322 resultados para Periódicos brasileiros 1939-1947
Resumo:
OBJETIVO: Analisar os municpios brasileiros segundo morbidade e desempenho do controle da vigilncia epidemiolgica de tuberculose e Aids. MTODOS: Anlise exploratria de dois grupos de clusters no hierrquicos de dados de vigilncia epidemiolgica de tuberculose e Aids, e indicadores operacionais do Programa Nacional de Controle de Tuberculose, perodo de 2001 a 2003. A distribuio foi estratificada nas regies metropolitanas e municpios prioritrios, segundo o tamanho da populao. A associao entre clusters de morbidade e desempenho foi avaliada pelo qui-quadrado, com anlise de resduos para identificar associaes significantes. RESULTADOS: Dos cinco clusters de morbidade, a situao epidemiolgica preocupante ocorre nos municpios com alta incidncia de Aids, com alta ou baixa incidncia de tuberculose, predominantes no Sudeste e Sul do Brasil, e nos grandes municpios. Dos seis clusters de desempenho do programa, desempenhos moderado e regular esto significantemente associados aos municpios prioritrios, de regies metropolitanas e com mais de 80 mil habitantes. Clusters regular e fraco concentram 10% dos municpios com abandono de tratamento elevado e baixa taxa de cura. O cluster "sem dados" est associado ao cluster de incidncia muito baixa de tuberculose e Aids. CONCLUSES: Os achados refletem inadequao da vigilncia realidade epidemiolgica do Brasil: precrios fatores sociais associados tuberculose e Aids e desempenho insuficiente do programa de controle.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a idade e o uso do preservativo na iniciao sexual de adolescentes brasileiros em dois perodos: 1998 e 2005. MTODOS: Amostras representativas da populao urbana brasileira foram entrevistadas em inqurito domiciliar por duas pesquisas, realizadas em 1998 e 2005. Dentre os entrevistados, 670 jovens (16 a 19 anos) sexualmente ativos foram selecionados para o estudo, 312 de 1998 e 358 de 2005. Para anlise dos dados ponderados foram utilizados o teste qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher (<5%). RESULTADOS: Em 2005, 61,6% dos jovens entrevistados tinham iniciado-se sexualmente, cuja idade mdia foi 14,9 anos, sem diferenas significativas para os jovens entrevistados em 1998. O uso de preservativo na primeira relao sexual aumentou significativamente em relaes estveis (48,5% em 1998 vs. 67,7% em 2005) e casuais (47,2% em 1998 vs. 62,6% em 2005) em quase todos os segmentos. Persistiram as diferenas relacionadas iniciao sexual e ao uso de preservativos segundo gnero, cor da pele e escolaridade, tal como observado em 1998. A diminuio no uso de preservativo entre os jovens que se iniciaram sexualmente antes dos 14 anos, em todos os contextos de parceria, foi expressiva na regio Sudeste e entre os mais escolarizados. CONCLUSES: Como em outros pases, observou-se tendncia estabilizao da idade da iniciao sexual entre jovens de 15 a 19 anos. O adiamento do incio da vida sexual, mais freqente entre os jovens mais escolarizados, deve ser tema discutido no planejamento da educao dos adolescentes para a sexualidade e preveno das IST. Quanto diminuio da vulnerabilidade ao HIV, relevante e significativo o incremento no uso de preservativo na iniciao sexual.
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalncia das perdas dentrias em adolescentes brasileiros e os fatores a elas associados. MTODOS: Foram analisados dados de 16.833 participantes do estudo epidemiolgico nacional de sade bucal, realizado em 2002/2003. O desfecho investigado foi a ocorrncia de perda de pelo menos um dente. As variveis independentes incluram localizao geogrfica de residncia, sexo, cor de pele, idade, renda per capita, atraso escolar, tipo de servio e residncia em municpio com fluoretao das guas de abastecimento. Foram estimadas razes de prevalncia brutas e ajustadas por meio da regresso de Poisson para cada macrorregio e para o Pas como um todo. RESULTADOS: A prevalncia de pelo menos uma perda dentria foi de 38,9% (IC 95%: 38,2%; 39,7%). Os adolescentes residentes em locais no servidos por gua fluoretada apresentaram prevalncia de perdas dentrias 40% maior do que os residentes em reas com disponibilidade dessa medida. Houve forte associao (p<0,01) entre a ausncia da fluoretao das guas de abastecimento e as perdas dentrias para a regio Nordeste. Para as demais regies a associao das perdas com fluoretao de guas foi confundida pelas variveis mais distais, notadamente as socioeconmicas, reforando as caractersticas de desigualdades regionais. CONCLUSES: A alta prevalncia de perdas dentrias em adolescentes confirma a necessidade de haver prioridade para atendimento desse grupo pelos servios odontolgicos, considerando medidas preventivas em idades mais precoces, de recuperao dos danos instalados e acesso universal gua fluoretada.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar as tendncias de insero no trabalho e composio de renda dos mdicos a partir das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domiclio (PNAD). MTODOS: Os microdados das PNAD de 1988, 1993, 1998 e 2003 foram analisados segundo parmetros demogrficos, sociais e ocupacionais. Na anlise exploratria foram consideradas as tendncias relacionadas com o emprego e renda dos mdicos. As associaes estatsticas foram avaliadas pelo teste qui-quadrado. RESULTADOS: Quanto ao perfil demogrfico observou-se uma tendncia de ampliao da presena de mulheres e de profissionais com mais de 55 anos, alm da preservao da alta proporo de brancos. Com relao ocupao e renda, observou-se um aumento do empresariamento mdico e a manuteno de elevados rendimentos, em termos relativos, especialmente para aqueles que mesclavam ocupaes de empregado e empregador. CONCLUSES: A possibilidade do exame de caractersticas individualizadas de ocupao e renda e dos mltiplos vnculos dos mdicos, disponveis nas PNAD, ainda que limitadas, contribui para o aprofundamento da compreenso dos padres e mudanas da insero dos mdicos brasileiros no mercado de trabalho no perodo ps-implementao do Sistema nico de Sade.
Resumo:
OBJETIVO: Compreender os sentidos que bioeticistas brasileiros atribuem aos princpios da universalidade e da integralidade no sistema pblico de sade brasileiro. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo exploratrio qualitativo, realizado com 20 professores universitrios de biotica atuantes no campo das cincias da sade, com funes de diretores e ex-diretores da Sociedade Brasileira de Biotica e de diretorias regionais, no perodo de julho de 2007 a julho de 2008. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas, sendo realizada anlise de contedo. ANLISE DE RESULTADOS: Quanto ao princpio da universalidade de acesso dos cidados brasileiros a um sistema pblico, as manifestaes dos entrevistados se posicionaram majoritariamente em prol de sua manuteno. Todavia, quanto ao princpio da integralidade, as divergncias foram manifestas, ensejando a maioria em restringi-lo. CONCLUSES: Os bioeticistas relatam pluralismo de valores morais e dificuldades em decidir moralmente sobre o que seria um sistema de sade justo.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a prevalncia de cesariana em hospitais brasileiros. MTODOS: Estudo transversal com dados do Sistema Global de Dados para a Sade Materna e Perinatal, da Organizao Mundial da Sade, para os estados de So Paulo, Pernambuco e Distrito Federal. Analisaram-se dados de 15.354 mulheres que tiveram parto entre setembro/2004 e maro/2005, segundo caractersticas sociodemogrficas e reprodutivas e do hospital. Foram realizadas anlises bivariada - com clculos de razes de prevalncia e respectivos intervalos de confiana- e multivariada por regresso de Poisson. RESULTADOS: A razo de prevalncia de cesarianas foi significativamente maior entre mulheres com maior idade, entre as casadas/unidas, e com maior ndice de massa corporal. As condies apresentadas durante a gravidez ou parto, como diagnstico de HIV da parturiente, maior peso e permetro ceflico do recm-nascido, e maior nmero de consultas de pr-natal, se associaram maior razo de prevalncia de cesariana. Na anlise de regresso mostraram associao direta com o desfecho: maior idade e escolaridade da parturiente; presena de hipertenso/eclmpsia, doenas crnicas e de outras condies mdicas; maior permetro ceflico do recm-nascido, ser primpara, ter tido cesariana na ltima gravidez, e ter recebido analgesia peridural ou raquidiana durante o trabalho de parto. Embora a proporo de cesarianas tenha sido maior nos hospitais com ndice de complexidade alto, a diferena no foi estatisticamente significante, assim como para as demais caractersticas dos hospitais. CONCLUSES: As condies da gravidez, do recm-nascido e as caractersticas sociodemogrficas e reprodutivas da parturiente associaram-se independentemente realizao de cesariana. O ndice de complexidade hospitalar no esteve associado, provavelmente pela homogeneidade da amostra de hospitais.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar opinies de juzes e promotores de justia sobre a legislao brasileira e as circunstncias em que o aborto induzido deveria ser permitido. MTODOS: Estudo transversal realizado com 1.493 juzes e 2.614 promotores no Brasil entre 2005 e 2006. Os participantes preencheram um questionrio estruturado sobre caractersticas sociodemogrficas, opinies acerca da legislao que trata do aborto e circunstncias para permiti-lo. Realizaram-se anlises bivariada e multivariada por regresso de Poisson. RESULTADOS: A maioria (78%) dos participantes opinou que as circunstncias nas quais no se pune o aborto deveriam ser ampliadas, ou mesmo que o aborto no deveria ser considerado crime. As maiores propores de opinies favorveis a que o aborto seja permitido referiram-se a risco para a vida da gestante (84%), anencefalia (83%), malformao congnita grave (82%) e gravidez resultante de estupro (82%). As variveis relativas religio foram as mais freqentemente associadas a essas opinies. CONCLUSES: Observou-se uma tendncia a considerar a necessidade de mudanas na atual legislao brasileira no sentido de ampliar as circunstncias nas quais no se pune o aborto e at deixar de consider-lo como um crime, independentemente da circunstncia em que praticado.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiolgico da Aids nos municpios brasileiros entre 2002 e 2006, associando tendncia e magnitude com indicadores socio- demogrficos e caractersticas da epidemia local. MTODOS: Foi conduzido um estudo ecolgico que categorizou os municpios segundo a magnitude e tendncia da epidemia para, posteriormente, analis-los de acordo com os indicadores sociais, formas de transmisso do HIV e ano de registro do primeiro caso. Os dados so provenientes do Sistema Nacional de Vigilncia Epidemiolgica, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica e Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento no Brasil. Utilizou-se regresso linear para estimar a tendncia e estatsticas de qui-quadrado e Anova para o estudo dos indicadores. RESULTADOS: Um total de 4.190 municpios (75,3%) apresentou casos entre 2002 e 2006. Desses, 3.403 (81,2%) possuam ocorrncia de "pequena magnitude" (mdia = 4,7 casos), 367 (8,8%) "mdia magnitude" (mdia = 30,3 casos) e 420 (10,0%) "grande magnitude" (mdia = 378,7 casos). Os de "pequena magnitude" associaram-se menor incidncia, incio da epidemia aps 1991, existncia de uma ou duas categorias de transmisso, especialmente heterossexual, com ocorrncias de casos em um ou dois anos do perodo e menor ndice de desenvolvimento humano (IDH). Os de "grande magnitude" associaram-se s cidades de maior porte e IDH, apresentaram todas as categorias de transmisso, incio da epidemia entre 1980/1991 e tendncia de reduo/estabilizao, especialmente por diminuio da transmisso entre usurios de drogas injetveis. O crescimento da epidemia concentrou-se em cidades de "pequena magnitude", mas sem significncia, a ponto de alterar a participao proporcional (8,7%) desses municpios no conjunto de casos no Pas. CONCLUSES: A epidemia de Aids permanece concentrada nos centros urbanos e a interiorizao caracterizada pela ocorrncia irregular e de pequena magnitude. Municpios com baixo IDH e com transmisso exclusivamente por relaes heterossexuais apresentaram baixa capacidade de crescimento e a reduo da epidemia est associada especialmente diminuio da transmisso entre usurios de drogas injetveis.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar o uso de medidas de comorbidade para predizer o risco de bito em pacientes brasileiros. MTODOS: Foram utilizados dados de internaes obtidos do Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico de Sade, que permite o registro de somente um diagnstico secundrio. Foram selecionadas 1.607.697 internaes ocorridas no Brasil em 2003 e 2004, cujos diagnsticos principais foram doena isqumica do corao, insuficincia cardaca congestiva, doenas crebro-vasculares e pneumonia. O ndice de Charlson e as comorbidades de Elixhauser foram as medidas de comorbidade utilizadas; o simples registro de algum diagnstico secundrio foi tambm empregado. A regresso logstica foi aplicada para avaliar o impacto das medidas de comorbidade na estimava da chance de bito. O modelo de base incluiu as seguintes variveis: idade, sexo e diagnstico principal. Os modelos de predio de bitos foram avaliados com base na estatstica C e no teste de Hosmer-Lemeshow. RESULTADOS: A taxa de mortalidade hospitalar foi 10,4% e o tempo mdio de permanncia foi 5,7 dias. A maioria (52%) das internaes ocorreu em homens e a idade mdia foi 62,6 anos. Do total de internaes, 5,4% apresentava um diagnstico secundrio registrado, mas o odds ratio entre bito e presena de comorbidade foi de 1,93. O modelo de base apresentou uma capacidade de discriminao (estatstica C) de 0,685. A melhoria nos modelos atribuda introduo dos ndices de comorbidade foi fraca - equivaleu a zero quando se considerou a estatstica C com somente dois dgitos. CONCLUSES: Embora a introduo das trs medidas de comorbidade nos distintos modelos de predio de bito tenha melhorado a capacidade preditiva do modelo de base, os valores obtidos ainda so considerados insuficientes. A preciso desse tipo de medida influenciada pela completitude da fonte de informao. Nesse sentido, o alto sub-registro de diagnstico secundrio, aliado conhecida insuficincia de espao para anotao desse tipo de informao no Sistema de Informaes Hospitalares, so os principais elementos explicativos dos resultados encontrados.
Resumo:
OBJETIVO: Identificar os fatores associados autopercepo da sade bucal entre idosos brasileiros. MTODOS: Utilizaram-se dados do Projeto SB Brasil, realizado em 20022003. Foi examinada e entrevistada amostra probabilstica de 5.349 idosos de 65 a 74 anos agrupados em dentados e edentados. A varivel dependente foi autopercepo da condio de sade bucal e as independentes foram: local de moradia, caractersticas individuais, comportamentos relacionados sade, condies objetivas de sade e condies subjetivas relacionadas sade. Foram conduzidas anlises descritivas e anlises de regresso linear mltipla hierrquica. RESULTADOS: Nos dois grupos a autopercepo da sade bucal foi considerada positiva, apesar das precrias condies de sade bucal entre os idosos. No modelo final, o local de moradia e as caractersticas individuais pouco contriburam para explicar a variabilidade da autopercepo. Entre dentados, o uso de servios odontolgicos esteve associado ao desfecho, e as condies objetivas e subjetivas se mostraram associadas nos dois grupos. Entre dentados e edentados, o R para o ambiente externo foi de 0,00; com o acrscimo das caractersticas individuais, respectivamente, 0,05 e 0,02; incluindo o comportamento relacionado sade, 0,06 e 0,03; acrescentando as condies objetivas de sade, 0,11 e 0,04; adicionando as condies subjetivas relacionadas sade foram 0,50 e 0,43. Foi possvel explicar 50% da variabilidade da autopercepo entre dentados e 43% entre edentados. CONCLUSES: Os principais fatores associados autopercepo da sade bucal como positiva nos dois grupos foram a autopercepo da aparncia como tima seguida pela autopercepo da mastigao como positiva. O terceiro fator associado, entre dentados, foi o relato de nenhuma necessidade de tratamento odontolgico e, entre edentados, a autopercepo da fala.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o acesso geogrfico ao parto hospitalar nos municpios brasileiros. MTODOS: Foram analisadas informaes de bitos e nascimentos quanto sua adequao para o clculo do coeficiente de mortalidade infantil no perodo de 2005 a 2007 para os 5.564 municpios brasileiros. O acesso geogrfico foi expresso por indicadores de deslocamento, oferta e acesso aos servios de sade. A associao entre o acesso geogrfico ao parto e o coeficiente de mortalidade infantil em municpios com adequao de suas informaes vitais foi avaliada por meio de regresso mltipla. RESULTADOS: Dentre os municpios analisados, 56% apresentaram adequao das informaes vitais, correspondendo a 72% da populao brasileira. O deslocamento geogrfico ao parto mostrou-se inversamente associado ao porte populacional, renda per capita, e mortalidade infantil, mesmo controlado por fatores demogrficos e socioeconmicos. CONCLUSES: Embora tenham sido desenvolvidas estratgias importantes para a melhoria da qualidade do atendimento s gestantes no Brasil, as aes para garantir o acesso igualitrio assistncia ao parto ainda so insuficientes. O maior deslocamento intermunicipal para o parto se mostrou como um fator de risco para a mortalidade infantil, aliado desigualdade de oferta de servios qualificados e falta de integrao com a ateno bsica de sade.
Resumo:
O consumo de gordura trans comprovadamente prejudicial sade humana. Esse lipdio encontrado principalmente na gordura vegetal parcialmente hidrogenada, amplamente utilizada em alimentos industrializados. O objetivo do estudo foi analisar publicaes oficiais sobre o limite mximo de consumo de gordura trans e sua regulamentao de notificao obrigatria na rotulagem nutricional de alimentos industrializados brasileiros. Foram constatadas fragilidades no contedo dos documentos analisados, sobretudo a necessidade de reformulao, tanto na recomendao mxima de consumo quanto na notificao da gordura trans na rotulagem nutricional dos alimentos industrializados. So feitas sugestes para essa reformulao, com as quais se busca auxiliar o consumidor no controle de ingesto de gordura trans e, consequentemente, na promoo da sade.
Resumo:
Analisar mudanas nos diferenciais por renda nas condies de sade e no uso de servios de sade por idosos brasileiros. MTODOS: Foram analisadas amostras representativas da populao brasileira com 60 anos ou mais em 1998 e 2008 (n = 27.872 e 41.198, respectivamente), oriundas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios. As variveis consideradas foram renda mensal domiciliar per capita, autoavaliao da sade, capacidade funcional, consultas mdicas e hospitalizaes nos 12 meses precedentes e uso exclusivo do Sistema nico de Sade. A anlise dos dados foi baseada em estimativas de prevalncia e em razes de prevalncia obtidas por meio da regresso de Poisson. RESULTADOS: Em 1998 e 2008, as prevalncias ajustadas por idade e sexo da autoavaliao da sade como ruim, do comprometimento da mobilidade e da incapacidade para realizar atividades da vida diria apresentaram fortes gradientes com o quintil da renda domiciliar per capita, com pior performance entre aqueles com renda mais baixa. As razes de prevalncia ajustadas por idade e sexo entre o quintil inferior (mais pobres) e o superior (mais ricos) de renda permaneceram estveis para pior autoavaliao da sade (RP = 3,12 [IC95% 2,79;3,51] em 1998 e 2,98 [IC95% 2,69;3,29] em 2008), comprometimento da mobilidade (RP = 1,54 [IC95% 1,44;1,65 e 1,69[IC95% 1,60;1,78], respectivamente) e incapacidade para realizar atividades da vida diria (RP = 1,79 [IC95% 1,52;2,11] e 2,02 [IC95% 1,78;2,29], respectivamente). Observou-se reduo das disparidades por renda na realizao de trs ou mais consultas mdicas e no uso exclusivo do Sistema nico de Sade. No foram observadas desigualdades entre os extremos de renda na ocorrncia de hospitalizaes no mesmo perodo. CONCLUSES: Apesar da reduo das desigualdades por renda de indicadores do uso de servios de sade, a magnitude das disparidades nas condies de sade no diminuiu. So necessrios estudos longitudinais para um melhor entendimento da persistncia dessas desigualdades entre idosos brasileiros.
Resumo:
OBJETIVO: Estimar a prevalncia e descrever a distribuio do tracoma entre escolares em municpios brasileiros.MTODOS: Estudo de corte transversal, usando amostragem por conglomerados, da populao escolar dos municpios brasileiros com ndice de Desenvolvimento Humano-Municipal menor que a mdia nacional. O inqurito de prevalncia de tracoma foi realizado pelo Ministrio da Sade entre 2002 e 2007. Foram selecionados 119.531 alunos de 2.270 escolas localizadas em 1.156 municpios. Os alunos foram submetidos ao exame ocular externo, com lupa (2,5X), para deteco de sinais clnicos de tracoma segundo critrios da OMS. Estimou-se a prevalncia de tracoma segundo estado e em nvel nacional, e seus respectivos intervalos de 95% de confiana. Para a comparao de variveis categricas foram usados os testes do Qui-quadrado e do Qui-quadrado de tendncia linear.RESULTADOS: Foram detectados 6.030 casos de tracoma, resultando em prevalncia de 5,0% (IC95% 4,5;5,4). No foi encontrada diferena significante entre os sexos. A prevalncia de tracoma foi de 8,2% entre menores de cinco anos de idade, diminuindo nas faixas etrias mais altas (p < 0,01). Houve diferena significante entre as prevalncias de tracoma na zona urbana e rural, 4,3% versus 6,2%, respectivamente (p < 0,01). Foram detectados casos em 901 municpios (77,7% da amostra), em todas as regies do Pas. Em 36,8% dos municpios selecionados a prevalncia foi superior a 5%.CONCLUSES: O estudo mostra que o tracoma um importante problema de sade pblica no Brasil, contradizendo a crena de que a endemia estaria controlada no Pas. O inqurito realizado apresenta uma linha de base para avaliao das intervenes planejadas com vistas ao alcance da meta mundial de certificao da eliminao do tracoma como causa de cegueira no Brasil, at 2020.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a evoluo dos preos relativos dos grupos de produtos alimentares e sua influncia nas polticas pblicas para uma alimentao saudvel.MTODOS: Foram analisados dados do municpio de So Paulo de 1939 a 2010, a partir da aplicao de mtodos de clculo de nmeros-ndices. Foram utilizados dados do banco de preos e estruturas de ponderao da Fundao Instituto de Pesquisas Econmicas (1939 a 1988) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (1989 a 2010). O banco de preos foi organizado, sua consistncia foi testada e os preos foram deflacionados pelo ndice de Preos ao Consumidor. Os dados relativos a preos deflacionados foram calculados e agregados por categorias e grupos alimentares da pirmide alimentar adaptada. Os ndices de preos de cada grupo foram construdos aplicando a frmula de Laspeyres modificada. O ndice geral de preos da alimentao foi comparado com ndices de cada grupo alimentar e respectiva categoria: alimentos in natura; alimentos industrializados; bebidas; carnes, leguminosas, leite e ovos; cereais e tubrculos; e refeies fora do domiclio.RESULTADOS: Os grupos alimentares de gorduras, leos, condimentos, acares e alimentos processados (alimentos industrializados) apresentaram tendncia de reduo de preos em termos relativos. O ndice dos alimentos in natura,como frutas e verduras, apresentaram tendncia de elevao de preos. Outros grupos alimentares, como cereais, farinhas e massas, carnes, leite e ovos, apresentaram estabilidade de preos relativos ao longo do tempo.CONCLUSES: A evoluo dos preos relativos dos alimentos no municpio de So Paulo mostra tendncia desfavorvel manuteno da alimentao saudvel em nvel domiciliar em longo prazo.