495 resultados para Elevação Arti
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a associação entre níveis de troponina I (TnI) em pacientes submetidos, eletivamente, a intervenções coronárias percutâneas (ICP) com ocorrência de eventos cardíacos adversos (ECA) no seguimento de 6 meses. MÉTODOS: No período de um ano, foram selecionados consecutivamente 111 pacientes submetidos a ICP eletiva, com angina estável (AE), instável (AI) ou isquemia silenciosa (IS), assintomáticos por mais de 72 horas antes do procedimento. As dosagens de TnI foram realizadas entre 8 e 24 horas após a ICP. Cada paciente foi contatado por telefone, após seis meses, e questionado quanto à ocorrência de ECA, definidos como morte, infarto do miocárdio, nova revascularização e recorrência de isquemia. RESULTADOS: Ocorreu elevação de TnI em 24 (21,6%) pacientes após a ICP, independente de características clínicas e complicações do procedimento. O surgimento de eventos foi mais freqüente em quem apresentou elevação de TnI: 66,7 vs. 42,5% (RR=1,57; IC95%=1,08-2,28). Este risco parece ser maior nos subgrupos de gênero feminino e naqueles com diagnóstico prévio de AI. Após análise multivariada, apenas gênero se confirmou como co-variável modificadora de efeito com risco de ECA maior em mulheres com elevação de TnI (OR=7,22. IC95%=1,4 -36,9) e similar em homens (OR=1,26. IC95%=0,35-4,55). CONCLUSÃO: Elevação de TnI foi freqüentemente encontrada após ICP e é um fator associado ao surgimento de ECA a médio prazo. Entretanto, quando ajustada para outras variáveis, este efeito só se manteve em pacientes do gênero feminino.
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OBJETIVO: Descrever o perfil hormonal tireoidiano em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA), e nos grupos: 1) angina instável e/ou infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de segmento ST (AI/IAM sem supra ST); 2) infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento (IAM com supra ST), e nos pacientes que evoluíram ou não a óbito conforme os grupos. MÉTODOS: Foram estudados prospectivamente setenta pacientes portadores de SCA, internados na unidade coronariana do Hospital dos Servidores do Estado/RJ. As amostras sangüíneas foram coletadas nos primeiro, quarto e sétimo dias de internação. Exame clínico e eletrocardiograma foram realizados no período de internação. RESULTADOS: Dos 70 pacientes admitidos, 13 (18,6%) apresentaram a "síndrome do eutireoidiano doente" (SED), que consiste na queda do hormônio T3 e ou T3 livre, aumento do hormônio T3 reverso (rT3) e inalteração dos hormônios TSH, T4 e T4 livre. Nos pacientes do grupo IAM com supra ST, observaram-se elevação precoce e maiores médias do hormônio tireoidiano T3 reverso (rT3) e menores médias dos hormônios T3 e T3 livre. Nos coronariopatas que evoluíram a óbito, observamos achados hormonais condizentes com os encontrado na SED, com valores médios expressivos dos hormônios rT3 e T3. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados neste estudo mostram a importância do reconhecimento da "síndrome do eutireoidiano doente" nos pacientes coronariopatas, sugerindo associação com pior prognóstico nos pacientes com síndrome coronariana aguda.
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OBJETIVO: Determinar a associação entre índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal (CA) com fatores de risco para doenças cardiovasculares. MÉTODOS: Estudou-se 231 servidores da Universidade Federal de Viçosa, sendo 54,1% do sexo masculino (21-76 anos). Analisou-se glicemia de jejum, colesterol total e frações, triglicérides, pressão arterial, IMC, CA, relação cintura-quadril e percentual de gordura corporal. Informações sobre tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e atividade física também foram obtidas. RESULTADOS: As freqüências de sobrepeso/obesidade foram bastante elevadas, principalmente em mulheres. A obesidade abdominal foi observada em 74% das mulheres e 46,1% dos homens. Os homens apresentaram valores médios e medianos de colesterol total, HDL, triglicérides, IMC e percentual de gordura corporal maiores do que as mulheres (p<0,05). O sedentarismo apresentou-se como fator de risco para obesidade e o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas foram mais freqüentes entre homens e entre eutróficos. A maioria das correlações entre índices antropométricos e fatores de risco foram significativas, entretanto apresentaram-se fracas. A CA foi o indicador antropométrico que se correlacionou mais fortemente e com maior número de variáveis. Observou-se que com o aumento do IMC e da gordura abdominal houve elevação principalmente da glicemia, dos triglicérides, da pressão arterial e redução do HDL. A freqüência de síndrome metabólica foi maior no grupo sobrepeso/obesidade e em homens. CONCLUSÃO: Neste estudo, a freqüência de fatores de risco cardiovascular aumentou com aumento do IMC e CA.
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Relatamos caso de mulher de 45 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e tabagismo, submetida a ecocardiografia sob estresse pela dobutamina-atropina para investigação de doença arterial coronariana. No pico do estresse, a paciente apresentou dor precordial súbita e de forte intensidade. O eletrocardiograma de doze derivações revelou elevação do segmento ST nas derivações DII, DIII, aVF, V5 e V6 e depressão do segmento ST nas derivações DI, aVL, V2 e V3. Pela monitoração das imagens ecocardiográficas foi observado aparecimento de discinesia do septo inferior e acinesia da parede inferior do ventrículo esquerdo. O exame foi interrompido imediatamente, a paciente foi medicada e evoluiu com melhora da dor precordial e das alterações de motilidade segmentar. A angiografia coronariana revelou lesões coronarianas irregulares com menos de 50% de obstrução do diâmetro luminal. Trata-se de um caso de vasoespasmo coronariano induzido por estimulação alfa-adrenérgica durante a ecocardiografia sob estresse pela dobutamina-atropina.
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OBJETIVO: Descrever a resposta da pressão arterial em adolescentes submetidos ao teste de esforço. MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal de 218 adolescentes entre 10 e 19 anos (131 do sexo masculino) submetidos a teste ergométrico, e descrita a freqüência cardíaca máxima, tempo de exercício, consumo máximo de oxigênio, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de repouso, no esforço máximo e aos seis minutos da recuperação. RESULTADOS: No repouso, a PAS teve valores maiores no sexo masculino e a PAD não mostrou diferença entre os sexos, porém ambas aumentaram com a idade. No exercício ocorreu elevação da PAS e queda da PAD em ambos os sexos. A variação da PAS foi maior no sexo masculino, principalmente acima dos 14 anos. CONCLUSÃO: A análise dos resultados demonstrou que a PAS durante o exercício teve relação direta com idade, peso, altura e índice de massa corpórea do indivíduo e a PAD teve relação apenas com a idade.
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OBJETIVOS: O estudo avaliou a influência de dietas ricas em ácidos graxos saturados (AGS) e ácidos graxos insaturados (AGI) sobre a função mecânica, a morfologia e o estresse oxidativo do miocárdio de ratos. MÉTODOS: Ratos Wistar com 60 dias de idade foram alimentados com dieta padrão (n = 8) ou dietas ricas em AGS (n = 8) ou AGI (n = 8) durante 60 dias. A função mecânica foi avaliada em músculo papilar isolado do ventrículo esquerdo (VE) por meio de contrações isométrica e isotônica, em condição basal (1,25 mM de cálcio), após elevação da concentração extracelular de cálcio para 5,2 mM e estimulação beta-adrenérgica com isoproterenol 1,0 µM. Fragmentos do VE foram usados para estudo de estresse oxidativo e microscopias óptica e eletrônica. RESULTADOS: As dietas suplementadas com AGS e AGI não alteraram a função mecânica do músculo cardíaco. Entretanto, ambas provocaram estresse oxidativo, com aumento do hidroperóxido de lipídio e redução da concentração de superóxido dismutase. A dieta AGI diminuiu a expressão da catalase e a AGS reduziu a quantidade de glutationa peroxidase miocárdica. Ambas as dietas promoveram discretas alterações morfológicas visualizadas ultra-estruturalmente, como depósitos lipídicos e lesões das membranas celulares. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que dietas enriquecidas com AGS e AGI não acarretam alteração da função mecânica do músculo cardíaco isolado, mas causam discretas lesões estruturais e estresse oxidativo no miocárdio.
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OBJETIVO: Este estudo avaliou a contribuição de seis polimorfismos genéticos presentes em genes do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e fatores de risco clínicos para o desenvolvimento da hipertensão arterial essencial em um município da região Amazônica. MÉTODOS: Oitenta e dois indivíduos hipertensos e setenta e oito indivíduos normotensos foram genotipados quanto à presença de polimorfismos REN-G1051A (renina), AGT-M235T (angiotensinogênio), ECA-Alu I/D (enzima conversora de angiotensina I), AGTR1-A1166C (receptor tipo 1 da angiotensina II) e CYP11B2-C344T (aldosterona sintetase) pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), com análise de restrição quando necessário. A influência de polimorfismos genéticos e fatores de risco clínicos na variação da pressão arterial foi avaliada por meio de regressão linear stepwise. RESULTADOS: Relatamos a co-ocorrência de fatores de risco clínicos e polimorfismo do gene da enzima conversora de angiotensina (ECA) na população de um município da região amazônica. Nossos resultados mostram que a elevação da pressão arterial sistólica é favorecida pelo alelo D do polimorfismo de inserção/deleção do gene da ECA e pelo aumento da idade, enquanto consumo de bebida alcoólica e envelhecimento estão associados ao aumento da pressão arterial diastólica (PAD). CONCLUSÃO: Esses achados indicam que os moradores de Santa Isabel do Rio Negro que possuem o alelo D da ECA ou têm o hábito de beber apresentam valores mais elevados de PAS e PAD, respectivamente, com o passar dos anos.
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OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de variáveis detectoras de isquemia miocárdica, durante ou após o tratamento odontológico, sob anestesia com vasoconstritor (adrenalina). MÉTODOS: Foram incluídos 54 pacientes coronariopatas submetidos a exodontia sob anestesia local com ou sem vasoconstritor, divididos em dois grupos (sorteio por envelope): grupo I, composto por 27 que receberam anestésico com vasoconstritor; e grupo II, composto por 27 que receberam anestésico sem vasoconstritor. Todos os pacientes foram submetidos a monitoração eletrocardiográfica com Holter por 24 horas, a Doppler-ecocardiografia realizada antes e após intervenção odontológica, e a dosagem dos marcadores bioquímicos antes e 24 horas após a exodontia (creatina cinase fração MB [CK-MB] massa, CK-MB atividade e troponina T). A freqüência cardíaca e a pressão arterial nas fases pré-anestesia, pós-anestesia e pós-exodontia também foram aferidas. A Doppler-ecocardiografia teve como objetivo avaliar a contratilidade segmentar do ventrículo esquerdo e a eventual ocorrência de insuficiência mitral. Em todos os casos foi mantido o protocolo farmacológico habitual prescrito pelo cardiologista. RESULTADOS: Três pacientes do grupo I apresentaram depressão do segmento ST (1,0 mm) durante a aplicação da anestesia, dois outros pacientes do mesmo grupo tiveram elevação da CK-MB massa, e em nenhum caso foi verificada presença de isquemia avaliada pelos demais métodos. Não houve registro, neste estudo, de precordialgia, arritmias e ocorrência ou agravamento de hipocontratilidade segmentar do ventrículo esquerdo ou insuficiência mitral. CONCLUSÃO: A exodontia praticada sob uso de anestesia com adrenalina 1:100.000 não implica riscos isquêmicos adicionais quando realizada com boa técnica anestésica e manutenção do tratamento farmacológico prescrito pelo cardiologista.
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FUNDAMENTO: A literatura é controversa no que se refere ao uso de vasoconstritores para anestesia local em cardiopatas, havendo preocupação com a indução de descompensação cardíaca. OBJETIVO: Avaliar parâmetros eletrocardiográficos e de pressão arterial durante procedimento odontológico restaurador sob anestesia local com e sem vasoconstritor em portadores de doença arterial coronária. MÉTODOS: Neste estudo foram avaliados 62 pacientes. As idades variaram de 39 a 80 anos (média de 58,7 + 8,8) anos, sendo 51 pacientes (82,3%) do sexo masculino. Do total de pacientes, 30 foram randomizados para receber anestesia com lidocaína 2% com adrenalina (grupo LCA) e os demais para lidocaína 2% sem vasoconstritor (grupo LSA). Todos foram submetidos a monitorização ambulatorial da pressão arterial e eletrocardiografia dinâmica por 24 horas. Foram considerados três períodos: 1) basal (registros obtidos durante os 60 minutos que antecederam o procedimento); 2) procedimento (registros obtidos desde o início da anestesia até o final do procedimento) e 3) das 24 horas. RESULTADOS: Houve elevação da pressão arterial do período basal para o procedimento nos dois grupos quando analisados separadamente; quando confrontados, não apresentaram diferença entre si. A freqüência cardíaca não se alterou nos dois grupos. Depressão do segmento ST > 1 mm não ocorreu durante os períodos basal e procedimento. Arritmias em número superior a 10 por hora estiveram presentes durante o procedimento em sete pacientes (12,5%), sendo quatro (13,8%) do grupo que recebeu anestesia sem adrenalina e três (11,1%) do grupo com adrenalina. CONCLUSÃO: Não houve diferença em relação a comportamento da pressão arterial, freqüência cardíaca, evidência de isquemia e arritmias entre os grupos. O uso de vasoconstritor mostrou-se seguro dentro dos limites do estudo.
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OBJETIVO: O presente estudo avaliou as adaptações teciduais cardíacas em ratos submetidos a treinamento aeróbio, após o bloqueio da síntese de óxido nítrico (NO). MÉTODOS: Os animais (n = 48) foram divididos em quatro grupos: sedentários (grupo CONTROLE), hipertensos após administração de Ng-nitro-L-arginina metil éster durante sete dias (grupo L-NAME), treinados por meio de natação durante oito semanas (grupo TREINADO) e treinados e tratados com L-NAME na última semana (grupo TREINADO L-NAME). Em todos os animais foi registrada a pressão arterial (PA) e realizada a avaliação morfométrica cardíaca. RESULTADOS: Os grupos L-NAME e TREINADO L-NAME apresentaram-se hipertensos em relação aos demais (p < 0,05), porém a elevação da PA no grupo TREINADO L-NAME foi significativamente menor em relação ao L-NAME (p < 0,05). Os grupos TREINADO e TREINADO L-NAME apresentaram índice de peso cardíaco maior que os grupos CONTROLE e L-NAME (p < 0,05). Também apresentaram maiores índices de área cardíaca macroscópica e de fibrose cardíaca em relação aos demais (p < 0,05) e, quando comparados, o grupo TREINADO L-NAME mostrou-se significativamente superior (p < 0,05). CONCLUSÃO: O bloqueio a curto prazo da síntese de NO, em animais sedentários, induziu hipertensão, sem no entanto causar hipertrofia cardíaca. Nos animais treinados, a inibição da síntese de NO atenuou a hipertensão e promoveu hipertrofia cardíaca com aumento expressivo da fibrose miocárdica, sugerindo importante papel do NO nas adaptações teciduais cardíacas induzidas pelo treinamento físico aeróbio.
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FUNDAMENTO: Hiponatremia e fenômenos congestivos indicam mau prognóstico na insuficiência cardíaca descompensada. A ocorrência de insuficiência renal está associada a aumento do risco de morte. OBJETIVO: Avaliar a segurança e a eficácia da solução hipertônica em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada para prevenção de insuficiência renal. MÉTODOS: Participaram do estudo pacientes com insuficiência cardíaca descompensada, congestão e hiponatremia. Além do tratamento padrão, os pacientes receberam solução salina hipertônica, e foram submetidos a avaliação tanto clínica como laboratorial. RESULTADOS: Foram incluídos 9 pacientes. A média das idades dos pacientes foi de 55 + 14,2 anos, sendo 5 (55,5%) do sexo masculino e 4 (44,5%), do feminino. Todos apresentavam classe funcional III-IV da New York Heart Association (NYHA), e 5 (55,5%) recebiam dobutamina. Todos apresentaram creatinina inicial acima de 1,4 mg/dl. A tonicidade média da solução foi de 4,39% + 0,018% (2,5% a 7,5%) e a duração do tratamento foi de 4,9 dias + 4,1 dias (1 dia a 15 dias). Não houve efeitos adversos graves; em nenhum caso houve piora clínica ou distúrbios neurológicos; hipocalemia ocorreu em 4 (44,5%) casos. A comparação das variáveis pré- e pós-tratamento demonstrou queda da uréia (105 mg/dl + 74,8 mg/dl vs. 88 mg/dl + 79,4 mg/dl; p = 0,03) e aumento do volume urinário (1.183 ml/dia vs. 1.778 ml/dia; p = 0,03); houve tendência a redução da creatinina (2,0 mg/dl + 0,8 mg/dl vs. 1,7 mg/dl + 1,0 mg/dl; p = 0,08). Apesar da elevação do valor do sódio (131 mEq/l + 2,8 mEq/l vs. 134 mEq/l + 4,9 mEq/l) e da redução do peso (69,5 kg + 18,6 kg vs. 68,2 kg + 17,1 kg), não houve diferença estatisticamente significante. CONCLUSÃO: O uso de solução salina hipertônica em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada pode ser método terapêutico seguro e potencialmente relacionado a melhora clínica e de prevenção da insuficiência renal.
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Apresenta-se o caso de uma paciente de 71 anos que preencheu os critérios diagnósticos para cardiomiopatia induzida por estresse que foi desencadeada por intenso estresse emocional após atropelamento por bicicleta. O quadro clínico mimetizou o infarto agudo do miocárdio, manifestando-se com dor precordial, supradesnivelamento do segmento ST, seguido por ondas T profundas e prolongamento do intervalo QT, elevação discreta de enzimas cardíacas e cursando com disfunção sistólica apical do ventrículo esquerdo e hipercinesia das porções basais (conferindo o aspecto de "abaloamento apical"), mas na ausência de obstrução coronariana subepicárdica. A função ventricular normalizou-se após a segunda semana de evolução.
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FUNDAMENTO: Existem poucos dados sobre comportamento da isquemia miocárdica às atividades habituais na vigência da medicação em pacientes com doença coronariana. OBJETIVO: Estudar mecanismo gerador da isquemia miocárdica avaliando-se o comportamento da pressão arterial e da freqüência cardíaca em pacientes com doença aterosclerótica estável, medicados e com evidência de isquemia. MÉTODOS: Cinqüenta pacientes (40 homens) realizaram ambulatorialmente por 24 horas a monitorização eletrocardiográfica sincronizada com a monitorização da pressão arterial. RESULTADOS: Em 17 pacientes detectaram-se 35 episódios de isquemia miocárdica, com duração total de 146,3 minutos, ocorrendo relato de angina em cinco casos. Houve 29 episódios (100,3 minutos) durante o período de vigília, com 11 episódios (35,3+3,7 min) no período das 11 às 15 horas. A avaliação da pressão arterial e freqüência cardíaca nos três intervalos de 10 minutos posteriores ao momento de isquemia mostrou diferença estatisticamente significante (p<0,05), o que não ocorreu nos três intervalos anteriores. Entretanto, durante o momento isquêmico, percebeu-se elevação maior que 10 mmHg da pressão arterial e de cinco batimentos por minuto da freqüência cardíaca quando comparado ao intervalo de tempo entre 20 e 10 minutos anterior. A freqüência cardíaca média no início da isquemia durante teste ergométrico prévio ao estudo foi de 118,2+14,0, e de 81,1+20,8 batimentos por minuto na eletrocardiografia de 24 horas (p<0,001). CONCLUSÃO: A incidência de isquemia silenciosa é freqüente na doença coronária estável, relacionando-se com alterações da pressão arterial e da freqüência cardíaca, com diferentes limiares de isquemia para o mesmo paciente.
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FUNDAMENTO: O monitoramento periódico do tabagismo na população é de interesse para a saúde pública. OBJETIVOS: Comparar a prevalência do tabagismo e atitudes em relação ao tabagismo em uma amostra de residentes do município de São Paulo, em 1987 e em 2002. MÉTODOS: Foram realizados dois inquéritos domiciliários por amostragem probabilística em residentes do município de São Paulo, em 1987 e em 2002, respectivamente com 1.471 e 2.103 entrevistados na faixa etária de 15 a 59 anos. RESULTADOS: A prevalência de tabagismo ajustada para idade caiu de 41,8% (em 1987) para 25,5% (em 2002) no sexo masculino e, respectivamente, de 30,6% para 19,8% no sexo feminino. Houve redução do tabagismo em todos os níveis de escolaridade, diminuição da média diária de cigarros no sexo masculino (mas elevação no feminino), crescimento pela procura de cigarros com baixo teor, aumento dos que deixaram de fumar havia mais de 10 anos, crescimento dos que tentaram seriamente parar de fumar, aumento dos que cogitavam em parar totalmente e aumento do reconhecimento de que "fumar faz mal para a saúde". CONCLUSÃO: Houve mudança favorável na situação do tabagismo na cidade de São Paulo de 1987 para 2002.
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FUNDAMENTO: A angina pré-infarto (API) pode ser um marcador de pré-condicionamento isquêmico. Foi demonstrada redução da área infartada, do remodelamento ventricular, da incidência de insuficiência cardíaca, choque cardiogênico ou morte, quando a API estava presente. Esses resultados foram mais evidentes em adultos, porém, não em idosos. OBJETIVO: Avaliar a relação entre API e a evolução clínica de pacientes idosos com infarto agudo do miocárdio (IAM). MÉTODOS: Estudo tipo série de casos com grupo de comparação. Foram incluídos 36 pacientes com diagnóstico de IAM com elevação do segmento ST. Os pacientes foram distribuídos em grupo A (21 pacientes com API) e grupo B (15 pacientes sem API). RESULTADOS: A idade média da população estudada foi 70,5 anos. A maioria (73%) dos pacientes era do sexo masculino. O índice de massa corpórea médio foi 25,3 kg/m2. A amostra era constituída por 77,8% de hipertensos, 27,8% de diabéticos e 32,4% de dislipidêmicos. Dor torácica tipo A foi relatada por 71,4% dos estudados. A maioria (72,2%) dos idosos foi classificada em Killip I. Os desfechos clínicos nos grupos A e B foram: angina pós-infarto 9,5% versus 20%, p=0,630; insuficiência cardíaca 23,8% versus 13,3%, p=0,674; revascularização de urgência 4,8% versus 6,7%, p=1; arritmia cardíaca 0% versus 6,7%, p=0,417. Não foi constatado nenhum caso de reinfarto, choque cardiogênico e morte até 30 dias em ambos os grupos. CONCLUSÃO: A presença da angina pré-infarto não se associou com uma melhor evolução clínica em idosos acometidos por IAM nesta série de casos.