219 resultados para 90-25-PC1
Resumo:
Analisa-se a trajetória da doença de Chagas em Lassance (município da descoberta de Carlos Chagas) entre 1.908 a 2.001, através de registros históricos e pesquisas atuais. O município foi importante foco da tripanossomíase entre Chagas e os anos 1.980, mercê de infestação significativa das casas por Panstrongylus megistus e, mais tarde, Triatoma infestans, espécies que foram eficazmente controladas, nos últimos 20 anos. Importante no passado, a infecção chagásica é hoje residual, com uma prevalência geral de 5,03% e afetando basicamente os grupos etários elevados, não se encontrando soropositivos abaixo dos 20 anos de idade. O perfil clínico-epidemiológico dos chagásicos detectados é o habitual de áreas com transmissão interrompida, com a maioria dos casos em formas cardíacas benignas ou na forma crônica indeterminada, havendo ainda indicativos de formas digestivas, sendo a mortalidade ainda significativa, em grupos etários elevados. O município apresenta-se infestado por T. sordida, em baixas densidades e grande dispersão, não infectado por T. cruzi e restrito ao peridomicílio. Conclui-se que Lassance está hoje livre da transmissão da doença, devendo manter-se sob vigilância epidemiológica frente aos triatomíneos nativos no município e garantir-se a atenção médica às pessoas infectadas no passado.
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In August/1999, a group of 14 adults from the staff of a private hospital in Contagem -- Minas Gerais State, Brazil, received unintentionally a 25 times concentrated dose of the 17-DD yellow fever vaccine (Bio-Manguinhos), due to a mistake at the reconstitution step. All patients were clinically and laboratorially evaluated at days 5, 13 and 35 post vaccination. Frequency of side effects and clinical observations of this group of individuals were not different from the observed in recipients immunized with normal doses of the vaccine. At the second and third evaluation none of the subjects reported symptoms. None of the patients presented abnormalities at the physical examination at none of the time points and in all cases the blood examination was normal, except for a reduced number of platelets that was detected in one subject at the first and second evaluation and reverted to normal at third evaluation. At the first evaluation point, 8 subjects were serum negative and 6 serum positive for yellow fever at the plaque reduction neutralization test. In 5 subjects the observed titre was 10 times higher as the baseline of 2.36 Log10 mUI/ml. The samples collected at second and third evaluation (13th and 35th days) demonstrated that all subjects responded to the vaccination with the exception of one that did not present a positive result in any of the samples collected. This evaluation confirms the safety of the 17-DD yellow fever vaccine.
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Comparou-se o teste ergométrico com Holter de 24 horas na detecção de arritmias ventriculares complexas em diferentes estádios da cardiopatia chagásica crônica. Avaliados 71 pacientes sem outras doenças associadas, idade=51±10,3, metade mulheres. Divididos em quatro grupos conforme o grau de acometimento cardíaco. A estatística esta discriminada no corpo do trabalho. Ao Holter, no grupo IA as arritmias ventriculares complexas foram detectadas em 4,3%, IB em 25%, II em 55% e no grupo III em 90%. Nos grupos II e III não houve diferença entre os exames na detecção de arritmias ventriculares complexas (p=NS). Nos grupos IA e IB, houve uma concordância de 100% no teste ergométrico na não detecção de arritmias ventriculares complexas entre dois observadores. No grupo II, a concordância foi de 70% (kappa=0,368, p=0,003) e de 90% (kappa=0,78, p=0,002) no grupo III. Foi observado diferenças na presença de arritmias ventriculares complexas entre os pacientes dos grupos em fase inicial e avançada da cardiopatia chagásica crônica. Nos pacientes dos grupos II e III não houve diferença entre os dois exames na detecção das arritmias ventriculares complexas. Pacientes dos grupos IA e IB é razoável indicar Holter e/ou o teste ergométrico na ocorrência de progressão da doença.
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Susceptibility to chemotherapy with benznidazole was investigated of 5 clones isolated from the 21 SF strain (biodeme Type II, Trypanosoma cruzi II). Swiss mice were infected with the parental strain for each clone and submitted to chemotherapy with benznidazole (100mg/kg/day during 90 days). Treatment determined negativity of the parasitemia. Cure rates were evaluated by parasitological cure tests. Serology was evaluated for treated animals (titers from negative to 1:640) and untreated controls (1:160 to 1:640). Cure rates varied from 30 to 100% for the 5 clones, and were 25% for the parental strain. Results suggested that the variability of response to treatment of the clonal populations of Trypanosoma cruzi II strains is responsible for the high variation in the response to chemotherapy with benznidazole and nifurtimox by strains of this biodeme.
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Avaliou-se o efeito residual do temefos (apresentações comerciais A, B, C) e Bacillus thuringiensis israelensis (D e E) sobre larvas de Aedes aegypti, em recipientes com renovação de água. Utilizaram-se 44 béqueres de 1.000ml (8 para cada apresentação e 4 controles). Em cada béquer introduziram-se diariamente 25 larvas. Após 24 horas, contavam-se as larvas mortas, esvaziavam-se os béqueres até 200ml, repunha-se o volume original e acrescentavam-se novas larvas. A duração do efeito residual máximo (100% de mortalidade) foi: A-19; B-39; C-40; D-8; E-19 dias. A razão de mortalidade permaneceu equivalente entre todos os larvicidas durante 25 dias; B e C mostraram RM 2,40 vezes maior do que E entre 46-95 dias; B, comparado com A, mostrou RM 1,90-7,51 vezes maior entre 26-95 dias. Conclui-se pela maior eficácia de duas apresentações do temefos, mesmo em uma situação epidemiológica de longa exposição ao produto e com renovação de água dos recipientes.
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Este trabalho relata os estudos do esôfago através da abreugrafia, de chagásicos do projeto Mambaí no período de 25 anos. Cada indivíduo realizou duas abreugrafias, em quatro períodos (1975-1976, 1980-1982, 1988-1991 e 1998-2000). A primeira abreugrafia foi realizada em posição obliqua anterior direita imediatamente após a ingestão de 75ml de sulfato de bário e a segunda um minuto após. Em todos os períodos foi utilizada a mesma metodologia, as abreugrafias foram lidas pelo mesmo pesquisador e os megaesôfagos foram classificadas em quatro grupos, segundo os critérios de Rezende e colaboradores. A prevalência de megaesôfago foi 5,2%; 5%; 18,6% e 13,9% em 1975-1976, 1980-1982, 1988-1991 e 1998-2000, respectivamente. A incidência de megaesôfago no período de 1975 a 2000 foi 11,5% (51/445). Durante 25 anos, 394 (84,2%) chagásicos permaneceram com o esofagograma normal, 11 (2,3%) diagnosticados com megaesôfago em 1975-1976, não progrediram, 61 (13%) que eram normais, duvidosos ou já tinham megaesôfago em 1975-1976, progrediram e 2 (0,4%) tiveram regressão do megaesôfago grupo I, diagnosticado em estudos anteriores.
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A ocorrência de dirofilariose pulmonar humana relaciona-se com a prevalência de infecção por Dirofilaria immitis na população canina. Várias espécies de mosquitos são vetores desse nematóide. Analisaram-se amostras de sangue canino coletados nas vilas Pingo d'Água e União, município de Salvaterra (Ilha do Marajó, PA), em junho, 2004 (n=34) e abril, 2005 (N=90). Os diagnósticos parasitológico e imunológico (ELISA - kit SNAP® 3DX™, Biobrasil) foram comparados (chi2, alfa=0,05) no exame de 34 amostras. A prevalência na população (N=90) foi avaliada pelo ELISA. O ELISA revelou mais positivos (25/34; 73,5%) que a gota espessa (23/34, 67,6%) e o Knott (21/34, 61,8%), mas a diferença não foi significativa (p>0,05). A freqüência de infecção por D. immitis na faixa de 0 a 2 anos foi 58%, enquanto em cães mais velhos foi 100%. A prevalência da dirofilariose canina em Pingo d'Água e Vila União foi alta (53,5%), indicando risco de transmissão do parasito às pessoas nessa área.
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As manifestações hepáticas são descritas como não usuais no dengue e podem evoluir com quadros graves e potencialmente letais. Avaliamos as alterações hepáticas em 41 pacientes com dengue hemorrágico com confirmação laboratorial (ELISA IgM positivo) em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil e observamos 61% (25/41) de alteração na alanina aminotransferase e 80,5% (33/41) na aspartato aminotransferase, sendo que não houve diferenças estatisticamente significativas quando comparamos as várias formas clínicas. A variação nos valores de ALT foi de 14-547U/l, nos valores da AST foi de 11-298U/l. Náuseas e/ou vômitos foram referidos por 90% (37/41) dos pacientes, 46,3% (19/41) referiram dor abdominal e 10% (3/29) apresentavam hepatomegalia ao exame físico. A idade variou de 18 a 88 anos, 23 (56%) eram mulheres e 18 (44%) homens.
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INTRODUCTION: The purpose of this study was to compare respiratory signs and symptoms between patients with and without chest X-ray abnormalities in order to establish the meaning of radiographic findings in pulmonary PCM diagnosis. METHODS: The epidemiological, clinical and radiological lung findings of 44 patients with paracoccidiodomycosis (PCM) were evaluated. Patients were divided into two groups of 23 and 21 individuals according to the presence (group 1) or absence (group 2) of chest X-ray abnormalities, respectively, and their clinical data was analyzed with the aid of statistical tools. RESULTS: As a general rule, patients were rural workers, young adult males and smokers - group 1 and 2, respectively: males (91.3% and 66.7%); mean age (44.4 and 27.9 year-old); smoking (34.7% and 71.4 %); acute/subacute presentation (38.1% and 21.7%); chronic presentation (61.9% and 78.3%). The most frequent respiratory manifestations were - group 1 and 2, respectively: cough (25% and 11.4%) and dyspnea (22.7% and 6.8%). No statistical difference was observed in pulmonary signs and symptoms between patients with or without radiographic abnormalities. The most frequent radiological finding was nodular (23.8%) or nodular-fibrous (19%), bilateral (90.5%) and diffuse infiltrates (85.7%). CONCLUSIONS: Absence of statistical difference in pulmonary signs and symptoms between these two groups of patients with PCM indicates clinical-radiological dissociation. A simplified classification of radiological lung PCM findings is suggested, based on correlation of these data and current literature review.
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INTRODUÇÃO: A doença renal é uma das principais comorbidades envolvendo pacientes infectados com o HIV, em razão da melhora da sobrevida proporcionada pela terapêutica antirretroviral. O objetivo deste estudo foi detectar fatores de risco, possivelmente correlacionados com função renal alterada, em pacientes infectados pelo HIV. MÉTODOS: Estudo transversal foi realizado em 254 pacientes infectados pelo HIV, atendidos em ambulatório na Santa Casa de Vitória. Eles foram entrevistados e submetidos a coletas de amostras de sangue para contagem de células CD4, quantificação de carga viral do HIV-1, dosagens de glicose, lipídeos e creatinina. A proteinúria foi avaliada em amostra de primeira urina da manhã. A filtração glomerular foi estimada com as fórmulas de modified diet in renal disease (MDRD) simplificada e Cockcroft-Gault. RESULTADOS: Cento e três (40,6%) pacientes tinham alguma anormalidade no exame de urina, sendo proteinúria o achado mais comum (46; 18,1% pacientes). Vinte e cinco (9,8%) pacientes tinham filtração glomerular estimada inferior a 60ml/min/1.73m² de acordo com MDRD. A análise de regressão logística multivariada mostrou que baixa filtração glomerular foi positivamente correlacionada com raça negra [OR 9,6 (IC95% 1,28-23,80)], hipertensão arterial sistêmica [OR 3,3 (IC95% 1,28-23,81)], idade acima de 51 anos [OR 3,3 (IC95%1,11-9,90)], proteinúria [OR 5,2 {IC95% 1,67-16,25}]; hematúria [OR 3,2 (1,12-9,29)] e negativamente com pacientes em uso de zidovudina [OR 0,2 (0,04-0,78)]. CONCLUSÕES: Os fatores de risco tradicionais para doença renal como raça negra, hipertensão arterial e idade avançada foram correlacionados com menor filtração glomerular estimada em nossos pacientes.
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INTRODUÇÃO: O aumento da prevalência de isolados de enterococos em hospitais, particularmente Enterococcus resistente à vancomicina (VRE), é importante por causa da limitada terapia antimicrobiana efetiva para o tratamento de infecções enterocócicas. MÉTODOS: O presente trabalho apresentou uma investigação retrospectiva de dados de suscetibilidade in vitro quantitativa para uma variedade de antimicrobianos frente aos isolados de Enterococcus spp. e avaliação da associação de resistência entre os agentes antimicrobianos apontados como escolha para o tratamento de infecções causadas por VRE, através do cálculo do risco relativo. RESULTADOS: Dos 156 isolados de enterococos, 40 (25,6%) foram resistentes a três ou mais antimicrobianos, incluindo 7,7% (n = 12/156) resistentes à vancomicina. A associação de resistência elevada foi mais pronunciada entre os isolados de VREs com antimicrobianos alternativos e primários para o tratamento de infecções causadas por estes patógenos, incluindo ampicilina (100%, RR = 7,2), estreptomicina (90,9%, RR = 4,9), rifampicina (91,7%, RR = 3,1) e linezolida (50%, RR = 11,5), apesar da alta taxa de suscetibilidade a esta droga (94,9%). CONCLUSÕES: A resistência associada significativa aos antimicrobianos de primeira escolha e alternativos, usados no tratamento de infecções graves por cepas com o fenótipo VRE e que requerem um regime terapêutico combinado, evidencia alternativas terapêuticas ainda mais limitadas na instituição analisada.
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IntroductionThe year 2009 marked the beginning of a pandemic caused by a new variant of influenza A (H1N1). After spreading through North America, the pandemic influenza virus (H1N1) 2009 spread rapidly throughout the world. The aim of this study was to describe the clinical and epidemiological characteristics of cases of pandemic influenza in a tropical/semi-arid region of Brazil.MethodsA retrospective study analyzed all suspected cases of pandemic influenza (H1N1) 2009 reported in the Ceará State through the National Information System for Notifiable Diseases during the pandemic period between 28 April, 2009 and November 25, 2010.ResultsA total of 616 suspected cases were notified, 58 (9.4%) in the containment phase and 558 (90.6%) in the mitigation phase. Most cases were of affected young people resident in the City of Fortaleza, the largest urban center in the State of Ceará. The most frequent symptoms presented by the cases with confirmed infection were fever, cough, myalgia, arthralgia, and nasal congestion. Mortality rate was 0.0009/1,000 inhabitants and lethality was 5.6%. Deaths were observed only in the mitigation phase. Mortality rates were similar for both sexes but were higher in the age group under 5 years.ConclusionsThe study suggests that the influenza A (H1N1) pandemic in this tropical/semi-arid region had a lower magnitude when compared to states in the Southern and Southeastern regions of Brazil.
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INTRODUCTION: Strongyloides stercoralis is a soil-transmitted helminth that produces an infection that can persist for decades. The relationships between certain clinical conditions and strongyloidiasis remains controversial. This study aims to identify the clinical conditions associated with intestinal strongyloidiasis at a reference center for infectious diseases in Rio de Janeiro, Brazil. METHODS: The clinical conditions that were assessed included HIV/AIDS, HTLV infection, cardiovascular diseases, diabetes, obstructive respiratory diseases, viral hepatitis, tuberculosis, cancer, chronic renal disease, nutritional/metabolic disorders, psychiatric conditions, rheumatic diseases and dermatologic diseases. We compared 167 S. stercoralis-positive and 133 S. stercoralis-negative patients. RESULTS: After controlling for sex (male/female OR = 2.29; 95% (CI): (1.42 - 3.70), rheumatic diseases remained significantly associated with intestinal strongyloidiasis (OR: 4.96; 95% CI: 1.34-18.37) in a multiple logistic regression model. With respect to leukocyte counts, patients with strongyloidiasis presented with significantly higher relative eosinophil (10.32% ± 7.2 vs. 4.23% ± 2.92) and monocyte (8.49% ± 7.25 vs. 5.39% ± 4.31) counts and lower segmented neutrophil (52.85% ± 15.31 vs. 61.32% ± 11.4) and lymphocyte counts (28.11% ± 9.72 vs. 30.90% ± 9.51) than S. stercoralis-negative patients. CONCLUSIONS: Strongyloidiasis should be routinely investigated in hospitalized patients with complex conditions facilitate the treatment of patients who will undergo immunosuppressive therapy. Diagnoses should be determined through the use of appropriate parasitological methods, such as the Baermann-Moraes technique.
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INTRODUCTION: Friedreich's ataxia is a neurodegenerative disorder whose clinical diagnostic criteria for typical cases basically include: a) early age of onset (< 20 or 25 years), b) autosomal recessive inheritance, c) progressive ataxia of limbs and gait, and d) absence of lower limb tendon reflexes. METHODS: We studied the frequency and the size of expanded GAA and their influence on neurologic findings, age at onset, and disease progression in 25 Brazilian patients with clinical diagnosis of Friedreich's ataxia - 19 typical and 6 atypical - using a long-range PCR test. RESULTS: Abnormalities in cerebellar signs, in electrocardiography, and pes cavus occurred more frequently in typical cases; however, plantar response and speech were more frequently normal in this group when the both typical and atypical cases were compared. Homozygous GAA expansion repeats were detected in 17 cases (68%) - all typical cases. In 8 patients (32%) (6 atypical and 2 typical), no expansion was observed, ruling out the diagnosis of Friedreich's ataxia. In cases with GAA expansions, foot deformity, cardiac abnormalities, and some neurologic findings occurred more frequently; however, abnormalities in cranial nerves and in tomographic findings were detected less frequently than in patients without GAA expansions. DISCUSSION: Molecular analysis was imperative for the diagnosis of Friedreich's ataxia, not only for typical cases but also for atypical ones. There was no genotype-phenotype correlation. Diagnosis based only on clinical findings is limited; however, it aids in better screening for suspected cases that should be tested. Evaluation for vitamin E deficiency is recommended, especially in cases without GAA expansion.