de dengue (DEN) no Estado da Bahia. A primeira, ocorrida em 1987 e causada pelo sorotipo DEN-1 em Ipupiara e, a segunda, causada pelo DEN-2, em Prado e que ocorreu em 1995. O diagnóstico laboratorial foi realizado utilizando o teste de inibição da hemaglutinação (IH). Em 1995, foram coletadas 461 amostras sorológicas de uma população de 3.868 habitantes em Ipupiara (região da Chapada Diamantina) e 228 de um total de 9.126 habitantes em Prado (Litoral Extremo Sul). A soro-positividade das amostras foi de 11,9% (55/461) em Ipupiara e 17,5% (40/228) em Prado. Não houve diferença, estatisticamente significante, quanto a idade e o gênero entre os indivíduos soro-positivos e negativos das duas cidades estudadas. Entretanto, em Ipupiara os soro-positivos (15,9% vs. 9,3%) relataram, mais freqüentemente (p < 0,03), residência ou viagens para outros Estados do Brasil. Com base nos dados, estimou-se a ocorrência de 460 e 1.597 casos da infecção em Ipupiara e Prado, respectivamente. Em conclusão, nas cidades de menor porte a dinâmica da infecção pelo vírus do dengue, provavelmente, tem características peculiares, porque nessas localidades a prevalência é menor em conseqüência das menores potencialidades de desenvolvimento do Aedes aegypti.
Resumo:
Para avaliar a prevalência da infecção pelo vírus da varicela-zoster, de regiões urbanas de diferentes regiões do Brasil, 975 amostras de soro provenientes de adultos jovens doadores de sangue com idade entre 20 e 29 anos, de cidades de clima tropical (Salvador e Fortaleza) e de clima temperado (São Paulo, Curitiba e Porto Alegre) foram processadas pelo teste imunoenzimático doméstico para pesquisa de anticorpos IgG anti-Vírus da varicela zoster. A soroprevalência global de anticorpos anti-virus da varicela zoster nas várias regiões estudadas foi de 94,2%. A menor taxa (88,7%) foi observada em Fortaleza e a maior em Curitiba (99,5%). A soroprevalência nas regiões de clima tropical (89,4%) foi significativamente inferior a soroprevalência nas regiões de clima temperado (97,3%), seguindo um padrão similar à infecção em outros países de clima tropical.
Resumo:
A incidência de AIDS foi retratada por um estudo ecológico dos municípios brasileiros, considerando as notificações entre 1991 e 2000. Observou-se aumento da incidência em mulheres e em indivíduos com baixa escolaridade. O Estado de São Paulo, com 46% das notificações registradas no País, apresentou perfil epidemiológico distinto, quando a capital foi comparada com as cidades do interior; o Estado de Pernambuco apresentou um perfil epidemiológico semelhante àquele do início da epidemia no Brasil; o Estado Santa Catarina mostrou o predomínio de casos usuários de drogas injetáveis. O aumento de notificações pela via de transmissão ignorada indica que o viés de classificação foi crescente no sistema de vigilância epidemiológica.
Resumo:
Alguns insetos transmissores de doenças procriam exclusivamente nas proximidades das residências. O Aedes aegypti, responsável por epidemias de dengue em cidades brasileiras, representa sério risco também para a febre amarela. Com o insucesso da campanha de erradicação do inseto, justifica-se a busca de criadouros fora do alcance das medidas de controle atualmente adotadas. Na Cidade de Vitória, ES, investigou-se a ocorrência de criadouros de Aedes aegypti na água coletada em bromélias nativas, sobre as rochas. Paralelamente, avaliou-se a infestação predial nas áreas urbanas contíguas. Em quatro das cinco áreas investigadas foram encontradas larvas de culicídeos nas bromélias, sendo que em duas foi identificado Aedes aegypti. A presença dos criadouros em bromélias não guardou relação com a infestação predial nas áreas próximas. Torna-se necessário definir se os criadouros em bromélias constituem focos primários do Aedes aegypti, ou se representam uma conseqüência da elevada infestação urbana.
Resumo:
A análise do controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil necessita considerar três aspectos: a urbanização da população, a transformação do caráter eminentemente rural dessas doenças em concomitante transmissão urbana ou peri-urbana e a descentralização do controle para municípios. A imensa maioria da população está vivendo nas cidades. Algumas doenças passaram a ser transmitidas em áreas peri-urbanas ou urbanas, graças à emergência ou re-emergência de seus vetores nessas áreas, como dengue, leishmaniose visceral e malária. Há dificuldades para o controle: as atividades em áreas rurais são operacionalmente mais efetivas, pois atingem coberturas mais elevadas; são mais bem aceitas pela população do que as exercidas em áreas urbanas. A descentralização do controle para os estados e municípios está em implementação e há também dificuldades, pois o controle vetorial não fazia parte da prática desses entes federativos. Para um controle mais efetivo, há necessidade de determinação política, ações multi-setoriais e uso racional de inseticida.
Resumo:
Com o objetivo de medir a prevalência de anticorpos IgG contra o parvovírus B19 em gestantes com até 24 semanas de idade gestacional e detectar a ocorrência de casos de hidropisia fetal não-imune atribuídos a esse vírus, coletamos 249 amostras de soro em uma maternidade de referência na cidade do Rio de Janeiro, entre junho de 2003 e março de 2005. As gestantes foram acompanhadas até o termo da gestação, sendo detectados 17 casos de hidropisia fetal. Quatro casos foram atribuídos ao parvovírus B19 e dois destes ocorreram em gestantes residentes na zona oeste da cidade, em fevereiro de 2005. Resultados positivos para anticorpos IgG antiparvovírus B19 foram encontrados em 172 (71,6%) gestantes (IC 95% 65,5-77,7%), sendo esta prevalência de anticorpos comparável à encontrada em outras cidades brasileiras. A única variável associada com aquisição prévia de anticorpos IgG foi número de gestações anteriores maior que um(p= 0,02, IC 95% 0,36-0,94).
Resumo:
Uma epidemia de leishmaniose visceral teve início em 1998 na Região Metropolitana de Cuiabá, capital de Mato Grosso, atingindo hoje 34 (24,1%) dos 141 municípios do estado. Entre janeiro de 1998 e dezembro de 2005, foram notificados 138 casos autóctones, predominando o sexo masculino (58%), crianças (51,5%) de 0-9 anos e residentes (66,7%) de áreas urbanas. A leishmaniose visceral canina foi identificada em 41 municípios, com soropositividade de 9% em 40.000 cães examinados. Lutzomyia longipalpis e/ou Lutzomyia cruzi foram capturadas em 14 dos 18 municípios que registraram simultaneamente leishmaniose visceral humana e canina. Os resultados indicam que a transmissão da leishmaniose visceral dissemina-se para o interior do estado, acompanhando o fluxo migratório e o processo de ocupação urbana desordenada das cidades. A presença isolada de Lutzomyia cruzi em municípios com alta incidência de casos humanos e caninos de leishmaniose visceral sugere possível participação desta espécie na cadeia de transmissão dessa parasitose em Mato Grosso.
Resumo:
O vírus da hepatite C é caracterizado pela significativa heterogeneidade genética e é atualmente classificado em seis genótipos principais e diversos subtipos. A determinação do genótipo do vírus tem importância na prática clínica para orientar o tratamento dos pacientes portadores de hepatite C crônica. A prevalência dos diferentes genótipos e subtipos do vírus da hepatite C não tem sido amplamente estudada em algumas regiões do Brasil. Neste estudo foram analisadas 788 amostras de pacientes portadores de hepatite C crônica atendidos nos Centros de Referência em Hepatites Virais de Belo Horizonte, entre 2002 e 2006. A genotipagem do vírus foi realizada por seqüenciamento direto da região 5 UTR. Adicionalmente, foi realizada análise filogenética incluindo todas as variantes genotípicas obtidas. Observou-se alta prevalência do genótipo 1 (78,4%; 1b [40,4%], 1a [37,5%] e 1a/b [0,5 %]), seguida pelo genótipo 3a (17,9%) e pelo 2b (3,1%). Foram identificadas três amostras (0,4%) com o genótipo 2a/c e duas amostras (0,2%) com o genótipo 4. A análise filogenética mostrou a segregação esperada das seqüências obtidas junto às seqüências de referência para os genótipos 1, 2, 3 e 4, exceto em duas amostras do genótipo 1a. A alta prevalência do genótipo 1 (78,4%), encontrada na população de Belo Horizonte é semelhante à previamente descrita em outras cidades, como Rio de Janeiro, mas superior à encontrada em São Paulo e no Sul do país. A presença de raras seqüências atípicas da região 5UTR sugere a presença de variantes do vírus da hepatite C nesta população.
Resumo:
Apresentamos neste trabalho os primeiros relatos de acidente escorpiônico causado pela espécie Tityus pusillus (Buthidae). Os acidentes ocorreram no ambiente doméstico, na área rural situada nas cidades de Paudalho e São Lourenço da Mata, Pernambuco, Brasil. Os dois casos descritos, uma criança e uma mulher grávida, foram classificados como leve e moderado, respectivamente. Os sintomas clínicos apresentados foram distúrbios locais (dor e parestesia) e distúrbios sistêmicos (calafrios, tontura, cefaléia e vômito). Esses registros permitem incluir Tityus pusillus como uma espécie de importância médica no Brasil.
Resumo:
O Brasil enfrenta uma expansão e urbanização da leishmaniose visceral americana com casos humanos e caninos em várias cidades de grande porte. O presente relato descreve um caso de leishmaniose visceral canina autóctone em uma área não endêmica no município de Rio de Janeiro.