149 resultados para Currículo Mudança
Resumo:
Este texto - escrito a partir de entrevistas coletivas realizadas na pesquisa Formação de profissionais da educação infantil no Estado do Rio de Janeiro: concepções, polÃticas e modos de implementação - tem seu foco no tema e referencial teórico-metodológico da mudança. Esse referencial baseia-se na concepção de linguagem de Bakhtin, preciosa para a compreensão da originalidade com que o tema da mudança foi abordado pelos participantes: a metáfora de sacudir. Conceitos de ambivalência dialética e dialogismo revelaram-se ferramentas teóricas fundamentais para a pesquisa. A idéia de que é preciso mudar, acompanhada pelo desejo de mudar, emergiu em quase todas as entrevistas. Mas foi em entrevista feita com nove professoras que a mudança foi mencionada como se constituÃsse a ação educativa: uma das professoras entrevistadas relatou que não concordava com a prática vivida e resolveu "dar um sacode no pedagógico".
Resumo:
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa que investigou as repercussões que a organização da escolaridade em ciclos introduziu nas escolas e nas práticas dos professores no exercÃcio de sua profissão. O estudo sustenta que a experiência dos ciclos conforma a escola dentro de uma nova lógica. Argumenta que as mudanças para um real funcionamento da escola em sistema ciclado entram em conflito com a cultura da escola, cuja concepção de escolarização e de tempo e espaço escolares coadunam com a lógica da escola seriada. A mudança faz que a escola transforme-se em um espaço de tensão e conflito. Para tecer tais argumentos, a pesquisa compreendeu: uma análise documental e revisão de literatura; o exame de questionários contextuais dos professores do Sistema Nacional de Avaliação do ensino Básico - Saeb - 2001, que procurou contemplar uma perspectiva macro da questão dos ciclos nacionalmente; uma abordagem qualitativa. Esta última implicou a realização de trabalho de campo com observações, entrevistas e aplicação de questionário em uma unidade escolar da rede de ensino público de Niterói, Rio de Janeiro, cuja organização das escolas compreende quatro ciclos ao longo dos nove anos do ensino fundamental.
Resumo:
Este artigo analisa as relações macro/micro em teses e dissertações sobre currÃculo da educação básica, produzidas em programas brasileiros de pós-graduação em educação da Região Sudeste, no perÃodo de 1996 a 2002.
Resumo:
O artigo pretende discutir a globalização e a identidade no contexto da escola e do currÃculo, como dois espaços posicionais que configuram as polÃticas de ensino, concretamente ao nÃvel da organização escolar. Defendemos que a globalização contribui de modo efectivo, contrariamente ao que a construção das identidades escolares pressupõe, não só para o reforço da homogeneização escolar, incluindo as práticas curriculares, como também para o reforço da noção de currÃculo como facto. Os resultados que se apresentam dizem respeito à s práticas de elaboração de projectos educativos (polÃtico-pedagógicos) configurando a existência de projectos que são trabalhados escolarmente pelos professores numa lógica normativa e num ritual de cumprimento de macrodecisões, mesmo que a sua justificação seja feita na base da autonomia das escolas e de identidades curriculares locais.
Resumo:
O artigo focaliza a etapa da internacionalização dos estudos sobre currÃculo, em desenvolvimento no momento atual. Essa fase segue-se à de reconceptualização, que transformou a feição do campo, substituindo seu caráter instrumental hegemônico pela preocupação em compreender o processo curricular. Após explicitar sinais evidentes da internacionalização, o texto discute, com o apoio das categorias hibridização, cosmopolitismo e tradição, o quanto as conversas complicadas que configuram o campo podem tanto contribuir para o avanço e a democratização do conhecimento quanto para estimular movimentos em direção à homogeneização, que terminem por sufocar tradições e interesses locais. Possibilidades e riscos implicados no processo precisam, portanto, ser cuidadosamente considerados.
Resumo:
Em um momento de intensa globalização, em que se impõem novos padrões e novos conceitos, o currÃculo ganha uma outra centralidade educacional, sobretudo se for considerado da perspectiva da noção de conhecimento. Procura-se, neste artigo, debater questões ligadas à teorização e ao método do currÃculo, destacando-se quer as teorias crÃticas e de instrução, sempre cruzadas com a racionalidade tyleriana e o relativismo, quer o currere como espaço de discussão.
Resumo:
O artigo procura pensar um currÃculo com a diferença, conforme conceituada por Gilles Deleuze, para abalar os extratos dos currÃculos já formados e experimentar fazer um currÃculo movimentar-se. Traz, como mote para essa experimentação, linhas de currÃculos traçadas em uma investigação que cartografou os fazeres curriculares de três professoras que trabalham em três escolas distintas. Utiliza vários conceitos retirados do pensamento da diferença deleuziano para pensar linhas virtuais no território do currÃculo. Defende a necessidade de pensar o currÃculo em suas bifurcações, em seus escapes, variações e linhas de fugas. Prioriza a diferença em vez da identidade, e segue as ramificações que surgem desse pensamento. Procura fazer traçados que racham os extratos dos currÃculos existentes, em seu meio, para ver a diferença fazer o seu trabalho. Experimenta, por fim, fazer a diferença operar para pensar um currÃculo como território de multiplicidades, somas, desejo, desterritorializações, cultivo de alegrias e afectos.
Resumo:
O propósito principal deste artigo é analisar como os acadêmicos portugueses estão lidando com as novas condições de produção de conhecimento cientÃfico ligadas à emergência da sociedade/economia do conhecimento e à crescente mercantilização e "managerização" da educação superior. Os desafios profissionais instituÃdos por essas novas condições podem erodir a autonomia e liberdade dos acadêmicos, construÃdas graças ao conhecimento cientÃfico e à colegialidade. De acordo com os resultados de uma pesquisa internacional na qual se apoia a componente empÃrica deste artigo, a maioria dos acadêmicos ouvidos continua vinculada aos princÃpios humboldtianos/mertonianos de produção do conhecimento, como base de referência do profissionalismo acadêmico. Contudo, os acadêmicos assumiram, igualmente, posições hÃbridas em relação à categorização epistemológica da pesquisa cientÃfica, à articulação entre a pesquisa e ensino e à filiação disciplinar, departamental e institucional.
Resumo:
Com base na teoria do discurso, analiso a noção de democracia, a partir de suas relações com a representação, em um espaço de identidades não fixas e de polÃticas pós-fundacionais. Defendo que toda representação implica a constituição mútua entre representante e representado, na qual é impossÃvel haver uma pura transparência. Na democracia, é impossÃvel escapar à representação, mas é possÃvel inserir sua análise em uma contingência radical. Cotejo essa conclusão com as atuais polÃticas de currÃculo para a educação básica no Brasil. Argumento que, a despeito de não se poder concluir homogeneamente quanto à democracia nas polÃticas de currÃculo, permanecem sendo mascaradas as contingências das polÃticas pautando a polÃtica pela tentativa de reduzir traduções contextuais e, com isso, minimizando as potencialidades democráticas.
Resumo:
Minha intenção, neste artigo, é desconstruir os vÃnculos entre currÃculo e ensino, o que considero crucial para que a diferença possa emergir no currÃculo. Analisando a teoria curricular de matriz técnica e crÃtica e a polÃtica curricular recente em torno da definição de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, argumento que a centralidade no conhecimento tende a reduzir a educação ao ensino. Defendo que a responsabilidade da teoria e das polÃticas curriculares é bloquear a hipertrofia da ideia de conhecimento como núcleo central do currÃculo. Isso implica redefinir o currÃculo como instituinte de sentidos, como enunciação da cultura, como espaço indecidÃvel em que os sujeitos se tornam sujeitos por meio de atos de criação.
Resumo:
O artigo retoma alguns princÃpios norteadores das reformas de currÃculo no paÃs, em especial o das polÃticas da equidade e do ensino por competência; problematiza aspectos referentes à relação entre modelos de gestão de currÃculo e profissionalismo docente e desdobra questões relativas à s polÃticas de avaliação de resultados e suas implicações no currÃculo e nas práticas escolares.
Resumo:
Nos últimos trinta anos, a prioridade dada a uma lógica escolar para justificar a pré-escola coincide com uma dupla mudança na instituição. A primeira diz respeito à s relações que a escola maternal mantém com a escolarização obrigatória e com as estruturas de cuidados para as crianças pequenas. A outra refere-se à s reformas do currÃculo escolar e ao desenvolvimento dos processos de avaliação. A escola maternal, local de acolhimento, de cuidados e de preparação para a escola, tornou-se institucionalmente uma verdadeira escola. A difusão das comparações internacionais contribuiu para essas mudanças.
Resumo:
Este artigo discute a importância da teoria do currÃculo e de seus especialistas no debate contemporâneo sobre currÃculo escolar. Após um breve relato sobre a evolução no campo dos estudos curriculares, o autor discorre sobre os papéis crÃtico e normativo da teoria do currÃculo, sugerindo que esses dois objetivos têm sido separados, em detrimento de ambos. Em seguida, ao defender que a educação é uma atividade prática e especializada, o autor sugere que a teoria do currÃculo una esses dois papéis e enxergue o currÃculo como forma de conhecimento especializado. Finalmente, postula que os teóricos do currÃculo se debrucem sobre como desenvolver currÃculos que ampliem - e não somente reproduzam - as oportunidades de aprendizagem.