83 resultados para Educação superior. Cotas sociais. Assistência estudantil
Resumo:
O presente estudo trata das tendências pedagógicas que norteiam a prática educativa dos professores de Enfermagem com o objetivo de analisá-las com base nos elementos que constituem a atividade docente. Utilizou-se a pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Os sujeitos do estudo foram professoras de um curso de Enfermagem da Região Nordeste. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada. Na análise dos dados foi empregada a análise de conteúdo, que gerou três núcleos temáticos: tendência pedagógica: transição e conflito; elementos da atividade docente; as relações pedagógicas: os sujeitos da práxis pedagógica. Revelou-se uma transição de abordagens liberais para progressistas entre os docentes, acarretando um conflito entre metodologias e estratégias de ensino. Embora haja uma aproximação das concepções emancipatórias, ainda não se tem uma conformidade na prática pedagógica. Deste modo, o presente estudo contribui para ampliar o debate que envolve a temática, possibilitando melhor embasamento teórico para a discussão das questões referentes ao ensino de Enfermagem.
Resumo:
RESUMO O objetivo deste estudo foi comparar a aprendizagem nos níveis cognitivo e afetivo entre alunos bolsistas do programa PET-Saúde e alunos que não tiveram experiência em atividades de pesquisa e extensão. O método utilizado foi um estudo exploratório comparativo com 14 estudantes dos cursos de Medicina, Medicina Veterinária, Odontologia, Nutrição, Fisioterapia, Enfermagem e Educação Física da Universidade Regional de Blumenau. Os temas abordados foram integralidade do cuidado em saúde, pesquisa e extensão. Utilizou-se abordagem qualitativa por meio da técnica de entrevista semiestruturada. A análise foi realizada por meio da taxonomia de Bloom.Os Alunos envolvidos com as atividades de pesquisa e extensão no programa PET-Saúde atingiram maiores níveis da taxonomia de Bloom nos domínios cognitivo e afetivo em comparação com os outros estudantes. A experiência dos estudantes nos grupos PET-Saúde parece contribuir para uma aprendizagem diferenciada nos cursos da saúde.
Resumo:
RESUMO A Anatomia Humana (AH) é uma disciplina básica para todos os estudantes dos cursos superiores das áreas da saúde e biológica. A maior parte a considera de conteúdo difícil. O ensino da AH precisa ser repensado no contexto da política atual de acesso amplo ao ensino superior. E corresponder ao dever das instituições de proporcionar ao estudante uma formação de qualidade com vistas à formação de um profissional crítico e de perfil criativo frente às distintas situações do cotidiano. É preciso entender possíveis fatores que levam às elevadas taxas de reprovação nesta disciplina. Portanto, o objetivo do presente estudo foi relacionar o resultado do vestibular/Enem com hábitos de estudo e desejo profissional no desempenho acadêmico da disciplina dos alunos dos cursos de Educação Física, Ciências Biológicas e Nutrição do IF Sudeste MG. Foram entrevistados 129 alunos. A pontuação do vestibular/Enem foi maior entre os aprovados em AH; não houve entre os grupos diferença quantitativa nas horas de estudo e tampouco na escolha do curso, que ocorreu por opção do aluno (versus por falta de opção).
Resumo:
RESUMO Nos últimos anos, o olhar sobre a formação dos profissionais de saúde tem se intensificado, particularmente sobre aquela que possa impactar a resolução dos problemas de saúde da população. Um dos aspectos para o alcance desta demanda refere-se a uma formação que incorpore metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem de estudantes da saúde. Neste entendimento, tomando como referência metodologias de aprendizagem baseada em problemas, as quais utilizam certos passos para a resolução de problemas, e diante dos desafios de trabalhar com grandes grupos, desenvolveu-se a estratégia educacional denominada Ciclo de Discussão de Problemas (CDP). Este artigo tem por objetivo descrever o CDP como uma estratégia educacional utilizada em grandes grupos no ensino da graduação em saúde. Esta estratégia ancora-se nos princípios de metodologia ativa, pois utiliza problemas com temáticas comuns aos cursos da área da saúde, para desenvolver nos alunos o aprendizado autodirigido, a habilidade de solucionar problemas, o pensamento crítico e o estudo colaborativo, além da visão integrada das ciências básicas. Esta estratégia envolve dois momentos em sala de aula para cada problema: análise e resolução, englobando 12 passos.
Resumo:
RESUMO Objetivo Investigar o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) por professores da Unifesp. Métodos Estudo observacional descritivo do tipo transversal, baseado em amostra aleatória simples composta por 191 respondentes. Estudou-se a associação do número total de 27 TIC com as variáveis idade, sexo, titulação, lecionar em dois ou mais cursos e participação em curso preparatório para docência no ensino superior. Resultados A idade média foi de 49 anos, 60,7% do sexo feminino, 72,8% em nível de doutorado e 33,0% lecionavam em dois ou mais cursos. Observou-se associação negativa entre quantidade de TIC e idade, e associação direta entre titulação e realização de curso para docência. Conclusão A quantidade de instrumentos utilizados diminuiu 1,2 a cada dez anos, aumentou 1,8 com a participação do docente em curso preparatório e 1 a cada titulação obtida.
Resumo:
RESUMO Historicamente, a formação médica encontra-se voltada para o tradicional modelo biomédico. As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina, aprovadas em 2001, indicam a necessidade de ajustar a formação de recursos humanos ao serviço, seguindo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Em conformidade com tais Diretrizes, o governo federal elabora, em 2005, o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), com o objetivo de favorecer a formação de profissionais adequados às perspectivas da Atenção Básica. Em 2009, no contexto do Pró-Saúde e inspirados pelo Projeto Rondon, professores do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) criam o Projeto Sérgio Arouca, uma iniciativa que visa à atuação na Atenção Básica de municípios carentes do Estado de Santa Catarina. O presente relato baseia-se em participações de acadêmicos de Medicina e objetiva demonstrar o quanto estas experiências foram enriquecedoras para a formação profissional e a construção de uma nova visão da prática médica, enfrentando situações e cenários distintos dos vivenciados no cotidiano na universidade.
Resumo:
Realizou-se pesquisa com médicos-chefe dos Postos de Assistência Médica (PAMs) da Prefeitura Municipal de São Paulo, Brasil, com o objetivo de investigar seus conhecimentos, expectativas e predisposições em participar e incentivar as programações educativas nos PAMs. Utilizou-se questionário, com questões abertas e fechadas que foi respondido por 88,6% dos médicos-chefe dos PAMs. Os resultados demonstraram que o conceito de saúde da maioria dos médicos-chefe dos PAMS (66,3%) coincide com o emitido pela Organização Mundial da Saúde. Apenas 2,9% consideram que saúde está relacionada a qualidade de vida. Educação em saúde foi considerada por 70,0% como transmissão de informação; somente 6,7% reconheceram sua responsabilidade no processo de transformação social e de saúde. Na visão de 68,2% as ações educativas são reconhecidas como úteis para conscientizar o usuário sobre a importância do tratamento de doenças. Essas ações, seu planejamento, execução e avaliação são reconhecidas como responsabilidade de todos que trabalham nos PAMs mas, especialmente, das enfermeiras, assistentes sociais e educadores de saúde pública. Dificuldades foram mencionadas na execução de atividades educativas, referentes à falta de material suficiente e local adequado para sua realização, falta do educador de saúde pública e, principalmente, falta de motivação de funcionários e da própria população. A maioria dos médicos-chefe reconhece a importância das ações educativas, reconhece que são desenvolvidas por pelo menos parte de sua equipe embora, muitas vezes, precariamente, com dificuldades técnicas e administrativas.
Resumo:
OBJETIVO: Descrever qualitativamente o comportamento alimentar de estudantes residentes em moradia universitária. MÉTODOS: Estudo quanti-qualitativo realizado com uma amostra sorteada de cem estudantes universitários, residentes em moradia estudantil no município de Campinas, SP, em 2004. Foram feitas entrevistas utilizando-se formulário para colher o recordatório alimentar nas últimas 24 horas, incluindo questões abertas relativas ao sistema de compras e práticas de consumo. Foram criados critérios para análise da qualidade das refeições. Foram utilizados os testes qui-quadrado e o exato de Fisher, ao nível de significância de 5%. Nas entrevistas foram obtidos e analisados dados de natureza representacional, com base na teoria das representações sociais de Moscivici. RESULTADOS: Avaliação do recordatório 24 horas: desjejum, 30% não consumiram, 13% foram completos, 37% padrão e 20% incompletos; almoço, 5% não consumiram, 72% consumiram refeição completa e 23% incompleta; jantar, 1% não consumiu, 36% foram completos e 63% incompletos. A refeição de melhor qualidade foi o almoço, e dos estudantes que almoçaram, 63% o fizeram no restaurante universitário. Dos entrevistados, 48% não ingeriram nenhuma fruta e 39% não ingeriram leite no dia. A maioria (69%) apresentou comportamento alimentar individual e 43% consideraram que o fato de comer em companhia alterava positivamente sua alimentação. A experiência de passar a prover a própria alimentação modifica comportamentos e representações entre os estudantes acerca do ato alimentar. CONCLUSÕES: A qualidade da alimentação, os padrões de comensalidade e as representações sociais do ato alimentar oferecem subsídios para o desenvolvimento de práticas de cuidado com a alimentação e promoção à saúde.
Resumo:
Este artigo apresenta uma reflexão sobre o significado dos termos cidadania e saúde, abordando a Teoria das Representações Sociais como estratégia para implementação e avaliação dos modelos de assistência a saúde no Brasil. Na primeira parte, traçamos um breve histórico sobre a concepção de cidadania; na segunda, tratamos dos princípios de liberdade e igualdade pautados no pensamento de Kant; na terceira, evidenciamos a saúde como um direito do cidadão e um dever do estado; por fim, destacamos a Teoria das Representações Sociais como estratégia para avaliar e implementar os serviços de saúde prestados ao cidadão pelos modelos assistenciais de saúde em vigor no Brasil.
Resumo:
Este estudo teve como objetivo apreender as representações sociais de mães sobre o cuidar materno diante do filho prematuro. Participaram da pesquisa 30 mães de bebês prematuros que estiveram em três serviços de estimulação precoce em Jequié-BA. O instrumento de coleta de dados foi o Teste de Associação Livre de Palavras, que solicitou às participantes que evocassem cinco palavras sobre o cuidar materno diante do filho prematuro e que atribuíssem ordem de importância para as palavras. Os dados foram processados pelo EVOC 2003, gerando um quadro de quatro casas. No quadrante superior esquerdo apareceram as palavras amor e cuidado; no superior direito, angústia, atenção, carinho, paciência; no inferior esquerdo, medo, prevenção; no inferior direito, alegria, dedicação, dependência, dificuldade, experiência, proteção, responsabilidade, superação. O amor e o cuidado aparecem como núcleo central das representações. O amor diz respeito ao papel de mãe a ser exercido. O cuidado pode representar o anseio de encontrar melhorias para seu filho.
Resumo:
O artigo analisa a demanda pelo ensino de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG - na década de 90, considerando os seguintes aspectos: perfil socioeconômico dos candidatos; fatores que influenciaram a demanda e as preferências por áreas e cursos; o papel da oferta dos cursos noturnos sobre a demanda e as diferenças existentes entre os cursos que oferecem, ou não, a habilitação licenciatura. A demanda cresceu exponencialmente a partir de 1995, crescimento este centrado em candidatos da escola pública e pertencentes a famílias de baixo poder aquisitivo. O aumento mais acentuado da procura ocorreu nos cursos de mais baixo prestígio social da área biológica e em todos os de licenciatura. Verificou-se, também, uma nítida seletividade social associada à escolha da carreira: alguns cursos, de elevado prestígio social, para os quais a aprovação exige notas elevadas, são preferidos pelos candidatos da classe média alta, enquanto os pertencentes aos estratos sociais menos favorecidos optam geralmente por outros nos quais a aprovação pode ser alcançada com desempenho mediano. A abertura de cursos noturnos caracteriza-se como um aspecto da democratização do acesso ao ensino superior.
Resumo:
As políticas brasileiras de educação infantil (EI) nas últimas quatro décadas apresentam-se como resposta a várias tensões. Nos anos 70, o despertar dos novos movimentos sociais trouxe o tema para a agenda de suas reivindicações. Nos anos 80, pressões em diferentes sentidos provocaram, de um lado, a expansão da EI seguindo, de modo geral, um modelo "a baixo custo" e, de outro, a consciência social da EI como um direito das crianças pequenas à educação e um direito de assistência aos filhos de pais e mães trabalhadores (Constituição de 1988). O artigo descreve e analisa as tensões presentes, e suas conseqüências, em três momentos da história da EI brasileira contemporânea: a fase de expansão durante o governo militar; as inovações trazidas pela Constituição de 1988; o impacto das reformas educacionais contemporâneas sob a égide do "Consenso de Washington". A descrição e análise desses momentos serão efetuadas no contexto dos modelos propugnados pelas organizações multilaterais.
Resumo:
Constatada uma crescente insatisfação, por parte de gestores da escola pública diante das pesquisas desenvolvidas na universidade, o artigo analisa as relações entre a pesquisa e as práticas educativas, procurando mostrar as diversas influências cruzadas existentes. Com base nos escritos de Charlot, Rayou, Dubet, Tardif e Zourhlal, o texto examina as diferentes formas como os atores sociais incorporam e reinterpretam resultados de pesquisa em suas concepções sobre a educação e, também, como a produção acadêmica é marcada por disputas que se originam na dinâmica social mais ampla. Um comentário crítico específico é feito sobre o movimento em favor de "práticas e políticas baseadas em evidências", tendência que tem prosperado nos meios educacionais de fala inglesa, defendendo um modelo experimental de pesquisa que, baseado em amostras aleatórias, é considerado como o único que poderia oferecer resultados confiáveis para subsidiar políticas públicas de educação. O artigo sugere, em lugar da pergunta "para que serve?", uma indagação a respeito de como circulam conhecimentos e opiniões entre os dois campos. Conclui enfatizando o fato de que a pesquisa é uma atividade humana como as outras, pois a universidade e os centros de pesquisa não estão fora da sociedade. Nesse sentido, o artigo aponta para a potencialidade de um diálogo aberto entre os dois modos de conhecer e agir, aquele da investigação e da reflexão crítica e aquele da ação política e profissional.
Resumo:
Este artigo apresenta evidências produzidas a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2006 sobre as relações entre classe, raça e acesso ao ensino superior. O objetivo é preencher a lacuna de conhecimento que ainda persiste sobre o tema, a despeito do intenso debate público sobre a adoção de políticas de promoção de acesso equitativo ao ensino superior para negros ou para pobres. Os indicadores apresentados apontam a existência de associações entre classe, raça e acesso ao ensino superior para além dos efeitos das relações entre classe, raça e término do ensino médio. Conclui apontando a necessidade simultânea de quotas sociais e raciais para atingir o objetivo de atacar a desigualdade de acesso à universidade.