751 resultados para Trypanosoma cruzi. Doença de chagas humana. Troponina T. Miosina. Autoanticorpos. Imunopatogenia
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a função endotelial venosa em pacientes chagásicos sem insuficiência cardÃaca. MÉTODOS: O grupo Chagas (G1) foi composto por quatorze mulheres e dois homens com idade de 46 ± 2,7 anos, e o grupo controle (G0), por sete mulheres e um homem, pareados em idade, peso, altura. A Técnica de Complacência da Veia Dorsal da Mão foi utilizada para avaliação da função endotelial venosa. Foram infundidas doses crescentes de fenilefrina para se obter pré-constrição de 70% do basal; a seguir, foram administradas acetilcolina e nitroprussiato de sódio para avaliar as respostas de venodilatação, respectivamente, dependentes e independentes do endotélio. RESULTADOS: Não houve variação entre os valores hemodinâmicos nos grupos durante o experimento. A dose média de fenilefrina necessária para pré-constrição da veia foi significativamente maior no G1 (1116 ± 668,2 ng/ml), comparada à do G0 (103 ± 28 ng/ml) p = 0,05. A resposta de venodilatação máxima dependente do endotélio foi significativamente menor no grupo G1 (65,5 ± 8%), comparada à do G0 (137 ± 20 %) p = 0,009. Não houve diferença nas respostas de venodilatação independente do endotélio entre os grupos. CONCLUSÃO: Pacientes com doença de Chagas sem insuficiência cardÃaca apresentam disfunção endotelial venosa.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar pacientes assintomáticos com forma crônica da doença de Chagas em relação a prevalência de arritmias ventriculares, disfunção ventricular esquerda e nÃveis plasmáticos do peptÃdeo natriurético tipo B (BNP). MÉTODOS: Avaliação clÃnica, eletrocardiograma (ECG), Ãndice cardiotorácico (ICT), eletrocardiograma dinâmico, ecocardiograma e dosagem BNP foram realizados em 106 pacientes do Ambulatório de Doença de Chagas, distribuÃdos em três grupos: GI (50-ECG normal), GIIA (31-ECG com alterações caracterÃsticas de doença de Chagas) e GIIB (25-ECG com outras alterações). RESULTADOS: Alterações eletrocardiográficas mais prevalentes no GIIA: bloqueio completo do ramo direito, bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (35% cada) e áreas inativas (32%), GIIB: alteração da repolarização inferolateral (28%) e sobrecarga ventricular esquerda (24%). Os valores médios do ICT foram semelhantes (p = 0,383). A prevalência de arritmia ventricular foi maior nos grupos GIIA (77%) e GIIB (75%) do que no GI (46%) (p = 0,002). A disfunção ventricular foi mais prevalente no GIIA (52%) e GIIB (32%) do que no GI (14%) (p = 0,001). A disfunção sistólica foi mais prevalente no GIIA (29%) do que no GIIB (20%) e GI (2%) (p < 0,001). A disfunção diastólica foi mais prevalente no GIIA (42%) e no GIIB (28%) do que no GI (12%) (p = 0,005). Os valores médios do peptÃdeo natriurético tipo B foram, respectivamente, 30 ± 88 pg/ml no GI, 66 ± 194 no GIIA e 24 ± 82 no GIIB (p = 0,121). CONCLUSÃO: Pacientes assintomáticos com forma crônica da doença de Chagas e ECG alterado têm maior prevalência de arritmias e disfunção ventricular esquerda do que pacientes com ECG normal. Os nÃveis plasmáticos do BNP foram semelhantes entre os grupos.
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O transplante de células-tronco é uma nova terapia com objetivo de produzir regeneração cardÃaca pela diferenciação ou aumento dos miócitos cardÃacos ou proliferação neovascular em pacientes no estágio final de insuficiência cardÃaca congestiva secundária a cardiomiopatia dilatada¹, mas os resultados são desconhecidos2,3.
Resumo:
A doença de Chagas é um sério problema de saúde na América Latina. Entre 25% e 30% dos pacientes infectados evoluem para a forma crônica (CCC), observando-se danos miocárdicos progressivos e, freqüentemente, morte súbita. Anticorpos com atividade para receptores de membrana acoplados a proteÃna G, adrenérgicos ou colinérgicos podem estar presentes no soro desses pacientes. No presente artigo serão discutidas a etiologia e a contribuição dos anticorpos na fisiopatologia da doença de Chagas.
Resumo:
FUNDAMENTO: O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) cardioembólico é uma manifestação clÃnica importante da cardiopatia chagásica crônica, no entanto, ainda não foram definidos sua incidência e os fatores de risco associados a este evento. OBJETIVO: Definir estratégias de prevenção de uma complicação freqüente e incapacitante da doença de Chagas, o AVEi cardioembólico. MÉTODOS: No perÃodo de março de 1990 a março de 2002, 1.043 pacientes com doença de Chagas foram recrutados e acompanhados até março de 2003 em um estudo prospectivo e observacional de coorte. Por meio da regressão de Cox foi desenvolvido um escore de risco de AVEi, que se correlacionou com a incidência anual desse evento: 4-5 pontos, > 4%; 3 pontos, 2% a 4%; 2 pontos, 1% a 2 %; e 0-1 ponto, < 1%. Foram avaliadas a eficácia e a segurança de duas coortes de tratamento: grupo 1, 52 pacientes em uso de varfarina por 14 ± 14 meses, mantendo INR 2-3; e grupo 2, 104 pacientes em uso de ácido acetilsalicÃlico (AAS) 200 mg/dia, por 22 ± 21 meses. RESULTADOS: No grupo 1, a taxa anual de sangramento maior necessitando hemotransfusão foi de 1,9%, sem ocorrência de AVEi. Por meio da regressão de Cox foram identificadas 4 variáveis independentes associadas ao evento (disfunção sistólica, aneurisma apical, alteração primária da repolarização ventricular e idade > 48 anos) sendo desenvolvido um escore de risco de AVEi, que se relacionou com a incidência anual desse evento. No grupo 2, não houve complicações hemorrágicas, e a incidência anual de AVEi foi de 3,2%, todos em pacientes com 4-5 pontos. CONCLUSÃO: Por meio da análise de risco-benefÃcio, varfarina estaria indicada aos pacientes com 4-5 pontos, cuja incidência de evento supera a taxa de sangramento maior. No subgrupo de 3 pontos, as taxas de evento e sangramento com anticoagulante se equivalem, sendo indicados AAS ou varfarina, conforme o risco individual de sangramento ou embolização. Nos pacientes com 2 pontos, com baixa incidência de AVEi, seriam recomendados AAS ou nenhuma profilaxia. Os pacientes com 0-1 ponto, com incidência do evento próxima a zero, não necessitam de profilaxia.
Resumo:
Descreve-se o acometimento cardÃaco em cinco pacientes autóctones da Amazônia com diagnóstico de Doença de Chagas Aguda (DCA). Quatro desses pacientes apresentaram provável transmissão oral. Todos apresentaram algum grau de acometimento cardÃaco, não havendo nenhum óbito.
Resumo:
FUNDAMENTO: Métodos cardiológicos não invasivos têm sido utilizados na identificação de comprometimento miocárdico na doença de Chagas. OBJETIVO: Verificar se a cintilografia miocárdica de perfusão em repouso e esforço é capaz de identificar comprometimento miocárdico precoce na forma indeterminada da doença de Chagas. MÉTODOS: Dezoito pacientes portadores da forma indeterminada da doença de Chagas e igual número de controles normais, pareados pelo sexo e idade, foram submetidos a cintilografia miocárdica de repouso e esforço com sestamibi-99mTc com o objetivo de detectar lesões cardÃacas precoces. RESULTADOS: Os resultados não mostraram defeitos de perfusão ou da função ventricular nos pacientes na fase indeterminada da doença de Chagas e nos controles normais, exceto em um paciente que apresentou sinais de disfunção ventricular na análise funcional na cintilografia miocárdica de perfusão sincronizada com o eletrocardiograma (ECG). CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo, em que pese o pequeno número de pacientes, mostraram que a cintilografia miocárdica de repouso e esforço com sestamibi-99mTc não é um método eficaz para detectar precocemente alterações miocárdicas na forma indeterminada da doença de Chagas.
Resumo:
Relatamos a associação entre a cardiopatia associada ao miocárdio não compactado do ventrÃculo esquerdo (MNCVE) à cardiopatia chagásica crônica (CCC) em paciente com clÃnica de insuficiência cardÃaca, acidente vascular cerebral isquêmico e arritmia cardÃaca. As imagens tÃpicas de MNCVE e CCC foram documentadas pela ressonância magnética cardÃaca (RMC).
Resumo:
FUNDAMENTO: Anormalidades do metabolismo miocárdico têm sido observadas em pacientes com insuficiência cardÃaca de diferentes etiologias. A espectroscopia por ressonância magnética (ERM) com fósforo 31 é uma técnica não invasiva que permite a detecção de alterações metabólicas miocárdicas. OBJETIVO: Determinar o metabolismo de repouso dos fosfatos de alta energia em pacientes portadores de doença de Chagas (DC) pela ERM com fósforo 31. MÉTODOS: Foram estudados 39 pacientes com DC, sendo 23 com função ventricular preservada (Grupo FP) e 16 com disfunção ventricular (Grupo DV), avaliados pela ecodopplercardiografia. A ERM da região anterosseptal foi realizada nos 39 pacientes e em 8 indivÃduos normais (Grupo C), por meio de um aparelho Phillips de 1,5 Tesla, obtendo-se a relação fosfocreatina/trifosfato de adenosina beta (PCr/β-ATP) miocárdicos. RESULTADOS: Os nÃveis cardÃacos de PCr/β-ATP estavam reduzidos no Grupo DV em relação ao Grupo FP, e estes apresentaram nÃveis reduzidos em relação ao Grupo C (Grupo DV: 0,89 ± 0,31 vs Grupo FP: 1,47 ± 0,34 vs Grupo C: 1,88 ± 0,08, p < 0,001). Houve correlação entre a fração de ejeção do ventrÃculo esquerdo e a PCr/β-ATP nos 39 pacientes estudados (r = 0,64, p < 0,001). Os pacientes em classe funcional I (n = 22) apresentaram PCr/β-ATP de 1,45 ± 0,35, e aqueles em classes funcionais II e III (n = 17), PCr/β-ATP de 0,94 ± 0,36 (p < 0,001). CONCLUSÃO: A ERM permitiu detectar de forma não invasiva alterações no metabolismo energético em pacientes com DC, mesmo sem disfunção sistólica; tais alterações estavam relacionadas com a gravidade do comprometimento cardÃaco.