576 resultados para Relações Enfermeiro-Paciente
Resumo:
O aluno de graduação vive momentos intensos quando se depara com os primeiros pacientes durante a formação médica. Colocar-se à frente de um paciente, aflito, exige que o aluno compreenda as diversas demandas de seu paciente. O intuito deste trabalho é promover uma reflexão sobre os fenômenos psíquicos e emocionais presentes em qualquer relação assistencial e discutir suas implicações e efeitos. Buscou-se compreender melhor o que o estudante tem a oferecer ao paciente, ajudando-o a observar e a valorizar as reações que pode despertar em seus pacientes, apesar de seu conhecimento ainda incipiente dos aspectos biomédicos do adoecer. Foi feita uma tentativa de elucidar o fenômeno da transferência e explorar suas implicações na relação médico-paciente
Resumo:
Este trabalho focaliza a comunicação na relação médico-paciente, identificando pontos potencialmente geradores de dificuldades linguísticas para o médico. Os aspectos focalizados dizem respeito, primeiramente, ao emprego, pelas partes envolvidas numa situação de comunicação, de variedades linguísticas diferentes; e em segundo lugar, às estratégias discursivas empregadas. Defendemos que, para o médico, é fundamental ter certeza de que compreendeu o problema que lhe foi trazido, mas, para isso, terá de procurar confirmar com o paciente, em diferentes momentos da consulta, sua compreensão das informações que está recebendo e saber passar-lhe, de modo compreensível, seu julgamento da situação clínica e as ações necessárias. As situações que ilustram os problemas aqui referidos fazem parte da experiência profissional dos autores
Resumo:
Este estudo quanti-qualitativo objetivou identificar concepções sobre Medicina Convencional e Acu puntura que contribuem para entender os motivos que levam médicos a procurarem conhecer ou se especializar em Acupuntura. Foram pesquisados 175 médicos do Curso de Desenvolvimento em Me dicina Chinesa − Acupuntura, do Center-AO − Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa e Universidade Federal de São Paulo − Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM), com questio nário composto por perguntas abertas e fechadas. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, e as respostas foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo, buscando desvelar unidades de significado. A partir disso, foram estabelecidas categorias gerais e específicas, que passaram a dar significado aos discursos. Dessa forma, foram obtidos três grupos categoriais: "aprimoramento profis sional", "ampliar seu próprio horizonte de vida" e "compreender o paciente em uma dimensão mais abrangente". Nossos dados revelaram que os médicos desejam exercer a Acupuntura de forma inte grada à Medicina Convencional, no bojo da qual a Acupuntura vem se firmando como especialidade médica.
Resumo:
A confiança no médico e o sucesso terapêutico dependem, além de outros fatores, de uma boa comunicação entre profissional de saúde e paciente. O presente estudo buscou conhecer a percepção dos pacientes sobre aspectos da comunicação não verbal que influenciam a consolidação da confiança no médico. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, com amostra aleatória de pacientes alocada em locais públicos da cidade. Foram realizadas 182 entrevistas com pessoas de idades entre 18 e 88 anos, registrando-se preferência pelo perfil mais tradicionalista do profissional, com roupas brancas, cabelos aparados e sem acessórios. O uso de maquiagem e acessórios (brincos, pulseiras, etc.) para mulheres é aceito com moderação. Existe restrição ao uso de piercings, tatuagens e brincos em homens, especialmente pela população idosa. Confirmando a importância da aparência na comunicação médico-paciente, o estudo destaca a necessidade da inserção do tema nos currículos médicos, uma vez que esses aspectos são pouco discutidos na formação do profissional médico, o que permitirá reflexões sobre aspectos não verbais da comunicação na relação médico-paciente e poderá influenciar positivamente as atitudes dos novos profissionais.
Resumo:
Discute-se a necessidade de cuidar, no campo afetivo, das relações estabelecidas entre médicos e pacientes, o que depende de modelos de humanização durante o ensino médico. Em 2003, a Unifesp iniciou uma unidade curricular (UC) que propôs a Observação das Práticas Médicas (OPM) aos primeiranistas do curso médico. Após a observação, seguia-se uma discussão das experiências de modo expositivo e reflexivo, com professores de diversas subáreas. O objetivo do estudo foi avaliar a influência imediata e ao longo do tempo desta UC sobre 30 graduandos de Medicina do primeiro ao terceiro ano (dez por ano), utilizando um questionário de abordagem quantitativa (cinco questões de múltipla escolha) e qualitativa (três questões abertas, categorizadas após análise e consenso dos dois autores). Concluiu-se que a UC permitiu a apresentação de práticas médicas aos iniciantes, que tinham pouco contato com as mesmas. Ao longo dos anos, observou-se uma modificação na percepção dos alunos sobre a OPM: os alunos das primeiras séries valorizaram o acolhimento emocional, enquanto os de séries mais adiantadas, o conhecimento do seu campo de aprendizado e atuação futura
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O termo "má notícia" designa qualquer informação transmitida ao paciente ou a seus familiares que implique, direta ou indiretamente, alguma alteração negativa na vida destes. Por ser uma tarefa tão estressante, muitos médicos a evitam ou a realizam de maneira inadequada. Esse fato traz inúmeras consequências negativas para o paciente e seus familiares. Embora seja objeto de estudo em diversos cursos de Medicina em nível internacional, o tema ainda é pouco abordado por professores e estudantes no contexto brasileiro. O protocolo Spikes descreve de maneira didática seis passos para comunicar más notícias. Esses passos foram utilizados em aula para alunos do terceiro semestre do curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Em seguida, os alunos avaliaram o método por meio de perguntas abertas. De maneira geral, foi considerado um modelo válido, apesar de serem consideradas possíveis limitações, como a necessidade de ser individualizado e adaptado a cada situação.
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Nos últimos anos, diretrizes para a comunicação médica de más notícias aos pacientes foram publicadas. Treinamentos para esta tarefa passaram a ser incluídos nos currículos de graduação, especialização e educação médica continuada. O objetivo desta revisão foi avaliar as evidências existentes na literatura sobre a eficácia destes treinamentos. Apenas sete estudos controlados, quatro dos quais randomizados, foram encontrados. Quatro deles indicam melhora dos aprendizes que foram treinados. Estes achados mostram que o treinamento em comunicação de más notícias pode ser eficaz para médicos e estudantes, mas há importantes limitações que impedem conclusões definitivas. Estas limitações são discutidas.
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Mais de 200 idiomas são falados no Brasil e, apesar do domínio da língua portuguesa, esta não é capaz de abarcar todas as necessidades de expressão da sociedade pluricultural brasileira. Assim, outras formas linguísticas surgiram para representar diferentes grupos sociais, como a língua brasileira de sinais (libras), utilizada pelos surdos. Diferentemente de mímica, a libras constitui um sistema linguístico de natureza gestual-visual, com estrutura gramatical própria. No contexto em que muito se discute acessibilidade, torna-se importante difundir conhecimentos sobre libras entre discentes de cursos de saúde, para contribuir na formação de profissionais habilitados a compreender e auxiliar as necessidades das pessoas que a utilizam como sua primeira língua. Assim, este trabalho busca relatar a experiência vivenciada com o minicurso de libras ministrado aos discentes dos cursos de saúde da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e divulgar os resultados colhidos como frutos da oficina que almejou diminuir a desinformação provocada pela barreira linguística e cultural existente entre ouvintes e surdos, proporcionando aos acadêmicos noções elementares que permitam melhorias nas futuras relações médico-paciente estabelecidas entre esses dois grupos.
Resumo:
Partindo de uma discussão do conceito de saúde-doença, percebe-se que um dos enfoques atuais inclui a percepção do sujeito quanto à sua condição. Porém, a hegemonia de um método clínico que, muitas vezes, não considera esta individualidade levou alguns profissionais a discutir as necessidades de mudanças na abordagem médica. Por meio da discussão do caso relatado, percebemos que a relação médico-paciente influencia direta ou indiretamente a satisfação, o estado de saúde do paciente e a qualidade dos serviços de saúde. O cuidado efetivo requer um olhar atento às reais necessidades do paciente e respeito às suas opiniões sobre o adoecimento, suas percepções e sua cultura. A Medicina Centrada na Pessoa é um método clínico que propõe uma abordagem médica que possibilita o atendimento integral e humanístico e respeita a autonomia das pessoas.
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As modificações da medicina tornaram o conhecimento biomédico soberano, gerando a perda da relação médico-paciente, o que fomentou o movimento pela humanização. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), formou-se o projeto de extensão "ProCura - a arte da vida", a fim de implementar a humanização entre os alunos e em suas relações profissionais. Seus objetivos se baseiam nos pilares: relação estudante-paciente, relação estudante-estudante e formação teórico-reflexiva, e se subdividem nos grupos Cineclube, Clown e Contação de Histórias. De 2010 a 2012, 79 alunos participaram e atenderam 905 pacientes, 505 acompanhantes e 107 funcionários. Apesar de limitações de alcance no que concerne a atingir todos os alunos do Setor de Ciências da Saúde, o projeto pretende fomentar a discussão entre grupos e que seus ideais e atividades se espalhem e permeiem o meio acadêmico.
Resumo:
Este trabalho tem como objetivo analisar o papel do enfermeiro psiquiatra na assistência ao doente mental internado, entendendo esta prática não isoladamente mas enquanto prática social e histórica. A pesquisa empírica foi realizada em dois hospitais psiquiátricos, em duas etapas: observação de campo e entrevistas com os enfermeiros. Verificamos que a ênfase do papel do enfermeiro não está no relacionamento terapêutico mas em atividades administrativas e que a relação que os componentes da equipe de enfermagem mantêm com o paciente é autoritária e reproduz o autoritarismo das instituições. Portanto, o discurso da escola que define o papel do enfermeiro como terapêutico, exercido por meio do relacionamento terapêutico é de caráter ideológico, levando-nos a sugerir que as relações ensino/aprendizagem devam ser estabelecidas a partir da práxis.
Resumo:
Trata-se de um estudo como caracterização dos gestos e posturas utilizados pelo enfermeiro durante a orientação sistematizada de familiares dos pacientes internados em UTI. Os dados foram coletados através de filmagem das interações entre a enfermeira e o familiar. Na análise foram identificadas as diversas categorias dos gestos propostos por Ekman e Friesen. Entre os resultados destacou-se com maior frequência a presença dos gestos ilustrativos, o que foi positivo, pois eles contribuiram para enfatizar a fala da enfermeira e facilitar a compreensão do familiar.
Resumo:
Este estudo pretende desvelar contradições no cuidado humanizado do enfermeiro na UTI. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de orientação dialética, com sete enfermeiros, quatro familiares e um paciente em uma UTI de Adultos de um Hospital Universitário do Estado de Santa Catarina. Utilizamos a observação participativa e a entrevista semi-estruturada. O referencial teórico-filosófico baseou-se nas idéias marxistas e gramscianas de contradição. Verificou-se que o cuidado humanizado está inserido em uma complexa teia, em que o saber cuidar parece dar vazão ao estreitamento dos vínculos e o fazer cuidar segue uma estratégia impessoalizante dentro da lógica de produção de saúde parcelar e rotinizada. A dissociação entre o saber e o fazer também contempla as dificuldades em lidar com os encargos de sofrimento e as limitações profissionais-institucionais. Concluímos que o conhecimento dessa realidade seja um novo velho desafio ao enfermeiro, em busca da constante construção/reconstrução da enfermagem em termos de práticas, saberes e relações.
Resumo:
O estudo objetivou reconhecer a autonomia e a vulnerabilidade do enfermeiro no processo de implantação e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), através de revisão bibliográfica integrativa, mediante análise de conteúdo. Dentre os artigos pesquisados, selecionaram-se 40 em conformidade com o foco, publicados entre 1998 e 2008. Os resultados apresentaram duas categorias de significados principais: Benéficos Associados à Prática da SAE (ao paciente, para a profissão e para a instituição) e Fatores Determinantes para a Implantação/Implementação da SAE (competência do enfermeiro, formação e ensino, registro-instrumentos, infra-estrutura e compartilhamento-construção coletivos). Na integração de ambas, destacou-se a autonomia no agir com liberdade e responsabilidade, na tomada de decisão com base científica e na conquista do valor de seu trabalho social, bem como a vulnerabilidade expressa pelas relações interpessoais, no desgaste gerado pelo estresse profissional e no risco inerente à assistência.
Resumo:
Este trabalho objetivou descrever a percepção dos enfermeiros sobre a prática assistencial na perspectiva da longitudinalidade. Trata-se de estudo descritivo-exploratório qualitativo, realizado com vinte enfermeiros da saúde da família de municípios da 10ª Regional de Saúde do Paraná, mediante entrevistas semiestruturadas, em abril de 2010, com dados submetidos à análise de conteúdo. Os resultados apontaram para a categoria: benefícios e implicações das ações realizadas na perspectiva da longitudinalidade, que identificou que esse cuidado ocorre junto à criança, usuário em situação de doença crônica, família e por meio de grupos. O trabalho em equipe, acessibilidade, coparticipação do usuário, visita domiciliária e as ações de prevenção à saúde viabilizam a longitudinalidade, impactando positivamente na saúde das pessoas. Conclui-se que a longitudinalidade melhora a qualidade de vida da população e viabiliza a resolutividade no primeiro nível de atenção à saúde.