101 resultados para Programas de Promoção em Saúde e Educação
Resumo:
Nos últimos anos, o método etnográfico revelou-se como um adequado instrumento para as intervenções em saúde pública e na educação em saúde. Não obstante, seu uso contradiz determinados modelos de intervenção definidos como monológicos, a exemplo das campanhas de meios de comunicação de massa e as filosofias do "ator racional". Foram analisadas criticamente algumas bases epistemológicas desses modelos, como a unidimensionalidade na análise dos processos de saúde/doença/atendimento, a unidirecionalidade comunicativa e a hierarquia. No seu lugar, propõe-se um modelo dialógico baseado no método etnográfico e organizado a partir dos critérios de multidimensionalidade, bidirecionalidade e simetria. A etnografia permite melhorar a efetividade das intervenções ao fornecer uma base empírica para o desenho dos projetos e ao propiciar a participação social em saúde.
Resumo:
Este estudo avalia o instrumento de promoção ao cuidado infantil, a cartilha educativa Toda Hora é Hora de Cuidar, através da análise da percepção dos cuidadores sobre os temas por ela discutidos. Estudo descritivo, utilizando-se das abordagens quantitativa e qualitativa como complementaridade, realizado com 89 cuidadores familiares, usuários do Programa de Saúde da Família, na cidade de São Paulo. Observou-se uma predominância de mães, com ensino fundamental incompleto que relataram compreensão e interesse pelos conteúdos da cartilha. O conceito sobre o cuidado com a criança aparece enquanto ação afetiva e de labor. A Unidade Básica de Saúde se destaca como importante apoio social em detrimento de outras instituições. Conclui-se que existem evidências de efetividade da cartilha como instrumento promotor de habilidades e potenciais da comunidade, família e indivíduos, sendo importante o uso de instrumentos facilitadores do processo de aprendizado com enfoque na promoção da saúde e do empowerment das comunidades.
Resumo:
Em hipertensos, as questões relativas à manutenção da saúde mental estão sempre presentes em virtude dos determinantes psicossociais desta doença, para os quais o lazer representa importante estratégia de controle. Este trabalho objetivou realizar, por meio de uma pesquisa-ação, a Educação para a Saúde junto a um grupo de hipertensos baseada na pedagogia crítico-social, partindo da percepção dos participantes quanto ao lazer, desenvolvendo atividades educativas e, posteriormente, avaliando a opinião dos envolvidos quanto ao impacto para a vida e para a saúde mental. O lazer foi percebido pelo grupo como estratégia de enfrentamento da solidão; como construção tardia de independência; como socialização e como promoção de saúde mental. Estas percepções levaram à identificação de dois temas geradores: envelhecimento, lazer e doença crônica; conhecimento e vivências do lazer, para os quais ações educativas foram programadas, tais como dinâmicas e grupos de discussão, a fim de favorecer condições que permitiram a socialização e a troca de experiências.
Resumo:
A especialização tem gerado uma separação entre e educação e saúde, binômio que, na atualidade, se retoma como uma articulação necessária. Daí o objetivo de abordar estas categorias. Realizou-se uma pesquisa teórica para caracterizar a função da educação para o médico e para a saúde. A educação aperfeiçoa no médico sua comunicação, linguagem e autonomia, além de facilitar seu relacionamento humano e contribuir no processo de conscientização das pessoas, resgatando, assim, sua função de educador. Para que as campanhas de promoção e prevenção em saúde tenham êxito, é necessário que a população tenha uma instrução que lhe permita compreender e participar das mesmas. As escolas precisam incorporar temas como meio ambiente, hábitos tóxicos, sexualidade, planejamento familiar, higiene, exercícios físicos, alimentação, primeiros socorros e trânsito. As faculdades médicas devem oferecer temas de educação que complementem a formação do egresso, e as escolas devem incorporar temas referentes à saúde em busca do bem-estar pleno do cidadão. A educação e a saúde são necessidades sociais que devem ser garantidas pelas instituições governamentais, e o povo, junto ao seu direito de desfrutá-las, tem o dever de contribuir para sua concretização.
Resumo:
A problematização, quando realizada na comunidade, potencializa a interação com a realidade. Um tema que pode ser destacado na prática da atenção primária é o diagnóstico precoce. O objetivo do presente trabalho é relatar uma experiência de problematização com o segundo ano de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba. Foi realizado um estudo transversal no período de agosto a setembro de 2004 nos bairros onde está implantado o Programa Saúde da Família (PSF). Utilizou-se o Self Report Questionnaire-20 (SRQ-20) como instrumento de rastreamento dos Transtornos Mentais Comuns (TMC). Também foram obtidas informações sociodemográficas e de co-morbidade. Os resultados foram apresentados à Prefeitura para a definição da intervenção. Realizadas as entrevistas com 184 indivíduos, a prevalência de TMC foi de 35,3%, havendo diferença significante na prevalência segundo idade, co-morbidade, renda per capita, bairro e escolaridade. A estratégia de intervenção proposta dividiu-se em individual e coletiva, consistindo na referência dos possíveis portadores de TMC para consulta, terapia comunitária e trabalho em promoção à saúde. O trabalho realizado se mostrou uma eficaz metodologia de ensino. Os alunos entraram em contato com uma realidade social díspar da sua, que os conduziu a reflexões úteis na sua formação humana e acadêmica.
Resumo:
A relevância sociológica do estudo das representações sociais do processo saúde-doença está no fato de que elas fundamentam práticas e atitudes dos seus atores, assim como as relações que eles estabelecem com o seu contexto social e com aquilo que lhes acontece. O problema dessa pesquisa consiste em conhecer as representações sociais do processo saúde-doença dos profissionais do PSF, considerando que esse conhecimento pode ser fundamental para o desenvolvimento de práticas educativas em saúde. A abordagem metodológica desta pesquisa foi qualitativa, tendo por base as representações sociais dos profissionais de apoio e das equipes de saúde da família do Centro de Saúde Milionários, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Para a coleta de dados, foi utilizada entrevista individual semi-estruturada abordando os seguintes aspectos: processo saúde-doença; educação em saúde; e barreiras ou dificuldades para prescrição/adoção de hábitos saudáveis. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo, a partir das categorias: dimensões do processo saúde-doença; barreiras ou dificuldades para adoção de hábitos saudáveis; e significados e valores da educação em saúde. Os dados apontam que há necessidade de modificações conceituais na formação permanente desses profissionais e da inclusão do enfoque coletivo, abordando o conceito ampliado de saúde com seus determinantes sociais e contextuais. Faz-se necessária também a busca de novas metodologias de educação em saúde, para que os profissionais do PSF possam ir além da informação e consigam a ressignificação dos conceitos do processo saúde-doença, podendo de fato estabelecer novas práticas e novos processos de trabalho em saúde.
Resumo:
Este artigo relata uma experiência de educação em saúde sobre sexualidade, conduzida por monitores do PET-Saúde, da Universidade de Brasília, do subgrupo de Planejamento Familiar. As oficinas foram realizadas com adolescentes de escolas públicas de ensino fundamental e médio dos municípios de Ceres e Santa Isabel, em Goiás. Foram abordadas questões sobre sexualidade; gravidez; métodos anticoncepcionais; doenças sexualmente transmissíveis. Os alunos, divididos em grupos, formularam as perguntas anonimamente e as responderam, por sorteio. Os monitores coordenaram as atividades, orientaram os alunos na elaboração das respostas e simularam o uso de métodos contraceptivos (preservativos masculino e feminino). A experiência evidenciou a importância do desenvolvimento de uma ação crítica, reflexiva e participativa para a promoção da saúde dos adolescentes, abordando-se o tema sexualidade dentro da realidade local. A intenção do trabalho foi estabelecer um meio eficaz e criativo de abordagem dessa temática no âmbito escolar em conjunto com o serviço de atenção básica desses municípios, favorecendo a integração ensino-serviço-comunidade, que é um dos objetivos principais do programa PET-Saúde.
Resumo:
Este estudo se trata do relato de uma experiência vivenciada por graduandos de Medicina e Enfermagem participantes do PET-Saúde da Universidade de Brasília, cujo objetivo foi realizar atividades de educação em saúde dentro do tema prevenção de câncer cérvico-uterino nos municípios de Ceres e Santa Isabel, Goiás. Para tanto, foram feitas diferentes ações comunicativas, tais como: confecção e distribuição de cartazes/panfletos; produção de um programa de rádio; e promoção de rodas de conversa na sala de espera das unidades básicas de saúde. Essa atividade se mostrou como uma oportunidade de compartilhar experiências e sentimentos, bem como discutir ideias e conceitos visando a construir um novo conhecimento, com contribuições do saber teórico dos acadêmicos e do saber prático das usuárias. As dúvidas e questionamentos das usuárias estavam de acordo com os apontados trazidos pela literatura, e as atividades mostraram-se uma boa forma de esclarecer as dúvidas das usuárias e aproximar sistema de saúde e população, bem como de promover a educação em saúde, especialmente no âmbito da autovalorização, da prevenção e da promoção da saúde.
Resumo:
O objetivo do presente estudo foi descrever as experiências das acadêmicas de enfermagem monitoras do PET-Saúde Enfermagem da Ufal, em 2009/2010, na realização de ações de educação em saúde para gestantes em sala de espera. As ações foram realizadas regularmente na Unidade de Saúde, enquanto as gestantes aguardavam atendimento médico e de enfermagem do pré-natal. Vários temas de interesse para a gestante foram abordados, sempre utilizando métodos criativos e participativos de educação em saúde. Com essas ações, as estudantes aprenderam sobre a dura realidade dessas mulheres e sobre o papel da enfermagem na saúde coletiva, efetivando o cuidar através da educação participativa, em que usuários, familiares e profissionais trabalham juntos para proteger, promover e recuperar a saúde.
Resumo:
Este trabalho relata a experiência de integração ensino-serviço-comunidade vivenciada por membros de equipes de Saúde da Família e graduandos de Medicina e Enfermagem participantes do PET-Saúde da Universidade Estadual de Santa Cruz. A referida integração contextualizou-se com o desenvolvimento do projeto "Unidos contra a dengue", mobilização conjunta da instituição de ensino com o serviço de saúde e a comunidade no combate à dengue no bairro Nossa Senhora da Vitória, Ilhéus-Bahia. O foco das ações desse projeto foram as atividades de educação em saúde, nas quais se empregou preferencialmente metodologias ativas de ensino e aprendizagem. A mobilização contou com a participação expressiva da população das mais diversas faixas etárias. O sucesso do projeto ressalta a importância da implantação de programas como o PET-Saúde, que fortalecem a interação entre ensino-serviço-comunidade - importante para construção de serviços de saúde mais qualificados, capazes de inter-relacionar promoção, prevenção e assistência à saúde, possibilitando ações nessa área mais próximas das reais necessidades do SUS. Com esta experiência, espera-se ter contribuído para a formação de graduandos em saúde e qualificação em serviço de profissionais dessa área mais dispostos a trabalhar de forma integrada e integradora com a comunidade.
Resumo:
OBJETIVOS: Verificar o nível de conhecimento basal de alunos do quinto ano de Medicina sobre saúde bucal e mensurar os ganhos em conhecimento e a habilidade de aconselhamento após treinamento. MÉTODOS: Cento e quarenta e oito alunos, divididos em quatro turmas - 2007-A (grupo controle), 2007-B, 2008-A e 2008-B - receberam intervenções progressivas de ensino, presenciais (em 2007) e a distância (em 2008). A turma 2008-B recebeu também contatos ativos com especialista em saúde bucal. O ganho em conhecimento foi medido por provas escritas aplicadas antes e depois da respectiva intervenção, e a habilidade em aconselhar foi avaliada por meio do exame clínico objetivo estruturado por estações (Osce). RESULTADOS: Noventa e um por cento dos alunos acharam inadequado o seu nível basal de conhecimento em promoção da saúde bucal. O ganho de conhecimento das turmas 2008-A e 2008-B foi progressivo e estatisticamente superior ao do grupo controle, assim como ocorreu com a habilidade de aconselhamento da turma 2008-B. CONCLUSÃO: As informações obtidas no presente estudo podem ser úteis para o desenvolvimento de estratégias de ensino interdisciplinar em áreas complementares da formação médica.
Resumo:
As atividades de educação em saúde no ambiente escolar são práticas de promoção da saúde indutoras de processos de transformação coletiva que incidem sobre as condições de vida da população. Este estudo objetiva analisar a percepção dos pais/responsáveis de escolas de ensino fundamental público quanto à participação dos acadêmicos universitários em ações de educação em saúde do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET). Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, realizada mediante aplicação de questionários a pais/responsáveis de escolares de seis a 14 anos em duas escolas de ensino fundamental públicas. Foram aplicados cem questionários que levantaram dados sobre a participação dos acadêmicos em atividades de educação em saúde e sua contribuição para a formação dos profissionais de saúde. A análise dos dados foi realizada seguindo-se o referencial da análise de conteúdo. Os resultados da pesquisa permitem afirmar que os pais/responsáveis pelos escolares avaliam que as atividades de educação em saúde desenvolvidas por acadêmicos nas escolas contribuíram para a melhoria da qualidade de atenção à saúde na comunidade escolar e para a formação do futuro profissional de saúde.
Resumo:
São caracterizadas as responsabilidades da escola na área da saúde e apresentados os princípios básicos que devem fundamentar o programa de educação em saúde na escola, seus objetivos e áreas. A formação e a atuação do especialista em educação em saúde, que integra a equipe de saúde escolar, foi objetivada abordando aspectos do Curso de Educação em Saúde na Escola, ministrado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brasil.
Resumo:
Os laboratórios de saúde pública estão integrados a todo programa moderno de assistência médica e saúde pública. Em conseqüência, surgem problemas concernentes à demanda de serviços e recursos para satisfazê-la. Neste trabalho é apresentada e discutida a necessidade de maior reconhecimento da importância dos serviços e alguns fatores básicos a serem considerados no planejamento e organização de um sistema nacional unificado de serviços de laboratório de saúde pública.
Resumo:
Foi realizado estudo com o fim de verificar qual a orientação sobre saúde bucal dada aos clientes que pela primeira vez compareceram a um centro de saúde. Durante o período de 2 semanas foram observados 25 clientes; o método utilizado foi o da "observação participante''. Os dados necessários para o "diagnóstico educativo" foram colhidos com o auxílio de uma ficha. Da análise destes dados concluiu-se não haver uma adequada orientação com relação à saúde bucal, por parte do pessoal responsável. Sugere-se como "tratamento educativo" revisão das normas em relação à saúde da boca e desenvolvimento de um programa educativo, incidental e planejado, integrado às diferentes atividades realizadas pelo Centro. Propõe-se um conteúdo programático responsabilizando o dentista pelo adestramento do pessoal, execução e avaliação do programa. Ressalta-se a importância do centro de saúde para o desenvolvimento de programas integrados, preventivos, curativos e educativos.