108 resultados para Assistência social, financiamento, Brasil
Resumo:
OBJETIVO: Analisar e comparar os cuidados primrios prestados populao materno-infantil e contribuir para a avaliao da assistência integral a esse grupo. MTODOS: Inqurito populacional realizado por entrevistas, no principal posto de vacinao do Municpio de Terespolis, RJ, no Dia Nacional de Vacinao, que abrangeu questes sobre utilizao de servios de sade e prestao de cuidados primrios preventivos. RESULTADOS: Foram colhidas informaes de 329 crianas e suas respectivas mes. Mais de 90% das crianas haviam comparecido consulta peditrica nos trs meses anteriores e quase todas possuam o carto da criana, embora em 30% desses cartes no havia qualquer peso registrado no perodo. Observou-se associao positiva entre consulta de puericultura e registro de peso no carto da criana (RP = 1,34; IC: 1,13-1,58; p = 0,0002). Cerca de 59% das mes compareceram consulta de reviso de parto, mas 25% referiram nunca ter feito exame colpocitolgico-onctico e 36% nunca haviam realizado exame de mama. Observou-se associao positiva entre a idade materna acima de 20 anos e a realizao de algum exame colpocitolgico-onctico durante a vida reprodutiva (RP = 1,56; IC: 1,08-2,26; p = 0,03). Quase 70% das mes relataram uso de algum mtodo anticoncepcional, principalmente plula, condom e laqueadura tubria. CONCLUSES: Apesar de algumas limitaes, os resultados sugerem a viabilidade da metodologia utilizada, permitindo a identificao de deficincias importantes na prestao de cuidados primrios de sade para crianas e principalmente para mes.
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OBJETIVO: A relao entre pobreza e violncia tem sido questionada por alguns autores. Nesse sentido, foi realizado estudo com o objetivo de analisar os diferenciais intra-urbanos de mortalidade por homicdio segundo as condies de vida. MTODOS: Estudo de agregados referente aos anos de 1991 e 1994, considerando as 75 zonas de informao de Salvador, BA, e a classificao de sua populao em quatro estratos de condies de vida, a partir das variveis renda e escolaridade. Para cada estrato, foram calculados a taxa de mortalidade por homicdios e o risco relativo de morte para o estrato de piores condies de vida em relao aos demais. Os dados foram obtidos de declaraes de bito, dos registros do Instituto Mdico Legal e do Censo Demogrfico de 1991. Foram calculados os intervalos de confiana a 95%, mediante o aplicativo Confidence Interval Analysis. RESULTADOS: As taxas de mortalidade por homicdio mais elevadas foram registradas nas reas mais pobres da cidade. O risco relativo de morte por essa causa entre o estrato de piores e o de melhores condies de vida variou entre 2,9 e 5,1, sendo essa relao estatisticamente significante em nvel de 5%. CONCLUSO: Os achados so sugestivos das possveis relaes entre homicdios e desigualdades sociais, o que levou a discusses sobre a relevncia de iniciativas organizadas para a reduo da violncia.
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OBJETIVOS: Validar, nas declaraes de bitos por causas externas de menores de 20 anos residentes no Recife em 1995, outras variveis que no a causa bsica dos bitos. MTODOS: Pesquisaram-se os documentos existentes no Instituto de Medicina Legal de Recife para validar variveis das declaraes de bitos constantes nos dados oficiais de mortalidade. Analisou-se a concordncia pelos ndices de Kappa e da sensibilidade. Tendo em vista a metodologia utilizada, os dados da pesquisa foram considerados mais exatos e, como tais, tomados como padro. RESULTADOS: Para as variveis que os peritos do Instituto de Medicina Legal entenderam como de sua responsabilidade direta, os resultados mostraram concordncia tima -- sexo, idade e tipo de violncia -- ou boa -- tipo de acidente. Porm, para as entendidas como de sua responsabilidade indireta ou como no sendo de sua responsabilidade, importantes discordncias foram observadas -- local e municpio de ocorrncia do bito, assistência mdica e local do acidente. CONCLUSO: Os dados revelam a dissociao entre o objetivo da incluso das variveis nas declaraes de bito e seu uso social e a estratgia para obt-las.
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OBJETIVO: Identificar fatores associados inadequao do uso da assistência pr-natal em comunidade urbana. MTODOS: Foi realizado estudo transversal em amostra sistemtica, estratificada por maternidades, de todos os nascimentos hospitalares do municpio de So Lus, MA, no perodo de maro de 1997 a fevereiro de 1998. Foram avaliados indicadores socioeconmicos e demogrficos, de sade reprodutiva, morbidade na gravidez e utilizao de servios pr-natais. Utilizou-se questionrio padronizado respondido pelas purperas antes da alta hospitalar. A adequao do uso da assistência pr-natal foi analisada pelo ndice "Adequacy of Prenatal Care Utilization" (APNCU) e por um novo ndice proposto, baseado nas recomendaes do Ministrio da Sade, Brasil. RESULTADOS: Foram entrevistadas 2.831 purperas, atendidas em dez unidades de sade pblica e privada. A inadequao do uso da assistência pr-natal foi de 49,2% pelo ndice APNCU, e de 24,5% pelo novo ndice proposto. Mulheres atendidas em servios pblicos de sade, de baixa escolaridade e baixa renda familiar, sem companheiro ou com doena durante a gravidez, tiveram maiores percentuais de inadequao do uso do atendimento pr-natal, pelos dois ndices analisados. Pelo novo ndice proposto, maiores percentuais de inadequao foram associados alta paridade e idade materna, enquanto baixa idade materna (<20 anos), ocorrncia de doena durante a gravidez e primiparidade sugerem proteo contra a inadequao. CONCLUSES: O atendimento pr-natal em So Lus do Maranho apresentou baixa cobertura. A inadequao do uso da assistência esteve associada a vrios fatores indicativos da persistncia de desigualdade social.
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OBJETIVO: Investigar associao entre alguns indicadores de nvel socioeconmico e mortalidade de adultos por doenas cardiovasculares no Brasil. MTODOS: Foram analisados os bitos de adultos (35 a 64 anos), ocorridos entre 1999 a 2001, por doenas cardiovasculares, e pelos subgrupos das doenas isqumicas do corao e doenas cerebrovasculares-hipertensivas, obtidos no Sistema de Informao sobre Mortalidade. Foram selecionados para anlise 98 municpios brasileiros, com melhor qualidade de informao. Para analisar a associao entre indicadores socioeconmicos e a mortalidade por doenas cardiovasculares, foi utilizada a regresso linear simples e mltipla. RESULTADOS: Na anlise univariada, verificou-se associao negativa para a mortalidade por doenas cardiovasculares e o subgrupo das cerebrovasculares-hipertensivas com renda e escolaridade, e associao direta com taxa de pobreza e condies precrias de moradia. Quanto s doenas isqumicas, houve associao inversa com taxa de pobreza e escolaridade, e direta com condies precrias de moradia. A escolaridade, aps ajuste pelo modelo de regresso linear mltipla, permaneceu associada mortalidade pela doena investigada e seus subgrupos. A cada ponto percentual de aumento na proporo de adultos com alta escolaridade, a taxa de mortalidade por doenas cardiovasculares diminui em 3,25 por 100.000 habitantes. CONCLUSES: A anlise da mortalidade dos municpios mostrou que a associao entre doenas cardiovasculares e fatores socioeconmicos inversa, destacando-se a escolaridade. provvel que melhor escolaridade possibilite melhores condies de vida e, conseqentemente, impacto positivo na mortalidade precoce.
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O objetivo do artigo foi identificar a magnitude e a situao de alguns direitos humanos, conforme expressos na United Nations General Assembly Special Session on HIV/AIDS, de crianas e adolescentes portadores de HIV/Aids, afetados no-rfos e rfos por Aids, com base em pesquisa sobre o tema na literatura cientfica nacional e internacional. Os principais achados no permitiram indicar com segurana quantos seriam as crianas e os adolescentes portadores do HIV e afetados no-rfos. H informaes sobre o nmero de portadores de Aids e de rfos. Estas estimativas, sejam elas oriundas do sistema de vigilncia, modelos matemticos ou inquritos, so discutidas em suas limitaes e possibilidades. Apesar da literatura ainda ser relativamente pequena, h indcios de comprometimento de vrios direitos como sade, educao, moradia, alimentao, no discriminao, integridade fsica e mental. Verificou-se que o Brasil ainda precisa avanar para responder s necessidades adicionais dos rfos e outras crianas vulnerveis. A resposta brasileira, at o momento, limitada assistência mdica para crianas e adolescentes portadores do HIV/Aids, ao combate transmisso vertical do HIV e ao financiamento da instalao e manuteno de casas de apoio (abrigos pelo Estatuto da Criana e do Adolescente) para infectados afetados, rfos ou no. Essas medidas so insuficientes para garantir um ambiente de apoio para rfos, crianas e adolescentes infectados ou afetados pelo HIV/Aids. Propem-se formas do Brasil criar e aprimorar bases de dados para responder a esses desafios.
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O trabalho teve por objetivo avaliar a assistência populao com Aids no Brasil e a capacidade do Sistema nico de Sade (SUS) de prover intervenes para enfrentamento da epidemia e discutir a sustentabilidade da iniciativa brasileira de distribuio universal e gratuita dos anti-retrovirais. O trabalho considerou dados originais de uma pesquisa sobre a capacidade potencial de distribuio de uma futura vacina anti-HIV no Brasil, envolvendo 119 entrevistados. Nas abordagens da assistência hospitalar e da assistência farmacutica foram utilizados dados do Sistema de Informaes Hospitalares do SUS e do Sistema de Controle Logstico de Medicamentos do Programa Nacional de DST/Aids. Os resultados mostraram bom desempenho da poltica de distribuio de anti-retrovirais. Entretanto, o acesso ao tratamento de doenas oportunistas foi deficitrio. Os valores pagos pelo Sistema nico de Sade pelas internaes por Aids mantiveram-se muito baixos, com valor mdio em torno de R$700,00, em 2004. A assistência a pacientes com HIV/Aids no Brasil tem sido tratada como um direito do cidado, com o respaldo de uma articulao efetiva entre as esferas de governo e a sociedade civil. Os desafios que se colocam atualmente dizem respeito ao monitoramento mais fino dos processos e resultados obtidos e sustentabilidade da distribuio universal e gratuita de anti-retrovirais.
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OBJETIVO: Analisar como o Poder Judicirio vem garantindo o direito social assistência farmacutica e qual a relao do sistema jurdico e poltico na garantia a esse direito. MTODOS: Foram analisados os processos judiciais de fornecimento de medicamentos pelo Estado de So Paulo, de 1997 a 2004. Utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo para identificar os discursos dos atores que compem os processos judiciais. RESULTADOS: Os discursos dos juzes subsidiaram a condenao do Estado em 96,4% dos casos analisados. O Estado foi condenado a fornecer o medicamento nos exatos moldes do pedido do autor, inclusive quando o medicamento no possua registro na Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (9,6% dos casos analisados). Observou-se que 100% dos processos estudados foram propostos por autores individuais; em 77,4% o autor requer o fornecimento de medicamento especfico de determinado laboratrio farmacutico e; em 93,5% dos casos, o medicamentos so concedidos judicialmente ao autor em carter de urgncia, por meio de medida liminar. CONCLUSES: O Poder Judicirio, ao proferir suas decises, no toma conhecimento dos elementos constantes na poltica pblica de medicamentos, editada conforme o direito para dar concretude ao direito social assistência farmacutica. E assim, vem prejudicando a tomada de decises coletivas pelo sistema poltico nesse mbito, sobrepondo as necessidades individuais dos autores dos processos s necessidades coletivas.
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OBJETIVO: Compreender o estigma voltado aos portadores de transtornos mentais na cultura de hospitais gerais enquanto fator limitante para a implantao de unidades psiquitricas em hospitais gerais no Brasil. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Foi delineada uma pesquisa social, de natureza qualitativa. Adotou-se como estratgia a pesquisa-ao para a implantao de uma unidade psiquitrica em um hospital geral em Taubat, SP, 2005-2006. As evidncias foram obtidas por meio de entrevistas, observao participante e palestras sobre o projeto da unidade psiquitrica para o corpo clnico do hospital. RESULTADOS: O investimento do rgo gestor possibilitou que as concepes estigmatizantes presentes na cultura do hospital estudado (violncia, fraqueza moral e intratabilidade) fossem ressignificadas por meio de discusses clnicas e sanitrias, viabilizando a implantao da unidade psiquitrica. A anlise mostrou que essas concepes eram reatualizadas pelo contexto assistencial, no qual o acesso dos portadores de transtornos mentais era restrito. CONCLUSES: A postura assumida pelo rgo gestor, que decidiu pelo financiamento adequado da unidade psiquitrica e exerceu sua ascendncia sobre o hospital prestador, foi decisiva para o desfecho do caso. A principal dificuldade para a implantao das unidades psiquitricas no o estigma presente na cultura dos hospitais gerais, mas uma limitao de ordem estratgica: a falta de uma poltica afirmativa para essas unidades.
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OBJETIVO: Avaliar o impacto da reforma de financiamento na produtividade de hospitais de ensino. MTODOS: A partir do Sistema de Informaes dos Hospitais Universitrios Federais, foram construdas fronteiras de eficincia e produtividade em 2003 e 2006 com tcnicas de programao linear, por meio de anlise envoltria de dados, considerando retornos variveis de escala e orientao a input. Calculou-se o ndice de Malmquist para identificar mudanas de desempenho ao longo dos anos quanto eficincia tcnica (razo entre os escores de eficincia em tempos distintos) e eficincia tecnolgica (deslocamento da fronteira no perodo considerado). RESULTADOS: Houve aumento do aporte financeiro em 51% e da eficincia tcnica dos hospitais de ensino (de 11, passaram a ser 17 na fronteira emprica de eficincia), o mesmo no ocorrendo com a fronteira tecnolgica. O uso de anlise envoltria de dados estabeleceu os benchmarks para as unidades ineficientes (antes e depois da reforma) e os escores de eficincia mostraram uma possvel correlao entre a eficincia tcnica encontrada e a intensidade e dedicao de ensino. CONCLUSES: A reforma permitiu o desenvolvimento de melhorias gerenciais, mas necessrio maior tempo de acompanhamento para observar mudanas mais efetivas do modelo de financiamento.
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OBJETIVO: Comparar os custos sociais ps-operatrios da cirurgia de catarata segundo as tcnicas de facoemulsificao (Faco) e extrao extracapsular (EECP). MTODOS: Estudo prospectivo, intervencionista e randomizado com 205 pacientes: 101 submetidos Faco e 104 EECP, no sistema pblico em So Paulo, SP, em 2002. Para avaliao do impacto socioeconmico dessas cirurgias, foi considerado o custo no perodo ps-operatrio para os pacientes, empregadores e Sistema Previdencirio. As comparaes entre os grupos foram feitas pelo teste do qui-quadrado ou por Mann-Whitman, quando apropriado. O nvel de significncia estabelecido foi de 5%. RESULTADOS: Considerando os gastos com os retornos hospitalares e aquisio de lentes corretivas (culos), o paciente submetido Faco obteve uma economia mdia de US$ 16,74, comparado ao paciente submetido EECP. Quanto aos custos com licena mdica, na primeira quinzena de afastamento do paciente, e os gastos com a ausncia no trabalho do acompanhante, nos retornos ps-operatrios, o sistema empresarial obteve uma economia mdia de US$ 0,18 no grupo dos pacientes submetidos Faco em relao ao grupo submetido EECP. O gasto do Sistema Previdencirio por paciente foi estimado em US$ 6,57 no grupo Faco e US$ 51,15 no grupo EECP. CONCLUSES: A tcnica de Faco representou economia mdia de US$ 61,5 para empregadores, pacientes, acompanhantes e Sistema Previdencirio, quando comparada tcnica de EECP.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia do uso regular de servios odontolgicos por adultos e idosos em comunidade vulnervel e identificar fatores associados. MTODOS: Estudo transversal de base populacional com 3.391 adultos e idosos de reas de vulnerabilidade social de Porto Alegre, RS, de julho a dezembro de 2009. Foi utilizada amostragem sistemtica com probabilidade proporcional ao tamanho de cada um dos 121 setores censitrios. O desfecho "utilizao regular de servios odontolgicos" foi definido consultar com o dentista regularmente, tendo ou no problemas de sade bucal. Foi aplicado questionrio padronizado, que incluiu variveis demogrficas, socioeconmicas, tipo de local procurado, autopercepo de sade bucal e necessidades autopercebidas. Utilizou-se teste qui-quadrado para heterogeneidade na anlise bivariada e na anlise ajustada regresso de Poisson, com varincia robusta e teste de heterogeneidade de Wald. RESULTADOS: A prevalncia do uso regular de servios odontolgicos foi de 25,7%. A prevalncia foi maior entre os indivduos com escolaridade > 12 anos (RP 2,48 [IC95% 1,96;3,15]), mais ricos (RP: 1,95 [IC95% 1,03;1,53]), que utilizaram servios privados de sade (RP1,43 [IC95% 1,20;1,71]), com tima autopercepo de sade bucal (RP 4,44 [IC95% 3,07;6,42]) e autopercepo de necessidade de consultas para fins de reviso (RP 2,13 [IC95% 1,54;2,96]). CONCLUSES: Observam-se desigualdades na utilizao regular de servios odontolgicos. Aes que contribuam para aumentar o conhecimento sobre a sade bucal e melhoria do autocuidado, alm de acesso a servios odontolgicos que visem integralidade da ateno, podem contribuir para o aumento do uso regular dos servios odontolgicos.
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OBJETIVO: Descrever as formas de enfrentamento violncia fsica adotadas por mulheres agredidas por parceiro ntimo. MTODOS: Estudo transversal realizado na linha de base de estudo de coorte, com gestantes cadastradas no Programa Sade da Famlia, entre julho de 2005 e maro de 2006, em Recife, PE. Foram selecionadas 283 gestantes de 18 a 49 anos com histrico de violncia fsica pelo parceiro de ento ou mais recente antes e/ou durante a gestao. As entrevistas foram realizadas face a face, com questionrio estruturado e pr-codificado, e realizou-se anlise descritiva. Foi coletada informao sobre caractersticas sociodemogrficas das mulheres, tipos e gravidade da violncia fsica cometida pelo parceiro, formas de enfrentamento da violncia, pessoas e servios de apoio procurados pelas mulheres, motivos para a mulher ter alguma vez abandonado e retornado a casa em razo da violncia. RESULTADOS: Das mulheres que sofreram violncia fsica pelo parceiro ntimo, 57,6% conversaram com algum, 3,5% procuraram ajuda institucionalizada, 17,3% conversaram e procuraram ajuda institucionalizada e 21,6% no procuraram nenhuma forma de ajuda. As pessoas mais procuradas foram os pais (42,0%), amigo/amiga (31,6%) e irmo/irm (21,2%). Os servios mais procurados pelas mulheres foram: polcia/delegacia (57,6%), servios de sade (27,1%) e instituies religiosas (25,4%). Relataram no ter obtido qualquer tipo de ajuda 44,8% das mulheres; 32,1% disseram ter sado de casa alguma vez na vida, pelo menos por uma noite, das quais 5,9% no retornaram a casa. Foram motivos para deixar a casa: a exacerbao da violncia e o medo de ser morta; para o retorno: a esperana de mudana do parceiro e o desejo de preservar a famlia. CONCLUSES: Grande parte das mulheres que sofriam violncia por parceiro ntimo buscou alguma forma de ajuda. A rede social primria (familiares e amigos) foi a mais procurada pelas mulheres para romper o ciclo violento. Os resultados apontam a necessidade de maior divulgao dos servios de apoio e a importncia da ampliao e qualificao da rede de servios (polcia, justia, sade, assistência psicossocial) para que estes possam acolher e apoiar as mulheres, dando-lhes suporte efetivo para romper com a situao de VPI.
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OBJETIVO: Avaliar os servios do Sistema nico de Sade brasileiro de assistência ambulatorial a adultos vivendo com aids em 2007 e comparar com a avaliao de 2001. MTODOS: Os 636 servios cadastrados no Ministrio da Sade em 2007 foram convidados a responder a um questionrio previamente validado (Questionrio Qualiaids) com 107 questes de mltipla escolha sobre a organizao da assistência prestada. Analisaram-se as frequncias das respostas de 2007 comparando-as com as obtidas em 2001 na forma de variao percentual (VP). RESULTADOS: Responderam o questionrio 504 (79,2%) servios. Cerca de 100,0% dos respondentes relataram ter pelo menos um mdico, suprimento sem falhas de antirretrovirais e de exames CD4 e carga viral. Vrios aspectos mostraram melhor desempenho em 2007 comparados a 2001: registro de nmero de faltas consulta mdica (de 18,3 para 27,0%, VP: 47,5%), agendamento de consulta em menos de 15 dias no incio da terapia antirretroviral (de 55,3 para 66,2%, VP: 19,7%) e participao organizada do usurio (de 5,9 para 16,7%, VP: 183,1%). Houve manuteno de dificuldades: pequena variao na disponibilidade de exames especializados em at 15 dias, como endoscopia (31,9 para 34,5%, VP: 8,1%), e a piora de indicadores como tempo ideal de acesso a consultas especializadas (55,9 para 34,5% em cardiologia, VP negativa de 38,3%). O tempo mdio despendido nas consultas mdicas de seguimento manteve-se baixo: 15 minutos ou menos (52,5 para 49,5%, VP negativa de 5,8%). CONCLUSES: A avaliao de 2007 mostrou que os servios contam com os recursos essenciais para a assistência ambulatorial. Houve melhoras em muitos aspectos em relao a 2001, mas persistem desafios. Pouco tempo dedicado consulta mdica pode estar vinculado ao nmero insuficiente de mdicos e/ou baixa capacidade de escuta e dilogo. A acessibilidade prejudicada a consultas especializadas mostra a dificuldade das infraestruturas locais do Sistema nico de Sade.