425 resultados para Primeiro Trimestre da Gravidez
Resumo:
OBJETIVO: investigar os valores normais de fluxo expiratório máximo para gestantes normais, com uso de aparelho expiratório portátil (Mini-Wright Peak Flow Meter), relacionando as medidas obtidas com estatura, índice de massa corporal (IMC) e idade de cada paciente, ao longo da gestação. MÉTODOS: estudo prospectivo longitudinal com 26 grávidas acompanhadas do primeiro trimestre até 36 semanas, sendo examinadas a cada quatro semanas. Durante sete visitas, as gestantes exalaram forçadamente três vezes no aparelho respiratório portátil, sendo considerado o maior valor como fluxo expiratório máximo. Todas as medidas foram realizadas de forma assistida, pelo mesmo pesquisador. O coeficiente de Pearson foi utilizado para calcular as correlações entre fluxo e IMC, entre fluxo e estatura e entre fluxo e idade da paciente. RESULTADOS: a variação do fluxo na gestação pode ser determinada por fluxo = 328,32 0,07 x semana, com coeficiente de Pearson igual a zero. Para verificar se houve diferença entre os coeficientes de correlação entre IMC e fluxo, em cada intervalo estudado, comparou-se o menor coeficiente (0,47 da semana 30, fluxo = 123,49 + 7,64 x IMC) com o maior (0,59 da semana 34, fluxo = 87,77 + 9,05 x IMC) e foi obtido o valor de 0,22, entre as variáveis fluxo e IMC. Entre estatura e fluxo, houve correlação positiva (Pearson = 0,61), com fluxo = -477,47 + 497,38 x estatura. O coeficiente de correlação entre fluxo e idade foi de 0,24, não se obtendo equação linear neste caso. CONCLUSÕES: os valores de fluxo expiratório máximo não se modificaram ao longo da gestação. Fluxos mais elevados foram encontrados em pacientes mais altas. Gestantes com maiores IMC prévios à gestação apresentaram maiores fluxos. Não houve correlação entre fluxo e idade materna.
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OBJETIVO: determinar a prevalência e fatores de risco associados à anemia em gestantes da região semi-árida de Alagoas. MÉTODOS: estudo de caráter transversal envolvendo amostra (n=150) obtida, considerando a prevalência estimada pela Organização Mundial da Saúde de 52%, com erro de 8% e intervalo de confiança de 95%. O processo de amostragem foi realizado em três estágios: 15 dentre os 38 municípios da região, quatro setores censitários por município e 24 domicílios por setor. Nestes, eram elegíveis todas as gestantes residentes, das quais se coletaram dados socioeconômicos, demográficos, antropométricos e de saúde. A anemia foi identificada por um nível de hemoglobina <11 g/dL e sua associação com os fatores de risco foi testada por meio de análise de regressão linear múltipla. RESULTADOS: a prevalência de anemia foi de 50%. Setenta e oito por cento das gestantes estavam sob acompanhamento pré-natal. Destas, 79,3% se encontravam no segundo ou terceiro trimestre de gestação. Contudo, apenas 21,2% faziam uso de suplemento de ferro. As variáveis associadas (p<0,05) de forma independente à anemia (gestantes anêmicas versus não anêmicas) foram: maior número de membros na família (4,5±2,3 versus 4,3±2,3; p=0,02), menor faixa etária da gestante (23,9±6,3 versus 24,7±6,7; p=0,04), bem como de seu companheiro (34,5±15,8 versus 36±17,5; p=0,03), não possuir vaso sanitário em casa (30,7 versus 24%; p<0,001), história de perda de filho por abortamento e/ou mortalidade (32,4 versus 16,4%; p<0,001), residência em zona rural (60 versus 46,7%; p=0,03), renda per capita
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Na mulher, a principal fonte de inibina B são as células da granulosa de folículos em crescimento, enquanto a inibina A é secretada principalmente pelo corpo lúteo e pela placenta. Em mulheres inférteis submetidas a terapias de reprodução assistida, a inibina B se mostrou útil para predizer má resposta ovulatória, embora não tenha superado o desempenho de outros marcadores. No rastreamento pré-natal da síndrome de Down, a utilidade da inibina A foi repetidamente confirmada no segundo trimestre e começa a ser considerada também na bateria de testes do primeiro trimestre. Além das duas aplicações acima, a dosagem de inibina total pode contribuir para a identificação de casos de insuficiência ovariana autoimune. A inibina total também pode ser um marcador auxiliar no diagnóstico de tumores epiteliais do ovário, enquanto a dosagem de inibina B auxilia no diagnóstico de tumores de células da granulosa. O uso da inibina A pode se estender à avaliação de gestantes com ameaça de abortamento, com história de abortamento de repetição, com risco aumentado de pré-eclâmpsia, ou ainda nos primeiros dias de seguimento pós-esvaziamento de mola hidatiforme. Todas essas aplicações continuam em estudo, mas com possibilidade real de virem a ampliar o espectro diagnóstico das dosagens de inibinas em Ginecologia e Obstetrícia.
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Esta é uma revisão tradicional (narrativa) que teve como objetivo salientar a contribuição da ultrassonografia (USG) obstétrica entre a 11ª e a 14ª semana de gravidez, comumente denominada ultrassonografia morfológica de primeiro trimestre. Além do rastreamento de anomalias cromossômicas, a USG pode ser empregada neste período para: confirmação ou determinação da idade gestacional; avaliação da anatomia fetal; diagnóstico de malformações; rastreamento de anormalidades estruturais maiores e de síndromes gênicas; definição do prognóstico da gravidez; diagnóstico e caracterização das gestações múltiplas; e rastreamento da pré-eclampsia e da restrição de crescimento intrauterino. Foram incluídos os principais estudos sobre o tema publicados entre 1990 e 2010, pesquisados nas bibliotecas eletrônicas Cochrane e PubMed, e que podem ser incorporados nos níveis de evidência científica I a III.
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OBJETIVO: Comparar a funcao sexual de gravidas adultas saudaveis a de mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) no terceiro trimestre da gravidez. MÉTODOS: Estudo transversal com dois grupos de gestantes em acompanhamento pre-natal. Foram criterios de inclusao: idade materna .20 anos, idade gestacional .28 semanas, relacionamento heterossexual com o mesmo parceiro ha pelo menos 6 meses e ser alfabetizada. Os criterios de exclusao foram: presenca de intercorrencias clinicas e/ou obstetricas que contraindicassem atividade sexual; hipertensao arterial controlada por medicamentos; gravidez resultante de estupro; parceiro sexualmente indisponivel ou ausente no ultimo mes; internacao hospitalar no ultimo mes; uso de cremes vaginais nos ultimos 30 dias; gestacao gemelar; uso regular de alcool e/ou drogas ilicitas; uso de medicamentos que interferissem na funcao sexual. Oitenta e sete pacientes preencheram os criterios de selecao e participaram do estudo. Para avaliacao da funcao sexual destes grupos utilizou-se o questionario Quociente Sexual . Versao Feminina (QS-F). Testes X² e t de Student foram utilizados para comparar diferencas entre os grupos, com valores p<0,05 considerados estatisticamente significantes. A analise estatistica foi realizada com o software Instat 3. RESULTADOS: A idade gestacional media nos dois grupos era de 34 semanas. Nao foram detectadas diferencas significantes nos escores medios totais do QS-F nos dois grupos (62,5 saudaveis vs 62,8 DMG, p=0,9). Aproximadamente metade das participantes (47 e 47,5% das saudaveis e DMG, respectivamente, p=0,9) teve escores totais de ate 60 na escala do QS-F, o que indica comprometimento em algum dos dominios avaliados (desejo e satisfacao sexual, excitacao, orgasmo, dispareunia e vaginismo). CONCLUSÕES: A prevalencia de comprometimento do desempenho sexual foi alta em gestantes no terceiro trimestre, nao diferindo significativamente entre mulheres saudaveis e aquelas com DMG.
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RESUMO OBJETIVO: Descrever as complicações maternas e os resultados perinatais entre as gestantes com diagnóstico de leucemia que foram acompanhadas no pré-natal e no parto em hospital universitário. MÉTODOS: Estudo retrospectivo do período de 2001 a 2011, que incluiu 16 gestantes portadoras de leucemia acompanhadas pela equipe de pré-natal especializado em hemopatias e gestação. Nas leucoses agudas, diagnosticadas após o primeiro trimestre, a recomendação foi realizar a quimioterapia apesar da gestação em curso. Nas gestantes com leucoses crônicas, quando controladas do ponto de vista hematológico, foram mantidas sem medicação durante a gravidez, ou, foi introduzida terapêutica antineoplásica após o primeiro trimestre. Foram analisadas as complicações maternas e os resultados perinatais. RESULTADOS: A leucemia linfoide aguda (LLA) foi diagnosticada em cinco casos (31,3%), a leucemia mieloide aguda (LMA) em dois casos (12,5%) e a leucemia mieloide crônica (LMC) em nove casos (56,3%). Nos casos de leucemias agudas, dois (28,6%) casos foram diagnosticados no primeiro trimestre, dois (28,6%) no segundo e três (42,9%) no terceiro. Duas gestantes com LLA diagnosticada no primeiro trimestre optaram pelo aborto terapêutico. Quatro casos de leucemia aguda receberam tratamento quimioterápico na gestação, com diagnóstico estabelecido após a 20ª semana. Em um caso de LLA com diagnóstico tardio (30ª semana) a quimioterapia foi iniciada após o parto. Todas as gestantes com leucemia aguda evoluíram com anemia e plaquetopenia, quatro casos (57,1%) evoluíram com neutropenia febril. Das gestantes com LMC, quatro utilizavam mesilato de imatinibe quando engravidaram, três delas suspenderam no primeiro trimestre e uma no segundo. Durante a gravidez, três (33,3%) não necessitaram de terapêutica antineoplásica após suspensão do imatinibe; e em seis (66,7%) foram utilizadas as seguintes drogas: interferon (n=5) e/ou hidroxiureia (n=3). No grupo de gestantes com LMC, verificou-se a ocorrência de anemia em quatro casos (44,4%) e plaquetopenia em um (11,1%). Quanto aos resultados perinatais, nas gestações complicadas pela leucemia aguda, a média da idade gestacional no parto foi de 32 semanas (desvio padrão - DP=4,4) e a média do peso do recém-nascido foi 1476 g (DP=657 g). Houve 2 (40,0%) óbitos perinatais (um fetal e um neonatal). Nas gestações complicadas pela LMC, a média da idade gestacional no parto foi de 37,6 semanas (DP=1,1) e a média do peso do recém-nascido foi 2870 g (DP=516 g); não houve morte perinatal e nenhuma anomalia fetal foi detectada. CONCLUSÕES: É elevada a morbidade materna e fetal nas gestações complicadas pela leucemia aguda; enquanto que, nas complicadas pela LMC, o prognóstico materno e fetal parece ser mais favorável, com maior facilidade no manejo das complicações.
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OBJETIVO: Avaliar fatores sociodemográficos, comportamentais, reprodutivos e morbidades associados à inadequação do ganho de peso gestacional. MÉTODOS: Estudo de coorte, desenvolvido entre dezembro de 2007 e agosto de 2008, incluindo mulheres no primeiro trimestre de gestação, acompanhadas no pré-natal de unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios de Petrópolis e Queimados, estado do Rio de Janeiro. Foram excluídas as mulheres que residiam fora desses municípios, com gravidez múltipla, aborto e sem as informações necessárias para o cálculo do estado nutricional pré-gestacional e de ganho de peso materno. Tanto o estado nutricional pré-gestacional quanto o ganho de peso gestacional foram avaliados segundo o critério preconizado pelo Institute of Medicine. A análise estatística foi realizada por modelo de regressão logística multinomial. RESULTADOS: Foram incluídas 1.287 gestantes. Verificaram-se 26,6% de sobrepeso ou obesidade pré-gestacional e 11,0% de baixo peso. A inadequação no ganho de peso gestacional foi observada em 71,4% das gestantes, sendo que, 35,6% ganharam peso insuficiente e 35,8% acima do recomendado. Na análise multivariada, mulheres hipertensas (OR=2,1; IC95% 1,4-3,1), com sobrepeso (OR=2,5; IC95% 1,4-4,5), obesidade pré-gestacional (OR=2,7; IC95% 1,8-3,9) e com maior nível de escolaridade tiveram mais chance de ganhar peso acima do recomendado. Por outro lado, o baixo pré-gestacional (OR=0,6; IC95% 0,4-0,9) foi proteção para o ganho excessivo. CONCLUSÃO: O diagnóstico nutricional pré-gestacional e o monitoramento do ganho de peso durante a gestação devem ser ações instituídas efetivamente na rotina do profissional de saúde.
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OBJETIVO: Pesquisar o impacto da gestação na função sexual feminina. MÉTODOS: Foi realizado um estudo analítico, do tipo transversal, com 181 mulheres não gestantes e 177 gestantes. Foram incluídas mulheres com idade entre 18 e 45 anos, gestantes e não gestantes, na pré-menopausa, sexualmente ativas e com parceiro fixo e excluídas aquelas em uso de antidepressivos ou com diagnóstico de depressão. Dessas, 11 (6,2%) encontravam-se no primeiro trimestre; 50 (28,2%), no segundo e 116 (65,5%), no terceiro. A avaliação se deu por entrevista na qual foi aplicado o Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). Os dados foram analisados através do programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 16.0. Para a comparação entre as médias do IFSF entre gestantes e não gestantes, utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney. RESULTADOS: A disfunção sexual entre gestantes foi de 40,4% e entre não gestantes de 23,3%, sendo significativa a diferença entre os escores dos grupos estudados (p=0,01). Também foi significativa (p<0,0001) a diferença entre as médias globais do IFSF entre os grupos. Foram observadas diferenças significativas entre gestantes e não gestantes no tocante aos escores dos domínios desejo (p<0,0001), excitação (p=0,003), lubrificação (p=0,02), orgasmo (p=0,005) e satisfação (p=0,03). O mesmo não foi observado no domínio dor. CONCLUSÃO: Diante dos resultados, concluímos que a gestação influencia negativamente a função sexual feminina, particularmente nos domínios desejo e excitação, revelando a importância da abordagem do tema pelos profissionais que lidam com gestantes.
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Numa população de 498 gestantes sadias matriculadas no Centro de Saúde Geraldo Paula Souza, foi estudada a relação entre a altura materna e o peso da criança ao nascer, segundo a técnica de análise de regressão múltipla, tipo "stepwise", utilizando-se o subprograma "regression", componente do sistema "Statistical Package for Social Sciences" - SPSS. Essa técnica permite isolar o efeito de cada fator ajustado para a presença dos efeitos de outros fatores. O peso da criança ao nascer mostrou-se associado à idade gestacional, peso médio da gestante no 3.° trimestre da gravidez e ao sexo do recém-nascido, a um nível de significância de 5%. Idade materna, peso médio da gestante no 2.° trimestre da gravidez, altura materna e ordem de nascimento do recém-nascido não se mostraram associados com o peso ao nascer, ao citado nível de significância.
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Foram analisados os resultados de teste tuberculínico, efetuado três meses após vacinação com BCG (amostra Moreau-Rio de Janeiro), pela via intradérmica. A casuística correspondeu a 7.790 pessoas, incluindo as de grupo pertinente ao primeiro trimestre de vida e merecedor, atualmente, de especial atenção. Ficou constatada, globalmente, a percentagem de positividade de 69%. Houve apreciação, especifica e detalhada, referente a indivíduos de idades diversas, e a abordagem do tema tornou-se oportuna em face ao interesse que esse tipo de imunização vem despertando no Brasil e, também, em virtude da necessidade de coletar informes aptos a apoiar trabalhos profiláticos.
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Em colônias de Triatoma infestans, T. sordida e Rhodnius neglectus, espontaneamente desenvolvidas em galinheiros experimentais, observou-se as condições de desenvolvimento, variação, permanência e mobilidade de seus componentes. São também apresentados os dados obtidos sobre os ciclos anuais e a sobrevivência. Para as três espécies o desenvolvimento das colônias revelou-se com seu aspecto cíclico, caracterizado pela maior produção de formas adultas no decurso do primeiro semestre do ano. No caso particular de T. sordida, esse fenômeno torna-se evidente no primeiro trimestre ou quadrimestre anual, ocasião em que coincide com o encontro dessa espécie no ambiente domiciliar. O T. infestans revelou capacidade de dispersão ativa por parte de formas adultas, atingindo edifícios situados nas proximidades. Face à atividade cíclica, considera-se o período de produção de adultos como "infestante" para o ambiente domiciliar "suscetível", ou seja, aquele que foi previamente submetido ao expurgo. Nesse período, ocorre o risco de reinfestação e subseqüente domiciliação por parte de T. sordida e de R. neglectus, a partir do ambiente extradomiciliar. No caso de existência de colônias domiciliadas de T. infestans, o mesmo período será propício para que esta espécie amplie a sua dispersão, invadindo novos domicílios. Tais informações apresentam utilidade para sua aplicação na vigilância epidemiológica.
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Foram investigados os óbitos infantis pós-perinatais ocorridos no período de um ano, em 10 cidades gaúchas, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre, por meio de estudo de casos e controles. Setenta e duas mortes súbitas na infância (MSI) foram identificadas através de amplo sistema de monitorização de óbitos e investigadas em pormenores através de entrevistas médicas com os pais da criança e revisão de prontuários ambulatoriais e hospitalares. Os óbitos foram mais comuns em meninos, no primeiro trimestre de vida e durante o inverno. A comparação de cada caso de MSI com duas crianças-controle da mesma vizinhança, através de regressão logística condicional múltipla, identificou os seguintes fatores de risco: baixo nível socioeconômico (medido através da renda familiar e da escolaridade materna), baixo peso ao nascer, presença de outras crianças no domicílio, mães jovens e fumantes e aleitamento misto ou artificial. Nenhuma das 72 MSI foi reconhecida como tal pelos médicos que preencheram os atestados de óbito, sendo as mesmas atribuídas predominantemente a "broncopneumonias".
Resumo:
Como parte de investigação epidemiológica sobre condições de saúde na infância, foram estudadas a cobertura e a qualidade da assistência materno-infantil prestada à população do Município de São Paulo. Todas as estimativas do estudo baseiam-se em dados obtidos através de inquérito recordatório aplicado a uma amostra representativa de crianças menores de cinco anos residentes no Município (n = 1.016). A cobertura da assistência pré-natal foi estimada em 92,9%, sendo que em cerca de 70% dos casos a assistência foi iniciada no primeiro trimestre de gestação e o número de consultas realizadas foi de seis ou mais. A cobertura da assistência hospitalar ao parto foi estimada em 99,0%, observando-se que 47,1% das crianças nasceram através de cesareanas. A cobertura da assistência de puericultura foi estimada em 98,0%, sendo que em dois terços das vezes a assistência foi iniciada nos primeiros dois meses de vida. Ainda com relação à puericultura, pôde-se observar: grande concentração de consultas no primeiro ano de vida (em média 7,7 consultas), percentagem relativamente alta de crianças vacinadas (Sabin = 86,7%, Tríplice = 85,1%, BCG = 89,0%, Anti-sarampo = 85,9%), decréscimo expressivo de consultas após a idade de doze meses e pequena proporção de crianças com assistência odontológica (19,5%). A estratificação social da população revelou diferenciais sócio-econômicos mínimos quanto à cobertura geral da assistência materno-infantil, observando-se, entretanto, diferenças expressivas quanto a aspectos qualitativos da assistência. Comparando-se o presente inquérito com outros realizados no país, observa-se que a situação de São Paulo apresenta-se mais favorável do que a observada no conjunto das áreas urbanas brasileiras. Verifica-se também que tem sido positiva a evolução recente da assistência materno-infantil no Município. As principais deficiências ainda encontradas dizem respeito a características relacionadas à qualidade da assistência, sendo imprescindível, sobretudo nos estratos populacionais de pior nível sócio-econômico, elevar a cobertura da assistência pré-natal precoce e a cobertura de puericultura após o primeiro ano de vida. Um item especialmente preocupante relacionado à assistência ao parto foi a alta incidência de cesareanas, uma das maiores já registrada em uma população.
Resumo:
Alguns testes sorológicos têm sido utilizados para detectar, indiretamente, a presença de possíveis agentes etiológicos infecciosos durante a gestação, que sendo transmitidos ao feto, por via placentária, causam infecções congênitas com seqüelas leves ou graves e até morte fetal. Foram estudadas 481 gestantes, com idade média de 24,5 anos (de 14 a 46 anos), atendidas em primeira consulta nos Centros de Saúde, na Cidade de São Paulo, SP (Brasil) no período de abril a outubro de 1988. Segundo o trimestre gestacional, 230 pacientes (47,8%) estavam no primeiro trimestre; 203 (42,2%) no 2º e 48 (10,0%) no 3º. Das 474 pacientes que declararam algum tipo de renda mensal, 309 (65,2%) pertenciam a familias com renda até 1 SMPC (salário mínimo per capita) e somente 15 (3,2%) pertenciam a famílias com renda superior a 3 SMPC, caracterizando o baixo nível econômico das gestantes. Das 481 pacientes 159 (33,1%) eram nascidas no Estado de São Paulo e as 322 (66,9%) restantes eram imigrantes procedentes de outros Estados, destacando-se Bahia (23,1%); Minas Gerais (11,4%); Paraná (7,5%); Paraíba (5,4%) e Pernambuco(5,4%). Foram realizados testes imunodiagnósticos para sífilis, toxoplasmose e doença de Chagas. Foram observados resultados positivos para sífilis em 25 gestantes (5,2%). Para toxoplasmose, 157 (32,4%) não tinham anticorpos em nível detectável e 67 (13,9%) apresentaram títulos elevados, indicativos de infecção ativa, das quais em 6 (10,3%) foram detectados anticorpos da classe IgM. Para doença de Chagas foram encontrados anticorpos específicos em 14 (2,9%) gestantes, sendo que destas, 10 (71,4%) eram procedentes da Bahia e Minas Gerais.
Resumo:
Estudam-se alguns aspectos do comportamento de espécies de Culex (Melanoconion) em ambiente antrópico intensamente modificado. Foram realizadas coletas mensais de adultos, concomitantes e levadas a efeito no peridomicílio, em área aberta e em área coberta por vegetação de segunda formação. Foram focalizadas as espécies dominantes e representadas por Cx. delpontei, Cx. ocossa, Cx. ribeirensis, Cx. sacchettae e Cx. taeniopus. No peridomicílio, destacam-se pela regularidade de sua presença, Cx. ribeirensis e Cx. sacchettae, incluindo apreciável comparecimento às coletas com isca humana ali realizadas. A época de maior rendimento das capturas correspondeu ao primeiro trimestre, em especial modo, ao mês de março. Aliado a esse aspecto, Cx. ribeirensis e Cx. sacchettae revelaram apreciável freqüência à isca humana. Em relação a esta, o menor comparecimento foi apresentado por Cx. delpontei e Cx. ocossa. Quanto a Cx. taeniopus, compareceu de maneira um tanto irregular e em número geralmente inferior ao dos demais. As observações evidenciaram curva de atividade aumentando rapidamente por ocasião do início da noite e mantendo-se durante todo o período noturno, apresentada por Cx. ribeirensis, Cx. sacchettae e Cx. taeniopus. O outro tipo de curva foi observado com Cx. delpontei e Cx. ocossa, com aumento gradual na primeira metade da noite, alcançando o máximo ao redor da meia-noite, e declinando sensivelmente na segunda metade do período. As coletas de formas imaturas permitiram evidenciar criadouros de Cx. delpontei em cursos de água de porte médio ou grande, e associados à vegetação aquática flutuante. São feitas considerações de ordem ecológica passíveis de interpretar esses comportamentos de interesse epidemiológico.