51 resultados para Racial minority trainees
Resumo:
1) "Purú-purú" é uma palavra indígena que quer dizer "pintado" ou "manchado", peculiar à Amazonia Brasileira. Com êsse nome é designada uma dermatose referida entre os selvicolas desde 1774, por Ribeiro Sampaio. Certas tribus, com alta incidência da moléstia passaram a ser cahamadas também "Purú-purús", o mesmo acontecendo com o rio onde habitavam - Rio Purús. 2) A doença existe na bacia do Rio Solimões e seus principais afluentes: Javari, Juruá, Purús, Içá, Japurá, e Negro. Por esses rios, o fóco da dermatose se continua nos países limitrofes com o Brasil: Guianas, Venezuela, Colombia, Perú (Equador) e Bolivia. 3) Desde 1890 essa dermatose foi relacionada à pinta (carate ou mal del pinto) por P. S. de Magalhães, idéa essa depois defendida por Juliano Moreira, Carlos Chagas, Roquete Pinto, Wappeus, O. da Fonseca Filho, Da Matta, Brumpt e outros, baseados na semelhança clínica e na terapêutica. Recentemente (1945), essa provavel identidade das duas dermatoses, recebeu fundamento sorológico de Biocca (que verificou a positividade das reações de Kline e Kahn em doentes de purú-purú), e, pelo presente trabalho, recebe base clínico-epidemio-anatomo-patológica. 4) Sob o ponto de vista clínico, as lesões cutaneas discromicas da moléstia, são de 3 órdens: a) lesões papulo-eritemato-escamosas, isoladas ou não, arredondadas, pruriginosas e de bordos nitidos; b) lesões maculo-escamosas, maiores mais pálidas, ás vezes já mostrando alterações pigmentares na parte central; c) máculas discromod´rmicas, lisas ou ligeiramente escamosas, com maior ou menor alteração pigmentar, as quais assumem diferentes aspéctos, consequentes à hipo - ou hiperpigmentação, variaveis também com a côr do paciente. As colorações predominantes nas manchas, são o branco, o preto e o vermelho, com tonalidades eminentemente variaveis. Embora raramente, nessas extensas dermodiscromias, observa-se superposição de lesões papulo-eritemato-escamosas. O aparecimento dos 3 tipos de leões acima citados, obedece seguramente a um processo evolutivo da dermatose, dando-se na órdem exposta e de acordo com o tempo de doença. Além das lesões discromicas, características da enfermidade, foi observado purido, e infartamento ganglionar. O estado geral dos doentes era bom. A avaliação de anemia e eosinofilia, foi prejudicada pela ocurrência de outros processos mórbidos (malaria e helmintiases). Em 2 pacientes pretos e adultos, havia avançada hiperqueratose palmo-plantar. 5) Sob o ponto de vista epidemiológico, foram feitas as seguintes observações: a) Idade. A dermtose ocorre em tôdas as idades, mais incide principalmente dos 15 aos 29 anos. Tomando um grupo relativamente homogêneo de doéntes de um mesmo local, 53% têm 15 e mais anos de idade. De 36 doentes que deram informações seguras ou aproximadas quanto à idade em que lhes apareceu a doença, verifica-se que 77% já estavam infectados antes dos 15 anos. Em 5 casos, a infecção se deu antes dos 2 anos de idade. b) Sexo. Nos doentes em conjunto, existiam 34 homens e 35 mulheres. Mas, no grupo homogeneo acima citado, havia ligeira predominância do sexo feminino (60.7%). c) Côr ou raça. Foram encontradas as seguintes percentagens: Pretos - 34.8%, brancos - 27.5% índios - 23.2% e mulatos - 14.5%. Essas diferenças não indicam predileção racial. d) Família. A A dermatose é eminentemente familial. Em grupo de 41 doentes, 34 pertenciam a 8 familias. e) Lesão inicial. Contágio. Em 6 casos ainda existia a lesão inicial, chamada "empigem", isolada ou acompanhada de outras lesões semelhantes. De 33 doentes, 26 (78.8%) referiam a lesão inicial nas partes descobertas do corpo (rosto, braços e mãos, pernas e pés), isto é regiões mais sujeitas a pequenos traumas, que servem como "porta de entrada" do treponema. Os AA não acreditam na existência de um vetor. Pensam que o contágio é direto, as condições eficientes e predisponentes do mesmo, coexistindo no domícilio, onde vivem em promiscuidade e falta de higiene, doentes e sadios. Os autores não encontraram treponemas em córtes impregnados de purú-purú, tanto de lesão recente como de lesão tardia. Atribuem o fracasso ao provável uso de antitreponemicos pelos doentes, uma vez que a terapeutica empírica pelo arsênico e mercúrio é muito espalhada na Amazônia. Histopatológicamente, encontraram na lesão recente: hiperqueratose, hiperacantose, exocitose, exoserose e espongiose na epiderme; e infiltração de células redondas, edema e diltação dos capilares no derma papilar e subpapilar; pela impregnação, acharam irregularidade na distribuição do pigmento melanico, assim como melanóforos entre as células inflamatórias do derma. Na lesão tardia observaram: notável atrofia do epiderme, reduzida às vezes , a 3 a 5 camadas celulares, havendo desaparecimento das papilas dérmicas; no derma, havia discreta infiltração de células redondas, relacionadas aos vasos sanguineos, ao lado de macrófagos melaniferos mais ou menos abundantes; pela impregnação, quanto às alterações pigmentares, foram observadas todas as graduações, desde a completa ausência de pigmento na basal, até um acúmulo notável de melanina, atingindo as próprias células de Malpighi. 7) Com o tratamento pelo neo-salvarsan os AA observaram grandes melhoras e mesmo cura aparente, com 6 a 8 injeções. Certas manifestações acromicas vitiligoides, antigas, não mostraram modificações apreciáveis com a terapêutica. 8) No Brasil, fora da Amazônia, tem sido descrito casos isolados de purú-purú, porém, na opinião dos autores, todos ou quase todos, são provavelmente, manifestações discromicas tardias de sífilis ou bouba, semelhantes aos publicados por um deles (F. N. G). Pensam do mesmo modo, quanto aos casos de pinta descritos fora da América: África, Egito, Argeria, Sahara, Trípoli, Turquestão, Filipinas, Iraque, Índia, Ceilão, etc. Ainda nesta mesma ordem de idéas, os autores negam validade ao conceito epidemiológico da existência de casos isolados, a não ser procedentes das zonas pintogenas. 9) Um dos autores (F. N. G.) emite a seguinte hipótese, que considera sugestiva, embora dificilmente demonstrável: Os treis treponemas (T. pallidum, T. pertenue e T. carateum), oriundos de um ancestral comum. tornaram-se peculiares respectivamente ao branco, ao preto e ao índio, mantendo-se assim isolados. Secundariamente, com as correntes migratórias, misturaram-se as doenças...
Resumo:
A morphological study was done on A. nigricans, based on the observation of shell, radula, renal region and genitalia of 50 specimens measuring 18 mm in diameter. The data obtained are to be compared with those recorded in our previous paper (PARAENSE & DESLANDES, 1955) on A. glabratus. The characteristics common to both species will not be mentioned here. The numerals refere to the means and their standard deviations: no special reference being done, they correspond to length measurementes. Shell - 18 mm in diameter, 6.37 ± 0.29 mm in greatest width, 6 whorls. Prevailing colur ferruginous sepia, a minority of olivaceous, ochreous, nigrescent and deeply black specimens being found. Right side variously depressed, umbilicated, 1.5 to 3.5 mm deep from the bottom of the umblicus to the highest level of the last whorl. Left side more depressed than the right one, broadly concave, 1.5 to 3.5 mm deep. Both sides show a varously distinct keel, that looks sharper at the left. Aperture deltoid, varying in outline and width. Body, extended - 60.26 ± 3.62 mm, less pigmented than in glabratus. Renal tube - 30.68 ± 1.69 mm, showing neither ridge nor pigmented line along its ventral surface, this negative character affording a sure means of separation from glabratus. Ovotestis - 14.48 ± 1.93 mm. Ovisperm duct - 13.04 ± 1.60 mm, including the non-unwound seminal vesicle. The latter was 0.97 ± 0,21 mm in greatest width. Carrefour - Resembling that of glabratus. Sperm duct - 21.36 ± 1.53 mm. Prostate - Prostate duct 7.14 ± 0.74 mm, collecting a row of long diverticula numbering 19.6 ± 3.1 and more separate than in glabratus. Last diverticulum generally bifurcate or arborescent, the remaining ones arborescent. Vas deferens - 28.68 ± 1.38. Ratio vas deferens/vergic sac = 6.8±0.8. Verge - 3.08 ± 0.28 mm long, 0.11 ± 0.02 mm wide. Vergic sac - 3.07 ± 0.28 mm long, about 0.20 mm wide. Ratio vergic sac/preputium = 0.84 ± 0.12. Preputium - 3.69 ± 0.47 mm long, 0.85 ± 0.10 mm wide. Albumen gland - Resembling taht of glabratus. Oviduct - 16.26 ± 1.41 mm, swollen at the cephalic end. Uterus - 13.24 ± 1.19 mm. Vagina - 1.70 ± 0.22 mm, swolen at the caudal portion. Spermatheca - 2.78 ± 0.40 mm long, 0.86 ± 0.16 mm wide. Spermathecal duct 1.11 ± 0.20 mm. Radula - 125 to 168 horizontal rows of teeth (mean 153.9 ± 8.4). Radula formula 28-1-28 to 36-1-36 (mean 31.8 ± 1.9). Mode formula 31-1-31. The morphological characteristics of the renal region and shell, and the great body length in the same condition of shell diameter, distinguish A. nigricans from the most related species A. glabratus, giving support to considering it a good species from a txonomic or phenotypic standpoint (morphospecies).
Resumo:
O trabalho analisa o comportamento das alterações eletrocardiográficas em 150 indivíduos de cor preta, naturais da área rural do sul do Rio Grande do Sul, pareados com outros tantos brancos do mesmo sexo, idade e procedência. O grupo tinha idade entre 9 e 78 anos, com média de 39,2 e era composto de 57 homens e 93 mulheres. Com referência à sorologia, 84 eram positivos e 66 negativos para a infecção pelo Trypanosoma cruzi. A prevalência de alterações eletrocardiográficas foi significativamente maior entre os pretos, tanto soropositivos quanto soronegativos. As alterações eletrocardiográficas consideradas sugestivas de miocardiopatia chagásica, predominaram significativamente entre os positivos pretos. E mesmo entre os pretos negativos as alterações foram mais numerosas e de maior gravidade com respeito aos negativos brancos. Na opinião dos autores a maior prevalência e severidade das alterações eletrocardiográficas entre os pretos, podem ser atribuídos a vários fatores entre os quais se destacariam: a pobreza e marginalidade das pessoas de cor que implicam trabalhos mais pesados e desgastantes; habitações triatomínica; alimentação mais pobre quantitativa e qualitativamente. Outro fator negativo seriam os valores mais elevados de pressão arterial encontrados entre os pretos que, associados a possíveis influências de ordem racial, podem contribuir e/ou criar condições de patologia miocárdica.
Resumo:
An in vitro model of adult dorsal root ganglion neurons infection by rabies virus is described. Viral marked neurotropism is observed, and the percentage and the degree of infection of the neurons is higher than in non neuronal cells, even if neurons are the minority of the cells in the culture. The neuritic tree is also heavily infected by the virus.
Resumo:
There is considerable variation in the level of fecal egg excretion during Schistosoma mansoni infections. Within a single endemic area, the distribution of egg counts is typically overdispersed, with the majority of eggs excreted coming from a minority of residents. The purpose of this study was to quantify the influence of genetic factors on patterns of fecal egg excretion in a rural study sample in Brazil. Individual fecal egg excretions, expressed in eggs per gram of feces, were determined by the Kato-Katz method on stool samples collected on three different days. Detailed genealogic information was gathered at the time of sampling, which allowed assignment of 461 individuals to 14 pedigrees containing between 3 and 422 individuals. Using a maximum likelihood variance decomposition approach, we performed quantitative genetic analyses to determine if genetic factors could partially account for the observed pattern of fecal egg excretion. The quantitative genetic analysis indicated that between 21-37% of the variation in S. mansoni egg counts was attributable to additive genetic factors and that shared environment, as assessed by common household, accounted for a further 12-21% of the observed variation. A maximum likelihood heritability (h²) estimate of 0.44 ± 0.14 (mean ± SE) was found for the 9,604 second- and higher-degree pairwise relationships in the study sample, which is consistent with the upper limit (37%) of the genetic factor determined in the variance decomposition analysis. These analyses point to the significant influence of additive host genes on the pattern of S. mansoni fecal egg excretion in this endemic area.
Resumo:
Toxoplasma gondii invades and proliferates in human umbilical vein endothelial cells where it resides in a parasitophorous vacuole. In order to analyze which components of the endothelial cell plasma membrane are internalized and become part of the parasitophorous vacuole membrane, the culture of endothelial cells was labeled with cationized ferritin or UEA I lectin or anti Class I human leukocytte antigen (HLA) before or after infection with T. gondii. The results showed no cationized ferritin and UEA I lectin in any parasitophorous vacuole membrane, however, the Class I HLA molecule labeling was observed in some endocytic vacuoles containing parasite until 1 h of interaction with T. gondii. After 24 h parasite-host cell interaction, the labeling was absent on the vacuolar membrane, but presents only in small vesicles near parasitophorous vacuole. These results suggest the anionic site and fucose residues are excluded at the time of parasitophorous vacuole formation while Class I HLA molecules are present only on a minority of Toxoplasma-containig vacuoles.