105 resultados para Infraestrutura universitária
Resumo:
Objetivo: Investigar a aprendizagem sobre gestão dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de suas interfaces com instituições privadas na residência em radiologia da Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo, procurando o aprimoramento da formação do radiologista. Materiais e Métodos: Pesquisa exploratória, com abordagem quantitativa e qualitativa junto a residentes, docentes e preceptores do programa, utilizando-se questionários (46) no formato Likert e aprofundamento com entrevistas (18), com categorização a partir das unidades de significado (análise temática). Resultados: Sessenta e três por cento dos participantes afirmam inexistir a oportunidade do residente conhecer a gestão dos recursos do SUS, sendo ainda mais enfáticos (76%) quanto ao conhecimento sobre estes recursos advindos de instituições privadas na intersecção com o SUS. Conclusão: Aprender sobre a gestão dos recursos do SUS, referida pelos entrevistados como sistema amplo e complexo, pouco ensinado mesmo em seus aspectos mais básicos, com experiências vivenciadas no cotidiano com excesso de pacientes e agenda lotada, numa infraestrutura frequentemente inadequada, representa desafios importantes a serem suplantados pelos programas de residência. Esta pesquisa apontou a necessidade de maior ênfase no desenvolvimento de aprendizagens sobre aspectos relacionados com a gestão de recursos provenientes do SUS, assimilando particularidades e superando as dificuldades habitualmente enfrentadas, aprimorando assim a formação do radiologista.
Resumo:
As atividades de produção/divulgação de informações foram otimizadas pela facilidade de comunicação oferecida pela internet, e a produção científica cresce cada vez mais. Com foco nas facilidades de acesso à informação científica oferecidas pela tecnologia, o objetivo é evidenciar os benefícios da aplicação da Disseminação Seletiva da Informação (SDI) na formação de profissionais da saúde, a partir da análise do web site Amedeo. Faz-se um estudo comparativo, de modo a verificar como os artigos disseminados pelo Amedeo podem ser acessados no próprio e numa biblioteca universitária - no caso, analisou-se o acesso através do site do Sistema de Bibliotecas da Unicamp e, ainda, recorre-se à literatura para identificar relações entre a Ciência da Informação e a área de Ciências da Saúde, principalmente quanto à prática da Medicina Baseada em Evidências. Apresentam-se sugestões aos profissionais da informação e professores interessados em identificar possibilidades de uso dos recursos do Amedeo e demais serviços de SDI, em bibliotecas universitárias, de modo a colaborar com o processo educacional dos profissionais da área da saúde.
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A administração universitária, em especial a gestão da escola médica, não é temática reconhecida e valorizada pela comunidade acadêmica. No entanto, o desenvolvimento da formação médica depende, em grande parte, de boas práticas de gestão. Isso é ainda mais relevante quando a escola está imersa em processos de mudança. Este ensaio aborda nove tópicos relacionados à gestão segundo um enfoque crítico/autocrítico: 1. Auto-suficiência médica; 2. Dicotomia acadêmica e administrativa; 3. Aprimazia do bombeiro frente ao estrategista; 4. Educação permanente de docentes; 5. Despreparo para formar e manter equipes de trabalho; 6. Parcerias incompletas; 7. Ensino multiprofissional; 8. Trabalho em rede; 9. Produção teórica. A análise visa contribuir para o sucesso das mudanças na educação médica, para melhores perspectivas de trabalho dos atuais e futuros gestores e para a melhoria das escolas médicas.
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A formação de profissionais de saúde com as competências para prestação de cuidados básicos deve ser iniciada na graduação. Entretanto, o treinamento na rede básica de saúde (RBS) ainda encontra barreiras nas esferas docente, discente e nas unidades das Secretarias Municipais de Saúde (SMS). Considerando a relevância do papel dos preceptores na formação dos estudantes da área da saúde, avaliamos a opinião dos profissionais de saúde da RBS da SMS do Rio de Janeiro sobre a atividade de preceptoria. Um questionário foi respondido por 351 profissionais de saúde de 13 das 67 unidades da RBS. Destes, 77% consideram que a preceptoria faz parte das atribuições do profissional e 61% gostariam de assumir esta tarefa. Várias dificuldades foram apontadas, incluindo problemas estruturais e de recursos humanos. Os resultados responsabilizam, de alguma forma, as instituições de ensino superior (IES) e o Estado pela pouca valorização e estímulo às ações de preceptoria, na medida em que apontam a necessidade de rever as condições de trabalho e de ensino na RBS. Destacam-se a melhoria dos salários e da infraestrutura e a oportunidade de capacitação profissional, o que implica parcerias efetivas entre as IES e as SMS.
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Esta pesquisa foi realizada em instituição pública universitária com o objetivo de melhor conhecer visões, valores e atitudes dos médicos docentes em relação aos pacientes em processo de morrer. Trabalhou-se com o conceito de representação social (Moscovici) e a metodologia qualitativa de análise do discurso do sujeito coletivo (DSC) proposta por Lefèvre e Lefèvre. Os discursos dos investigados revelaram que sofrem muito os médicos, os estudantes e os pacientes diante da morte. Articulados com o predomínio da ótica da biomedicina, prevalecem o despreparo profissional e a ausência de reflexão mais abrangente sobre a morte. Os investigados parecem não perceber relações entre o que falam de si próprios e o que dizem dos estudantes. Alterações na vida institucional parecem necessárias para o enfraquecimento de uma herança não percebida e que envolve médicos, pacientes e estudantes.
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Trata-se de um estudo qualitativo que analisa as percepções de alunos iniciantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe quanto a motivações, expectativas atuais e futuras, apoio psicopedagógico e sentimentos vivenciados. De uma população de alunos matriculados nos anos 2000 e 2006, foram incluídos 90 alunos que cursavam até o segundo mês do primeiro período do ciclo básico, que responderam questionários com perguntas abertas e fechadas, os quais foram submetidos à análise de conteúdo categorial. Dos resultados destacam-se como motivações: humanismo, afinidade, status social, imagem cultural, utilidade, transcendência, ter conhecimento e independência financeira. Os respondentes relatam expectativas enquanto momento vivencial: idealismo/altruísmo, relação pessoal e interpessoal, atingir objetivos, insegurança, competitividade e ensino de qualidade. Esperam encontrar: integração professor-aluno, liberdade de expressão, integração ensino e realidade, didática de ensino, compromisso do corpo docente, infraestrutura. Conclui-se que, embora estivessem havia apenas dois meses no curso, os respondentes identificaram algumas limitações da abordagem pedagógica e dificuldades na relação professor-aluno. Foram evidenciados pontos críticos que sugerem maior atenção no que diz respeito ao processo de ensino e seleção de docentes.
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A criação de ligas acadêmicas por estudantes de Medicina tem ocorrido em todo o Brasil. Aceitas como atividades extracurriculares de extensão universitária, as ligas trazem tanto benefícios como riscos à formação médica. Assim, a abertura de ligas deveria ser racionalizada, visando ao aperfeiçoamento de suas atividades. Neste relato, descrevemos a normatização adotada na Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp), contextualizando- a numa discussão sobre a importância das ligas como atividades extracurriculares e os prejuízos que podem trazer à formação médica. A normatização contém orientações processuais e um conjunto de critérios para avaliação dos projetos de abertura de novas ligas. Os critérios avaliam a relevância da proposta, os objetivos, o modelo de gestão planejado e a ideologia da formação. A utilização destas diretrizes tem capacitado o desenvolvimento de projetos de novas ligas e desencadeado na escola o aprofundamento de reflexões sobre a função de ligas acadêmicas.
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As Feiras de Saúde do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR) buscam informar e sensibilizar a comunidade quanto à melhoria da qualidade de vida a partir da prevenção, orientando para a mudança de hábitos de vida e diagnosticando precocemente as doenças a fim de tratá-las e curá-las. Além disso, a UFRR busca se aproximar da população boa-vistense por meio desse trabalho de extensão universitária e da realização de um serviço de utilidade pública de grande relevância acadêmica e comunitária. A diversidade das lições aprendidas, registradas como relatos de experiências ou como estudos, pelo conjunto de profissionais, gestores, pesquisadores e acadêmicos constituiu um importante estímulo ao debate acerca dos limites e possibilidades do Programa Saúde da Família e da interação do acadêmico na comunidade.
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A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma estratégia que toma os problemas da prática como objeto de reflexão das equipes de trabalho. Para superar a falta de domínio conceitual e operativo em relação à EPS, foi proposto um curso de facilitadores de educação permanente. Este curso foi desenvolvido no município de Londrina e dele participaram 14 médicos. Com o objetivo de analisar as opiniões sobre o curso e sobre as repercussões no trabalho e na atenção à saúde, os 11 médicos concluintes foram entrevistados, utilizando-se um roteiro semiestruturado. Para a análise, as questões fechadas foram tabuladas, e o conteúdo das abertas foi analisado por meio da análise temática. Para esses médicos,- Educação Permanente em Saúde. a EPS se constitui em: reflexão acerca dos problemas cotidianos, trabalho em equipe e aprendizagem - Trabalho em Saúde. significativa. Entre as mudanças propiciadas pelo curso, destacaram-se: ampliação do vínculo entre profissionais, democratização da gestão, apropriação dos sistemas de informação, ampliação da capacidade de análise e aprimoramento da prática. As facilidades e dificuldades se referiram principalmente à garantia de infraestrutura (espaço, tempo, material e apoio), mas também foram destacados aspectos relacionados ao trabalho em equipe, como motivação, interesse e participação.
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O uso problemático de álcool (UPA) é um dos principais problemas de saúde pública na lista de prioridades da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Este artigo objetiva investigar a visão de enfermeiros e médicos de Saúde da Família sobre o UPA, focando a compreensão que trazem sobre esta temática e o modo como é trabalhada no dia a dia dos serviços da região amazônica. Trata-se de um estudo qualitativo, com 14 trabalhadores da ESF, médicos e enfermeiros recém-formados de um município do interior do Amazonas. Foram utilizados dois grupos focais. Os dados foram analisados por meio de análise temática, a partir dos princípios do SUS e da formação de recursos humanos em saúde. Os profissionais identificaram os fatores de risco para o UPA, mostraram conhecer as consequências para o indivíduo e para a sociedade, e descreveram os critérios utilizados pelos sistemas de classificação de doenças, mas não sabiam como atuar sobre esta questão, indicando problemas na formação universitária.
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A extensão universitária é um processo educativo, cultural e científico, que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável, possibilitando uma relação transformadora entre Universidade e sociedade. Nesse contexto, o projeto Unimontes Solidária tem como objetivo promover ação solidária articulada, por meio dos diversos cursos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), nos municípios carentes das regiões norte e noroeste de Minas Gerais, Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, de forma a equacionar os problemas sociais, reduzir a exclusão e as disparidades regionais, colocando a serviço da sociedade o conhecimento que é produzido na Universidade. As ações do projeto no município de Indaiabira (MG) proporcionaram benefícios tanto aos acadêmicos do curso de Medicina como à comunidade local, a partir das atividades extracurriculares desenvolvidas, ampliando o espaço de aprendizado oferecido pela instituição, complementando a formação acadêmica, bem como amenizando as demandas inerentes ao município relacionadas à saúde. Pesquisar, aprender sobre temas relacionados e estender o conhecimento adquirido à comunidade é a tríade que sustenta a formação acadêmica nas mais modernas metodologias de ensino.
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Esta pesquisa foi realizada em instituição federal pública universitária com o objetivo de melhor conhecer visões, valores e atitudes dos médicos residentes em clínica médica em relação ao suicídio. Trabalhou-se com o conceito de representação social (Moscovici) e a metodologia qualiquantitativa do discurso do sujeito coletivo (DSC) (Lefèvre e Lefèvre). Os discursos revelaram que os médicos residentes se apresentam sensibilizados com a questão do suicídio, entretanto não familiarizados com a bibliografia especializada e nem com os procedimentos de atendimento normatizados pelo Ministério da Saúde e pela OMS. Os pesquisados revelaram dificuldades para identificar e prestar atendimento a pacientes em risco de suicídio. Conclui-se que parece faltar à formação médica (graduação e residência) maior atenção ao tema suicídio.
Resumo:
Ligas Acadêmicas têm ocupado o cotidiano do estudante de Medicina de forma crescente. As motivações pelas quais os estudantes as procuram estão atreladas à necessidade de vivência clínica, de socialização e de qualificação profissional. Muitas Ligas, porém, têm se distanciado do propósito da extensão universitária, abrindo espaço para o currículo paralelo, o preenchimento de lacunas curriculares, a especialização precoce e o reforço de vícios acadêmicos. Diante disso, é necessário repensar as Ligas Acadêmicas no âmbito de sua relevância social e acadêmica, de seus objetivos e de sua pactuação com a formação médica, com a interdisciplinaridade, com o SUS e com princípios éticos, visando à integração entre ensino, pesquisa e extensão universitária, para sanar demandas populacionais e contribuir com a formação médica.
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O ensino superior brasileiro tem sofrido mudanças significativas nas últimas décadas após a reforma universitária e a ampliação do setor privado. O número de escolas médicas é crescente, porém não tem sido acompanhado do aumento do número de vagas de residência médica. A competição acirrada por vagas de residência médica pode levar os estudantes a buscar auxílios para estudo, como os cursinhos preparatórios. A presença de estudantes nestes cursinhos pode influenciar negativamente o modo de aprendizagem dos médicos em formação, por estes se submeterem a normas de condutas e rotinas de estudo enrijecedoras. Entendendo os cursinhos como reflexo do desequilíbrio de políticas educacionais e de saúde, aponta-se a necessidade de políticas de formação profissional em saúde embasadas em necessidades sociais.
Resumo:
O estudo descreve a experiência de uso da telemedicina no processo de ensino-aprendizagem em Pediatria. Trata-se de relato de experiência da prática de telemedicina em Pediatria do curso de graduação em Medicina da Universidade Federal do Ceará Campus Cariri. A telemedicina em Pediatria foi desenvolvida pela Rede Universitária de Teleconferência em parceria com instituições federais de ensino médico. O projeto desenvolveu-se mediante programação semestral com sessões de temas relevantes em Pediatria. Entre as etapas de sua realização, destacaram-se os debates, desenvolvimento de grupo focal e avaliação dos conteúdos abordados na teleconferência. As sessões ocorreram na universidade, com participação de professores, estudantes de Medicina do terceiro ano, internos e residentes em Pediatria. Os resultados evidenciaram a teleconferência como recurso para a consolidação de metodologias ativas do processo de ensino-aprendizagem, com protagonismo dos estudantes em sua formação acadêmica, como um instrumento importante na integração ensino-serviço e como tecnologia inovadora para a problematização pedagógica de práticas clínicas. Conclui-se que a telemedicina representa uma possibilidade ampliada de construção do conhecimento e aponta-se a necessidade de maior investimento nesta tecnologia.