167 resultados para teorias filológicas
Resumo:
Trata-se de uma pesquisa documental que analisou a produção brasileira da pós-graduação stricto sensu em enfermagem relacionada à hipertensão gestacional. Para tal, utilizou-se como fonte de pesquisa o Banco de Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Enfermagem. Identificaram-se 14 estudos produzidos entre 1979-2008, cuja produção concentrou-se na região sudeste, entre 1996-2008. O processo analítico revelou a preocupação com a subjetividade das gestantes e com aspectos voltados à assistência de enfermagem. Mostrou, também, que a maioria dos estudos envolveu metodologia qualitativa e sob sustentação de teorias de enfermagem. A experiência vivida pelas gestantes hipertensas é marcada por sentimentos negativos, por problemas socioeconômicos e é influenciada pela forma de organização familiar. A cultura das gestantes hipertensas é desconsiderada e elas são assistidas em um contexto no qual a doença é prioridade. Conclui-se que, apesar de alguns avanços científicos, o tema não tem despertado o interesse merecido entre os enfermeiros que cursam pós-graduação.
Resumo:
Apesar de efêmera, a rugosidade superficial no solo induzida por métodos de seu preparo é requerimento importante nos sistemas de manejo de caráter conservacionista. Isto se deve ao fato de que ela aumenta a retenção e a infiltração superficiais de água no solo, reduz a velocidade e o volume do escoamento superficial e aprisiona os sedimentos da erosão, diminuindo os danos causados pela erosão hídrica. Considerando tais aspectos, realizou-se esta pesquisa com o objetivo de avaliar as alterações ocorridas na rugosidade superficial do solo pelas ações do preparo e da chuva, na ausência e na presença de cobertura morta, em relação à erosão hídrica. O estudo foi realizado em campo, na EEA/UFRGS, em Eldorado do Sul (RS), em 1996 e 1997, aplicando-se chuva simulada sobre um Argissolo Vermelho distrófico típico, de textura franco-argilo-arenosa e declividade de 0,07 m m-1. Avaliaram-se os preparos de solo aração, aração e duas gradagens e sem preparo, na ausência e na presença de 60 % de cobertura por resíduo cultural, submetidos a quatro testes de chuva simulada. O primeiro teste foi constituído de uma chuva segmentada, composta de quatro porções, com durações de 20, 20, 30 e 30 min, espaçadas uma da outra de 30 a 40 min, aplicada logo após o preparo do solo. Os demais testes foram constituídos de chuvas contínuas, com duração de 90 min, aplicadas 1, 20 e 35 dias após a primeira chuva. Tais chuvas foram aplicadas com o aparelho simulador de chuva de braços rotativos, na intensidade constante de 64,0 mm h-1. A alteração na rugosidade superficial do solo causada pelo preparo foi maior do que a causada pela chuva. O maior decréscimo na rugosidade superficial do solo pela ação da chuva ocorreu já no primeiro evento, logo após o solo ter sido preparado, antes do início da enxurrada. A rugosidade superficial do solo impediu ou retardou a enxurrada nos tratamentos com solo mobilizado nos segmentos de chuva de curta duração, aplicados logo após o preparo, impedindo ou reduzindo as perdas de água e solo naquele período, independentemente da cobertura do solo. Nas chuvas contínuas subseqüentes, de longa duração, a rugosidade superficial do solo não influenciou a perda de água nos tratamentos com solo mobilizado na ausência de cobertura, sendo alta em todos eles, mas a influenciou na sua presença, diminuindo-a com o aumento da rugosidade. O tratamento sem preparo permaneceu com a perda de água elevada sempre em tais chuvas. Quanto à perda de solo, nas mesmas chuvas, o efeito da rugosidade na sua redução foi mais evidente na ausência de cobertura, tendo sido substancialmente ocultado na sua presença. A cobertura morta adicionada ao solo não preservou a elevada rugosidade superficial inicialmente criada pelos preparos no solo degradado utilizado no estudo. Mesmo assim, ao final do experimento, ainda restava mais da metade da capacidade teórica inicial de retenção de água e de sedimento nas microdepressões formadas pela rugosidade. Os dados obtidos foram consistentes com teorias e conceitos usados em estudos de mecânica de erosão hídrica do solo.
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As questões de gênero como hoje são faladas e assumidas foram construídas pelos discursos das ciências. Abordaremos como o discurso do gênero foi construído pela psicologia moderna, isto é, como o próprio conceito e as teorias explicativas que o envolvem foram construindo um significado que hoje está associado ao seu próprio estudo. Após a "invasão" de perspectivas pós-modernas, pós-estruturalistas e da teoria critica, assiste-se à crítica aos paradigmas convencionais. São agora colocadas novas questões e desafios tanto para a própria psicologia e para os programas de pesquisa tradicionais, quanto para a análise do significado e práticas associadas ao gênero.
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Este artigo busca recuperar no tempo aspectos do desenvolvimento das pesquisas educacionais no Brasil, associando-os a conjunturas histórico-sociais. Trabalham-se algumas questões de teorias e métodos, hegemonias de grupos de investigação e questões institucionais. Ressalta-se o papel da década de 80, na qual vigorosos debates são travados, a partir dos quais vêm à luz problemas intrínsecos a procedimentos de pesquisa e sua validade. Discute-se em que condições se pode falar de impacto social das pesquisas educacionais, analisando-se a possível porosidade dos conhecimentos advindos de pesquisas em educação nas ações de educadores e em políticas educacionais, perguntando-se também se a consistência metodológica desempenha, nessa porosidade, algum papel.
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Este artigo pretende apresentar os resultados da análise das concepções de aprendizagem construídas por uma alfabetizadora da rede pública, durante sua formação acadêmica e sua prática pedagógica. Utilizando abordagem etnográfica, dados foram levantados mediante observações em sala de aula (e seus respectivos diários de campos), entrevistas gravadas, relatórios e anotações pessoais da docente. Chegou-se à conclusão de que essa alfabetizadora fundamentou suas práticas em teorias diversas, principalmente em pressupostos psicogenéticos, mas apoiou-se também em alguns aspectos básicos do Behaviorismo e do Humanismo, postura que lhe possibilitou ter uma prática bem-sucedida.
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Este artigo reporta-se às bases epistemológicas do currículo do futuro. Inicia examinando os debates em curso sobre o impacto das mudanças curriculares na economia global. A parte principal do texto refere-se à explicação e comparação de duas teorias sociais do conhecimento - a de Emile Durkheim e a do psicólogo russo Lev Vygotsky, focalizando particularmente a questão das origens do conhecimento e a relação entre o conhecimento cotidiano e o conhecimento teórico. O autor argumenta que a abordagem genético-histórica adotada por Vygotsky precisa ser combinada com a ênfase durkheimiana na realidade social do conhecimento. Finalmente, conclui com algumas observações acerca das implicações da comparação para a teoria de currículo contemporânea.
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As correntes teóricas que conhecemos sob os rótulos de pós-estruturalismo e de pós-modernismo influenciaram profundamente, como sabemos, as teorizações e as pesquisas em diversos campos das ciências sociais e humanas nos últimos anos; uma influência que tem sido igualmente considerável na pesquisa em educação no Brasil. Os efeitos combinados dessas correntes, sintetizados talvez na chamada "virada lingüística", expressam-se naquilo que se convencionou chamar de "teorias pós-críticas em educação". Em seu conjunto, essas teorias utilizam uma série de ferramentas conceituais, de operações analíticas e de processos investigativos que as destacam tanto das teorias tradicionais como das teorias críticas que as precederam. Este artigo discute os efeitos dessas teorias sobre a pesquisa educacional brasileira. Traçando uma espécie de esboço de um mapa do campo dos estudos pós-críticos em educação no Brasil, este artigo mostra o início das discussões pós-críticas no campo educacional brasileiro, discute as principais temáticas exploradas por essas pesquisas e indica os principais traçados por elas efetuados, descrevendo as expansões, as fraturas, as conquistas e as aberturas produzidas no campo educacional brasileiro.
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O objetivo dessa investigação é compreender as possibilidades e limites de uma experiência de formação continuada de professores de ensino fundamental que lidam com adolescentes de periferia. Realizada em 2002, com 10 professores, em 15 reuniões, a pesquisa pretendeu compartilhar momentos de reflexão e diálogo, buscando minimizar a violência na escola. Discutimos teorias do desenvolvimento da moralidade e trabalhamos com os professores ações educativas (dramatização, dilemas morais e dinâmicas de grupo) que visam a favorecer a emergência de interação social construtiva. As reuniões foram analisadas com procedimentos hermenêuticos. Na sistematização dos resultados, examinamos, inicialmente, a experiência como um todo. A seguir, destacamos momentos pedagógicos significativos, em que os professores compartilharam conosco experiências educativas realizadas no período dos encontros.
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Esta pesquisa exploratória teve como objetivo captar as percepções de adolescentes matriculados em estabelecimentos educacionais do Distrito Federal sobre as violências nas escolas e nas comunidades. Considerando que a literatura constata que as violências são comuns às escolas públicas e particulares, embora com diferentes ocorrências, o trabalho focalizou em particular as diferenças entre alunos dos dois tipos de escolas. Para tanto foi utilizada a técnica de grupos focais. Os resultados indicam que, embora se confirme a presença de violências nas escolas públicas e particulares, cada uma é tratada de modo diferente, as primeiras apoiando-se, em parte, no trabalho da polícia, e as últimas mantendo controle preventivo de pessoas e seus movimentos. As conclusões remetem às teorias sociológicas conflituais da Sociologia da Educação e ao seu maior poder explicativo. Enfatizam a necessidade de a escola considerar as sociedades dos adolescentes e o seu protagonismo e dinamismo próprios, abrindo os olhos para as mudanças dentro de si e ao seu redor.
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O objetivo da pesquisa é identificar concepções de adolescentes sobre homossexualidade em seu contexto social. Para isso, articula duas teorias: Representações Sociais e Identidade Social. Aplicaram-se questionários semiestruturados a adolescentes de escolas particular e pública e na análise dos dados utilizou-se o software Alceste. Os resultados revelam a presença de elementos positivos e negativos na representação social da homossexualidade e o seu processo de formação está associado ao processo de formação identitário. A configuração da representação social se relaciona a medo provocado por objetos sociais diferentes do que é considerado padrão; tentativa de retomar o sentido de ordem e controle sobre o mundo; valores e crenças presentes na história da sociedade; e posição social dos grupos sociais e ganhos que podem advir da relação intergrupal.
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Este artigo discorre sobre princípios de justiça para a educação básica. François Dubet propõe o princípio de justiça rawlsiano igualdade de base, o qual apregoa que todos os alunos dominem um quadro-base de conhecimentos. Marcel Crahay propõe a igualdade de conhecimentos adquiridos. Ambos os princípios evitam a meritocracia na educação básica por sua incoerência com o direito obrigatório e estão no campo das teorias da justiça distributiva igualitária valorizando os resultados da política, devido à correlação entre desigualdade social e escolar. Os dois autores afirmam a equidade como meio de ampliar a igualdade e relacionam tensões vivenciadas na escola e princípios de justiça que expressam interesses contraditórios. Por essas razões, eles defendem o monitoramento permanente das políticas e de suas consequências.
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Com este estudo, que se situa na articulação de áreas das ciências humanas, quer-se verificar se autores de resumos evidenciam em seus textos conhecer as características desse gênero discursivo e se mostram competência autorregulada ao fazê-lo. Primeiramente, foram analisados 24 resumos, realizados por candidatos ao mestrado de uma instituição de ensino federal. Para isso, construiu-se um instrumento de análise e de ponderações quantitativas, procurando melhor expressar os resultados. Dos 24 resumos analisados, cinco foram considerados compatíveis com uma produção escrita, por expressarem semanticamente propriedades de leitura e de organização discursiva; 13 não apresentaram as propriedades esperadas; outros seis apresentaram problemas graves, como cópia do trabalho original. As análises foram alicerçadas pelo construto da autorregulação da aprendizagem e por teorias linguísticas discursivas.
Resumo:
Este artigo pretende investigar em que medida a teoria das representações sociais pode definir e explicar os processos de ensino e de aprendizagem, uma vez que tais fenômenos foram, até o momento, na maioria das vezes, investigados e explicados com base nas teorias psicológicas de desenvolvimento e cognição. Acreditamos que menos atenção tem sido dedicada à explicação do ensino e da aprendizagem humana, por exemplo, baseada na análise etnográfica, sociológica ou psicossocial. Neste texto, pretendemos refletir sobre o papel que pode ser desempenhado pela teoria das representações sociais, particularmente pelos fenômenos da subjetividade e intersubjetividade, na formação dos processos de ensino e de aprendizagem humanos.
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Este texto objetiva analisar a articulação entre conhecimento escolar e emancipação no campo do currículo a partir de uma postura epistêmica pós-fundacional. Entendendo que nomear é um ato político, a análise enfrenta o desafio colocado pela virada paradigmática às leituras essencialistas do mundo. Explicita o diálogo estabelecido com os estudos pós-fundacionais, sublinhando seus efeitos na fixação de sentido para o significante emancipação. Em seguida, analisa a produção intelectual acumulada no campo curricular na última década, focalizando os processos de significação hegemonizados para a interface conhecimento escolar e emancipação. Por fim, a análise procura reativar outros sentidos possíveis da articulação em foco, abrindo pistas de investigação para continuarmos pensando politicamente o campo curricular, em meio às disputas na fronteira definidora de conhecimento escolar.
Resumo:
O artigo aborda os programas de pesquisa do Centro de Estudos Informétricos de Copenhague. Descrevendo a informetria como subcampo da bibliometria, discute uma nova abordagem para a área, qual seja, a combinação de teorias e metodologias avançadas de recuperação da informação com o estudo científico dos fluxos da informação. O Centro objetiva aplicar métodos bibliométricos não somente em estudos cienciométricos e em avaliações da pesquisa científica e tecnológica, mas também na análise de suas relações sociais, econômicas etc., ampliando as análises bibliométricas tradicionais para abranger as comunidades não acadêmicas nas quais a informação é produzida, comunicada e usada. A autora também convoca os profissionais de biblioteconomia e ciência da informação para enfrentarem o desafio dessa nova área de estudos quantitativos, aprendendo a explorar as bases de dados também como um instrumento para desenvolver atividades de análise, enfatizando as possibilidades que esses profissionais têm para elevar o nível de suas posições hierárquicas, assim como para explorar as técnicas informétricas no gerenciamento de políticas e de tomadas de decisão.