479 resultados para Misticismo Igreja Católica História Idade Média, 600-1500
Sensibilidade e especificidade de critrios de classificao do ndice de massa corporal em adolescentes
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalncia de excesso de peso em adolescentes conforme critrios de classificao do ndice de massa corporal (IMC) e respectivas sensibilidade e especificidade. MTODOS: Foram realizadas medidas de peso, estatura e dobras cutneas, subescapular e triciptal, em 934 adolescentes (masculino= 462 e feminino= 472) de 14 a 18 anos de idade (mdia= 16,2; dp= 1,0) da cidade de Florianpolis (SC), em 2001. O percentual de gordura estimado a partir das dobras cutneas (e"25% no masculino e e"30% no feminino) foi utilizado como critrio padro-ouro para determinar a sensibilidade e especificidade dos critrios de classificao do IMC em adolescentes. RESULTADOS: A aplicao de diferentes pontos de corte de classificao do IMC, em geral, resultou em prevalncias de excesso de peso similares (p>0,05). A sensibilidade dos critrios avaliados foi elevada nos adolescentes do sexo masculino (85,4% a 91,7%) e baixa nas do sexo feminino (33,8% a 52,8%). A especificidade foi elevada em todos os critrios, para ambos os sexos (83,6% a 98,8%). CONCLUSES: As estimativas de prevalncia de excesso de peso pelos critrios de classificao do IMC em adolescentes foram similares e apresentaram especificidade elevada para ambos os sexos, mas baixa sensibilidade nos adolescentes do sexo feminino.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar o uso de medidas de comorbidade para predizer o risco de bito em pacientes brasileiros. MTODOS: Foram utilizados dados de internaes obtidos do Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico de Sade, que permite o registro de somente um diagnstico secundrio. Foram selecionadas 1.607.697 internaes ocorridas no Brasil em 2003 e 2004, cujos diagnsticos principais foram doena isqumica do corao, insuficincia cardaca congestiva, doenas crebro-vasculares e pneumonia. O ndice de Charlson e as comorbidades de Elixhauser foram as medidas de comorbidade utilizadas; o simples registro de algum diagnstico secundrio foi tambm empregado. A regresso logstica foi aplicada para avaliar o impacto das medidas de comorbidade na estimava da chance de bito. O modelo de base incluiu as seguintes variveis: idade, sexo e diagnstico principal. Os modelos de predio de bitos foram avaliados com base na estatstica C e no teste de Hosmer-Lemeshow. RESULTADOS: A taxa de mortalidade hospitalar foi 10,4% e o tempo mdio de permanncia foi 5,7 dias. A maioria (52%) das internaes ocorreu em homens e a idade mdia foi 62,6 anos. Do total de internaes, 5,4% apresentava um diagnstico secundrio registrado, mas o odds ratio entre bito e presena de comorbidade foi de 1,93. O modelo de base apresentou uma capacidade de discriminao (estatstica C) de 0,685. A melhoria nos modelos atribuda introduo dos ndices de comorbidade foi fraca - equivaleu a zero quando se considerou a estatstica C com somente dois dgitos. CONCLUSES: Embora a introduo das trs medidas de comorbidade nos distintos modelos de predio de bito tenha melhorado a capacidade preditiva do modelo de base, os valores obtidos ainda so considerados insuficientes. A preciso desse tipo de medida influenciada pela completitude da fonte de informao. Nesse sentido, o alto sub-registro de diagnstico secundrio, aliado conhecida insuficincia de espao para anotao desse tipo de informao no Sistema de Informaes Hospitalares, so os principais elementos explicativos dos resultados encontrados.
Resumo:
OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiolgico e clnico de pacientes em terapia renal substitutiva, identificando fatores associados ao risco de morte. MTODOS: Estudo observacional, prospectivo no concorrente, a partir de dados de 90.356 pacientes da Base Nacional em Terapias Renais Substitutivas, no Brasil. Foi realizado relacionamento determinstico-probabilstico do Sistema de Autorizao de Procedimentos de Alta Complexidade/Custo e do Sistema de Informao de Mortalidade. Foram includos todos os pacientes incidentes que iniciaram dilise entre 1/1/2000 e 31/12/2004, acompanhados at a morte ou final de 2004. Idade, sexo, regio de residncia, doena renal primria, causa do bito foram analisados. Ajustou-se um modelo de riscos proporcionais para identificar fatores associados ao risco de morte. RESULTADOS: Ocorreu um aumento mdio de 5,5% na prevalncia de pacientes em terapia enquanto a incidncia manteve-se estvel no perodo. Hemodilise foi a modalidade inicial predominante (89%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade mdia de 53 anos, residente na regio Sudeste, e apresentava causa indeterminada como principal causa bsica da doena renal crnica, seguida da hipertenso, diabetes e glomerulonefrites. Desses pacientes, 7% realizou transplante renal e 42% evoluiu para o bito. Os pacientes em dilise peritoneal eram mais idosos e apresentavam maior prevalncia de diabetes. Entre os no transplantados, 45% foi a bito e, entre os transplantados, 7%. No modelo final de riscos proporcionais de Cox, o risco de mortalidade foi associado com o aumento da idade, sexo feminino, ter diabetes, residir nas regies Norte e Nordeste, dilise peritoneal como modalidade de entrada e no ter realizado transplante renal. CONCLUSES: Houve aumento da prevalncia de pacientes em terapia renal no Brasil. Pacientes com idade avanada, diabetes, do sexo feminino, residentes nas regies Norte e Nordeste e sem transplante renal apresentam maior risco de morte.
Resumo:
OBJETIVO: Comparar as novas entradas por recidiva de hansenase em unidades bsicas de sade (UBS) e em unidades especializadas (UE) no estado de Mato Grosso. MTODOS: Estudo transversal com base em todos os registros (N = 323) de recidivas de hansenase do Sistema de Informao de Agravos de Notificao (Sinan) de 2004 a 2006, notificados no estado de Mato Grosso. Os casos diagnosticados foram comparados quanto ao sexo, idade, aspectos clnico-laboratoriais e distribuio geogrfica nos municpios. Para a comparao e clculo das propores das variveis utilizou-se o teste qui-quadrado ao nvel de significncia de 5%. RESULTADOS: Das novas entradas de recidiva, 20% foi confirmado nas UE e 80% em UBS; entretanto, a maioria dos diagnsticos em UBS tinham baciloscopia negativa ( =12,34; p = 0,002). O sexo masculino atingiu 71%, com idade mdia de 43 anos. No foi observada diferena nos percentuais das entradas entre as unidades de sade segundo forma clnica, classificao operacional e grau de incapacidade fsica. Do total de municpios do estado, 64,7% apresentou recidiva, com percentual entre 6% e 20% de todas as entradas. CONCLUSES: As novas entradas de casos de recidiva em Mato Grosso so influenciadas pelos diagnsticos feitos em UBS, sugerindo que h deficincia na rede de servios de sade em reconhecer casos de recidiva.
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalncia, tratamento e controlo da hipertenso e identificar factores associados em utentes de farmcias comunitrias. MTODOS: Estudo transversal com 1.042 utentes de 40 a 65 anos em 60 farmcias comunitrias de Portugal Continental entre outubro de 2005 e janeiro de 2006. Os dados foram obtidos pela aplicao de questionrio e medio de parmetros biolgicos. Foram realizadas trs regresses logsticas sequenciais para verificar associao entre as variveis. RESULTADOS: A idade mdia foi de 53,7 anos e a razo homem/mulher foi 0,68. A prevalncia da hipertenso arterial foi de 54,8%. Cerca de 70% dos hipertensos encontravam-se sob tratamento anti-hipertensivo e, destes, 47,7% estavam controlados. A hipertenso esteve positivamente associada idade mais elevada, sexo masculino, ser casado, apresentar ndice de massa corporal e nvel de colesterol total mais alto, ser diabtico, ter doena cardiovascular pessoal ou familiar precoce e reportar mais consultas mdicas por ano. A hipertenso tratada mostrou-se positivamente associada a ser mulher, no casado, ser diabtico, viver numa rea urbana e reportar mais de trs consultas mdicas por ano. Nos hipertensos tratados, estar controlado foi positivamente associado a ter comportamento aderente teraputica anti-hipertensiva (auto-reporte), percepcionar o efeito desta medicao e ser de baixo risco cardiovascular. Os modelos preditivos apresentaram reas sob as respectivas curvas ROC entre 0,72 e 0,78, com capacidade discriminatria aceitvel. CONCLUSES: A prevalncia da hipertenso foi elevada, mas similar encontrada em outros estudos realizados em Portugal. A proporo de doentes tratados foi satisfatria, em contraste com o nvel insuficiente de controlo.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar programa de preveno do tabagismo para adolescentes. MTODOS: O programa foi realizado entre 1999 e 2002 em escolas do Distrito de Lisboa, Portugal e integrou atividades na escola, na famlia e na comunidade. Estudo quasi-experimental, longitudinal, baseado em ensaio de interveno comunitria, com condio de controlo (CC) e de interveno (CI) definidas aleatoriamente. Foram aplicados quatro questionrios, no incio do 7(T1), 8(T2) e 9(T3) e no fim do 9(T4) anos de escolaridade a 1.205 adolescentes, com idade mdia de 13 anos, dos quais 57% eram meninas e 55% pertenciam condio de interveno. A exposio s atividades de preveno, os determinantes psicossociais do comportamento e o comportamento tabgico foram as variveis consideradas na avaliao do programa. Utilizou-se anlise de varincia e regresso logstica para testar as diferenas nas duas condies do estudo. RESULTADOS: A CI obteve melhores resultados nos determinantes psicossociais do tabagismo e no comportamento. Ao final do projeto, 41,8% dos participantes da CI e 53,3% da CC iniciaram o consumo de tabaco (OR = 0,62; IC95% 0,49;0,80), e passaram a ser fumantes regulares 8,0% e 12,4%, respectivamente (OR = 0,59; IC95% 0,40;0,87). CONCLUSES: O programa diminuiu a iniciao e o tabagismo regular. Os resultados surgiram no segundo ano e melhoraram no terceiro. A efetividade de programas de preveno do tabagismo depende de implementao continuada ao longo da adolescncia e de integrao de medidas dirigidas directamente aos adolescentes e indirectamente, por via do seu contexto social (escola, famlia e comunidade).
Resumo:
OBJETIVO: Identificar diferenciais demogrficos e socioeconmicos relacionados ao estado de sade de idosos mais velhos residentes em duas cidades de regies diferentes do Brasil. MTODOS: Estudo epidemiolgico transversal e comparativo de idosos mais velhos (> 80 anos) residentes em Ribeiro Preto (RP-SP) e Caxias do Sul (CS-RS), com amostra probabilstica de 117 sujeitos em CS e 155 em RP, realizado entre 2007 e 2008. O instrumento de coleta incluiu dados demogrficos e socioeconmicos miniexame do estado mental, Medida de Independncia Funcional, nmero de comorbidades auto-referidas e Escala de Depresso Geritrica. RESULTADOS: A idade mdia foi similar, com predominncia de mulheres (~70%) e vivos (~60%) em ambos os municpios. A escolaridade mdia no diferiu estatisticamente, mas a renda mdia do idoso foi maior em RP do que em CS (p = 0,05). RP apresentou maior concentrao de indivduos nos extremos de escolaridade e renda do que CS. O escore mdio do miniexame do estado mental foi similar entre os dois grupos e maior para indivduos do sexo masculino, com idade entre 80 e 84 anos, casados e com maior escolaridade. Observou-se melhor desempenho funcional entre idosos de 80 a 84 anos em ambos os municpios, entre os de maior escolaridade em RP; e entre os do sexo masculino e os casados em CS. Idosos de CS apresentaram maior nmero de comorbidades do que os de RP (p < 0,001). Idosos do sexo masculino, casados e com maior renda apresentaram menos sintomas depressivos em ambos os grupos; os de RP apresentaram maior escore na Escala de Depresso Geritrica do que os de CS (p < 0,001). CONCLUSES: Embora os idosos de CS apresentem menor desigualdade socioeconmica e menos sintomas depressivos, possuem tambm maior nmero mdio de comorbidades e menor nvel de independncia funcional, quando comparados aos de RP.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a mudana em cinco anos do consumo alimentar e nvel de atividade fsica em escolares. MTODOS: Estudo com amostra representativa (n = 4.168) de escolares de sete a dez anos de idade de Florianpolis, SC. Medidas do consumo alimentar e atividade fsica foram realizadas em dois estudos de base escolar em 2002 (n = 2.936; 51% meninos; idade mdia = 8,5 anos) e 2007 (n = 1.232; 50,7% meninos; idade mdia = 8,6 anos), utilizando questionrios ilustrados. O teste do qui-quadrado foi utilizado para avaliar a mudana no consumo de oito alimentos/grupos de alimentos, no atendimento s recomendaes do Guia Alimentar para a Populao Brasileira e no nvel de atividade fsica (avaliado segundo os teros de distribuio do escore e o tipo de deslocamento para a escola). As anlises foram realizadas segundo a rede de ensino. RESULTADOS: Houve reduo da proporo de crianas que relatou o consumo de frutas, verduras e legumes, feijo, carnes, guloseimas, pizza, batata frita e refrigerantes. Maior proporo de escolares da rede privada atendeu s recomendaes de restrio de consumo de refrigerantes, pizzas e batata frita, e de maior consumo de frutas, verduras e legumes, em ambos os estudos. Por outro lado, maior proporo de escolares da rede pblica atendeu s recomendaes para o consumo de carnes em 2007. Os valores medianos do escore de atividade fsica diminuram em 2007. Em ambos os anos escolares da rede privada foram mais ativos. A proporo de escolares que se deslocou ativamente para a escola reduziu de 49% para 41% (p < 0,01). CONCLUSES: Houve reduo no consumo de alimentos marcadores de dieta saudvel (feijo, carnes/peixes, frutas, legumes e verduras) e de alimentos de alta densidade energtica e baixo valor nutricional (refrigerantes, guloseimas e pizza/batatas fritas). Tambm houve decrscimo da proporo de escolares que relataram deslocamento ativo para a escola.
Resumo:
Os autores estudam a relao de zoster com soropositividade para HIV. Foram testados soros de 66 pacientes (31 homens e 35 mulheres) com quadro agudo de zoster, usando-se o mtodo de ELISA para detectar anticorpos anti-HIV. No houve seleo dos pacientes, evitando assim lidar com amostra viciada. Entre os 7 HIV +, 6 pertenciam a grupo de risco para AIDS, todos eram do sexo masculino e seis tinham idade entre 19 e 39 anos (idade mdia de 31,7 anos). Os resultados sugerem que o diagnstico de herpes zoster em pacientes jovens no se vincule necessariamente infeco pelo HIV. Quando, no entanto, o doente pertence a grupo de risco para AIDS, independentemente de sua idade, existe associao estatisticamente significativa, tornando-se imperativa a pesquisa de anticorpos anti-HIV.
Resumo:
No perodo compreendido entre abril e outubro de 1988, foram estudadas 481 gestantes de primeira consulta, as quais estavam inscritas no Programa de Atendimento Gestante em oito Centros de Sade da Secretaria do Estado da Sade de So Paulo. Do total estudado, 86 gestantes no trouxeram amostras de fezes para anlise, mesmo aps vrias solicitaes. A idade mdia da populao estudada foi de 24,5 anos (idade mnima de 14 e mxima de 46 anos); a renda mdia das famlias das gestantes foi de 0,97 SMPC (salrio mnimo per capita) e o nmero mdio de pessoas que compunham suas famlias foi de quatro (um a quinze pessoas). A prevalncia de verminose foi de 45,1% (n=395). Os parasitas mais freqentes foram: Ascaris lumbricoides (19,0%); ancilostomdeos (16,7%) e Trichuris trichiura (15,9%). Das 248 gestantes infectadas de enteroparasitas, 70 (28,2%) eram portadoras somente dos seguintes protozorios: Endolimax nana, Entamoeba coli e Iodamoeba butschllii. A prevalncia de parasitas intestinais foi significativamente maior (p<0,05) nas gestantes pertencentes s famlias com renda de at 0,5 SMPC e compostas por 5 pessoas ou mais.
Resumo:
Procedeu-se uma reviso dos 58 casos de malria induzida diagnosticados em So Paulo, de janeiro de 1983 ajulho de 1990, correspondendo a 0,3% do total de casos de malria confirmados. As variveis sexo, idade, nvel de parasitemia, sintomatologia, evoluo e tempo mdio de incio dos sintomas e o diagnstico foram analisadas entre os 25 casos infectados por transfuso e 28 por uso de agulhas contaminadas. Predominou a infeco por Plasmodium vivax (79,4%), destacando-se 5,6% de casos com infeco mista. A idade mdia dos infectados por uso de agulhas foi significativamente menor (p 0,10). Apesar dos casos induzidos representarem percentual pequeno em relao ao total de casos notificados ea transmisso atravs do sangue estar sob controle, a transmisso acidental por agulhas contaminadas devido ao uso de drogas injetveis, constitui risco parao restabelecimento da malria em reas do Estado de So Paulo.
Resumo:
Os autores descrevem dezoito casos de histoplasmose observados em pacientes imunodeprimidos, sendo 17 com SIDA e um associado cirrose heptica alcolica. O diagnstico da histoplasmose foi obtido atravs do isolamento do fungo em cultura de LCR, sangue e medula ssea ou por exame histopatolgico obtido por bipsia ou necropsia. A idade mdia dos pacientes foi de 35,8 anos, sendo 13 (72,2%) do sexo masculino. Em geral, a doena mostrou-se disseminada com acometimento por ordem de freqncia de: pele (38,8%), medula ssea (27,7%), mucosa nasofaringeana (22,2%), pulmo (22,2%), clon (11,1%), SNC (5,5%) e esfago (5,5%). Adenomegalia (50%),hepatomegalia (77,7%) e esplenomegalia (61,1%) tambm foram observados com muita frequncia. Hematologicamente observou-se mais comumente pancitopenia (33,3%). Onze dos 18 pacientes receberam tratamento, sendo 9 com anfotericina B e 2 com itraconazol; 8 obtiveram boa resposta clnica e todos receberam terapia de manuteno com anfotericina B ou derivado triazlico. Este trabalho enfatiza a importncia desta micose em pacientes imunodeprimidos, particularmente em pacientes com SIDA onde a infeco tende a acometer o sistema macrofgico-linfide e o tegumento cutneo.
Resumo:
O limiar anaerbio (LA) medido pela anlise da curva-V a melhor medida da reserva funcional na insuficincia cardaca e conseqentemente a medida que melhor retrata o grau de comprometimento cardaco. No presente trabalho foram estudados 28 pacientes (18 homens; idade mdia de 47 6,7 anos) com sorologia positiva para a doena de Chagas, com graus variveis de comprometimento cardaco segundo a classificao de Los Andes e sem outras doenas associadas. A anlise de varincia mostrou que o LA dos pacientes do grupo IA (ECG e ventriculograma no ECO normal) significativamente mais altos do que o valor observado nos demais grupos (p = 0,001). Enquanto o teste de comparaes mltiplas de Tukey revelou que as mdias do LA nos pacientes dos grupos IB, II e III (IB:ECG normal; ventriculograma no ECO anormal; II: ECG e venticulograma no ECO anormal sem ICC e III com ICC) no diferem significativamente entre si. O presente estudo demonstra que a ocorrncia de alteraes ventriculogrficas iniciais j se associa a significativa reduo da reserva cardiopulmonar e este comprometimento progressivo e paralelo ao grau de comprometimento hemodinmico cardaco. A causa mais provvel da reduo do LA no grupo IB a disfuno diastlica constatada ao ecocardiograma.
Resumo:
Revendo a literatura no encontramos estudos anatmicos dos gnglios intrapancreticos na forma crnica da doena de Chagas; leses dos mesmos poderiam explicar, ao menos em parte, os distrbios funcionais do pncreas excrino e endcrino descritos nesta forma da doena. Decidimos ento analisar morfologicamente tais gnglios. Para isso, estudamos segmentos transversais da cabea, corpo e cauda do pncreas de doze chagsicos crnicos, com idade mdia de 46,5 9,1 anos, e quatorze controles, com idade mdia de 41,2 11,0 anos. Os segmentos foram processados histologicamente e seccionados de forma seriada at o esgotamento, analisando-se os cortes mltiplos de sete. Para anlise estatstica, usamos o teste no-paramtrico de Mann-Whitney. Na cabea do pncreas, a contagem de neurnios teve mdia de 57,3 50,8 para o grupo chagsico e 117,5 99,0 para o grupo controle (p < 0,05); no corpo, 25,9 19,4 para o grupo chagsico e 54,7 47,8 para o controle (p < 0,05); na cauda, 23,4 16,3 para o chagsico e 54,1 29,2 para o controle (p < 0,01), sendo a contagem total de 106,6 71,1 para o chagsico e 226,3 156,5 para o controle (p < 0,01). Nossos achados nos permitiram concluir que: a) ocorreu despopulao neuronal estatisticamente significante no grupo chagsico em relao ao controle, em cada segmento pancretico analisado, bem como no rgo como um todo; b) 50% dos chagsicos tiveram nmero total de neurnios inferior ao menor nmero dos controles (80); c) 75% e 91,6% dos chagsicos tiveram nmero de neurnios inferior, respectivamente, mediana (171) e mdia (226) do grupo controle; d) assim, a despopulao neuronal pancretica foi frequente, porm no constante; e) o fator idade no pareceu ter sido o responsvel pela despopulao neuronal dos chagsicos.
Resumo:
O bao pode aumentar de tamanho nas inflamaes com repercusses sistmicas e na congesto venosa crnica, denominando-se respectivamente, hiperplasia reacional e esplenomegalia congestiva. Sendo a doena de Chagas uma doena infecciosa com repercusses hemodinmicas, possivelmente o bao responda no s ao envolvimento cardaco, como tambm ao processo inflamatrio. O objetivo deste trabalho avaliar comparativamente o peso do bao em chagsicos ou no-chagsicos, com ou sem insuficincia cardaca congestiva (ICC). Em estudo retrospectivo foram coletados nos protocolos de necropsias de adultos, a idade, o sexo, a cor e o peso do bao. Os 88 casos selecionados foram divididos em quatro grupos: 1) chagsicos com ICC, 2) chagsicos sem ICC, 3) no-chagsicos com ICC e 4) no-chagsicos sem ICC. A idade mdia foi 44,9 15,4 anos, sendo 53,4% brancos e 70,5% do sexo masculino, no havendo diferena significante destas variveis entre os grupos. O peso do bao nos grupos com ICC foi de 183,7 85,9g para os chagsicos e de 206,3 101,0g para os no-chagsicos. Nos grupos sem ICC o peso foi de 173,7 118,9g para os chagsicos e de 117,2 52,0g para os no-chagsicos. O peso foi significantemente maior nos chagsicos sem ICC quando comparados aos no-chagsicos sem ICC. Estes resultados sugerem que o componente inflamatrio na doena de Chagas desempenharia papel importante no aumento do peso do bao, associado s alteraes hemodinmicas decorrentes da ICC.