314 resultados para Levantamento epidemiológico
Resumo:
Realizou-se o estudo da soroprevalência da leptospirose em bovinos e humanos especificamente em propriedades familiares na região de fronteira agrícola da rodovia Transamazônica, na Amazônia Oriental. A prevalência da leptospirose bovina foi 97% [90,9 - 99,5%] de propriedades com pelo menos um animal positivo na soroaglutinação microscópica para o diagnóstico da leptospirose. Em 61,2% dos rebanhos o sorotipo hardjo foi apontado como o mais provável, em 9% deles o sorotipo bratislava e em 4,5% o shermani. A prevalência sorológica da leptospirose humana foi 32,8% [23,4 - 43,5%] de núcleos familiares com pelo menos um indivíduo positivo na soroaglutinação microscópica para o diagnóstico da leptospirose. Em 9% dos núcleos familiares o sorotipo bratislava foi apontado como o mais provável, em 6% deles o sorotipo hardjo e em 4,5% o grippotyphosa. Foi discutido o impacto desses achados sobre a produção animal e saúde pública na região e feitas sugestões para minorar o problema.
Resumo:
Casos de leishmaniose tegumentar no norte do estado do Paraná têm sido assinalados desde os anos 50, mas no final dos anos 80, houve um surto epidêmico. Para conhecer o perfil epidemiológico da leishmaniose cutânea na região Norte do Paraná foi feito um levantamento de casos, entre 1993 e 1998. Foram notificados 316 casos da doença em 35 municípios paranaenses. Dezesseis casos eram importados de outros estados e do Paraguai. Os indivíduos do sexo masculino (61,2%), na faixa etária de 15 a 49 anos (70,8%) representaram a maioria dos casos de leishmaniose tegumentar. Sessenta e sete porcento dos pacientes apresentaram lesões únicas, 31% lesões múltiplas e 2% lesões de mucosas. Num total de 367 lesões analisadas 47,7% estavam localizadas nos membros inferiores, 26,7% nos membros superiores e 16% na face. Trinta e duas cepas de Leishmania isoladas foram identificadas, com base em 13 isoenzimas, como pertencentes à espécie Leishmania (Viannia) braziliensis.
Resumo:
A implementação da poliquimioterapia (PQT/OMS) - composta pelas drogas dapsona, clofazimina e rifampicina - possibilitou a cura da hanseníase, porém não foram priorizados o manejo dos efeitos adversos pelas equipes de saúde. Objetivando determinar a magnitude dos efeitos adversos da poliquimioterapia para hanseníase e relacioná-los como possível causa de não adesividade do paciente ao tratamento, revisou-se prontuários de 187 pacientes tratados com PQT, de 1995 a 2000, no Centro de Saúde Escola (CSE) -UFU, com registro de efeitos colaterais em 71 pacientes (37,9%). Dentre os 113 efeitos adversos, 80 (70,7%) relacionaram-se à dapsona, 7 (6,2%) à rifampicina, 26 (20,5%) à clofazimina. Esses efeitos levaram à mudança de esquema terapêutico em 28 (14,9%) dos 187 pacientes ou 39,4% dos 71 com efeitos adversos. Discute-se a importância de considerar os efeitos adversos da PQT na capacitação das equipes de saúde para maior adesão do paciente ao tratamento, colaborando para eliminar a hanseníase como problema de saúde pública.
Resumo:
Foram avaliados os questionários respondidos por 476 alunos, com idade entre 15 e 20 anos, de uma escola do bairro Pedra 90 em Cuiabá-MT, objetivando conhecer as características da população canina e felina daquele local. Dos 476 domicílios, em 371 (78%), foram registrados 513 cães e 307 gatos. Dos 513 cães, 289 (56,3%) eram machos e 224 (43,7%) fêmeas. Dos 307 gatos, 182 (59,3%) eram machos e 125 (40,7%) fêmeas. Os proprietários de 474 (92,4%) cães e 267 (86,9%) gatos afirmaram ter vacinado seus animais contra raiva.
Resumo:
São descritas as características clínicas e epidemiológicas de 422 casos de paracoccidioidomicose atendidos no Hospital Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil) no período de Janeiro de 1980 a Agosto de 1999. A média de idade foi de 43,4 anos e a proporção homem: mulher foi de 10:1. Quase metade (45,5%) dos doentes era trabalhadora rural no momento do diagnóstico. A forma aguda/subaguda (tipo juvenil)(15,4% dos casos) revelou-se com importante comprometimento do sistema fagocítico-monocitário, manifestado principalmente por adenomegalia (95,4%); hepatomegalia (40%); esplenomegalia (23,1%). A forma crônica (tipo adulto)(84,6% dos casos) apresentou-se com maiores proporções de lesões em orofaringe (66,4%); rouquidão (31,4%) e tosse (50,7%). Para o diagnóstico, foram utilizados o exame micológico direto em 365 pacientes e o histopatológico em 302, com positividade de 50,7% e 97,3%, respectivamente. O tratamento antifúngico preferencial foi a associação de sulfametoxazol e trimetoprim (co-trimoxazol), utilizado em 90,3% dos doentes. Seqüelas foram observadas em 30,3% e óbito em 7,6% dos casos.
Resumo:
A partir de relato de diagnóstico de leishmaniose visceral em cinco cães dos municípios de Santa Maria, Itaara e Júlio de Castilhos, no centro do Estado do Rio Grande do Sul, foi realizado levantamento sorológico através de teste de imunofluorescência indireta em sangue obtido em papel de filtro de 40 cães de Santa Maria, 20 de Itaara e 11 de Júlio de Castilhos, em geral relacionados aos cinco cães considerados como positivos. Além destes, foi também examinado o sangue de 44 cães vadios de Júlio de Castilhos, 68 de Cachoeira do Sul e 20 de Caçapava do Sul. Soros fracamente reagentes com títulos < 1:40 foram avaliados em ensaios de Ensaio Imuno-enzimático. Amostras de fígado, baço, pulmão e linfonodos de um sexto cão de Santa Maria, considerado como positivo à necropsia, foram examinadas através de histopatologia e PCR. Todos os resultados dos 204 cães foram negativos, indicando que, apesar de não ser impossível a ocorrência de leishmaniose visceral na região, por vários fatores aqui discutidos, ela deve ser pelo menos extremamente rara, sendo necessários estudos mais detalhados do material dos cinco cães tidos como positivos.
Resumo:
Foi realizado um inquérito epidemiológico sobre paracoccidioidomicose com gp43, em 118 operários no Noroeste do Paraná. A positividade foi de 43%, o que aliado às condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento do fungo reforçam que essa região seja endêmica para paracoccidioidomicose e também reservárea de Paracoccidioides brasiliensis.
Resumo:
No presente estudo, são descritas as características clínicas e epidemiológicas de 61 casos de paracoccidioidomicose, atendidos no Serviço de Estomatologia do Hospital São Lucas da PUCRS, no período de junho de 1976 a junho de 2004. O Rio Grande do Sul é considerado uma região endêmica da doença devido às condições eco-epidemiológicas para o desenvolvimento do fungo. Observou-se que a doença ocorreu em 58 (95%) homens e 3 (5%) mulheres, predominando a faixa etária de 40 a 59 anos (70,5%), e a profissão vinculada à agricultura em 27 (44,3%) pacientes. O hábito de fumar foi prevalente em 52 (85,3%) pacientes da amostra e muitos eram, também, etilistas. Todos os casos apresentavam manifestações estomatológicas, sendo que as lesões orais ocorreram predominantemente com aspecto ulcerado e moriforme, observadas em vários sítios anatômicos. As evidências radiográficas de lesões pulmonares estavam presentes em 32 (65,3%) radiografias avaliadas.
Resumo:
Foi realizado inquérito para avaliar alguns aspectos epidemiológicos da teníase em 100.144 indivíduos do Programa Saúde da Família. Foram identificados 185 (0,2%) indivíduos com antecedentes de teníase. Destes, 112 (60,5%) receberam tratamento com praziquantel. Em 97 (86,6%) dos casos, houve eliminação de proglotes que corresponderam a Taenia saginata e Taenia solium em 36 (37,1%) e 4 (4,1%), respectivamente.
Resumo:
Foi realizado inquérito soroepidemiológico com o objetivo de conhecer a prevalência da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, de anticorpos contra o vírus da hepatite C (anti-HCV), fatores de risco associados à transmissão parenteral e o perfil epidemiológico de puérperas atendidas em três hospitais conveniados com o Sistema Único de Saúde em Cuiabá-MT, no período de dezembro de 2001 a maio de 2002. Mil seiscentas e sete mulheres foram estudadas e entrevistadas de modo a se obter informações sócio-demográficas e epidemiológicas que poderiam estar associadas à transmissão do vírus da imunodeficiência humana. Foram pesquisados anticopos anti-HIV e anti-HCV, através do teste ELISA. A prevalência de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana foi de 0,5% (IC95%= 0,2 a 1,0). A maioria das participantes tinha apenas nível de ensino fundamental (58,4%) e mantinha relacionamento estável com parceiro fixo (73%). Não foi evidenciada associação entre a presença de anti-HIV e o nível sócio-econômico, escolaridade, fatores de risco para doenças de transmissão sanguínea ou sexual, e com a presença de comportamento sexual de risco nas entrevistadas e em seus parceiros (relacionamentos com múltiplas parceiras ou bissexualidade). Presumiu-se que a via de transmissão heterossexual foi a principal causa de infecção nas mulheres em idade fértil na região. A prevalência do anti-HCV foi de 0,4% (IC95%= 0,1; 0,8), sendo mais freqüente entre as participantes mais velhas.
Resumo:
Descreveu-se a evolução temporal e espacial de malária em Mato Grosso, discriminadas em períodos de 1980-1985; 1986-1991; 1992-1997 e 1998-2003, distribuídas por microrregião homogênea. O índice parasitário anual do estado cresceu até 1992, reduzindo para 1,9 casos/mil habitantes em 2003; o coeficiente de mortalidade e a taxa de letalidade foram maiores nos anos de 1980 a 1989. Das 22 microrregiões, 13 apresentaram IPA inferior a 10 casos/1.000 habitantes em todos os períodos, ocorrendo concentração de casos nas microrregiões de Colíder, Alta Floresta, Aripuanã e Alto Guaporé. Em 2003, apenas a microrregião de Aripuanã persistia com IPA superior a 50 casos/1.000 habitantes. As microrregiões de Colíder, em 1983, 1985 a 1988 e 1990 e Alta Floresta, em 1991, apresentaram óbitos acima de 50/100.000 habitantes, sendo a maioria do sexo masculino, na faixa etária de 20 a 49 anos. A distribuição da doença por microrregiões evidenciou que a malária é predominantemente focal.
Resumo:
Estudo prospectivo foi realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, entre março de 1998 e novembro de 2003, em 96 pacientes com diagnóstico clínico e laboratorial de criptococose, sendo 81,3% portadores de Aids. Cepas de Cryptococcus neoformans foram obtidas de diferentes amostras, sendo 77% em líquido cefalorraquidiano. A var neoformans foi isolada em 89 casos e a var gattii em 7. A meningoencefalite criptocócica (56,3% dos casos), foi a manifestação clínica mais descrita, seguida da fungemia (13,5%). Entre os fatores de risco, a AIDS (81,3%) foi o mais comumente associado à micose. A pesquisa direta do fungo realizada em 121 amostras demonstrou o microrganismo em 98,3%, com cultura (+) em todas. Dos pacientes, 59,4% foram tratados com anfotericina B ou derivados triazólicos, sendo que 72,9% evoluíram para óbito, em particular os portadores de AIDS (62,5%). Atualmente, a criptococose tem sido diagnosticada com muita freqüência em nosso meio e constitui uma das doenças oportunísticas de maior morbidade e mortalidade nos pacientes com AIDS.
Resumo:
O objetivo foi descrever as características sociodemográficas, epidemiológicas e comportamentais de mulheres infectadas (64) e não infectadas (66) pelo HTLV-1 em Salvador, Bahia. O diagnóstico sorológico foi obtido por ELISA, WB e Imunofluorescência. Dados epidemiológicos e sociodemográficos foram coletados utilizando questionário padronizado. O Qui-quadrado ou teste de Fisher foi usado para dados categóricos e ANOVA ou Kruskall Wallis (3 grupos) e teste T ou Mann Whitney (2 grupos) para os dados contínuos. As variáveis associadas foram ajustadas por regressão logística. Mais da metade (57,8%) das mulheres soropositivas eram assintomáticas. As sintomáticas (com PET/MAH) tinham menor escolaridade. A comparação entre mulheres soropositivas e soronegativas mostrou que a hemotransfusão, a prática de sexo anal, coitarca antes dos 18 anos e ter mais de 3 parceiros sexuais na vida foram fatores de risco para infecção pelo HTLV-1. A prevenção da transmissão sexual e vertical (aleitamento materno) deve ser reforçada e triagem no pré-natal mandatória.