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Resumo:
A abordagem das uropatias diagnosticadas no período pré-natal é controversa, principalmente, porque o prognóstico desses fetos é variável. Contudo, trabalhos pioneiros têm demonstrado que a drenagem pré-natal do trato urinário obstruído pode melhorar o resultado em fetos selecionados. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência do Serviço no tratamento das lesões obstrutivas do trato urinário, utilizando o cateter desenvolvido no Centro de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas da UFMG. No total, 25/25 fetos com uropatia obstrutiva receberam o cateter. Três fetos necessitaram de mais de uma inserção; 10 dos 25 fetos que receberam o cateter (40%) sobreviveram com boa função renal e pulmonar pós-natal. Ocorreram complicações em 12/25 casos (48%) incluindo 6 com drenagem inadequada ou migração do cateter (24%); 1/25 (4%) ascite urinária; 1/25 (4%) descolamento prematuro de placenta; 1/25 (4%) rutura prematura de membrana; 2/25 (08%) trabalho de parto prematuro; 01/25 (04%) fibrose ou cicatrização do parênquima renal. Três dos 25 fetos (12%) morreram intra-útero e 12 (48%) fetos morreram no período neonatal. Concluindo, a drenagem do trato urinário com esse cateter provou ser tecnicamente possível e segura para mãe e feto, com uma taxa de sobrevida de 40%.
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Objetivo: avaliar a eficácia da amnioinfusão para a propedêutica do oligoidrâmnio acentuado. Metodologia: foram incluídas neste estudo 12 gestantes com diagnóstico de oligoidrâmnio acentuado no 2º e 3º trimestre da gestação encaminhadas para realização de amnioinfusão. O procedimento foi realizado utilizando-se soro fisiológico a 37ºC a uma velocidade de 20 mL/min seguido da injeção de 5 mL de corante. A avaliação do índice de líquido amniótico (ILA) foi realizada antes e 30 minutos após o procedimento e as anomalias fetais quando presentes foram registradas. A idade gestacional das pacientes variou de 18 a 34 semanas (média 25 ± 4 semanas). O ILA inicial variou de zero a 7,3 cm (média 10,3 cm) e o final de 10,0 a 25,4 cm (média 16,36 ± 6 cm). O volume infundido variou de 300 a 1000 mL (média 605,4 ± 224,1 mL). Resultados: em nove pacientes (75%) o exame permitiu o diagnóstico etiológico: quatro roturas de membranas e malformações fetais em cinco casos. Em duas pacientes o oligoidrâmnio era idiopático e em uma gestante o estudo anatomopatológico revelou infarto placentário. Nove gestações (75%) foram interrompidas após o diagnóstico e três foram mantidas sob observação por tempo médio de 8,8 semanas após a amnioinfusão. Todos fetos evoluíram para o óbito, sendo sete natimortos e os demais neomortos. Conclusão: a amnioinfusão mostrou ser método propedêutico de alta acurácia permitindo o diagnóstico etiológico do oligoidrâmnio acentuado em 75% dos casos.
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OBJETIVO: comparar duas metodologias para o cálculo do volume placentário em gestações normais de termo: a do princípio de Arquimedes e a do volume do cilindro, para estimar a densidade absoluta da placenta. Definir a metodologia mais adequada para o cálculo do volume e densidade placentários, que se relacione com o peso e classificação do recém-nascido. MÉTODOS: foram estudadas 50 placentas provenientes de gestações de termo sem complicações e calculados o volume e a densidade absoluta placentários: a) pelo princípio de Arquimedes e b) na suposição de que a placenta seria uma secção de cilindro com duas alturas diferentes do bolo placentário: com a altura média e com a altura da média aritmética do centro e extremidades. As densidades absolutas placentárias foram calculadas pelo quociente entre o peso ao ar da placenta e os diferentes volumes. RESULTADOS: a maioria das gestantes eram multíparas, idade média de 25,4 anos, volume placentário médio entre 547,8 e 610 cm³ e densidade média entre 0,94 e 1,14 g/cm³, dependendo da metodologia empregada. CONCLUSÕES: a metodologia mais adequada para estimar o volume placentário no termo foi a do princípio de Arquimedes, pela melhor correlação com o peso dos recém-nascidos, o índice placentário e a classificação do peso dos recém-nascidos em relação à idade gestacional.
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OBJETIVO: analisar a associação da gravidez na adolescência com o baixo peso ao nascer (BPN). MÉTODOS: foram incluídas todas as pacientes que tiveram parto num hospital terciário universitário do Maranhão no período de julho a dezembro de 2006, alocando-as em dois grupos: adolescentes (dez a 19 anos de idade) e adultas (20 a 34 anos). As variáveis estudadas foram: cor, escolaridade, situação conjugal, renda familiar, número de consultas no pré-natal, idade gestacional no início do pré-natal, local do pré-natal, duração da gestação, tipo de parto e peso ao nascer. Os dados foram processados no programa Epi-Info, versão 3.4.1, e foram analisadas as associações entre as variáveis pela razão dos produtos cruzados, a Odds Ratio (OR), com intervalo de confiança (IC) de 95%; utilizaram-se também modelos de regressão logística. O nível de significância adotado foi de 0,05. RESULTADOS: foram avaliadas 1.978 pacientes. Verificou-se freqüência de 25,4% de partos em adolescentes, que apresentaram baixa escolaridade, ausência de companheiro, menor número de consultas no pré-natal, início tardio do pré-natal, BPN e prematuridade. Realizando a análise, tendo como variável desfecho o BPN e associação com prematuridade (OR=29,0), verificou-se nítida associação com baixo número de consultas do pré-natal (OR=2,98; IC95%= 2,23-4,00) e início tardio do pré-natal (OR=1,91; IC95%=1,3-2,6), baixa escolaridade (OR=1,95; IC95%=1,4-2,5) em relação com a adolescência (OR=1,50; IC95%=1,1-1,9). Obtiveram-se resultados similares quando se excluiu a variável prematuridade. As adolescentes tiveram menor incidência de cesárea (33,3%) que as adultas (49,4%), com diferença significativa, além de menor associação com pré-eclâmpsia e desproporção céfalo-pélvica. CONCLUSÕES: a gravidez na adolescência esteve associada a início tardio do pré-natal e baixo número de consultas pré-natal, além de baixa escolaridade, BPN e menor incidência de desproporção céfalo-pélvica e pré-eclâmpsia.
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OBJETIVO: avaliar a prevalência da colonização pelo estreptococo do grupo B (EGB) em gestantes em pródromos ou em trabalho de parto. MÉTODOS: foram colhidas culturas vaginal e retal de 201 gestantes atendidas no setor de admissão de maternidade pública da região Nordeste do Brasil (São Luís, Maranhão). As amostras obtidas foram inoculadas em meio seletivo de Todd Hewith e, posteriormente, subcultivadas em placas de ágar sangue. O teste de CAMP (Christie, Atkins, Munch-Petersen) foi utilizado para identificação do EGB, confirmado sorologicamente pelo sistema de microteste kit Api 20 Strep da BioMérieux. As amostras positivas para EGB foram submetidas ao teste de sensibilidade para antibióticos. Foram estudadas as variáveis sociodemográficas, antecedentes gineco-obstétricos e desfechos perinatais. Na análise estatística foram utilizados os programas Epi-Info 3.3.2, da Organização Mundial de Saúde e o Statistical Package for Social Sciences, versão 14.0. A razão de prevalência foi utilizada como medida de risco, considerando como nível de significância p<0,05, aceitando-se poder de 80%. RESULTADOS: a prevalência da colonização materna pelo EGB foi de 20,4%. Não foi encontrada associação entre as variáveis sociodemográficas ou antecedentes gineco-obstétricos, com a maior presença de colonização pelo EGB. Houve dois desfechos infecciosos entre os recém-natos de mães colonizadas, porém as hemoculturas foram negativas. Foram encontradas taxas de resistência elevadas para os seguintes antibióticos: clindamicina, 25,4%; eritromicina, 23,6% e ceftriaxona 12,7%. CONCLUSÕES: a prevalência da colonização materna pelo EGB foi elevada, semelhante à descrita em outros estudos. As taxas elevadas de resistência aos antimicrobianos, especialmente ceftriaxona, indicam a necessidade de mais estudos para determinar a sorotipagem deste agente e os protocolos de orientação para uso racional de antimicrobianos.
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OBJETIVO: avaliar as características relativas ao atendimento de parturientes bolivianas e seus desfechos em um hospital do município de São Paulo. MÉTODOS: estudo transversal retrospectivo tipo caso-controle, entre dois grupos de gestantes, atendidas no período de 2003 a 2007. O Grupo Estudo incluiu 312 gestantes bolivianas e o Grupo Controle, 314 gestantes brasileiras. Os grupos foram comparados em relação às variáveis demográficas, à ocorrência de intercorrências maternas e às variáveis perinatais. A análise estatística foi feita com o uso do teste do χ2 e, quando necessário, foi aplicada a correção de Yates. RESULTADOS: comparado às parturientes brasileiras, o número de bolivianas que frequentaram o pré-natal foi menor (16,4 versus 5,1%; p < 0,001) e, dentre as que o fizeram, foi maior a porcentagem das que compareceram a menos do que cinco consultas (50 versus 19,3%; p<0,001). Foi observado menor número de mães bolivianas solteiras (12,1 versus 25,4%; p<0,001) e menor número de gestantes nulíparas (34,1 versus 43,6%; p=0,017). A incidência de sífilis congênita foi maior entre as bolivianas (2,9 versus 0,5%; p<0,05), assim como o número de recém-nascidos classificados como grande para a idade gestacional (14,6 versus 5,8%; p<0,001). CONCLUSÕES: o não comparecimento ao pré-natal, ou o número inadequado de consultas, e o número mais elevado de casos de sífilis congênita observado entre as bolivianas mostram a grande vulnerabilidade desse grupo étnico minoritário frente aos agravos da saúde. Consequentemente, faz-se necessário um planejamento estratégico dos setores responsáveis pela coordenação da assistência em nosso município, com o intuito de reduzir essa disparidade, seja por meio de melhorias socioeconômicas ou da implementação da assistência à saúde, particularizada para esse grupo.
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OBJETIVO: avaliar a distância das fissuras cerebrais fetais à borda interna da calota craniana por meio da ultrassonografia tridimensional (US3D). MÉTODOS: realizou-se um estudo de corte transversal em 80 gestantes normais entre a 21ª e 34ª semanas de gestação. Avaliou-se a distância entre a tábua óssea interna da calota craniana fetal e as fissuras de Sylvius, parieto-occipital, hipocampo e calcarina. Para a obtenção desta distância para as três primeiras fissuras, realizou-se uma varredura tridimensional através do plano axial (nível dos ventrículos laterais). Para a obtenção da distância da fissura calcarina utilizou-se uma varredura coronal (nível dos lobos occiptais). Para avaliar a correlação entre as fissuras e a idade gestacional foram realizadas regressões de primeiro grau, sendo os ajustes calculados pelo coeficiente de determinação (R²). Foram determinados percentis 5, 50 e 95 para cada fissura. Avaliou-se ainda a correlação entre a distância destas fissuras com os diâmetros biparietal (DBP) e circunferência craniana (CC) utilizando o coeficiente de correlação de Pearson (r). RESULTADOS: todas as medidas das fissuras apresentaram correlação linear com a idade gestacional (Sylvius: R²=0,5; parieto-occipital: R²=0,7; hipocampo: R²=0,3 e calcarina: R²=0,3). A média da distância das fissuras variou de 7,0 a 14,0 mm, 15,9 a 28,7 mm, 15,4 a 25,4 mm e 15,7 a 24,8 mm para as fissuras de Sylvius, parieto-occipital, hipocampo e calcarina, respectivamente. As fissuras de Sylvius e parieto-occipital apresentaram as maiores correlações com o DBP (r=0,8 e 0,7, respectivamente) e a CC (r=0,7 e 0,8, respectivamente). CONCLUSÕES: a distância das fissuras cerebrais fetais à borda interna da calota craniana por meio da US3D apresentou correlação positiva com a idade gestacional.
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OBJETIVO: Estudar a associação entre transtornos mentais pós-parto e fatores demográficos e psicossociais, pré e perinatais. MÉTODOS: Todas as familias com crianças de quatro meses da Vila Jardim - Porto Alegre (RS) - nascidos entre novembro de 1998 e dezembro de 1999 foram avaliadas. Utilizou-se o Self Report Questionnaire (SRQ-20) e entrevistas clínicas semiestruturadas individuais e do casal para fundamentar uma hipótese diagnóstica segundo os critérios do da quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Realizou-se a avaliação da relação conjugal e do relacionamento da mãe com as famílias de origem e a rede social utilizando-se a Escala de Avaliação Global do Funcionamento Relacional (GARF). RESULTADOS: Foram avaliadas 148 mães e os 116 pais que coabitavam. Segundo o SRQ, 34,4% das mães e 25,4% dos pais apresentaram suspeita de transtorno psiquiátrico. Clinicamente os percentuais foram maiores. Coabitar ou não com companheiro não esteve associado com transtorno mental materno. Na análise da totalidade do grupo de mulheres, estiveram associados: baixa renda familiar (OR=0,8; p<0,05) e a presença de transtorno materno no passado (OR=2,2; p<0,05). O estudo apenas das mulheres que coabitavam (n=116) mostrou associação exclusivamente com a má qualidade da relação conjugal (OR=7,3; p<0,05). CONCLUSÃO: Este estudo reforça a necessidade de se verificar a presença de transtorno mental materno da mãe nas consultas de pré-natal e puericultura, e introduz dados sobre o pai e, especialmente, sobre a importância da relação conjugal.
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OBJETIVO: Analisar a associação da gravidez na adolescência com prematuridade. MÉTODOS: Foram incluídas todas as pacientes que pariram num hospital terciário universitário do Maranhão, no período de julho a dezembro de 2006, alocando-as em dois grupos: adolescentes (10 a 19 anos de idade) e adultas (20 a 34 anos). As variáveis estudadas foram: escolaridade, situação conjugal, número de consultas no pré-natal, idade gestacional no início do pré-natal, duração da gestação, tipo de parto e peso ao nascer. Os dados foram processados no programa Epi-Info, versão 3.4.1, e foram analisadas as associações entre as variáveis pela razão dos produtos cruzados, a odds ratio (OR), com intervalo de confiança (IC) de 95%; utilizaram-se também modelos de regressão logística. O nível de significância adotado foi de 0,05. RESULTADOS: Foram avaliadas 1.978 pacientes. Verificou-se frequência de 25,4% de partos em adolescentes, que apresentaram baixa escolaridade, ausência de companheiro, menor número de consultas no pré-natal, início tardio do pré-natal, baixo peso ao nascer (BPN) e prematuridade. Realizando a análise, tendo como variável desfecho a prematuridade, verificou-se nítida associação com baixo número de consultas do pré-natal (OR 3,0; IC95% 2,2-4,0) e início tardio do pré-natal (OR 1,9; IC95% 1,3-2,6), baixa escolaridade (OR 1,9; IC95% 1,4-2,5) em relação com a adolescência (OR 1,5; IC95% 1,1-1,9). As adolescentes tiveram menor incidência de cesárea (33,3%) que as adultas (49,4%), com diferença significativa, além de menor associação com pré-eclâmpsia e desproporção cefalopélvica. CONCLUSÕES: A gravidez na adolescência esteve associada a início tardio do pré-natal e baixo número de consultas pré-natal, além de baixa escolaridade, BPN, prematuridade e menor incidência de desproporção cefalopélvica e pré-eclâmpsia.
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OBJETIVO: Avaliar a associação entre sintomas clínicos e malignidade em mulheres com tumores anexiais, submetidas à cirurgia. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com coleta prospectiva, no qual foram incluídas 105 mulheres, atendidas em um hospital de ensino do Estado de São Paulo de novembro de 2009 a março de 2011, devido ao tumor anexial e à indicação de laparotomia/laparoscopia. Todas foram submetidas a uma entrevista estruturada sobre a ocorrência de 18 sintomas associados ao câncer de ovário. A entrevista incluiu gravidade, frequência e duração dos sintomas nos 12 meses prévios à primeira consulta. Também foram avaliados os níveis de CA125 e a classificação ultrassonográfica. Foi calculada para cada sintoma a razão de prevalência com intervalo de confiança de 95%. O padrão-ouro foi o resultado do exame anatomopatológico das peças cirúrgicas. RESULTADOS: Das 105 mulheres incluídas, 75 (71,4%) apresentaram tumores benignos e 30 (28,6%), malignos. Em mulheres com tumores malignos, os sintomas foram mais frequentes, dentre eles: inchaço abdominal (70%), aumento do volume abdominal (67%), dor pélvica (60%), irregularidade menstrual (60%), empachamento (53%), dor abdominal (50%), dor nas costas (50%) e saciedade precoce (50%). As mulheres com tumores benignos apresentaram essencialmente dor pélvica (61%), irregularidade menstrual (61%) e inchaço abdominal (47%). Os sintomas significativamente associados com malignidade foram: sensação de inchaço abdominal (RP=2,0; IC95% 1,01 - 3,94), aumento objetivo do volume abdominal (RP=2,16; IC95% 1,12 - 4,16), dor nas costas (RP=1,97; IC95% 1,09 - 3,55), empachamento (RP=2,25; IC95% 1,25 - 4,07), saciedade precoce (RP=2,06; IC95% 1,14 - 3,70), massa abdominal (RP=1,83; IC95% 1,01 - 3,30), dificuldade para deglutir (RP=1,98; IC95% 1,10 - 3,56) e sangramento pós-menopausa (RP=2,91; IC95% 1,55 - 5,44). A presença de dor pélvica, constipação, dispareunia, fadiga, dor abdominal, náusea e/ou vômito, irregularidade menstrual, perda de peso, diarreia e sinusorragia foram semelhantes nos dois grupos. CONCLUSÕES: Em mulheres com tumores anexiais com indicação cirúrgica, a avaliação pré-operatória dos sintomas pode auxiliar na predição da malignidade.
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OBJETIVO: Correlacionar os níveis séricos pré-operatórios do antígeno do câncer 125 (Ca-125) e os achados laparoscópicos em mulheres com sintomas dolorosos sugestivos de endometriose. MÉTODOS:Um estudo retrospectivo foi realizado incluindo todas as mulheres com sintomas de dor pélvica suspeitos para endometriose operadas por laparoscopia no período de janeiro de 2010 a março de 2013. As pacientes foram divididas em 2 grupos de acordo com a dosagem de Ca-125 (<35 U/mL e >35 U/mL). Subsequentemente, as pacientes com endometrioma ovariano foram excluídas e uma análise adicional foi conduzida novamente de acordo com os níveis do Ca-125. Os seguintes parâmetros foram comparados entre os grupos: presença de endometrioma, presença e número de lesões de endometriose profunda infiltrativa (EPI) e escore da American Society for Reproductive Medicine. A análise estatística foi realizada com o programa Statistica versão 8.0, usando o teste exato de Fisher, o teste t de Student e o teste Mann-Whitney, quando necessário. Os valores p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. RESULTADOS: Durante o período de estudo, um total de 350 mulheres foram submetidas a tratamento laparoscópico de endometriose. Cento e trinta pacientes (37,1%) apresentaram Ca-125 >35 U mL e 220 (62,9%) apresentaram Ca-125 <35 U/mL. A presença de endometrioma ovariano (47,7 versus 15,9%), lesões de EPI (99,6 versus 78,6%) e lesões de EPI intestinal (60 versus 30,9%) foi mais frequente, e o escore da AFSr foi maior (34 versus 6) no primeiro grupo. Na segunda análise, excluindo as pacientes com endometrioma ovariano (>35 U/mL=68 pacientes e <35 U/mL=185 pacientes), resultados semelhantes foram obtidos. A presença de lesões de EPI (91,2 versus 76,2%), lesões de EPI intestinal (63,2 versus 25,4%), lesões de EPI de bexiga (20,6 versus 4,8%) e lesões de EPI ureteral (7,3 versus 1,6%) foi mais frequente, e o escore da AFSr foi maior (10 versus 6) no grupo Ca-125>35 U/mL. CONCLUSÕES: Em mulheres com sintomas dolorosos pélvicos suspeitos para endometriose com dosagem pré-operatória de Ca-125 >35 U/mL, a investigação de EPI é mandatória, especialmente quando não se identifica endometrioma ovariano em exames de imagem.
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Foram estudados 20 pares de rins decutias (Dasyprocta prymnolopha Wagler, 1831), com o objetivo de descrever os segmentos anátomo-cirúrgicos arteriais. As artérias renais foram injetadas com solução de Vinilite corada, e os rins foram submetidos à corrosão ácida para a obtenção dos moldes vasculares. Observou-se que as artérias renais da cutia, sempre únicas, dividiram-se em artéria setorial ventral e artéria setorial dorsal, caracterizando dois setores renais separados por plano avascular. As artérias setoriais penetraram no hilo renal (100% dos casos). Estes vasos deram origem aos ramos segmentares responsáveis pela irrigação de territórios independentes em cada setor, os segmentos arteriais renais. No rim direito foram observados 3 (60%), 4 (35%) e 5 segmentos (5%) no setor arterial ventral e 3 (30%), 4 (45%), 5 (20%) e 6 (5%) segmentos no setor dorsal e, à esquerda, 2(10%), 3 (55%) e 4 (35%) segmentos no setor ventral e 3 (25%), 4 (50%) e 5 (25%) no dorsal. Com base na distribuição arterial nos rins de cutia, observaram-se setores e segmentos arteriais independentes, sendo possível, desta forma, a realização de setoriectomia e segmentectomia nesta espécie.
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Este trabalho relata, pela primeira vez no Brasil, no Estado da Paraíba, paratuberculose em dois rebanhos com criação conjunta de caprinos e ovinos. Na Fazenda 1, de um rebanho de 33 caprinos e 13 ovinos, uma cabra adulta apresentou emagrecimento progressivo por aproximadamente um ano e fezes pastosas um mês antes da morte. Todos os animais do rebanho foram tuberculinizados com a prova comparativa. Um ovino (2,2%) teve resultado positivo à tuberculina aviar e em dois o teste foi inconclusivo. Na Fazenda 2, com 200 ovinos e 80 caprinos, foi afetada uma ovelha adulta que apresentou emagrecimento progressivo por aproximadamente um ano e fezes pastosas por aproximadamente 20 dias. Todos os ovinos com mais de 4 meses de idade e 23 caprinos foram tuberculinizados com tuberculina aviar; em 47 (25,4%) o resultado foi positivo, em 115 (61,5%) inconclusivo e em 25 (13,4%) negativo. Entre as cabras não houve nenhuma positiva à tuberculina aviar, mas em 11 (47,8%) o teste foi inconclusivo e em 12 (52,2%) foi negativo. Na necropsia dos dois animais com sinais clínicos os linfonodos mesentéricos estavam aumentados de tamanho e edemaciados. O ovino afetado da Fazenda 2, apresentou espessamento e enrugamento da mucosa do intestino, principalmente no íleo e válvula íleo-cecal. Microscopicamente o caprino e o ovino com sinais clínicos apresentaram lesões semelhantes, caracterizadas por granulomas com predominância de macrófagos espumosos, na lâmina própria e submucosa do intestino e linfonodos mesentéricos. O ovino positivo à tuberculina e um caprino negativo na Fazenda 1 foram eutanasiados e apresentaram discreto espessamento da mucosa do íleo. Na histologia foi observado infiltrado preferentemente linfocítico. Em todos os casos dentro de macrófagos e linfócitos havia bacilos ácool-ácidos resistentes, positivos na imunohistoquímica para Mycobacterium spp. Sugere-se a necessidade de estudar a prevalência de paratuberculose em rebanhos de caprinos e ovinos no Brasil, determinar medidas de controle e avaliar a possibilidade de transmissão para humanos.
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Toxoplasmosis is caused by the obligate intracellular protozoan parasite Toxoplasma gondii and affects warm-blooded vertebrates, including pets and man. Dogs are epidemio-logically important since they act as sentinels for the infection in humans. The present study aimed to determine the presence of antibodies to T. gondii in 205 serum samples from dogs in Ubatuba, Sao Paulo state, Brazil, through indirect immunofluorescence reaction (IFAT), as well as the risk factors related to toxoplasmosis in the animals such as breed, age, sex, access to outdoors, homemade food ingestion, access to untreated water, and contact with rodents. Toxoplasmosis-positive samples accounted for 52/205 (25.4%), with titers ranging from 16 to 256. The serological results presented significant association (P<0.05) with homemade food ingestion (45/118; 38.1%; CI95% 29.9%-47.2%) (OR=7.0; CI95% 3.0-16.6), and with access to outdoors where those that do not have access to the street were prevalent (37/121; 30.6%; CI95% 23.1%-39.3%) (OR=0.5; CI95% 0.2-1.0). These results show that toxoplasmosis in this region is related to problems of sanitary education, mainly concerning the appropriate cooking of foods, since most positive animals did not show significant association with the presence of rodents or untreated water consumption but showed, instead association with ingestion of homemade food. Thus, toxoplasmosis is a public health problem in the studied region, and sanitary measures are needed to control the infection due to the strict relationship between man and dog and the presented risk factors
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Abstract: Pre-operative electrocardiograms performed in 700 dogs were analyzed in order to establish correlation between sex, age, indication for surgery, body condition score, breed and weight. Initially a clinical questionnaire was filled out from each owner, including age, breed, sex, weight, clinical history and surgical indication. Dogs above 6 years of age or those showing any kind of cardiac auscultation disturbances were referred to electrocardiogram (ECG) evaluation. All ECG were performed and analyzed by the same veterinary specialist. Abnormalities at ECG were founnd in 364 of 700 (52%) evaluated dogs, and the most frequent variation was sinus arrhythmia, observed in 293 dogs (25.4%). No significant correlation was found between the electrocardiographic alterations with weight, sex and age of the animals. Therefore ECG should be conducted routinely regardless of age, sex, breed or surgical indication, highlighting its value for determining a safe anesthetic protocol that promotes minimal cardiopulmonary depression and allows rapid post-surgical recovery.