680 resultados para Sociedade anônima, discursos, ensaio, conferências, Brasil
Resumo:
Como a energia el��trica �� um bem essencial em nossa sociedade, este artigo analisa a evolu����o da forma����o e estrutura����o do setor el��trico brasileiro, desde o surgimento da energia el��trica no Brasil, em 1880, at�� o final de 2002. A an��lise se faz a partir da descri����o hist��rica linear, com cortes em fatos determinantes que s��o detalhados e analisados, mostrando-se os principais atores sociais, seus interesses e influ��ncia, na data desses cortes. Foi utilizada a metodologia qualitativa e o referencial da teoria institucional, com base na configura����o do campo organizacional, al��m da an��lise de documentos e de entrevistas em profundidade, realizadas com dirigentes do setor que participaram dessa hist��ria. Finalmente, o artigo mostra como o ambiente externo �� o principal elemento que influencia a trajet��ria do setor el��trico, nomeadamente quanto ao investimento ou n��o de recursos financeiros.
O governo e a m��dia na configura����o do macroambiente para os biocombust��veis l��quidos no Brasil
Resumo:
Este artigo identifica as dimens��es nas quais o governo e a m��dia do Brasil t��m configurado o macroambiente para os biocombust��veis l��quidos ao longo do tempo e testam a exist��ncia de similaridade entre esses meios de express��o da sociedade na configura����o do macroambiente. Para atingir o objetivo, foi realizada uma pesquisa documental a partir das not��cias sobre o tema "biocombust��veis l��quidos" veiculadas pela m��dia escrita e de documentos oficiais do governo brasileiro tratando do mesmo tema. Foram coletados documentos textuais em formato eletr��nico para um per��odo de 10 anos (1997 a 2006). A extra����o do conhecimento dos textos em formato eletr��nico foi realizada por meio de minera����o em textos, aplicando-se uma estrutura de an��lise espec��fica contendo as dimens��es macroambientais e suas respectivas "palavras-d", que foram definidas a partir das palavras mais frequentes nas ��reas do conhecimento relacionadas a cada dimens��o. Os resultados indicam que a configura����o do macroambiente para os biocombust��veis l��quidos pela m��dia e pelo governo difere quanto ao uso das dimens��es macroambientais. A configura����o do macroambiente tamb��m apresentou varia����es ao longo do per��odo analisado, tanto na m��dia quanto no governo. Testes de similaridade, ader��ncia e homogeneidade confirmam a exist��ncia de diferen��as entre a m��dia e o governo. As implica����es dos resultados encontrados para a atividade de escaneamento macroambiental destinado ao planejamento estrat��gico das organiza����es em geral e dos biocombust��veis l��quidos em particular s��o discutidas.
Resumo:
As ideias de desenvolvimento local s��o controversas, pouco consensuadas e, ��s vezes, at�� antag��nicas entre si, tanto no Brasil quanto no debate internacional. Diante dessa pol��mica, este artigo discute a gest��o do desenvolvimento local a partir de instrumentos selecionados por meio de uma an��lise explorat��ria n��o apenas conceitual e te��rica, mas sobretudo pr��tica. Do ponto de vista metodol��gico, foi realizada uma an��lise comparada de experi��ncias regionalmente distribu��das, levando-se em conta suas inser����es em redes sociais e seus resultados econ��micos na regi��o em que est�� inserida (Sul, Sudeste e Nordeste). Percebe-se que refletir sobre o desenvolvimento local desdobra-se em duas frentes: uma de reprodu����o da l��gica capitalista em escala localizada (tradicional) e outra de tentativas contra-hegem��nicas (solid��ria). Assim, algumas quest��es centrais foram identificadas para orientar uma reflex��o sobre a interven����o dos atores da sociedade civil e dos governos na formula����o de propostas e iniciativas de desenvolvimento econ��mico local.
Resumo:
Todos os governos est��o sendo submetidos a restri����es or��ament��rias, a fazer mais com menos e a sociedade est�� exigindo mais transpar��ncia, justi��a e equidade nos contratos p��blicos. A tecnologia est�� cada vez mais presente, ofertando maior gama de produtos com preocupa����o ambiental. Todo esfor��o governamental para melhoria da qualidade dos gastos correntes com bens e servi��os utilizados no setor p��blico deve passar pela moderniza����o da gest��o da cadeia de suprimento. Na maioria dos casos, este esfor��o resume-se �� parte do processo, como os sistemas de compras. Est�� demonstrado que existe enorme potencial de moderniza����o em outras fases do processo log��stico, como a gest��o de estoques, engenharia de padroniza����o e especifica����o de bens e servi��os, gest��o de contratos e gest��o de fornecedores. Isso �� relevante na administra����o p��blica, pois os gastos com compras de bens de servi��os podem representar at�� 36% dos or��amentos das unidades governamentais. Assim, cabe ao poder p��blico desenvolver t��cnicas ou adapt��-las da iniciativa privada e incorpor��-las �� gest��o p��blica para aumento da efici��ncia e efic��cia destes gastos. As pesquisas no Brasil nesta ��rea da gest��o p��blica s��o deficientes e requerem esfor��o dos pesquisadores para dirimir d��vidas ainda persistentes, como as raz��es do baixo uso do com��rcio eletr��nico, dificuldades de fornecedores participarem mais intensivamente no processo e t��cnicas de gest��o da cadeia de suprimento adaptadas ao setor p��blico. A nossa pesquisa identificou que a gest��o de gastos p��blicos no Brasil deve ser tratada em todas as fases da cadeia de suprimento de bens e servi��os, como uso intensivo do governo eletr��nico, ou seja, desde o levantamento das necessidades at�� a utiliza����o final, com sistemas integrados. A grande maioria de unidades de governo do Brasil n��o est�� utilizando t��cnicas adequadas no planejamento de necessidades de materiais e servi��os alinhados com o plano estrat��gico, desenvolvimento de fornecedores, processo virtual, gest��o de estoques, gest��o estrat��gica, gest��o de custos relevantes e outros importantes, dentro de uma vis��o integradora, tanto interna como externa, para minimizar custos operacionais das transa����es, alcance de metas de redu����o dos gastos, melhoria da capacidade de investimento e maximiza����o dos servi��os essenciais para a popula����o.
Resumo:
Em 1946, Guerreiro Ramos publica a resenha "A sociologia de Max Weber - sua import��ncia para a teoria e a pr��tica da administra����o", na Revista do Servi��o P��blico - RSP. Nela, mais do que apresentar ao leitor a obra de Weber Economia e sociedade, com foco em sua metodologia, tamb��m procura demonstrar sua aplicabilidade no trato das quest��es da administra����o p��blica e sua relev��ncia num pa��s "culturalmente colonial" como o Brasil. A considerar as especificidades da produ����o de conhecimento no campo de estudos organizacionais e o fato de Guerreiro Ramos expressar, no ensaio, uma vis��o que n��o �� a que prevaleceu no campo, mas que �� fiel �� sociologia compreensiva e �� metodologia ideal-t��pica, cabe aqui o esfor��o de reiterar o referido trabalho de Guerreiro Ramos a partir da proposi����o de uma discuss��o de car��ter te��rico conceitual com base no conte��do resenhado relacionado �� constru����o metodol��gica da cr��tica ideal-t��pica.
Resumo:
O termo judicializa����o vem sendo utilizado nos pa��ses para nomear os mais diversos fen��menos que se diferenciam quanto �� intensidade, profundidade e historicidade. A recente inser����o do Poder Judici��rio no campo da sa��de no Brasil pode ser percebida como uma forma de "judicializa����o da pol��tica". O termo, entretanto, carece de uma defini����o mais clara, que permita identificar mais precisamente a profundidade desse fen��meno no Brasil. Nos ��ltimos anos, observou-se no Brasil um aumento vultoso do n��mero de a����es judiciais voltadas para a garantia do direito �� sa��de. Isso implicou, entre outras cosias, uma apropria����o r��pida dos gestores da sa��de da express��o "judicializa����o da sa��de". Muitas das a����es da ��rea da sa��de t��m chegado �� inst��ncia m��xima do Judici��rio brasileiro. A fim de refletir sobre essas a����es, o Supremo Tribunal Federal (STF) convocou uma Audi��ncia P��blica (AP) para ouvir de toda a sociedade quest��es relacionadas ao direito �� sa��de. Cinquenta pessoas tiveram a oportunidade de se pronunciar nessa audi��ncia. Assim, com base na an��lise da ret��rica, este estudo observa as falas desses oradores, buscando compreender o posicionamento perante o fen��meno da judicializa����o, os principais argumentos utilizados e as consequ��ncias para a gest��o em sa��de.
Resumo:
Este ensaio objetiva refletir sobre a administra����o p��blica como campo de conhecimento; especificamente, interpretar o campo no seu est��gio atual e indicar estrat��gias para seu desenvolvimento no Brasil. Esta reflex��o �� baseada no conceito de campo de conhecimento de Bourdieu (2004); evidencia as caracter��sticas mais marcantes do campo da administra����o p��blica, destacando a necessidade de libertar-se da an��lise dos movimentos ocorridos no panorama p��blico nacional, para compreender teoricamente o que justifica esses movimentos, explic��-los �� luz das teorias existentes ou desenvolver teorias que os expliquem; indica a necessidade de repensar a pesquisa e sua condi����o de submiss��o ou escravid��o a esses movimentos; e sugere a necessidade de se estabelecerem mais claramente os limites disciplinares, procurando a determina����o do objeto e dos temas, e a coer��ncia te��rica e metodol��gica de sua abordagem.
Resumo:
Esse artigo analisa a trajet��ria recente da pol��tica penitenci��ria em S��o Paulo, o estado brasileiro com o maior n��mero de pessoas encarceradas. A partir de uma abordagem qualitativa, realizou-se pesquisa analisando os diferentes contextos e indicativos das pol��ticas p��blicas utilizadas, ressaltando as dificuldades existentes para sua institucionaliza����o. Os levantamentos revelam que a expans��o do sistema �� marcada por um endurecimento dos regimes de aplica����o da pena, encerrando um breve per��odo de humaniza����o nos anos 1980. O recrudescimento das a����es da "sociedade dos cativos", a dissemina����o de controles mais r��gidos, como o Regime Disciplinar Diferenciado, o embate pol��tico e midi��tico refor��aram um ciclo vicioso voltado para o aumento da repress��o. Conclui-se que foram mantidas as caracter��sticas paradoxais do sistema prisional, em que de um lado a sociedade assume a cust��dia de seus agressores e a defesa de sua dignidade humana como obriga����o moral, enquanto falha na perspectiva de garantia de suas necessidades b��sicas. Assim, o equil��brio entre as estrat��gias de expans��o do sistema carcer��rio e outras a����es de respeito aos direitos dos presos somente ter�� efetividade com a firme ado����o de processos de inclus��o social dos encarcerados.
Resumo:
Este artigo visa a ampliar a compreens��o do fen��meno da legitimidade das organiza����es da sociedade civil (OSC), interpretando-o �� luz da teoria da capacidade cr��tica, de Boltanski e Th��venot (2006). Mais especificamente, trata-se de identificar, por meio da an��lise do discurso de atores representativos do campo, quais s��o as justificativas que embasam a atua����o e a exist��ncia das OSC, conferindo-lhes legitimidade. Tomando por base a fundamenta����o te��rica e a an��lise da trajet��ria do campo no Brasil, algumas hip��teses foram formuladas: 1) que diversas l��gicas s��o utilizadas nas justificativas; 2) que o encontro dessas l��gicas provoca disputas e conflitos; 3) que possibilita a constru����o de passarelas; e 4) que existem l��gicas predominantes que isolam a exist��ncia das outras. Por meio de an��lise de conte��do do discurso de 46 atores representativos do campo das OSC na regi��o Sul do Brasil, as hip��teses foram testadas e concluiu-se que as dimens��es predominantes da legitimidade nessas OSC s��o a pragm��tica e a moral, as quais estimulam a adapta����o das OSC a padr��es estabelecidos externamente, enfraquecendo a pluralidade e, por conseguinte, a democracia no campo.
Resumo:
Os congestionamentos e as dificuldades de locomo����o nos grandes centros urbanos t��m desafiado os gestores p��blicos a encontrar solu����es que favore��am a mobilidade. Dentre as alternativas mais promissoras, encontra-se o uso do transporte ferrovi��rio metropolitano (metr��) que, no Brasil, ainda est�� limitado a poucas capitais. Desta forma, o presente trabalho visa analisar o estado atual dos metr��s brasileiros. Foi realizada uma pesquisa de campo juntamente com a coleta de dados bibliogr��ficos de forma a retratar a quantidade de linhas, esta����es e sua extens��o, a quantidade de usu��rios, a mobilidade existente em rela����o a integra����es com outros modais, os valores tarif��rios, os custos, investimentos e outras caracter��sticas. O estudo concluiu que todos os servi��os apresentam dificuldades de expans��o e defici��ncias nos servi��os ao cliente e na comunica����o com a sociedade.
Resumo:
Este ensaio descreve o processo de consolida����o da Rep��blica no Brasil, demonstrando que o caso ilustra a mudan��a transformativa das institui����es pol��ticas por meio da a����o de grupos de interesse. Pretende-se contribuir para preencher duas importantes lacunas te��ricas. Por um lado, a escassez de teoriza����o sobre a administra����o p��blica brasileira com enfoque hist��rico e n��o instrumental. Por outro lado, o atual debate no Novo Institucionalismo acerca dos processos de mudan��a institucional. Assim, o trabalho apresenta como principais resultados a identifica����o e classifica����o das estrat��gias das elites republicanas que rotinizaram a administra����o p��blica brasileira, ao mesmo tempo que consolidaram o novo regime pol��tico.
Resumo:
Este artigo parte do entendimento de que as pol��ticas p��blicas culturais do Estado brasileiro v��m ganhando destaque nos ��ltimos anos. Nesse contexto, surgem quest��es como: o que o Estado legitima como "cultura nacional"? Como o patrim��nio �� entendido na perspectiva da pol��tica cultural? Elas t��m sido necess��rias para compreender a gest��o de programas culturais voltados aos patrim��nios. Assim, esta pesquisa busca realizar um levantamento hist��rico sobre as pol��ticas p��blicas culturais voltadas para os patrim��nios no Brasil, desde a cria����o do Iphan at�� a implanta����o do Programa Nacional do Patrim��nio Imaterial (PNPI), em 2000, provocando uma mudan��a na compreens��o dos patrim��nios nacionais. A discuss��o se d�� a partir da an��lise dos discursos de atores envolvidos na implementa����o da prote����o dos bens imateriais, o que poderia ser ressaltado.
Resumo:
A pr��tica de suic��dio nos Sorowaha, povo de l��ngua Arawa do m��dio Purus (AM, Brasil), atrav��s da ingest��o do sumo da raiz de timb�� (konaha), mediatiza singularmente as rela����es entre os indiv��duos e a sociedade, projetando uma totalidade social ��s expensas de um drama ritual individualizador. A relev��ncia do fen��meno �� evidenciada tanto pelas taxas de mortalidade que ali se verificam, cerca de cem vezes as m��dias ocidentais, como tamb��m pela inusitada freq����ncia com que as tentativas, por motivos os mais variados, ocorrem entre eles. O presente ensaio procura examinar as vari��veis sociol��gicas desse padr��o de morte volunt��ria, para em seguida discutir outras dimens��es anal��ticas.
Resumo:
Neste artigo descrevo os eventos pol��ticos principais que, em julho de 2001, levaram �� instala����o de port��es e c��meras em volta do Jacarezinho, a segunda maior favela do Rio de Janeiro, e as imediatas rea����es negativas a essas medidas na imprensa - especialmente jornais e redes de TV. Analiso essas rea����es a partir de dados etnogr��ficos que tenho coletado desde junho de 2001 no Rio de Janeiro, quando iniciei um trabalho de colabora����o com ativistas negras/os que, com a ajuda de ex-membros do grupo Panteras Negras (EUA), ousaram desafiar a pol��cia, os traficantes de drogas e, de fato, setores mais amplos da sociedade. Atrav��s da an��lise da cobertura dos jornais sobre o "condom��nio-favela" e dos debates p��blicos que se seguiram, demonstro como tais discursos, ainda que de forma freq��entemente t��cita, desumanizam negras/os ao associ��-las/os ao crime, �� corrup����o e ��s favelas - bairros das classes trabalhadoras considerados como o local onde futuras gera����es de negras/os perigosas/os continuar��o a aterrorizar a imagina����o e a vida daquelas pessoas que n��o moram em favelas. Concluo o artigo com uma avalia����o da literatura acad��mica sobre cidades brasileiras e sugiro que �� necess��rio dar aten����o ��s formas como ra��a e espa��o urbano interagem se a pesquisa nessa ��rea pretende compreender e dialogar com ativistas moradores de favelas que n��o t��m outra sa��da a n��o ser confrontar sua cont��nua desumaniza����o.
Resumo:
A presen��a da psican��lise, como saber e institui����o, modificou-se bastante no Brasil, desde o final dos anos 1970, quando sua presen��a e influ��ncia vis��veis na sociedade e na cultura nacionais tinham atingido o seu auge. Diversas an��lises recentes apontam para uma descentraliza����o, diversifica����o e complexifica����o da oferta psicoterap��utica; ao mesmo tempo em que se reconhece um intenso recrudescimento da oferta de recursos religiosos ou para-religiosos. Inicialmente, esse reconhecimento se concentrou nas alternativas associ��veis ao estilo Nova Era, caracter��sticas das camadas m��dias metropolitanas, que podem ser - frequentemente - consideradas como varia����es de uma cultura psicologizada. O crescimento da ades��o ��s seitas pentecostais, principal caracter��stica dos desenvolvimentos religiosos nas camadas populares, parecia seguir uma outra l��gica, tamb��m fartamente estudada. Mais recentemente, surgiram media����es entre as religi��es evang��licas e pentecostais e a psican��lise que provocaram grande surpresa e inquieta����o nos meios intelectuais. O di��logo entre a pesquisa de Carvalho sobre esse ��ltimo processo e a pesquisa de Duarte sobre a din��mica das cosmologias (Weltanschauungen) religiosas e laicas em confronto na sociedade brasileira contempor��nea permite apresentar novas interpreta����es desse quadro din��mico.