97 resultados para adequações curriculares
Resumo:
Um questionário estruturado relacionado à aplicação da prova prática no processo de seleção da residência médica foi aplicado durante o XLIII Congresso Brasileiro de Educação Médica, em Natal, em 2005. As competências julgadas importantes para a avaliação da prova prática e os diferentes modelos de prova aplicados por algumas instituições foram discutidos. Foi realizada aanálise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats), ferramenta utilizada em planejamento estratégico, para avaliação do modelo (forças e fraquezas) e de sua aplicabilidade no ambiente externo, considerando as instituições do País (oportunidades e ameaças). Os estudantes que responderam o questionário consideraram conhecimento seguido de habilidades as competências mais importantes, enquanto atitude e comportamento ético foram considerados pelos preceptores de residentes. A maioria dos participantes considerou que o modelo de prova deveria ser regionalizado, apesar de isto conflitar com as diretrizes curriculares. A prova presencial com pacientes e o modelo que utiliza recursos de multimídia foram considerados os de mais fácil reprodução. Conclui-se que a forma de aplicação da prova prática como processo de seleção de médicos residentes, apesar de relevante, apresenta fragilidades e precisa ser amplamente discutida.
Resumo:
A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (Famed/UFG) implantou, em 2003, um novo currículo de graduação em Medicina, com o apoio do Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina (Promed). O presente trabalho objetivou colher a percepção dos professores a respeito do currículo reformulado. Na coleta dos dados foi empregado um questionário com questões abertas e fechadas, entregue aos professores das três séries iniciais do curso de Medicina. A maioria dos docentes (77%) revelou ser favorável à reformulação curricular, citando como pontos positivos a maior integração interdisciplinar, a ampliação do tempo de internato e a adequação à realidade do sistema de saúde. Outros pontos levantados pelos professores foram o aumento da carga horária curricular, a resistência de alguns docentes à mudança e a necessidade de aprimorar o programa de capacitação docente oferecido pela Famed/UFG. O conhecimento da forma como o currículo é avaliado pelos docentes pode contribuir em muitas instâncias para o seu aperfeiçoamento. Daí a necessidade de estudos desta natureza como respaldo às mudanças efetuadas nos currículos.
Resumo:
Esta pesquisa teve por objetivo analisar como as Tecnologias da Informação e da Comunicação são utilizadas como possibilidade pedagógica para criar um ambiente de aprendizado e que contribuições podem trazer para a interdisciplinaridade prevista nas atuais diretrizes curriculares nacionais do ensino médico. A análise de dados enfatizou os seguintes temas: o projeto político- pedagógico no âmbito das diretrizes curriculares do ensino médico; as tecnologias de Informação e Comunicação no enfoque interdisciplinar; seus entraves na práxis pedagógica. As reflexões preliminares apontaram para os seguintes aspectos: a importância do projeto político pedagógico como norteador dos objetivos do ensino; a integração interdisciplinar como um processo para a melhoria da qualidade do ensino; as TIC como um instrumento facilitador da aprendizagem; as dificuldades dos discentes frente à seleção de informações no ambiente virtual; e, finalmente, o desafio para a formação do médico generalista.
Resumo:
Faz-se uma revisão teórica das reformas curriculares nos cursos de saúde. Considerando a ênfase das políticas públicas na integração dos diversos níveis de atenção em saúde, a formação do profissional passa a ter fundamental importância nesse processo. Mas as reformas curriculares podem apresentar dificuldades devido a algumas crenças negativas sobre o novo modelo de formação ou práticas dos profissionais de saúde. Por isto, ressalta-se a importância de avaliar crenças compartilhadas, que têm o papel de fortalecer e manter determinadas práticas e ideologias em saúde. Dessa forma, o estudo das crenças e ações voltadas para metodologias de ensino inovadoras, baseadas na motivação de mudanças para práticas em saúde, bem como estratégias de reforma nos cursos de graduação que ultrapassem a esfera formal são apontados como formas efetivas de mudança do comportamento dos professores, alunos e profissionais de saúde.
Resumo:
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina enumeram, entre os objetivos do currículo de graduação, aprender a aprender e ter competência e habilidade para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas com base em evidências científicas, bem como habilidades de escrita e leitura. Sob o viés particular do auxílio ao ensino e à aprendizagem, propomos que a metacognição seja entendida como uma tecnologia educacional simbólica. Para isto, fizemos uso da Fenomenologia de Schultz, em suas reflexões sobre o uso de símbolos, como o arcabouço lógico a unir os campos da tecnologia educacional e a metacognição. Este texto se organiza em quatro tópicos principais: o primeiro introduz o conceito de tecnologia educacional simbólica; o segundo, o conceito de metacognição; o terceiro procura unir os dois primeiros ao discutir o conceito e o papel dos símbolos na perspectiva fenomenológica; o quarto, mais operacional, exemplifica como a metacognição faz uso de símbolos e cifras para gerenciar o processo de aprendizagem, enquadrando-se, assim, no conceito de Tecnologia Educacional Simbólica.
Resumo:
A Faculdade de Medicina de Marília, desde 1997, vem implementando mudanças curriculares nos cursos de Enfermagem e Medicina. Tais mudanças pressupõem articulação entre teoria e prática, processo de ensino baseado na aprendizagem significativa, centrado nos estudantes, em situações de aprendizagem que emergem da prática profissional, abordados de forma interdisciplinar e multiprofissional. Para isto, os estudantes de Enfermagem e Medicina, de forma integrada, desenvolvem atividades em contato com usuários e trabalhadores da saúde, desde o primeiro ano, inseridos em equipes nas Unidades de Saúde da Família, num ciclo de dois anos, denominado Unidade de Prática Profissional. O presente relato apresenta a experiência de três estudantes que tiveram a oportunidade de avaliar o estado de saúde e acompanhar seis famílias. Esta atividade possibilitou identificar diferentes necessidades de saúde e levou os estudantes a buscar informações em diversas fontes a fim de propor estratégias de ação que contribuam para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Foi possível intervenção por meio de orientações, encaminhamentos e realização de procedimentos. Os estudantes concluem que esta prática possibilita maior compreensão dos valores dos usuários e a aproximação de uma realidade bastante distante do seu modo de vida, além de uma aprendizagem significativa.
Resumo:
Nas Diretrizes Curriculares nacionais, a saúde é considerada uma área interdisciplinar, pois seu objeto "o processo saúde-doença humano " envolve as relações sociais, a biologia e as expressões emocionais. Este estudo analisa os programas e atividades do currículo implantado na Faculdade de Medicina da PUC-Campinas a partir de 2001, no tocante às ações interdisciplinares e multiprofissionais que envolvem os demais cursos da saúde. Procedeu-se à análise documental e de depoimentos de diferentes atores envolvidos no curso. Na perspectiva dos entrevistados, apesar das dificuldades relativas à fragmentação dos saberes e práticas, ao desconhecimento e preconceito acerca dos campos e núcleos das profissões da saúde e à precarização do vínculo docente, tem havido iniciativas de integração, destacando-se os ciclos morfofisiológicos, de correlação clínica e as práticas de Saúde da Família e Comunidade. Concluiu-se que a interdisciplinaridade está presente na proposta curricular e como intenção da Universidade, mas acontece por iniciativas individuais, nas quais se viabilizam "encontros" entre discentes, docentes, funcionários e usuários, que se tornam significativos e demonstram um processo em construção, ainda distante da transdisciplinaridade.
Resumo:
Estudos recentes apontam a importância de investigações mais abrangentes sobre o universo da formação médica, ressaltando que esta é constituída por um complexo quadro de atitudes. O curso é extenuante e, mesmo assim, os estudantes se envolvem com uma infinidade de atividades extras durante a sua formação, construindo um vasto currículo paralelo. Por meio da "triangulação metodológica", investigaram-se as concepções de estudantes de Medicina sobre as vivências e papéis das atividades extracurriculares. O estudo buscou o diálogo entre três diferentes estratégias: aplicação de questionário aos estudantes do primeiro ao sexto ano de Medicina (n = 423), entrevistas individuais (n = 24) e entrevistas em dois grupos focais (n = 14). Os dados revelaram que os estudantes de Medicina identificam seu envolvimento com atividades extracurriculares como uma tentativa de preencher lacunas curriculares, integrar-se com colegas, suplementar o curso, obter bem-estar, atender a indagações profissionais, enfim, múltiplas motivações. A dimensão individual e coletiva da metodologia permitiu que toda a heterogeneidade relativa ao cotidiano da formação médica acabasse por emergir.
Resumo:
Este trabalho avaliou o conhecimento e aceitação das Práticas Não-Convencionais em Saúde (PNCS) por estudantes do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). A pesquisa realizada foi do tipo descritiva de campo, aplicada na forma direta extensiva por meio de questionários. As perguntas avaliaram o conhecimento e o interesse a respeito de PNCS. Os entrevistados (n = 197) afirmaram conhecer a maioria das PNCS apresentadas no estudo, destacando-se ioga (96,6%), homeopatia (92,9%), chás caseiros (91,9%), acupuntura e orações (88,8%), além de benzedeiras (83,2%), com porcentagem superior a 80%. Ainda que estas práticas não façam parte do currículo atual deste curso, mais de 50% dos alunos afirmaram ter interesse em aprender sobre 10 das 13 PNCS apresentadas neste estudo. Para PNCS como ioga, acupuntura, fitoterapia e orações, mais de 50% dos alunos afirmaram que indicariam ou apoiariam o uso delas por seus pacientes. Concluiu-se que há interesse dos acadêmicos em práticas não-convencionais, bem como evidências da necessidade de inclusão de disciplinas curriculares que abordem as PNCS nos cursos de graduação em Medicina.
Resumo:
Este artigo discute a integração de currículos para formação profissional em saúde a partir de um relato de experiência. Trata-se do movimento de mudança curricular dos Cursos de Medicina, Enfermagem e Odontologia do Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), Teresópolis - RJ. Apresenta-se a construção de eixos transversais para os três cursos a partir de uma oficina de imersão, realizada na instituição no primeiro semestre de 2007. Como produto desse encontro, surgiu uma proposta de quatro eixos transversais em comum, compondo as dimensões curriculares dos cursos: Semiologia Ampliada do Sujeito e da Coletividade; Ética e Humanismo; Construção e Produção do Conhecimento; e Política e Gestão em Saúde. Esses eixos perpassam toda a formação dos profissionais de saúde e se articulam. Tal proposta vem ganhando vida no exercício prático do cotidiano dos currículos na instituição. Com a divulgação desta experiência pretende se apresentar a possibilidade de uma formação integrada entre as diferentes profissões da saúde como um fator potencializador do trabalho em equipe.
Resumo:
Descrevem-se as estratégias empregadas para implementar uma linha de pesquisa em Educação e Saúde nos nove programas de pós-graduação já consolidados na Faculdade de Medicina da UFRGS. A linha está centrada na organização do trabalho pedagógico nos processos de ensinar e de aprender e capacitar docentes para atender às necessidades de formação multiprofissional. A curto prazo, objetiva atender às necessidades das Diretrizes Curriculares no curso de graduação em Medicina; a médio prazo, à titulação e qualificação do corpo docente nestes campos temáticos; a longo prazo, à implementação de um programa de pós-graduação em Educação e Saúde, em nível de mestrado e doutorado. A primeira turma ingressou em agosto de 2004 (seis alunos de mestrado e seis de doutorado), e seus estudos vêm sendo realizados, tanto na teoria como na prática, com base na análise de experiências em Educação e Saúde.
Resumo:
As Práticas de Interação Ensino, Serviço e Comunidade (PIN) são módulos curriculares do curso deMedicina da Universidade Estadual de Londrina e têm como objetivo possibilitar aos estudantes uma inserção nas Unidades Saúde da Família (USF) que lhes permita compreender os determinantes do processo saúde-doença, a importância das medidas de promoção e prevenção e da USF como espaço do cuidado. As atividades são desenvolvidas nos quatro primeiros anos do curso, em módulos de cerca de 102 horas, por meio de conteúdos seqüenciais construídos mediante mapas conceituais que abrangem desde o conhecimento do território até atividades médicas da atenção básica. Os resultados mais evidentes são: a diversificação dos cenários de ensino-aprendizagem, a inserção precoce dos estudantes na rede básica e o desenvolvimento de habilidades voltadas à humanização do atendimento e ao cuidado centrado no paciente. Como desafios, destacam-se a necessidade de tornar mais atrativas as práticas em saúde nas unidades locais afim de aumentar a adesão dos estudantes, docentes e das equipes locais.
Resumo:
Quando alterações curriculares abrangentes são propostas para os cursos de Medicina, como no caso da implantação de um currículo integrado, exige-se do professor a modificação de seu papel central de transmissor de conhecimentos para um papel mais cooperativo efacilitador do processo de ensino-aprendizagem, o que pode gerar insegurança, sensação de perda de poder e resistência. A capacitação formal dos docentes para suas novas funções é imperiosa para o sucesso nas mudanças. Além das ações educativas sistematizadas, atividades alternativas podem contribuir para aperfeiçoar a função docente. Este artigo analisa a experiência de docentes do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), membros das comissões de apoio ao colegiado, que desenvolveram, nos primeiros anos da implantação do currículo integrado, atividades não sistematizadas de educação permanente junto a docentes do curso. São comentadas informações a respeito: da reunião semanal realizada com os tutores; da pesquisação sobre a inserção e o desenvolvimento docente no currículo integrado; da revisão dos conteúdos dos módulos temáticos; da pesquisação com os coordenadores dos módulos temáticos; e do inquérito realizado com os preceptores de áreas do internato médico. As atividades analisadas forneceram respostas a demandas locais e contribuíram com a dinâmica de um processo de implantação que deve permanecer em contínua renovação.
Resumo:
A educação médica interessa e repercute em todo o mundo e de forma cada vez mais acentuada, em função da globalização. No Brasil, essa discussão, intensificada com o processo de construção do SUS, foi ampliada a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais da Medicina, mas pouco se discute sobre ensino médico e pesquisas. No Enade 2007, 39% dos alunos informaram iniciação científica regulamentar em seu curso; 12% declararam existir sem regulamentação e 6,5% informaram a existência de iniciação científica sem integralização curricular; 10,9% disseram que não é oferecida e 31% não souberam opinar. No último Provão, em 2003, 20,9% dos alunos responderam que a participação em iniciação científica contribuiu para sua formação e 30,7% declararam não ter participado desse tipo de programa. Este estudo verificou junto aos estudantes do sexto ano, em seis escolas médicas de quatro estados brasileiros, a existência de iniciação científica em seus cursos, a participação ou não nessas atividades e os possíveis motivos para a não participação ou sua inexistência. Mesmo sendo crescente a participação de alunos de graduação em iniciação científica, ainda são muitas as razões para a não realização ou não participação dos alunos. Oitenta e quatro por cento dos alunos defendem a obrigatoriedade da iniciação científica na graduação médica.
Resumo:
Este artigo apresenta uma proposta de discussão e de construção teórico-metodológica sobre o complexo tema dos modelos de cuidados à saúde. Aponta a possibilidade de que esta se efetive na articulação ensino-serviços e a partir da colaboração interdisciplinar e multiprofissional. Desse modo, haveria a construção conjunta para abordagens dos modelos de cuidados. Esta construção seria um dos eixos estruturadores para concretizar as diretrizes curriculares que propõem mudanças na formação (e nas práticas) dos profissionais que atuam na área de saúde. Estas mudanças estariam confluentes às prerrogativas de reorientação do modelo assistencial brasileiro, o SUS, e pautadas na capacitação profissional dirigida às necessidades sociais de saúde do País e que buscam a construção da integralidade no cuidado e na atenção á saúde. Considera-se que um espaço privilegiado para essa discussão/construção é o Programa Docente-Assistencial (PDA) de Florianópolis - espaço de articulação ensino-serviços que possibilita a contínua reflexão sobre os microprocessos de trabalho de seus participantes.