233 resultados para Serviços de saúde
Resumo:
OBJETIVO: Analisar e comparar os cuidados primrios prestados populao materno-infantil e contribuir para a avaliao da assistncia integral a esse grupo. MTODOS: Inqurito populacional realizado por entrevistas, no principal posto de vacinao do Municpio de Terespolis, RJ, no Dia Nacional de Vacinao, que abrangeu questes sobre utilizao de serviços de saúde e prestao de cuidados primrios preventivos. RESULTADOS: Foram colhidas informaes de 329 crianas e suas respectivas mes. Mais de 90% das crianas haviam comparecido consulta peditrica nos trs meses anteriores e quase todas possuam o carto da criana, embora em 30% desses cartes no havia qualquer peso registrado no perodo. Observou-se associao positiva entre consulta de puericultura e registro de peso no carto da criana (RP = 1,34; IC: 1,13-1,58; p = 0,0002). Cerca de 59% das mes compareceram consulta de reviso de parto, mas 25% referiram nunca ter feito exame colpocitolgico-onctico e 36% nunca haviam realizado exame de mama. Observou-se associao positiva entre a idade materna acima de 20 anos e a realizao de algum exame colpocitolgico-onctico durante a vida reprodutiva (RP = 1,56; IC: 1,08-2,26; p = 0,03). Quase 70% das mes relataram uso de algum mtodo anticoncepcional, principalmente plula, condom e laqueadura tubria. CONCLUSES: Apesar de algumas limitaes, os resultados sugerem a viabilidade da metodologia utilizada, permitindo a identificao de deficincias importantes na prestao de cuidados primrios de saúde para crianas e principalmente para mes.
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OBJETIVO: Descreve-se a auditoria mdica realizada entre as mulheres que se inscreveram em programa de pr-natal com o objetivo de verificar as caractersticas da assistncia gestao e de estabelecer diretrizes de ateno. MTODOS: Realizou-se levantamento epidemiolgico dos cartes das gestantes inscritas no Programa de Pr-natal do Posto de Saúde da Vila Municipal, Pelotas, RS, com data provvel de parto durante 1997 e no primeiro semestre de 1998. Foram includas as mulheres ingressadas no Programa at o quarto ms de gestao e que tiveram cinco consultas no mnimo. Foi utilizada a anlise bivariada para detectar as condies marcadoras da assistncia mdica. RESULTADOS: Em 1997, 73 mulheres se inscreveram no Programa de Pr-natal e, em 1998, 75. A mdia de consultas durante o pr-natal foi de 5,2 em 1997 e 6,2 em 1998. Essa diferena foi significativa (p<0,05). Analisaram-se diversos indicadores de processo mdico que traduzem a qualidade da ateno. CONCLUSO: Discutiu-se a utilidade do instrumental epidemiolgico na organizao de um servio de saúde. Ressaltou-se que esse tipo de estudo rpido, barato e fornece informaes para o direcionamento das atividades dos serviços.
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OBJETIVO: Caracterizar o cuidado pr-natal em uma amostra representativa de mes, identificando o servio de saúde onde estas realizaram o acompanhamento da gestao e os motivos que as levaram a escolher este local. MTODOS: Estudo transversal, realizado nos meses de maro e abril de 1997, nas quatro principais maternidades de Pelotas, RS, atravs de entrevista a 401 mes no ps-parto imediato. RESULTADOS: Fizeram acompanhamento pr-natal, em um posto de saúde 51% das mes, sendo a proximidade geogrfica o critrio mais freqentemente referido para tal escolha (46,8%). Para 85% das mes, o servio de saúde mais prximo de casa era um posto de saúde. No entanto, 52,2% dessas no utilizaram esse local para as consultas pr-natais alegando a m qualidade do atendimento (37,4%). Conforme referido pelas mes, entre os procedimentos de rotina do pr-natal recomendados pelo programa de saúde da rede pblica, incluindo a promoo do aleitamento materno, apenas a imunizao anti-tetnica foi realizada mais freqentemente nos postos do que nos demais locais. CONCLUSES: Tendo em vista a expressiva utilizao da rede pblica para o acompanhamento pr-natal, necessitam ser implementados investimentos em educao continuada dos profissionais, com nfase no cumprimento de normas tcnicas pr-estabelecidas.
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Embora a ateno ao idoso seja uma prioridade emergente no Brasil, pouca nfase tem sido dada a modelos de organizao de serviços hospitalares para pacientes geritricos. So revisados modelos de serviços hospitalares para admisso e manuseio de casos agudos em idosos, com nfase na discusso sobre o papel e o posicionamento da medicina geritrica (incluindo sua interface com especialidades e com a clnica mdica) no mbito da ateno hospitalar. Foi realizada pesquisa na base de dados Medline (1989-1999), bem como nos principais livros-texto de geriatria e de gerontologia, buscando identificar descries de serviços hospitalares para cuidado agudo de pacientes idosos. As caractersticas dos modelos identificados foram compiladas e descritas luz de sua adequao realidade dos serviços de saúde no Brasil. Exemplos de intervenes em geriatria, com efetividade demonstrada atravs de revises sistemticas, foram tambm citadas. Os modelos mais freqentemente relatados foram cuidado prolongado, tradicional, baseado na idade cronolgica, no especializado e integrado. Adaptaes e variantes de alguns desses modelos foram freqentemente relatadas, assim como seu impacto potencial na efetividade do cuidado geritrico. Evidncias sobre o melhor modelo a seguir no foram identificadas, mas aqueles modelos favorecendo a integrao da geriatria com a clnica geral pareceram mais adequados nossa realidade. Ressalta a necessidade de reestruturao de serviços de saúde para responder s novas demandas que surgem com o envelhecimento da populao, bem como do delineamento de serviços hospitalares para casos agudos, importantes para a efetividade do cuidado geritrico e que devem ser objeto de maior debate e pesquisa no Brasil.
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OBJETIVO: Avaliar a qualidade tcnico-cientfica do atendimento oferecido a adolescentes, gestantes adolescentes e seus filhos, por um servio de saúde. MTODOS: Os dados para caracterizao da clientela e dos critrios do atendimento de saúde foram coletados de 360 pronturios e comparados com padres da Organizao Panamericana da Saúde/Organizao Mundial da Saúde e do Ministrio da Saúde. RESULTADOS: Os resultados foram satisfatrios: no atendimento de adolescentes, na avaliao antropomtrica e de maturao sexual; no pr-natal, o intervalo entre consultas, os registros de peso e de presso arterial e as condutas nas intercorrncias; no atendimento a crianas: na insero precoce no servio, o calendrio vacinal atualizado, os registros de peso/desenvolvimento motor e a adequao nas condutas clnicas. Os resultados menos satisfatrios foram: baixo registro de condutas clnicas para adolescentes e elevado percentual de condutas inadequadas ou parcialmente adequadas; ingresso tardio ao pr-natal e baixa freqncia de registros de imunizao antitetnica de gestantes; ndices elevados de desmame precoce e sub-registro da estatura de crianas. CONCLUSO: O tipo de avaliao adotado de fcil execuo, permite avaliar a qualidade do atendimento prestado e possibilita o redirecionamento de atividades e condutas clnicas, no sentido de oferecer uma ateno saúde mais qualificada e voltada s necessidades e demandas da populao.
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OBJETIVO: Analisar escolhas realizadas por graduandos de primeiro e de ltimo ano em administrao hospitalar, para a seleo de pacientes em serviços de emergncia mdica. MTODOS: Foi estudada uma amostra acidental de 64 alunos do primeiro ano e 25 do quarto ano, presentes na sala de aula no primeiro dia letivo, em 1999, do curso de administrao hospitalar de instituio de ensino de So Paulo, SP, Brasil. Para coleta de dados, foi realizado questionrio com nove situaes hipotticas, que envolviam critrios passveis de ocorrer na seleo de pacientes dentro de um servio de emergncias mdicas: idade, sexo, condio econmica, estilo de vida e responsabilidade social. RESULTADOS: Foram encontradas diferenas significativas nas opes feitas pelos dois grupos de alunos pesquisados, em relao aos critrios de condio econmica e estilo de vida. CONCLUSO: Os resultados apontam para uma aceitao, por parte dos estudantes pesquisados, de critrios sociais como variveis para tomada de deciso, em situao de recursos limitados.
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OBJETIVO: Partindo do princpio de que um dos objetivos dos serviços odontolgicos pblicos reduzir os efeitos das desigualdades sociais sobre a saúde bucal, investigou-se se essas desigualdades esto presentes entre usurios dos serviços odontolgicos pblicos, privados e de sindicato. MTODOS: A populao estudada foi constituda por uma amostra representativa de adultos residentes na cidade de Bambu, MG. Os participantes foram entrevistados por meio de um questionrio estruturado. RESULTADOS: Entre os 1.664 moradores amostrados, 1.382 (83,1%) participaram do inqurito de saúde bucal. Destes, 656 preenchiam os critrios de incluso (idade >18 anos, presena de pelo menos um dente natural e visita ao dentista pelo menos uma vez na vida) e participaram do trabalho. Os usurios dos serviços privados estavam mais satisfeitos com a aparncia dos dentes (ORaj=3,03; IC95%=1,70-5,39) e com a mastigao (ORaj=2,27; IC95%=1,17-4,40) do que os usurios de serviços pblicos. Aqueles tambm percebiam menos necessidade atual de tratamento odontolgico (ORaj=0,39; IC95%=0,18-0,86) e receberam com mais freqncia tratamento restaurador (ORaj=9,57; IC95%=4,72-19,43) ou preventivo (ORaj=5,57; IC95%=2,31-13,40) na ltima visita ao dentista. Aqueles que usaram os serviços do sindicato tambm receberam mais tratamentos restauradores (ORaj=8,51; IC95%=2,80-25,92) e preventivos (ORaj=11,42; IC95%=3,49-37,43) na ltima visita ao dentista do que os usurios de serviços pblicos. Nenhuma diferena foi encontrada em relao satisfao com a aparncia dos dentes, capacidade de mastigao e percepo de necessidade de tratamento odontolgico. CONCLUSO: Os serviços pblicos odontolgicos, com base no estudo da comunidade local, aparentemente no tm conseguido reduzir as desigualdades sociais com referncia saúde bucal.
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OBJETIVO: escasso o conhecimento sobre a ocorrncia de violncia contra a mulher no contexto brasileiro. A questo raramente aparece nos diagnsticos e nas condutas realizados nos serviços de saúde, apesar da magnitude e das importantes repercusses dessa forma de violncia nas condies de saúde da populao. Buscou-se encontrar casos de violncia contra a mulher, identificando a natureza do ato perpetrado, a qualidade/gravidade da violncia e a relao do(a) agressor(a) com a mulher. MTODOS: O estudo foi realizado no Municpio de So Paulo, entre usurias de uma unidade bsica de saúde, durante dois meses, em 1998. A busca ativa de casos de violncia e sua freqncia foi realizada mediante entrevista padronizada, aplicada a todas as mulheres de 15 a 49 anos que foram atendidas no perodo da pesquisa. Foram entrevistadas 322 mulheres. RESULTADOS: Ao todo, 143 usurias (44,4%; IC95%=38,9-49,8%) relataram pelo menos um episdio de violncia fsica na vida adulta, sendo que, em 110 casos, o ato de violncia partiu de companheiros ou familiares (34,1%; IC95%=28,9-39,3%). Relataram a ocorrncia de pelo menos um episdio de violncia sexual na vida adulta 37 mulheres (11,5%; IC95%=8,0-14,9%); em 23 casos, os autores da ao eram companheiros ou familiares (7,1%; IC95%=4,3-9,9%). CONCLUSES: Assim como j demonstrado em outros pases, a violncia fsica e sexual teve alta magnitude entre as mulheres usurias dos serviços bsicos de saúde. Os companheiros e familiares so os principais perpetradores, e os casos so, em sua maioria, severos e repetitivos.
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OBJETIVO: Apresentar e avaliar aplicativo para subsidiar gestores e equipes de saúde com informaes de serviços que prestam ateno primria populao. MTODOS: Descrever o aplicativo PACOTAPS (Aplicativo para ateno primria em saúde) desenvolvido em linguagem Visual Basic 5.0, cujos mdulos dados secundrios e demanda ambulatorial foram testados em unidade bsica de saúde de Pelotas, RS. Por meio dos dados secundrios obteve-se a estrutura por idade e sexo da populao de referncia, e pela demanda ambulatorial foram caracterizados todos os atendimentos realizados durante um ms em duas unidades bsicas de saúde pelo processamento das fichas de atendimento ambulatorial. RESULTADOS: Identificaram-se a distribuio etria e o sexo de todos os usurios atendidos nas unidades bsicas de saúde e os principais diagnsticos e encaminhamentos. Foi possvel detectar diferenas entre as unidades, tanto devidas a estruturas e modelos assistenciais diversos, quanto indicativas de necessidades concretas de melhorias nos sistemas de registro dos atendimentos. CONCLUSES: O PACOTAPS um aplicativo de fcil operao, podendo contribuir para a avaliao da gesto de unidades bsicas de saúde, no mbito do Sistema nico de Saúde. Ao dispor dessa ferramenta eletrnica que conjugue esses recursos, a tomada de decises no mbito do servio de saúde e, at mesmo, da poltica de saúde do municpio poder ser feita em bases mais adequadas e eficientes.
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OBJETIVO: Idosos usam a rede pblica ou privada de atendimento de saúde de acordo com a sua situao econmica, social, demogrfica e epidemiolgica. Analisar como esses fatores influenciam a escolha do local de atendimento e comparar o impacto das rendas individual e familiar do idoso nessa deciso so os objetivos do estudo. MTODOS: Foram utilizados dados de um estudo realizado pelo Conselho Estadual do Idoso do Rio Grande do Sul, em 1995, com 7.920 idosos, com idade acima de 60 anos. A coleta de dados foi feito mediante questionrio que inclua questes sobre influncia do gnero, idade, escolaridade, renda individual e familiar, tamanho da famlia, participao na renda familiar e auto-avaliao da saúde do idoso. As chances de uso da rede privada de atendimento de saúde foi medida pela regresso logstica. RESULTADOS: No acesso rede privada de atendimento a renda familiar do idoso teve um impacto muito mais expressivo do que a individual. Com um aumento na renda familiar em um salrio mnimo, as chances do idoso utilizar a rede privada aumentam 20% contra um acrscimo de apenas 7% no mesmo aumento na renda individual. Tambm influenciaram positivamente: gnero feminino, idade, escolaridade e tamanho menor da famlia. CONCLUSES: As decises sobre onde o idoso recebe cuidados de saúde dependem das necessidades e recursos da famlia e no somente da situao individual do idoso. Conseqentemente, a saúde do idoso de famlia de renda baixa recebe prioridade menor e desproporcionalmente prejudicada pelo pouco recurso familiar e deficincias do sistema pblico de atendimento.
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OBJETIVO: Determinar os fatores associados auto-avaliao da saúde entre idosos, considerando-se cinco dimenses: sociodemogrfica, suporte social, hbitos de vida relacionados saúde, condies de saúde e acesso e uso de serviços de saúde. MTODOS: Dos 1.742 idosos (>60 anos) residentes na cidade de Bambu (Minas Gerais), 1.516 (87,0%) participaram do estudo. As informaes foram obtidas por meio de entrevistas, exames fsicos e laboratoriais. RESULTADOS: A auto-avaliao da saúde como boa/muito boa, razovel e ruim/muito ruim foi relatada, respectivamente, por 24,7%, 49,2% e 26,1% dos participantes. As seguintes caractersticas apresentaram associaes independentes e positivas com pior percepo da saúde: suporte social (insatisfao com os relacionamentos pessoais e menor freqncia a clubes ou associaes), condies de saúde (sintomas depressivos/ansiosos nas ltimas duas semanas, queixa de insnia nos ltimos 30 dias, maior nmero de medicamentos prescritos usados nos ltimos 30 dias) e acesso/uso de serviços de saúde (queixas quando necessita de serviços mdicos, maior nmero de consultas mdicas nos ltimos 12 meses e maior nmero de internaes hospitalares no perodo). Associao negativa e independente foi encontrada para renda domiciliar mensal (<2,0 vs >4 salrios-mnimos). CONCLUSES: Os resultados mostraram uma estrutura multidimensional da auto-avaliao da saúde em idosos, compreendendo a situao socioeconmica, suporte social, condies de saúde (destacando-se a saúde mental) e acesso e uso de serviços de saúde.
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OBJETIVO: Discutir as potencialidades do sistema de informao geogrfico na anlise do perfil epidemiolgico, sociodemogrfico e da organizao dos serviços de saúde dirigidos aos povos indgenas. MTODOS: Foi efetuada a anlise georreferenciada das notificaes de tuberculose, malria e da mortalidade de 374.123 indgenas distribudos em 36 Distritos Sanitrios Especiais Indgenas em todo o Brasil. Definiu-se um gradiente da intensidade do risco de adoecimento indgena por tuberculose, malria e mortalidade infantil nos anos de 2000 a 2002, comparando-os com os coeficientes encontrados na populao no indgena no mesmo perodo. RESULTADOS: O estudo mostrou que os dados previamente disponveis so fragmentrios, no possibilitando uma viso de conjunto das condies de vida e da situao de saúde dos grupos tnicos. A construo de gradientes de risco evidenciou coeficientes de incidncia de tuberculose superiores em mais de 1.000 vezes queles encontrados para a populao geral brasileira. O ndice Parasitrio Anual mdio de malria na populao indgena superou em at 10 vezes os valores mdios encontrados para a populao no-indgena e o Coeficiente de Mortalidade Infantil variou entre 74,7/1.000 nascidos vivos em 2000 e 56,5/1.000 em 2001, superando em mais de 100% a mdia nacional para o perodo. CONCLUSES: O Sistema de Informao Geogrfica se revela uma ferramenta til para a gesto, possibilitando anlises de situaes sanitrias, avaliao de risco populacional, construo de cenrios que viabilizem o planejamento de estratgias de interveno nos diversos nveis, transitando com rapidez e eficincia entre macro e micro realidades.
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OBJETIVO: Analisar o atendimento ao pr-natal em unidades de saúde, com o intuito de obter uma linha de base que subsidie futuros estudos avaliativos. MTODOS: Realizou-se estudo exploratrio para avaliao da ateno do Sistema nico de Saúde saúde de mulheres grvidas, por meio de inqurito auto-aplicado em gestores municipais de saúde sobre amostra probabilstica do tipo aleatria estratificada de 627 municpios que, submetida tcnica de expanso, permitiu anlises para 5.507 municpios. O perodo de coleta de dados foi de outubro de 2003 a abril de 2004. O questionrio captou informaes sobre a prioridade s distintas modalidades de ateno, alm de dados sobre a oferta de ateno e estimativa declarada de atendimento de demanda. Foram realizados os testes de qui-quadrado e t de Student para verificao de independncia entre variveis qualitativas e a igualdade entre mdias, respectivamente. RESULTADOS: Dos municpios analisados, 43,8% (n=2.317) no atendiam ao risco gestacional; 81% (n=4.277) e 30,1% (n=1.592) referiram atender acima de 75% da demanda do pr-natal de baixo e alto risco, respectivamente; 30,1% (n=1.592) atendiam acima de 75% da demanda de alto risco. Ateno ao baixo risco (chi2=282,080; P<0,001 n=4.277) e ao alto risco (chi2=267,924; P<0,001 n=5.280) estiveram associadas regio geogrfica, tamanho do municpio e modalidade de gesto no Sistema nico de Saúde. A garantia de vaga para o parto tambm esteve associada modalidade de gesto. CONCLUSES: Houve lacunas relacionadas oferta e qualidade da ateno ao pr-natal no Sistema nico de Saúde. A municipalizao amplia a oferta de pr-natal, mas h desigualdades entre regies e entre municpios de diferentes dimenses populacionais.
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OBJETIVO: Investigar as desigualdades na condio de saúde pessoal e na utilizao de serviços de saúde em relao situao do indivduo no mercado de trabalho. MTODOS: Foram estudados 39.925 homens de 15 a 64 anos de idade residentes em 10 regies metropolitanas brasileiras, participantes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios de 1998. Eles foram classificados como trabalhadores formais, informais, desempregados ou fora do mercado de trabalho. Os demais trabalhadores foram comparados aos trabalhadores formais em relao s caractersticas sociodemogrficas, indicadores de saúde e de utilizao de serviços de saúde. A anlise incluiu o qui-quadrado de Pearson e associao independente entre situao no mercado de trabalho e indicadores de saúde e utilizao de serviços de saúde foi feita por meio de regresso logstica multinomial. RESULTADOS: Dos participantes do estudo, 52,2% eram trabalhadores formais, 27,7% informais, 10% desempregados e 10,2% estavam fora do mercado de trabalho. Foram identificadas diferenas significativas relativas idade, escolaridade, renda domiciliar, posio no domiclio e regio de residncia. O desemprego, o trabalho informal e, sobretudo, a excluso do mercado de trabalho estiveram associados pior condio de saúde entre adultos brasileiros, independentemente das caractersticas sociodemogrficas. CONCLUSES: A situao do indivduo no mercado de trabalho expressa um gradiente de desigualdade nas condies de saúde. Os achados reforam que a situao do indivduo no mercado de trabalho tambm deve ser considerada nos estudos das desigualdades em saúde.
Resumo:
A noo de comunidade utilizada pelos planejadores e prestadores de assistncia saúde duplamente enganosa. De um lado, pressupe uma aparente igualdade e ausncia de conflitos entre pessoas de um mesmo grupo populacional. De outro lado, supe uma certa possibilidade de interveno dos serviços sobre comportamentos considerados indesejveis, do ponto de vista do controle de doenas ou de promoo de saúde. Utilizada deste modo, acaba encobrindo a "natureza" social da populao-alvo: os pobres e os desarranjos que a condio de pobreza acarreta. Para problematizar o eufemismo implcito nesta noo de comunidade, o objetivo do presente artigo foi apresentar a abordagem radicalmente relacional de Simmel para caracterizar a subordinao destes grupos populacionais s polticas e programas de ateno saúde. Para esta finalidade, partiu-se da apropriao da noo sociolgica de comunidade pelos serviços de saúde, a partir da clssica formulao de Tennies e sua influncia nos autores da Escola de Chicago.