246 resultados para Arritmias ventriculares complexas
Resumo:
OBJETIVO: Pretende-se avaliar em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica e risco de MSC, submetidos a implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI): a) ocorrência de eventos arrítmicos; b) ocorrência de eventos clínicos e correlações com eventos arrítmicos; c) ocorrência de terapia de choque do CDI e correlações clínico-funcionais; d) preditores clínico-funcionais de prognóstico. MÉTODOS: Foram estudados 26 pacientes com cardiomiopatia hipertrófica e fatores de risco de MSC, submetidos a implante de CDI no período de maio de 2000 a janeiro de 2004 (seguimento médio = 20 meses). Quatorze pacientes (53,8%) eram do sexo feminino e a idade média foi de 42,7 anos. Em 16 pacientes (61,5%), a indicação do CDI foi para prevenção primária de morte súbita cardíaca, e em 10 (38,5%), para prevenção secundária. Vinte pacientes (76,9%) apresentavam síncope prévia ao implante de CDI, metade desses relacionados a fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sustentada; 15 (57,7%) tinham história de morte súbita familiar; 12 pacientes (46,2%), taquicardia ventricular não-sustentada ao Holter de 24 horas; e 5 (19,2%) apresentavam o septo interventricular com espessura maior que 30 mm. RESULTADOS: No seguimento foram registrados no CDI 4 terapias de choque em arritmias potencialmente letais (3 pacientes com taquicardia ventricular sustentada e 1 paciente com fibrilação ventricular). Ocorreu um óbito por provável acidente vascular cerebral tromboembólico. Quatro pacientes tiveram recorrência de síncope sem evento arrítmico registrado pelo CDI. A análise estatística demonstrou significância da precocidade do choque do CDI em pacientes cujo septo interventricular tinha espessura maior que 30 mm. CONCLUSÃO: 1- ocorrência de eventos arrítmicos em 50% dos pacientes: a maioria (62%) foi taquicardia ventricular, sustentada (31%) e não-sustentada (31%); nos outros pacientes ocorreu taquicardia paroxística supraventricular; 2- síncopes recorrentes na minoria dos pacientes (16%), que, entretanto, não se associaram à presença de eventos arrítmicos; 3- presença de septo interventricular superior a 30 mm, ao ecocardiograma, se associou à ocorrência de terapia de choque precoce (p = 0,003); 4- ausência de preditores clínicos ou funcionais.
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OBJETIVO: Identificar os perfis clínico/angiográfico e relacionados ao procedimento de pacientes com angina instável atendidos em um hospital terciário e tratados por meio de intervenções coronarianas percutâneas. MÉTODOS: Estudo de uma casuística consecutiva de 1.413 pacientes, selecionados a partir de um banco de dados informatizado e revascularizados percutaneamente no triênio 2002-2004. Não houve critérios de inclusão/exclusão. RESULTADOS: Hipertensão arterial sistêmica (74%) e hipercolesterolemia (65%) foram os fatores de risco clássicos para doença coronariana mais observados. Antecedentes de infarto do miocárdio e cirurgia de revascularização miocárdica foram respectivamente observados em 28% e 24% dos casos. Os subgrupos mais comumente tratados foram o IIB (48%) e IIIB (28%). O clopidogrel foi prescrito a 51% dos pacientes, enquanto os inibidores IIb IIIa foram utilizados em 7%. Doença coronariana multiarterial na cinecoronariografia diagnóstica ocorreu em 42% dos casos. Lesões-alvo tipo B2 ou C foram tratadas em 64%, das quais 94% situavam-se em vasos naturais. Lesões reestenóticas foram dilatadas em 5% dos pacientes. Todas as intervenções foram realizadas utilizando os stents coronarianos, a maioria dos quais (67%) do tipo convencional. CONCLUSÕES: 1) os subgrupos IIB e IIIB foram os mais comumente tratados (76%); 2) o clopidogrel foi o antitrombótico mais prescrito (51%); 3) a coronariopatia multiarterial foi observada em 42% dos casos, com predomínio de lesões-alvo complexas e situadas em vasos naturais; 4) a técnica de dilatação predominante foi o implante dos stents coronarianos.
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OBJETIVO: Estudar a função sistólica e diastólica por meio da ecocardiografia Doppler em pacientes assintomáticos com obesidade grave. MÉTODOS: Foram avaliados, por meio de ecocardiograma transtorácico, 30 pacientes candidatos a cirurgia bariátrica, com IMC médio de 49,2±8,8 kg/m², sem história de cardiopatia prévia. RESULTADOS: Observou-se aumento de câmaras esquerdas em 42,9% da amostra, disfunção diastólica em 54,6%, hipertrofia ventricular esquerda em 82,1%, com padrão geométrico do tipo hipertrofia excêntrica em metade dos casos. A indexação da massa ventricular esquerda com a altura diagnosticou significativamente mais hipertrofia do que a indexação com a superfície corpórea (p = 0,0053), sendo esse índice mais apropriado para determinação de hipertrofia ventricular em obesos. Correlações entre hipertrofia ventricular esquerda com tempo de obesidade e níveis pressóricos foram positivas, bem como correlações entre o índice de massa corpórea e indicadores de disfunção diastólica. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou que o ecocardiograma, realizado em portadores de obesidade grave assintomáticos, revelou alterações cardíacas estruturais comuns na miocardiopatia da obesidade, que podem associar-se ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca, arritmias e morte súbita, possibilitando a identificação de pacientes sob maior risco cardiovascular.
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OBJETIVOS: Avaliar se a ablação com radiofreqüência é um procedimento eficiente para o tratamento das extra-sístoles da via de saída do ventrículo direito (EVSVD), e se resulta em melhora dos sintomas. MÉTODOS: Estudo prospectivo, com 30 pacientes consecutivos (idade média de 40±13 anos, 25 do sexo feminino), sem cardiopatia estrutural aparente, com EVSVD, muito freqüentes (densidade média de 1.263±593/h), sintomáticos por mais de 1 ano (média =74 meses) e refratários aos fármacos antiarrítmicos (3±1,7, incluindo os beta-bloqueadores), que foram submetidos à ablação com radiofreqüência. RESULTADOS: Após o primeiro procedimento, houve 23 sucessos iniciais (76,6%) e 7 iniciais insucessos (23,4%). Quatro pacientes tiveram recorrências, sendo que dois desses não se submeteram ao segundo procedimento. O segundo procedimento foi realizado em 9 pacientes (7 insucessos iniciais e 2 recorrências), e o sucesso ocorreu em 5 pacientes adicionais, sendo 1 caso por acesso epicárdico. A taxa de sucesso final foi de 80% (24/30), e nenhuma complicação maior ocorreu. Após um seguimento médio de 14±6 meses, no grupo de sucesso final houve uma redução de mais de 90% na densidade das extra-sístoles(24/24; p<0,0001) e resultante ausência de sintomas na maioria dos pacientes (23/24; p<0,001). CONCLUSÃO: A ablação com radiofreqüência é um tratamento seguro e eficaz para os pacientes com extra-sístoles persistentes e sintomáticas com morfologia do trato de saída do ventrículo direito.
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OBJETIVOS: Estudar a evolução clínica de gestantes com CMH, a influência da gestação sobre o curso natural da CMH e a freqüência da doença nos filhos dessas mulheres no início da infância. MÉTODOS: Foi realizado um estudo prospectivo em 35 portadoras de CMH com a mesma idade e classe funcional (CF). Vinte e três estavam grávidas (grupo G), e 12 pacientes que não estavam grávidas serviram como controle (grupo NG). Foram realizadas avaliações clínicas mensais, bem como eletrocardiograma e ecocardiograma transtorácico Os desfechos para os filhos foram taxas de natimortalidade e prematuridade e investigação de CMH durante a infância. RESULTADOS: Não houve mortes em nenhum dos dois grupos. A ocorrência de arritmias cardíacas foi significantemente maior (p< 0,05) no grupo NG (33,3% vs. 13,4%), e não foram observadas diferenças nos índices de insuficiência cardíaca (30,3% vs. 16,6%) ou acidente vascular cerebral isquêmico (4,3% vs. 8,3%) entre os grupos (p > 0,05). No grupo NG, a necessidade de hospitalização para tratamento de complicações cardíacas foi mais freqüente (p = 0,05) em pacientes com história familiar de CMH (71,4% vs. 25,0%). Doze pacientes (52%) foram submetidas à cesariana por razões obstétricas, sete bebês (30,4%) nasceram prematuramente e um bebê (4,3%) teve morte neonatal. Uma criança teve diagnóstico clínico de CMH, e seu estudo genético identificou mutação no gene da cadeia pesada da b-miosina, situado no cromossomo 14. CONCLUSÃO: Insuficiência cardíaca é uma complicação freqüente em portadoras de CMH durante a gravidez, principalmente em pacientes com antecedentes familiares da doença, mas não altera o curso natural da CMH. Em uma criança, o exame clínico identificou HMC no início da infância.
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OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de variáveis detectoras de isquemia miocárdica, durante ou após o tratamento odontológico, sob anestesia com vasoconstritor (adrenalina). MÉTODOS: Foram incluídos 54 pacientes coronariopatas submetidos a exodontia sob anestesia local com ou sem vasoconstritor, divididos em dois grupos (sorteio por envelope): grupo I, composto por 27 que receberam anestésico com vasoconstritor; e grupo II, composto por 27 que receberam anestésico sem vasoconstritor. Todos os pacientes foram submetidos a monitoração eletrocardiográfica com Holter por 24 horas, a Doppler-ecocardiografia realizada antes e após intervenção odontológica, e a dosagem dos marcadores bioquímicos antes e 24 horas após a exodontia (creatina cinase fração MB [CK-MB] massa, CK-MB atividade e troponina T). A freqüência cardíaca e a pressão arterial nas fases pré-anestesia, pós-anestesia e pós-exodontia também foram aferidas. A Doppler-ecocardiografia teve como objetivo avaliar a contratilidade segmentar do ventrículo esquerdo e a eventual ocorrência de insuficiência mitral. Em todos os casos foi mantido o protocolo farmacológico habitual prescrito pelo cardiologista. RESULTADOS: Três pacientes do grupo I apresentaram depressão do segmento ST (1,0 mm) durante a aplicação da anestesia, dois outros pacientes do mesmo grupo tiveram elevação da CK-MB massa, e em nenhum caso foi verificada presença de isquemia avaliada pelos demais métodos. Não houve registro, neste estudo, de precordialgia, arritmias e ocorrência ou agravamento de hipocontratilidade segmentar do ventrículo esquerdo ou insuficiência mitral. CONCLUSÃO: A exodontia praticada sob uso de anestesia com adrenalina 1:100.000 não implica riscos isquêmicos adicionais quando realizada com boa técnica anestésica e manutenção do tratamento farmacológico prescrito pelo cardiologista.
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FUNDAMENTO: A literatura é controversa no que se refere ao uso de vasoconstritores para anestesia local em cardiopatas, havendo preocupação com a indução de descompensação cardíaca. OBJETIVO: Avaliar parâmetros eletrocardiográficos e de pressão arterial durante procedimento odontológico restaurador sob anestesia local com e sem vasoconstritor em portadores de doença arterial coronária. MÉTODOS: Neste estudo foram avaliados 62 pacientes. As idades variaram de 39 a 80 anos (média de 58,7 + 8,8) anos, sendo 51 pacientes (82,3%) do sexo masculino. Do total de pacientes, 30 foram randomizados para receber anestesia com lidocaína 2% com adrenalina (grupo LCA) e os demais para lidocaína 2% sem vasoconstritor (grupo LSA). Todos foram submetidos a monitorização ambulatorial da pressão arterial e eletrocardiografia dinâmica por 24 horas. Foram considerados três períodos: 1) basal (registros obtidos durante os 60 minutos que antecederam o procedimento); 2) procedimento (registros obtidos desde o início da anestesia até o final do procedimento) e 3) das 24 horas. RESULTADOS: Houve elevação da pressão arterial do período basal para o procedimento nos dois grupos quando analisados separadamente; quando confrontados, não apresentaram diferença entre si. A freqüência cardíaca não se alterou nos dois grupos. Depressão do segmento ST > 1 mm não ocorreu durante os períodos basal e procedimento. Arritmias em número superior a 10 por hora estiveram presentes durante o procedimento em sete pacientes (12,5%), sendo quatro (13,8%) do grupo que recebeu anestesia sem adrenalina e três (11,1%) do grupo com adrenalina. CONCLUSÃO: Não houve diferença em relação a comportamento da pressão arterial, freqüência cardíaca, evidência de isquemia e arritmias entre os grupos. O uso de vasoconstritor mostrou-se seguro dentro dos limites do estudo.
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OBJETIVOS: Avaliar a sobrevida dos pacientes com insuficiência cardíaca encaminhados para transplante cardíaco, e identificar os fatores de pior prognóstico a fim de estabelecer um escore para reconhecer os pacientes de maior risco de óbito. MÉTODOS: Foram avaliados 330 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 12 e 74 anos, encaminhados para transplante cardíaco no período de janeiro de 1986 a novembro de 2001. Foi feita análise de variáveis clínicas e laboratoriais, e de dados de eletrocardiografia, Holter, ecocardiografia e ventriculografia radioisotópica. RESULTADOS: O período mediano de acompanhamento foi de cinco anos e a sobrevida dos pacientes no primeiro ano foi de 84,5%, no segundo ano foi de 74,3%, no terceiro ano foi de 68,9%, no quarto ano foi de 64,8% e, no quinto ano, foi de 60,5%. As variáveis prognósticas selecionadas na análise univariada, estatisticamente significantes, foram: idade, etiologia chagásica, classes funcionais III e IV, ortopnéia, pressão arterial sistólica, pressão arterial média, pressão de pulso, uréia plasmática, sódio plasmático, glicemia, albumina, bilirrubina, hemoglobina e freqüência cardíaca média. As variáveis prognósticas na análise multivariada estatisticamente significantes foram: fração de ejeção, uréia e hemoglobina. O escore de risco foi calculado de acordo com a fórmula: RR = exp[(-0,0942401 x fração de ejeção) + (0,0105207 x uréia) + (-0,2974991 x hemoglobina) + (-0,0132898 x idade) + (-0,0099115 x glicemia)], discriminando a população com maior probabilidade de óbito. CONCLUSÃO: Apesar da sobrevida satisfatória, trata-se de amostra de pacientes com insuficiência cardíaca grave, sugerindo que esses pacientes podem ser mantidos em tratamento clínico otimizado até que apresentem deterioração clínica persistente. A fração de ejeção, os diâmetros ventriculares e a classe funcional não devem ser usados de forma isolada para indicação de transplante cardíaco. O escore de risco pode ser útil para discriminar a população com pior prognóstico.
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FUNDAMENTO: Identificação de fatores de risco pré-operatórios na cirurgia cardíaca valvar visa melhor resultado cirúrgico pela possível neutralização de condições relacionadas com morbi-mortalidade aumentada. OBJETIVO: Este estudo objetiva identificar fatores de risco hospitalar em pacientes submetidos a implante de bioprótese de pericárdio bovino. MÉTODOS: Estudo retrospectivo incluindo 703 pacientes consecutivos submetidos a implante de pelo menos uma bioprótese de pericárdio bovino St. Jude Medical-Biocor® de setembro de 1991 a dezembro de 2005 no Instituto de Cardiologia do RS, sendo 392 aórticos, 250 mitrais e 61 mitro-aórticos. Analisadas as características sexo, idade, índice de massa corporal, classe funcional (New York Heart Association - NYHA), fração de ejeção, lesão valvar, hipertensão arterial sistêmica, diabete melito, função renal, arritmias cardíacas, cirurgia cardíaca prévia, revascularização miocárdica, plastia tricúspide e caráter eletivo, de urgência ou de emergência da cirurgia. Desfecho primordial foi mortalidade hospitalar. Utilizou-se regressão logística para examinar relação entre fatores de risco e mortalidade hospitalar. RESULTADOS: Ocorreram 101 (14,3%) óbitos hospitalares. Características significativamente relacionadas à mortalidade aumentada foram sexo feminino (p<0,001), idade superior a 70 anos (p=0,004), fibrilação atrial (p=0,006), diabete melito (p=0,043), creatinina > 2,4mg/dl (p=0,004), classe funcional IV (p<0,001), lesão valvar mitral (p<0,001), cirurgia cardíaca prévia (p=0,005), plastia tricúspide (p<0,001) e caráter cirúrgico emergencial (p<0,001). CONCLUSÃO: Observada mortalidade aceita pela literatura, justificável pela prevalência de alguns fatores de risco, tendo elevado nível de significância sexo feminino, idade superior a 70 anos, classe funcional IV, plastia tricúspide e caráter emergencial. A possível neutralização destes poderá contribuir para redução da mortalidade hospitalar na cirurgia valvar.
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FUNDAMENTO: Diversos fármacos podem causar aumento do intervalo QT, bem como da sua dispersão (QTd) em registros eletrocardiográficos (ECG). O QTd pode ser um marcador potencialmente sensível ao aumento do risco de arritmias cardíacas e morte súbita cardíaca. Metformina é uma substância de eficácia anti-hiperglicêmica utilizada no tratamento do diabete. Entretanto, estudos têm relacionado efeitos dose-dependentes da metformina sobre a glicemia e marcadores de riscos cardiovasculares. OBJETIVO: Avaliar os efeitos dose-resposta da metformina sobre o QT e QTd de ratos diabéticos. MÉTODOS: Ratos Wistar machos foram distribuídos em cinco grupos: controle não-tratado (C), diabético não-tratado (D), diabéticos tratados com metformina nas doses 3,5, 30 e 74 µg/kg/pc (DM 3,5, DM 30 e DM 74). O diabete foi induzido por uma injeção de aloxana (40 mg/kg, i.v.). O ECG foi registrado (1º, 15º e 30º dias) através de quatro eletrodos inseridos na camada subcutânea das patas. Ambos os intervalos, RR e QT, foram medidos, e então os valores do QT corrigido e da dispersão de QT foram calculados. RESULTADOS: Os grupos DM 3,5 e DM 30 mostraram significativa redução da glicemia (p< 0,05) quando comparados à alta dose (DM 74). Ratos do grupo DM 74 apresentaram aumento dos intervalos QTc, QTd e QTcd, enquanto os ratos dos grupos DM 3,5 e DM 30 apresentaram menor prolongamento desses intervalos. CONCLUSÃO: A metformina em altas doses proporcionou maior dispersão do intervalo QT, em razão, provavelmente, do aumento da não-homogeneidade do processo de repolarização ventricular, enquanto em baixas doses houve diminuição do intervalo QT em ratos diabéticos.
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O aneurisma de apêndice atrial esquerdo é condição rara que se manifesta freqüentemente por arritmias cardíacas ou tromboembolismo. Relatamos um caso de paciente portador de aneurisma de apêndice atrial esquerdo, diagnosticado pela ecocardiografia e submetido a ressecção cirúrgica.
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Os tumores primários cardíacos são infreqüentes; entretanto, as neoplasias metastáticas com acometimento do coração são mais comuns. Alguns tumores apresentam, em estudos post-mortem, implantes secundários cardíacos com freqüências que superam 50%. Esse comprometimento deve ser lembrado em pacientes com história de neoplasia, que apresentem distúrbios de condução, sopro, cardiomegalia ou arritmias. Relatar-se-á, a seguir, o caso de um homem de 39 anos, encaminhado por cansaço e dispnéia aos esforços. Ecocardiograma evidenciou grande massa tumoral em ventrículo direito. A história médica pregressa revelou antecedentes de melanoma e a avaliação complementar mostrou doença metastática para pulmões, coração e cérebro, com evolução a óbito. Os aspectos singulares do caso são a presença de uma grande massa no ventrículo direito de origem metastática, ilustrando um quadro clínico raro e de prognóstico reservado.
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FUNDAMENTO: A regeneração dos cardiomiócitos após o infarto do miocárdio (IM) é mais evidente em animais jovens; entretanto, não se sabe se é acompanhada de melhora funcional. OBJETIVO: Realizar a análise funcional pela ecocardiografia (eco) de ratos jovens e adultos submetidos a IM. MÉTODOS: Setenta e dois animais foram incluídos no estudo: 35 ratos jovens (grupo J) com 28 dias, e 37 ratos adultos (grupo A) com 153 dias. Os ratos foram subdivididos em dois subgrupos: infartado (JI e AI) e controle (JC e AC). Os animais foram avaliados por meio de ecocardiograma no 7º e 30º dias de pós-operatório para análise da fração de ejeção (FE) e dos volumes sistólico (VSF) e diastólico (VDF) finais do ventrículo esquerdo. Foram incluídos no grupo de estudo somente animais com FE menor que 40%. RESULTADOS: Na comparação dos VDF e VSF entre infartados e controles, observou-se aumento significativo nos animais adultos infartados nas duas fases analisadas. Nos animais jovens, apenas o VSF, no 7º dia, foi significativamente maior. Na evolução intragrupo, observou-se aumento do VDF e do VSF nos dois subgrupos jovens, proporcional ao crescimento, e somente aumento do VDF no grupo adulto infartado. Houve melhora da FE nos ratos jovens, enquanto nos ratos adultos a FE permaneceu diminuída em relação aos controles. CONCLUSÃO: Os ratos jovens infartados apresentaram melhora da função sistólica e dos volumes ventriculares após 30 dias do infarto, enquanto nos ratos adultos houve aumento do VDF sem melhora da função sistólica.
Prevalência e fatores de risco associados à doença arterial periférica no projeto corações do Brasil
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FUNDAMENTO: A doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) está associada ao maior índice de risco cardiovascular. No Brasil, faltam dados sobre sua prevalência e fatores de risco. OBJETIVO: Avaliar prevalência e fatores de risco associados à DAOP nas cidades brasileiras com > cem mil habitantes. MÉTODOS: Estudo transversal, multicêntrico, que avaliou 1.170 indivíduos (>18 anos), em 72 centros urbanos, participantes do Projeto Corações do Brasil. O diagnóstico de DAOP baseou-se na medida do índice tornozelo-braquial (ITB) < 0,90. A análise estatística utilizou teste Qui-quadrado (Pearson) corrigido para amostras complexas e intervalos de confiança. P < 0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: A prevalência de DAOP foi de 10,5% e apenas 9% dos portadores da doença apresentaram claudicação. A DAOP esteve associada à presença de diabetes, obesidade total e abdominal, acidente vascular cerebral (AVC) e doença isquêmica do coração (DIC). Houve tendência a maior prevalência de DAOP na presença de hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal dialítica e tabagismo >20 anos/maço. Mulheres coronariopatas apresentaram risco 4,9 vezes maior de ter DAOP, do que aquelas sem coronariopatia e, entre homens diabéticos, o risco de DAOP foi 6,6 maior em comparação aos não diabéticos. CONCLUSÃO: A prevalência de DAOP foi elevada, considerando-se a baixa média de idade da população avaliada (44±14,7 anos). A minoria dos portadores apresentava claudicação, o que denota o grande contingente de indivíduos assintomáticos. Os fatores mais fortemente associados à doença foram diabetes, obesidade, AVC e DIC. Os autores concluíram que a medida do ITB deve ser considerada na avaliação de pacientes de moderado e alto risco cardiovascular.
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FUNDAMENTO: A massagem do seio carotídeo (MSC) é uma técnica simples, de baixo custo e com muitas indicações. OBJETIVO: Determinar a segurança da MSC em pacientes ambulatoriais com alta prevalência de doença aterosclerótica e de cardiopatia. MÉTODOS: Estudo transversal. Critérios de inclusão: pacientes ambulatoriais com idade > 50 anos, encaminhados para realização de eletrocardiograma (ECG). Critérios de exclusão: indivíduos que não aceitaram participar de um estudo sobre a prevalência da resposta cardioinibitória à MSC, pacientes com demência, portadores de marca-passo, indivíduos com sopro carotídeo ou com história de AVC ou IAM nos últimos 3 meses. A MSC foi realizada na posição supina durante 10 segundos. Foram consideradas complicações da MSC a ocorrência de arritmias sustentadas e o aparecimento de déficit neurológico durante a MSC ou nas primeiras 24 horas após o seu término. RESULTADOS: Foram selecionados aleatoriamente 562 pacientes de um total de 1.686 indivíduos com critérios de inclusão. Sessenta indivíduos apresentaram critérios de exclusão. Os 502 pacientes restantes (52% homens, idade média de 65 anos, 69% cardiopatas e 50% com doença aterosclerótica) foram submetidos a 1.053 MSC. Dois pacientes apresentaram complicações (0,4%; IC95%:0%-0,9%). Um homem de 71 anos apresentou monoparesia do braço esquerdo com regressão completa em 30 minutos. Outro homem, de 56 anos, apresentou hemianopsia homônima à esquerda que regrediu em 7 dias. CONCLUSÃO: A incidência de complicações relacionadas à MSC foi pequena, particularmente quando se considerou que a população submetida à manobra era idosa e com alta prevalência de cardiopatia estrutural e de doença aterosclerótica.