113 resultados para Souza, Márcio, 1946- . Lealdade. Crítica e Interpretação
Resumo:
A Resoluo 196/96, instituda pelo Ministrio da Sade com a pretenso de regular os aspectos ticos de qualquer pesquisa "envolvendo seres humanos", ainda no foi plenamente apreciada em suas implicaes para os estudos antropolgicos. Este artigo ressalta as dificuldades que se apresentam para pesquisas de campo, especialmente as que enfocam atividades ilcitas, tais como o uso de substncias psicoativas. Esses estudos freqentemente adotam abordagens etnogrficas que pressupem a ida do pesquisador ao campo e o estabelecimento de relaes pessoais entre ele e os sujeitos por meio da participao cotidiana direta em seu meio cultural. Essa metodologia e a condio ilcita das atividades estudadas demandam consideraes ticas especficas, s quais as disposies da Resoluo 196/96 no atendem. Algumas reas problemticas so: (a) a necessidade de aprovao do projeto por um comit de tica; (b) a dificuldade para obter consentimento informado quando se trabalha com populaes ocultas; (c) "acobertamento", "apologia" ou participao em atos ilegais; (d) a dificuldade em fazer crtica social sem ferir interesses de nenhum dos sujeitos estudados; (e) o anonimato em pesquisas que tambm tenham carter de registro histrico. As especificidades de diferentes disciplinas reforam a noo de que comisses de tica devem ser setoriais, sob pena de se avaliar questes diferenciadas segundo padres somente aplicveis a algumas delas.
Resumo:
Este artigo objetiva levantar questes acerca de alguns dos debates travados pela historiografia colonial brasileira nas ltimas duas dcadas, relacionando-as, em linhas gerais, com mudanas polticas e sociais ocorridas no Brasil. Sugere-se que, no cerne de tais debates, encontra-se um mal-estar atinente s formas pelas quais os historiadores lidam com o problema da responsabilidade diante de uma sociedade marcadamente desigual.
Resumo:
Este artigo objetiva analisar manuscrito original das Obras de Cludio Manuel da Costa publicadas em 1768, que passou pela Real Mesa Censria e contm vrios cortes e correes. Pretende-se discutir as modificaes feitas por iniciativa do poeta ou pela Mesa Censria, rgo criado por Pombal para o controle e censura das obras impressas ou em circulao no Reino, funes antes tripartidas entre o Desembargo do Pao, o Santo Ofcio e o Ordinrio.
Resumo:
A partir de uma modificao do esquema terico de Max Weber, aplicado ao estudo do fenmeno da estratificao social, procurou-se a base conceptual para a elaborao de um ndice de status scio-econmico familiar. Selecionados os indicadores ocupao, renda e educao, consagrados pela literatura sociolgica, os pesos respectivos foram obtidos atravs de um critrio estatstico (correlao de cada varivel com o "score" total). Cada status familiar, representado por um "score" total, encontra-se referido a um estrato no sistema de estratificao considerado.
Resumo:
Foi realizada uma avaliao preliminar do Servio de Sade Escolar da IX Regio Administrativa do Estado do Rio de Janeiro, como resultado do convnio firmado entre o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Sade do Estado. Atravs de estudo do nvel de sade entre os escolares e da anlise operacional do subprograma de Registro de Sade, diagnosticaram-se elevados ndices de morbidade e pequena proporo de crianas com assistncia mdica prvia, alm de determinar-se a efetividade do programa e de identificar-se problemas no processo tcnico-administrativo do Servio. Dentre as concluses destaca-se a necessidade de completar a avaliao do Servio, atravs da determinao dos critrios de eficincia, eficcia e rendimento, tendo em vista o fornecimento de subsdios para as tarefas de planejamento e administrao. enfatizada a necessidade de ampliao das medidas integradoras dos servios universitrios com os servios da comunidade, no sentido de fornecer aos primeiros as condies de realizar, atravs de prestao de servios, uma formao dos recursos humanos de acordo com a situao de sade da comunidade, e aos segundos a necessria implementao de novas tcnicas e modelos de assistncia.
Resumo:
O teste tuberculnico padronizado com 2 U.T. de PPD rt 23 foi aplicado em 35.680 pessoas de todas as idades, ambos os sexos, residentes no municpio de Ribeiro Preto, So Paulo, regio Sudeste do Brasil. O aspecto dos histogramas representativos da sensibilidade tuberculnica sugere a existncia de infeces por micobactrias atpicas nessa rea.
Resumo:
So descritos os caracteres epidemiolgicos de 708 casos de gonorria aguda, em pacientes de ambos os sexos, atendidos num perodo de 5 anos no Centro de Sade "Geraldo H. de Paula Souza" da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo, Brasil. So relatadas as distribuies por: sexo, idade, cor, estado civil, ocupao, presena ou no de antecedentes venreos e de tratamento prvio, alm do perodo de incubao, do tempo decorrido entre o incio da sintomatologia e a procura do servio e das caractersticas da fonte de contgio. Sob um ponto de vista operacional, so descritos ainda os mtodos de diagnstico e o esquema teraputico utilizados, com especial referncia proporo de casos que apresentaram associao com tricomonase, ao exame direto a fresco da secreo.
Resumo:
Foram estudados 136 casos de gestaes em mulheres abaixo de 20 anos de idade, matriculadas em um servio de pr-natal. Foi constatada incidncia significativamente mais elevada de prematuridade e de baixo peso ao nascer, quando os resultados foram comparados aos de um grupo de gestantes matriculadas no mesmo servio, Verificou-se ainda que o "status" scio-econmico das gestantes adolescentes foi significativamente mais baixo. A incidncia de cesreas foi, tambm, significativamente menor, porm houve uma incidncia maior de frceps. O peso mdio do recm-nascido foi significativamente menor na populao estudada e, apesar de haver uma grande maioria de primigestas entre as adolescentes, a paridade no teve influncia no peso do recm-nascido.
Resumo:
Discute-se a determinao social da sade materno-infantil nas Amricas, a partir de inmeras publicaes e recomendaes oficiais. Observou-se que nem todos os estudos valorizam apropriadamente as variveis sociais e que muitos deles as consideram no mesmo nvel de importncia das variveis biolgicas. Como conseqncia, a compreenso final dos achados fica prejudicada e as concluses e recomendaes extradas ficam longe de tocar a raiz dos problemas. Diferentes variveis sociais (como escolaridade materna ou assistncia mdica) encontram-se freqentemente associadas com variveis biolgicas (como peso ao nascer ou estado nutricional). Esta associao, no entanto, pode no representar uma relao causai, mas to somente a ocorrncia simultnea de caractersticas pertencentes a uma nica classe social. Reitera-se a necessidade de estudos que reconheam as classes sociais e analisem os resultados sobre sade materno-infantil em relao s mesmas. Estes estudos provavelmente evidenciaro a importncia social da sade materno-infantil e evitaro as habituais diretrizes e recomendaes restritas ao plano puramente tcnico.
Resumo:
Modificaes na avaliao do estado nutricional infantil, por intermdio da antropometria, vem sendo recentemence propostas em publicaes nacionais e internacionais de grande prestgio e veiculao. Tais modificaes envolvem a substituio do padro antropomtrico "Harvard" e a substituio dos critrios da "Classificao de Gomez" baseados no peso e idade da criana. luz da teoria que ampara o diagnstico antropomtrico de estado nutricional, so criticamente analisadas tanto as objees levantadas contra o mtodo diagnstico tradicional quanto s novas proposies formuladas. Da anlise, depreende-se que: a) a adoo de novos padres ("Santo Andr Classe IV" e "NCHS") se justifica plenamente, ainda que pouca repercusso prtica possa esperar-se da modificao; b) a adoo de percentis do padro para expressar nveis crticos aperfeioamento importante quando um amplo espectro de idades examinado ou quando mais de um indicador antropomtrico cogitado; c) o rebaixamento extremo de nveis antropomtricos crticos e a implcita preocupao unilateral com a especificidade do diagnstico no encontram justificativa em nosso meio onde a desnutrio no evento raro; d) em determinadas idades, a observao continua do indicador peso/idade pode resultar mais vantajosa do que a introduo de novos indicadores como altura/idade e peso/altura. Da anlise realizada, depreende-se tambm que a propriedade de critrios antropomtricos na avaliao nutricional no pode ser devidamente apreciada sem que sejam explicitados o propsito da avaliao e o possvel nvel de endemicidade da desnutrio na populao a ser examinada.
Resumo:
Trata-se de parte de uma pesquisa sobre a soroprevalncia e fatores de risco para as doenas infecciosas triadas pelos bancos de sangue, com o objetivo de discutir as implicaes metodolgicas na interpretao dos estudos seccionais realizados em bancos de sangue para estimativa da prevalncia populacional para a infeco pelo Virus da Hepatite B (VHB). De outubro de 1988 a fevereiro de 1989, 1.033 primodoadores de sangue, de 5 dos 8 bancos de sangue da cidade de Goinia - GO, Brasil, foram entrevistados. Uma amostra de sangue foi coletada para deteco dos marcadores sorolgicos AgHBs e anti-HBs pela tcnica de ELISA. Foram obtidas taxas de soroprevalncia de 1,9% e 10,9% para AgHBs e anti-HBs, respectivamente. No houve diferena estatisticamente significante na prevalncia de AgHBs em diferentes grupos etrios e sexo. Foi observado o aumento significante de anticorpos anti-HBs com a idade (X para tendncia = 7,9 p = 0, 004). O valor preditivo positivo e a sensibilidade da histria de ictercia ou hepatite na anamnese em detectar soropositivos mostraram-se baixos, 13,6% e 2,2%, respectivamente. Foram discutidas a validade interna e externa e as limitaes na extrapolao destas estimativas levando-se em considerao as caractersticas de distribuio etria e sexo da populao, a "voluntariedade", um possvel "efeito doador saudvel" e a representatividade dos grupos de risco para infeco pelo VHB entre os doadores de sangue.
Resumo:
Objetivou-se identificar as bases histricas e filosficas da epidemiologia, a fim de enriquecer a reflexo sobre a insero dessa cincia no conjunto das prticas de sade. Utilizando-se informaes historiogrficas extradas de textos consagrados na literatura especializada, e buscando-se subsdios tericos e metodolgicos na produo da epistemologia histrica francesa, procede-se a uma aproximao epistemolgica apoiada tico-filosoficamente na crtica da razo moderna desenvolvida pela chamada Escola de Frankfurt. Destaca-se a noo abstrata de "meio" na traduo terica do "espao pblico da sade" como a base contraditria da conformao instrumental do conhecimento epidemiolgico. Com base nesta noo ampliou-se, de forma progressiva, a possibilidade de conhecimento e interveno sobre os fenmenos sanitrios, mas, ao mesmo tempo, limitou-se a objetivao do carter propriamente pblico desses fenmenos.
Resumo:
Discute-se a base de construo do conceito de risco, a partir da descrio do modelo de inferncia causal de Rubin, desenvolvido no mbito da estatstica aplicada, e incorporado por uma vertente da epidemiologia. A apresentao das premissas da inferncia causal torna visvel as passagens lgicas assumidas na construo do conceito de risco, permitindo entend-lo "por dentro". Esta vertente tenta demonstrar que a estatstica capaz de inferir causalidade ao invs de simplesmente evidenciar associaes estatsticas, estimando em um modelo o que definido como o efeito de uma causa. A partir desta distino entre procedimentos de inferncia causal e de associao, busca-se distinguir tambm o que seria a dimenso epidemiolgica dos conceitos, em contrapartida a uma dimenso simplesmente estatstica. Nesse contexto, a abordagem dos conceitos de interao e confuso toma-se mais complexa. Busca-se apontar as redues que se operam nas passagens da construo metodolgica do risco. Tanto no contexto de inferncias individuais, quanto populacionais, esta construo metodolgica impe limites que precisam ser considerados nas aplicaes tericas e prticas da epidemiologia.
Resumo:
Investiga-se o relacionamento entre a taxa de mortalidade de menores de cinco anos (TMM5) e os indicadores clssicos - mortalidade infantil, mortalidade de menores de 1 ano, de 1 a 4 anos, menores de cinco anos e probabilidade de bito entre 0 e 5 anos (5q0). Do ponto de vista terico mostrada a equivalncia entre a TMM5 e a probabilidade 5q0 da tbua de vida. Para a avaliao prtica da TMM5 utilizam-se indicadores obtidos para as 24 reas das Amricas que participaram da Investigao Inter-americana de Mortalidade na Infncia. A equivalncia terica entre a taxa (TMM5) e 5q0 mostrada por meio do diagrama de Lexis. As comparaes feitas atravs do Coeficiente de Correlao de Kendall mostram a alta concordncia, principalmente entre a TMM5 e o Coeficiente de Mortalidade de menores de cinco anos e o Coeficiente de Mortalidade Infantil.