114 resultados para Plotino, 205-270
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Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação do sono, depressão e ansiedade em pacientes com migrânea. Métodos Cinquenta pacientes do sexo feminino, provenientes de um centro terciário de tratamento de cefaleias, com o diagnóstico de migrânea segundo os critérios da International Headache Society, foram incluídas neste estudo. As pacientes foram avaliadas com os seguintes instrumentos: Migraine Disability Assessment test (MIDAS), Headache Impact Test (HIT), Hospital Anxiety (HADS-A) and Depression Scale (HAD-D), Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP) e Escala de Sonolência de Epworth (ESE). Resultados As pacientes apresentaram alta prevalência de sintomas de ansiedade (60%) e de depressão (42%), má qualidade do sono (80%) e sonolência diurna (36%). Foi demonstrada correlação positiva entre a gravidade dos sintomas de ansiedade e HIT (p = 0,018; ρ = 0,334), ESE (p = 0,002; ρ = 0,426) e IQSP (p = 0,002; ρ = 0,426). Correlação positiva também foi demonstrada entre a gravidade dos sintomas depressivos e HIT (p < 0,001; ρ = 0,532), ESE (p = 0,035; ρ = 0,299) e IQSP (p = 0,016, ρ = 0,34). Não houve associação entre a qualidade do sono, a sonolência diurna e a gravidade da migrânea. A pontuação na HAD-D foi o principal preditor de impacto grave da migrânea. Conclusão Apesar da alta frequência de distúrbios do sono, o principal fator relacionado ao impacto da migrânea foi a gravidade dos sintomas depressivos.
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OBJETIVO: Observar a distribuição das drogas em pacientes com doença arterial coronária (DAC) estável, em centros de atendimento (CA) primário e terciário. MÉTODOS: Foram analisados, 300 pacientes, consecutivos, no ambulatório do Grupo de Coronariopatias do INCOR com diagnóstico de DAC, idades entre 31 a 80 (58,5±8,0) anos, sendo 205 (68%) do sexo masculino e 95 (32%) do feminino e estudadas as características clínicas e hemodinâmicas. Avaliaram-se as drogas utilizadas, inicialmente, nos CA primários (comunitários) e, posteriormente, no CA terciário. RESULTADOS: As drogas mais utilizadas nos CA primários foram os b-bloqueadores (50% dos pacientes), nitratos (48%), bloqueadores dos canais de cálcio (46%), ácido acetil-salicílico (44%), diuréticos (30%) e os inibidores da enzima de conversão de angiotensina (ECA), em 11% dos pacientes. No CA terciário as drogas mais utilizadas foram o ácido acetil-salicílico (76% dos casos), nitratos (55%), diuréticos (49%), inibidores da ECA (42%), os antagonistas dos canais de cálcio (37%) e os betabloqueadores (35% dos pacientes). Os b-bloqueadores foram mais prescritos em CA primário, p= 0,02, já os inibidores da ECA, p<0,0001, o ácido acetil-salicílico, p<0,0001 e os diuréticos, p= 0,002, foram mais prescritos no CA terciário. CONCLUSÃO: O tratamento farmacológico preconizado para a DAC estável deve ser otimizado em ambos os CA, dando prioridade às drogas que modificam a história natural da doença, como os betabloqueadores, antiagregantes plaquetários, e os inibidores da ECA nos pacientes com disfunção ventricular esquerda.
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OBJECTIVE: To verify if adaptive left ventricle (LV) characteristics are also present in individuals under 70 years of age with severe aortic stenosis (AS). METHODS: The study comprised 40 consecutive patients under 70 years of age with AS and no associated coronary artery disease, referred for valve surgery. Out of the 40 patients, 22 were men and 18 women, and the mean age was 49.8±14.3 years. Cardiac symptoms, presence of systemic hypertension (SH), functional class according to the New York Heart Association (NYHA), and valve lesion etiology were considered. LV cavity dimensions, ejection fraction (EF), fractional shortening (FS), mass (MS), and relative diastolic thickness (RDT) were examined by Doppler echocardiography. RESULTS: Fourteen (63.6%) men and 11 (61.6%) women were classified as NYHA class III/IV (p=0.70). There was no difference in the frequency of angina, syncope or dyspnea between genders. The incidence of SH was greater in women than in men (10 versus 2, p=0.0044). Women had a smaller LV end-diastolic diameter index (32.1±6.5 x 36.5±5.3mm/m², p=0.027), LV end-systolic diameter index (19.9±5.9 x 26.5±6.4mm/m², p=0.0022) and LV mass index (MS) (211.4±71.1 x 270.9±74.9g/m², p=0.017) when compared with men. EF (66.2±13.4 x 52.0±14.6%, p=0.0032), FS (37.6±10.7 x 27.9±9.6%, p=0.0046) and RDT (0.58±0.22 x 0.44±0.09, p=0.0095) were significantly greater in women than in men. CONCLUSION: It is the patient gender rather than age that influences left ventricular adaptive response to AS.
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OBJETIVO: Estudar tendências das publicações nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia de março de 1948 a fevereiro de 1998, nas fases trimestral, bimestral e mensal de publicação. MÉTODOS: Foram sorteados aleatoriamente 25% dos fascículos de cada fase e constituída amostra de 98 fascículos: 13 (11,5%) da fase trimestral, 27 (23,5%) da fase bimestral e 58 (65%) da fase mensal. Foram estudados o tipo de texto, o número de autores, a procedência, o idioma, e as referências bibliográficas. RESULTADOS: Foram estudados 1.204 textos, 90 (7,5%) da fase trimestral, 238 (19,8%) da fase bimestral e 876 (72,8%) da fase mensal. Os textos mais freqüentes foram artigos originais (353), revisões de tema (350) e relatos de caso (205). Nas três fases de periodicidade: não houve diferença significativa das proporções de artigos originais, revisões e relatos de caso; houve maior número de autores na fase mensal; verificou-se concentração geográfica das contribuições [864 de 1204 (72%) de três Estados], diminuíram as contribuições internacionais (20,8%, 4,4% e 4,9%), houve redução de publicações em outras línguas; a média de referências internacionais superou 16,7 e de nacionais foi inferior a 4,7. CONCLUSÃO: A análise da tendência evolutiva em cinco décadas de publicação revelou hiatos que podem ser preenchidos pelos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, para melhor acompanhar as tendências internacionais de editoração de periódicos médicos, das expectativas dos autores e dos leitores.
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OBJECTIVE - A prospective, nonrandomized clinical study to assess splanchnic perfusion based on intramucosal pH in the postoperative period of cardiac surgery and to check the evolution of patients during hospitalization. METHODS - We studied 10 children, during the immediate postoperative period after elective cardiac surgery. Sequential intramucosal pH measurements were taken, without dobutamine (T0) and with 5mcg/kg/min (T1) and 10 (T2) mcg/kg/min. In the pediatric intensive care unit, intramucosal pH measurements were made on admission and 4, 8, 12, and 24 hours thereafter. RESULTS - The patients had an increase in intramucosal pH values with dobutamine 10mcg/kg/min [7.19± 0.09 (T0), 7.16±0.13(T1), and 7.32±0.16(T2)], (p=0.103). During the hospitalization period, the intramucosal pH values were the following: 7.20±0.13 (upon admission), 7.27±0.16 (after 4 hours), 7.26±0.07 (after 8 hours), 7.32±0.12 (after 12 hours), and 7.38±0.08 (after 24 hours), (p=0.045). No deaths occurred, and none of the patients developed multiple organ and systems dysfunction. CONCLUSION - An increase in and normalization of intramucosal pH was observed after dobutamine use. Measurement of intramucosal pH is a type of monitoring that is easy to perform and free of complications in children during the postoperative period of cardiac surgery.
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PURPOSE - To evaluate diastolic dysfunction (DD) in essential hypertension and the influence of age and cardiac geometry on this parameter. METHODS - Four hundred sixty essential hypertensive patients (HT) underwent Doppler echocardiography to obtain E/A wave ratio (E/A), atrial deceleration time (ADT), and isovolumetric relaxation time (IRT). All patients were grouped according to cardiac geometric patterns (NG - normal geometry; CR - concentric remodeling; CH- concentric hypertrophy; EH - eccentric hypertrophy) and to age (<40; 40 - 60; >60 years). One hundred six normotensives (NT) persons were also evaluated. RESULTS - A worsening of diastolic function in the HT compared with the NT, including HT with NG (E/A: NT - 1.38±0.03 vs HT - 1.27±0.02, p<0.01), was observed. A higher prevalence of DD occurred parallel to age and cardiac geometry also in the prehypertrophic groups (CR). Multiple regression analysis identified age as the most important predictor of DD (r²=0.30, p<0.01). CONCLUSION - DD was prevalent in this hypertensive population, being highly affected by age and less by heart structural parameters. DD is observed in incipient stages of hypertensive heart disease, and thus its early detection may help in the risk stratification of hypertensive patients.
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OBJECTIVE: To assess the risk factors, lipid and apolipoprotein profile, hemostasis variables, and polymorphisms of the apolipoprotein AI-CIII gene in early coronary artery disease (CAD). METHODS: Case-control study with 112 patients in each group controlled by sex and age. After clinical evaluation and nutritional instruction, blood samples were collected for biochemical assays and genetic study. RESULTS: Familial history of early CAD (64 vs 39%), arterial hypertension (69 vs 36%), diabetes mellitus (25 vs 3%), and previous smoking (71 vs 46%) were more prevalent in the case group (p<0.001). Hypertension and diabetes were independent risk factors. Early CAD was characterized by higher serum levels of total cholesterol (235 ± 6 vs 209 ± 4 mg/dL), of LDL-c (154 ± 5 vs 135 ± 4 mg/dL), triglycerides (205 ± 12 vs 143 ± 9 mg/dL), and apolipoprotein B (129 ± 3 vs 105 ± 3 mg/dL), and lower serum levels of HDL-c (40 ± 1 vs 46 ± 1 mg/dL) and apolipoprotein AI (134 ± 2 vs 146 ± 2mg/dL) [p<0.01], in addition to an elevation in fibrinogen and D-dimer (p<0.02). The simultaneous presence of the rare alleles of the APO AI-CIII genes in early CAD are associated with hypertriglyceridemia (p=0.03). CONCLUSION: Of the classical risk factors, hypertension and diabetes mellitus were independently associated with early CAD. In addition to an unfavorable lipid profile, an increase in the thrombotic risk was identified in this population. An additive effect of the APO AI-CIII genes was observed in triglyceride levels.
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OBJECTIVE: To verify whether the serum levels of N-Terminal ProBNP fraction (ProBNP) allow us to identify with accuracy the clinical functional status of patients with heart failure (HF), because the clinical diagnosis of this syndrome is based basically on clinical data when the complementary tests have lower specificity. METHODS: Sixty-nine patients with a history of HF were studied. Their mean age of was 53.5 years and 78.3% were males. All underwent clinical and echocardiographic evaluations and a test to determine the serum dosage of ProBNP. According to clinical manifestation, patients were in the following functional classes (FC), 14% FC I, 40.6% FC II, 28.1% FC III, and 23.4% FC IV. The mean ejection fraction (EF) was 0.28. RESULTS: ProBNP did not differ according to age, sex, and cause of cardiopathy. No correlation existed between EF and the ProBNP serum level. ProBNP levels were significantly lower in patients in FC I than those in FC II (42 vs 326.7 pmol/L; P=0.0001), and in FC II than those in FC III (P=0.01). ProBNP levels did not differ statically between FC III and IV patients (888.1 vs 1082.8 pmol/L; P=0.25). ProBNP values greater than 100 pmol/L identify patients with decompensated HF with a sensitivity of 98%. CONCLUSION: ProBNP values over 100 pmol/L were indicative of HF, and patients with advanced HF had values over 270 pmol/L. A ProBNP dosage test was an excellent auxiliary in the clinical characterization of patients with HF.
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OBJECTIVE: To compare the lipid profiles and coronary heart disease risks of 2 Brazilian Amazonian populations as follows: a riverside population (village of Vigia) and an urban population (city of Belém in the state of Pará). METHODS: Fifty individuals controlled for age and sex were assessed in each region, and the major risk factors for coronary heart disease were analyzed. RESULTS: According to the National Cholesterol Education Program (NCEP III) and using the Framingham score, both populations had the same absolute risk of events (Vigia = 5.4 ± 1 vs Belém = 5.7 ± 1), although the population of Vigia had a lower consumption of saturated fat (P<0.0001), a greater consumption of mono- and polyunsaturated fat (P<0.03), in addition to lower values for body mass index (25.4± 0.6 vs 27.6 ± 0.7 kg/m², P<0.02), of biceps skin fold (18.6 ± 1.1 vs 27.5 ± 1.3 mm, P<0.0001), of triceps skin fold (28.7 ± 1.2 vs 37.3 ± 1.7 mm, P<0.002), and of total cholesterol (205 ± 5 vs 223 ± 6 mg/dL, P< 0.03) and triglycerides (119 ± 9 vs 177 ± 18 mg/dL, P<0.005). Both populations did not differ in regard to HDL-C (46 ± 1 vs 46 ± 1 mg/dL), LDL-C (135 ± 4 vs 144 ± 5 mg/dL) and blood pressure (SBP 124 ± 3 vs 128 ± 3 mmHg; DBP 80 ± 2 vs 82 ± 2 mmHg). CONCLUSION: The riverside and urban populations of Amazonia had similar cardiovascular risks. However, the marked difference in the variables studied suggests that different strategies of prevention should be applied.
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OBJETIVO: Avaliar o efeito do suco de berinjela sobre os lípides plasmáticos em comparação à lovastatina. MÉTODOS: Estudados 21 indivíduos de ambos os sexos, com colesterol total (CT) > 200 mg/dl, sem diabetes, ou contra-indicação para o uso de estatinas ou em uso de drogas hipocolesterolêmicas, divididos em 3 grupos: o grupo berinjela (B), um copo de suco de berinjela com laranja pela manhã, em jejum; grupo estatina (E), 20 mg de lovastatina pela manhã; grupo controle (C) nenhum tratamento. Foram feitas três dosagens de CT, frações (HDL, LDL) e triglicérides, com intervalos de três semanas. RESULTADOS: Os três grupos possuíam níveis lipídicos basais semelhantes. Após 6 semanas ocorreu uma diminuição significativa do CT (245,29 ± 41,69 para 205,71 ± 46,45, p=0,02) e do LDL-colesterol (170,83 ± 41,76 para 121,29 ± 44,90, p=0,008) no grupo E. No grupo B, o colesterol total (230,60 ± 19,30 para 240,20 ± 16,22, p=0,27) e o LDL-colesterol (139,60 ± 21,49 para 154,40 ± 9,66, p=0,06) não apresentaram variação significativa, como ocorrido no grupo C. Não houve variação significativa, em nenhum dos três grupos, nos valores de HDL-colesterol e triglicérides ao longo do estudo. CONCLUSÃO: O suco de berinjela com laranja não pode ser considerado uma alternativa às estatinas na redução dos níveis séricos de colesterol.
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FUNDAMENTO: A eficácia dos stents farmacológicos em reduzir os índices de eventos cardíacos não é uniforme a todos os subgrupos de lesões ou pacientes. OBJETIVO: Avaliar a evolução clínica tardia dos pacientes submetidos a implante de stents farmacológicos nas lesões ateroscleróticas da artéria descendente anterior e identificar, entre as características clínicas, angiográficas e do ultra-som intravascular, quais as que permitem predizer risco de eventos cardíacos. MÉTODOS: De maio de 2002 a agosto de 2005, foram tratados 205 pacientes com implante de 236 stents farmacológicos guiados pelo ultra-som intravascular. RESULTADOS: Com um acompanhamento médio de 711 dias, a taxa de trombose do stent foi de 0,48%, a mesma observada para infarto agudo do miocárdio ou cirurgia de revascularização. A taxa de revascularização da lesão tratada foi de 7,31% e a taxa global de eventos de 10,24%. Os indicadores de eventos, conforme análise multivariada, foram o implante de mais de um stent na mesma artéria, lesões concêntricas e área mínima intra-stent medida pelo ultra-som intravascular menor que 3,88 mm². CONCLUSÃO: Baseados nos dados obtidos, concluímos que a revascularização da artéria descendente anterior com implante de stents farmacológicos escolhidos e otimizados pelo ultra-som intravascular apresenta baixo índice de eventos tardios. O implante de dois stents farmacológicos para o tratamento das lesões longas foi o principal fator independente para a ocorrência de eventos tardios. A área luminal final maior que 3,88 mm² obtidos nos segmentos de pequenos diâmetros de referência é um indicador independente de evolução livre de eventos.
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FUNDAMENTO: Os indicadores antropométricos de obesidade abdominal (OABD) estimam a quantidade de tecido adiposo visceral, que, por sua vez, está associado a maior risco de desenvolvimento de doença cardiovascular. Nas últimas décadas, houve um aumento de OABD na população feminina brasileira, constituindo grande problema de saúde pública. OBJETIVO: Avaliar o desempenho de diferentes pontos de corte do índice de conicidade (índice C), da razão cintura-quadril (RCQ), da circunferência de cintura (CC) e da razão cintura-estatura (RCEst) para discriminar risco coronariano elevado (RCE) em mulheres. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em Feira de Santana, Bahia, com 270 funcionárias de uma universidade pública com idade entre 30 e 69 anos. A análise da sensibilidade e especificidade, feita por meio das curvas ROC, permitiu identificar e comparar os melhores pontos de corte para discriminar RCE, calculado com base no escore de risco de Framingham. RESULTADOS: Os pontos de corte encontrados foram: CC = 86 cm, RCQ = 0,87, índice C = 1,25 e RCEst = 0,55, sendo, respectivamente, as áreas sob a curva ROC de 0,70 (IC95% = 0,63-0,77), 0,74 (IC95% = 0,67-0,81), 0,76 (IC95% = 0,70-0,83) e 0,74 (IC95% = 0,67-0,81). Os indicadores antropométricos de OABD analisados apresentaram desempenhos satisfatórios e semelhantes para discriminar RCE. Entretanto, o índice C foi o indicador que apresentou o melhor poder discriminatório. CONCLUSÃO: Espera-se que esses resultados contribuam para melhor quantificar a OABD na população feminina brasileira, fornecendo informações para que os profissionais de saúde atuem na prevenção dessa condição clínica multifatorial, evitando o aparecimento das doenças cardiovasculares.
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FUNDAMENTO: Desde o advento da AIDS, a terapia antiretroviral desenvolveu-se significantemente, incluindo a terapia antiretroviral altamente ativa (HAART) e a doença adquiriu uma característica crônica. Entretanto, após a introdução da HAART, várias alterações metabólicas foram observadas, principalmente relacionadas ao perfil lipídico. OBJETIVO: Avaliar e comparar os perfis lipídicos, analisar o risco cardiovascular, e descrever a prevalência da síndrome metabólica em pacientes com AIDS tratados ou não com HAART. MÉTODOS: Durante um período de 18 meses, 319 pacientes tratados em ambulatórios na cidade de São Paulo, Brasil, foram selecionados. RESULTADOS: A amostra final incluiu 215 pacientes tratados com HAART e 69 pacientes virgens de tratamento com HAART. A idade média era 39,5 anos, e 60,9% eram do sexo masculino. Os principais fatores de risco cardiovascular eram o fumo (27%), hipertensão (18%) e histórico familiar de aterosclerose (40%). Os valores médios de colesterol total, HDL-colesterol, triglicérides e glicose foram mais altos no grupo HAART do que no grupo não-HAART (205 vs 180 mg/dl, 51 vs 43 mg/dl, 219 vs 164 mg/dl e 101 vs 93 mg/dl respectivamente; p < 0,001 para todos). De acordo com o escore de risco de Framingham, o risco cardiovascular era moderado a alto em 11% dos pacientes tratados com HAART e 4% dos pacientes não-HAART. De acordo com a definição do Adult Treatment Panel III, a síndrome metabólica foi observada em 13% e 12% dos pacientes, respectivamente, com e sem HAART. CONCLUSÃO: Embora os valores médios do colesterol total, HDL-c e triglicérides tenham sido mais altos no grupo HAART, um maior risco cardiovascular não foi identificado no primeiro grupo. A prevalência de síndrome metabólica foi comparável em ambos os grupos.
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FUNDAMENTO: A síndrome metabólica (SM) representa um conjunto de fatores de risco cardiovascular que agem de forma sinérgica. OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi determinar quais parâmetros estavam associados de forma independente à função global do ventrículo esquerdo (VE) em indivíduos com SM, estimada através do índice Tei. MÉTODOS: O estudo incluiu 234 indivíduos com SM e 96 controles ajustados por idade. A SM foi definida pela presença de três ou mais critérios da ATP-NCEP III. Todos os indivíduos foram submetidos a testes laboratoriais e ecocardiograma bidimensional e com Doppler pulsátil e tecidual. Intervalos de tempo apropriados no Doppler tecidual para a estimativa do índice Tei também foram avaliados. RESULTADOS: O índice Tei estava aumentado em todos os indivíduos com SM (0,35 ± 0,05 vs 0,49 ± 0,10, p < 0,001). Análise de regressão múltipla dos parâmetros clínicos mostrou que a pressão arterial sistólica (β= 0,289, p < 0,001), glicemia de jejum (β= 0,205, p = 0,009), índice de massa do VE (β= 0,301, p < 0,001), E/e'septal (β= 0,267, p < 0,001) e e'septal (β= -0,176, p = 0,011) estavam independentemente associados com a função ventricular esquerda global estimada pelo índice Tei. CONCLUSÃO: A SM teve um impacto significante na função global do VE. A pressão arterial sistólica, glicemia de jejum, índice de massa do VE E/e'septal, e e'septal estavam independentemente associados com a função global do VE.
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FUNDAMENTO: A dupla terapia antiagregante plaquetária com ácido acetilsalicílico e clopidogrel é pedra angular do tratamento de pacientes submetidos a angioplastia com implante de stents coronarianos. Todavia, parte desses pacientes, a despeito do uso de aspirina e clopidogrel, não se encontram eficazmente antiagregados, fenômeno conhecido como resistência aos antiagregantes plaquetários. A sua prevalência, assim como as condições a ela relacionadas são desconhecidas em nosso meio. OBJETIVO: Determinar a prevalência de resistência ao clopidogrel, assim como as variáveis a ela relacionadas. MÉTODOS: Pacientes admitidos para angioplastia eletiva em uso crônico de aspirina e clopidogrel entre janeiro de 2007 e janeiro de 2010. Uma hora após o procedimento, foi medida a agregação plaquetária utilizando a agregometria óptica com difosfato de adenosina 5 µmoles/l como agonista. Nesse momento, em um coorte transversal, determinou-se a prevalência de resistência ao clopidogrel, definida com um valor de agregação plaquetária > 43% e um modelo de regressão logística às variáveis a ela relacionadas. RESULTADOS: Foram analisados 205 pacientes (66,4 ± 11anos, 61,5% masculino). A prevalência de resistência ao clopidogrel foi 38,5% (IC95% 31,9 - 45,2%). O valor da glicemia (OR = 1,014 IC95% 1,004 - 1,023), infarto do miocárdio prévio (OR = 2,320 IC95% 1,1103 - 4,892) e a resposta terapêutica à aspirina (OR = 1,057 IC95% 1,017 - 1,099) foram as variavéis de associação independente à resistência ao clopidogrel. CONCLUSÃO: A prevalência de resistência ao clopidogrel foi alta. Glicemia, infarto agudo do miocárdio prévio e a resposta ao ácido acetilsalicílico foram variáveis a ela relacionadas. A melhor compreensão desse fenômeno se faz necessária frente às novas propostas de antiagregantes plaquetários.