63 resultados para Cidadania comunicativa
Resumo:
OBJETIVO: Conhecer a história de vida da mulher usuária de álcool, inserida em tratamento especializado para dependência química, auto-referida. MÉTODOS: Pesquisa qualitativa, utilizando como estratégia metodológica a "história de vida", realizada no período de maio a agosto de 2000. Participaram do estudo 13 mulheres em tratamento em ambulatório especializado de tratamento e pesquisa em álcool e drogas devido ao consumo alcoólico. Optou-se por uma abordagem focalizada/ temática do momento vivenciado pelas mulheres estudadas. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e gravadas para a Análise de Conteúdo. RESULTADOS: As leituras das entrevistas transcritas permitiram identificar as seguintes categorias: 1) Trabalho e lazer antes do uso nocivo e a dependência ao álcool; 2) Perda do controle sobre a bebida e o surgimento de comprometimentos clínicos, sociais e familiares; 3) Percepção dos prejuízos e a busca de tratamento especializado; 4) Necessidade de voltar a acreditar em si mesma; 5) Acolhimento e respeito ao tratamento especializado e; 6) (Re)aprendendo a viver: lidando com a dependência. CONCLUSÕES: A mulher usuária de álcool necessita de atenção especial por parte dos profissionais de saúde e familiares, sobretudo no que se refere aos aspectos emocionais, aos comprometimentos clínicos e a promoção da auto-estima. Esse conjunto de atenções possibilitam o resgate da cidadania, objetivando melhor continuidade do processo de recuperação.
Resumo:
Nos últimos anos, o método etnográfico revelou-se como um adequado instrumento para as intervenções em saúde pública e na educação em saúde. Não obstante, seu uso contradiz determinados modelos de intervenção definidos como monológicos, a exemplo das campanhas de meios de comunicação de massa e as filosofias do "ator racional". Foram analisadas criticamente algumas bases epistemológicas desses modelos, como a unidimensionalidade na análise dos processos de saúde/doença/atendimento, a unidirecionalidade comunicativa e a hierarquia. No seu lugar, propõe-se um modelo dialógico baseado no método etnográfico e organizado a partir dos critérios de multidimensionalidade, bidirecionalidade e simetria. A etnografia permite melhorar a efetividade das intervenções ao fornecer uma base empírica para o desenho dos projetos e ao propiciar a participação social em saúde.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar como se estabelece a comunicação sazonal nos grupos socioeducativos das equipes de Saúde da Família para prevenção e controle da dengue. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo, descritivo e exploratório com 25 coordenadores de grupos socioeducativos, distribuídos em oito unidades básicas de saúde de Belo Horizonte, MG. A coleta de dados ocorreu de março a julho de 2009, por meio de observação não participante e entrevista semi-estruturada com os coordenadores. Na interpretação dos dados, empregaram-se a análise de conteúdo e os referenciais teóricos sobre comunicação e saúde. ANÁLISE DOS RESULTADOS: Foram encontrados três núcleos temáticos: comunicação sazonal; conteúdos discutidos e canais veiculadores de informações sobre a dengue; e informação versus comunicação para a ação. As ações de prevenção e controle da dengue nos grupos eram abordadas principalmente em épocas de surto, baseando-se em ações previamente programadas pelo Ministério da Saúde. Os temas abordados referiam-se a epidemiologia, ciclo de vida, modos de transmissão, sintomatologia, prevenção, visita domiciliar da equipe de zoonose e vacinação contra a dengue. CONCLUSÕES: A prática comunicativa predominante é o repasse de informações pelo coordenador, centrado no discurso comportamentalista e prescritivo. Recomendam-se práticas comunicativas pautadas no diálogo, permitindo ao coordenador e membros da equipe a liberdade em relação às situações emergentes do grupo e que aprendam a reconhecê-la e problematizá-la reflexivamente em seu contexto.