386 resultados para Fruteiras nativas
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi o de definir diretrizes para o desbaste de quatro espécies nativas: a castanha-do-pará ou castanheira-do-brasil (Bertholletia excelsa), a andiroba (Carapa guianensis), o ipê-roxo (Tabebuia avellanedae) e o jatobá (Hymenaea courbaril), plantadas em plantios homogêneos no Estado de Roraima. Foi feita a análise das relações entre os principais índices morfométricos da copa e o crescimento em diâmetro e altura; para isso foram medidos o diâmetro à altura do peito, altura total, altura de inserção e diâmetro da copa de 87 árvores. Na análise dos parâmetros de copa, a castanheira-do-brasil demonstrou superioridade em diâmetro e área, o que indica que essa espécie necessita de um maior espaço vital e maiores espaçamentos iniciais; no entanto, sua copa foi menos eficiente em manter um mesmo incremento médio anual em diâmetro.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da aplicação do lodo de esgoto ao solo, na nodulação e fixação de N2, por estirpes nativas de rizóbio em associação com o feijoeiro, em experimento de casa de vegetação. Os tratamentos constituíram-se de: ausência de adubos químicos e de lodo; adubação química completa; doses equivalentes a 14,8 t ha-1, 29,6 t ha-1 e 59,2 t ha-1 de lodo; e feijão inoculado com estirpes de rizóbio + adubação nitrogenada no plantio. Os maiores valores da atividade de redução do acetileno e dos números e massas dos nódulos secos, nos tratamentos com as doses 14,8 t ha-1 e 29,6 t ha-1 de lodo, demonstram que a sua aplicação pode aumentar a eficiência simbiótica dos rizóbios nativos, em feijoeiro.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência em viveiro de plântulas retiradas da regeneração natural de remanescente de Floresta Estacional Semidecidual, localizado em Bofete, SP. Indivíduos com até 30 cm de espécies arbustivo-arbóreos foram coletados em parcelas instaladas previamente em remanescente florestal, transplantados para viveiro sob sombrite 50%, e avaliados periodicamente durante nove meses. Ao todo foram transferidos para o viveiro 2.424 indivíduos, pertencentes a 110 espécies. A taxa média de sobrevivência foi de 69%, com variação nos resultados para as diferentes espécies, famílias e classes de altura dos indivíduos. Embora espécies pioneiras tenham apresentado taxa de sobrevivência significativamente maior que não pioneiras, várias espécies não pioneiras apresentaram elevada taxa de sobrevivência. Muitas das espécies sobreviventes não são encontradas nos viveiros florestais do Estado de São Paulo. A produção de mudas por meio da transferência da regeneração natural de áreas naturais é uma estratégia complementar viável, que eleva a riqueza de espécies dos viveiros florestais.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a sensibilidade de espécies nativas usadas em recuperação de áreas degradadas aos herbicidas setoxidim, isoxaflutol e bentazon. As espécies estudadas foram Senna multijuga, Guazuma ulmifolia e Croton urucurana. Os tratamentos de herbicida consistiram de uma testemunha (sem aplicação) e aplicação de um quarto, metade, uma vez, duas vezes e quatro vezes a dose recomendada. As doses recomendadas são 184 g ha-1 de setoxidim, 37,5 g ha-1 de isoxaflutol e 720 g ha-1 de bentazon. Avaliaram-se os sintomas de fitotoxicidade, crescimento em altura, acréscimo no número de folhas e massa de matéria seca de folhas. Em outros experimentos, as doses recomendadas dos mesmos herbicidas foram aplicadas em outras 22 espécies arbóreas nativas, nas quais avaliou-se a massa de matéria seca de folhas. O delineamento experimental dos experimentos foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições. Cada parcela experimental se constituiu de uma muda em estádio inicial de desenvolvimento. Os herbicidas não provocaram a morte das mudas, embora todas tenham apresentado sintomas de fitotoxicidade. A aplicação de isoxaflutol reduziu a massa de matéria seca das folhas em 20% das espécies, a aplicação de bentazon, em uma espécie, e a aplicação de setoxidim não reduziu a massa de matéria seca das folhas de nenhuma espécie.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da conversão da floresta nativa em pastagem cultivada, e exposição da pastagem nativa ao sistema de pastejo contínuo, sobre os estoques de C e N no solo, em ecossistemas naturais do Pantanal. Foram avaliados três remanescentes de floresta nativa, três áreas de pastagens de Urochloa decumbens com diferentes idades de formação, e uma pastagem nativa submetida ao sistema de pastejo contínuo e sem pastejo, por 3 e 19 anos. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-40 cm, com três repetições. A conversão de florestas em pastagens promoveu redução nos estoques de carbono orgânico e carbono microbiano no solo, principalmente nas pastagens cultivadas há mais tempo. Contudo, não houve alteração nos estoques de nitrogênio total. As perdas nos estoques de carbono ocorreram nas três frações húmicas, mas, proporcionalmente, as maiores perdas ocorreram nas frações ácidos húmicos e fúlvicos. As pastagens cultivadas e nativas, sob pastejo contínuo, não são capazes de acumular mais carbono no solo do que os ecossistemas naturais.
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência e o crescimento inicial de seis espécies arbóreas do Cerrado em consórcio com mandioca (Manihot esculenta), com ou sem adubação fosfatada. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 6x2x2, com quatro repetições. As variáveis consideradas foram as espécies: Anadenanthera colubrina var. cebil (angico-vermelho), Anacardium occidentale (caju), Dipteryx alata (cumbaru), Hymenaea stigonocarpa (jatobá), Hancornia speciosa (mangaba) e Sclerolobium paniculatum var. rubiginosum (taxi-branco), em monocultivo ou em consórcio com mandioca, com ou sem adubação fosfatada. Uma distância fixa de 3x3 m foi usada para as espécies arbóreas e de 1,00x0,60 m para a mandioca. Até a idade de 20 meses, as espécies arbóreas foram avaliadas quatro vezes quanto à altura e ao diâmetro do coleto. A produção de biomassa da mandioca foi avaliada aos 20 meses. A taxa média de sobrevivência das espécies arbóreas foi crescente na seguinte ordem: cumbaru (79%), taxi-branco (86%), jatobá (95%), mangaba (98%), angico (99%) e caju (100%). O taxi-branco apresentou maiores taxas de crescimento relativo em diâmetro e altura, enquanto jatobá e cumbaru apresentaram os menores valores. A adubação fosfatada favoreceu apenas ao taxi-branco. A produtividade de mandioca não foi afetada pelo consórcio. Caju, angico-vermelho e taxi-branco são as espécies mais indicadas para o consórcio com mandioca no Cerrado.
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Resumo:O objetivo deste trabalho foi avaliar o padrão de floração, ao longo do ano, de plantas melíferas na Borda Oeste do Pantanal, no Maciço do Urucum, MS, bem como o tipo de recurso oferecido pela flora melífera, para elaborar um calendário floral para a região. A floração das plantas melíferas visitadas pelas abelhas nativas e africanizadas foi acompanhada quinzenalmente, por 3 anos consecutivos, tendo-se anotado a data de florescimento, o hábito de crescimento e os recursos coletados pelos insetos. Foram identificadas 160 espécies florescendo e sendo visitadas pelas abelhas, mas somente 73 espécies foram consideradas como plantas melíferas e incluídas no calendário floral, das quais 34 eram ervas, 17 árvores, 15 arbustos e 7 lianas. Foram observadas plantas melíferas em flor ao longo de todo o ano, com maior número no verão e menor no inverno. As ervas florescem mais intensamente no verão e no outono (janeiro-junho), enquanto as árvores e os arbustos, na primavera (final de setembro-dezembro). As lianas florescem, principalmente, no final do verão (março-abril). Néctar e pólen são oferecidos às abelhas ao longo de todo o ano, com diminuição da oferta nos meses de inverno (julho-setembro).
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Um problema dos experimentos de campo com plantas perenes e frutíferas arbóreas é o tamanho da área, devido ao porte das plantas que normalmente exigem largos espaçamentos. É muito freqüente, nesses experimentos, o uso de parcelas grandes, em detrimento do número de repetições, com a justificativa de diminuir a área experimental, a mão-de-obra e o conseqüente custo da pesquisa. Essa prática, contudo, traz prejuízos à precisão das estimativas dos parâmetros e à aplicação eficiente de testes estatísticos. Este trabalho foi realizado com o objetivo de mostrar que o aumento do número de repetições com o uso de parcelas pequenas aumenta a precisão dos experimentos, das estimativas do erro experimental e dos efeitos de tratamentos, favorece a detecção de diferenças significativas entre os tratamentos e contribui para diminuir a área experimental. Desenvolveu-se um procedimento que associa o tamanho da unidade experimental ao número de repetições, pela minimização da variância da média de cada tratamento, que permite o uso de maior número de repetições, para aumentar a precisão dos testes, obter maior uniformidade no experimento e melhorar a qualidade das pesquisas. Os resultados obtidos permitiram observar que o uso de parcelas pequenas favorece o aumento do número de repetições, permite obter melhores estimativas do erro experimental, dos efeitos de tratamentos e dos parâmetros, além de dar mais eficiência aos testes estatísticos a serem aplicados aos dados. Observou-se, também, diminuição substancial do número de plantas necessárias aos experimentos e do tamanho da área experimental.
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A diversidade genética entre genótipos de maracujazeiro amarelo foi avaliada por meio de marcadores genéticos de DNA tipo RAPD. Para tanto, materiais genéticos foram coletados em populações comerciais em regiões tradicionais de fruticultura da Região Norte Fluminense (Itaperuna, São Francisco do Itabapoana, Campos dos Goytacazes). Foi também estimada a diversidade entre a espécie cultivada (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) e espécies relacionadas no gênero, P. alata, P. giberti, P. cincinnata, P. foetida, P. edulis. P. maliformes, P. mucronata, P. suberosa, P. malacophylla. Para o estudo dos acessos de maracujá amarelo não foi verificada expressiva diversidade genética; as populações se distribuíram conforme sua origem, sendo que os indivíduos coletados em São Francisco do Itabapoana apresentaram uma maior consistência no seu agrupamento. Para o estudo interespecífico, verificou-se que P. maliformis ficou em um grupo distinto, assim como P. giberti, mas próximo a P. mucronata. Para a espécie P. alata foi também verificada a sua alocação em um grupo distinto. Para as espécies P. cincinnata e P. edulis (Maracujá roxo), ambas ficaram alocadas em mesmo grupo, evidenciando uma proximidade entre as mesmas. As espécies P. foetida e P. suberosa formaram um grupo único.
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As doenças provocadas por patógenos do solo em maracujazeiro constituem-se em um dos principais problemas para essa cultura no Brasil. Uma das alternativas de controle dessas doenças seria a utilização de porta-enxertos resistentes. Várias espécies de passifloras nativas vêm apresentando resistência a essas doenças, mas a utilização destas como porta-enxertos oriundos de sementes tem sido dificultada pelas diferenças de diâmetro entre o porta-enxerto e o enxerto da espécie comercial, o que não aconteceria caso fossem utilizadas as estacas herbáceas como porta-enxerto. No presente experimento, utilizaram-se estacas herbáceas retiradas da parte mediana de ramos de plantas de Passiflora setacea (acesso EC-PS 1), P. nitida (acesso EC-PN 1), P. caerulea (acesso EC-PC 1), P. actinia (acesso EC-PA 1) e de um híbrido F1 entre P. setacea x P. edulis f. flavicarpa comercial e tratadas com ácido naftaleno acético (ANA) a 500 mg/L e mantidas em câmaras de nebulização. As enxertias do tipo "garfagem lateral no topo" foram efetuadas aos 40; 55 e 70 dias após a coleta e plantio das estacas, utilizando garfos de uma única planta de maracujazeiro-azedo. As avaliações foram efetuadas aos 145 e 150 dias após o plantio das estacas, determinando-se a porcentagem de pegamento da enxertia e de enxertos brotados e o comprimento do broto do enxerto. A produção de mudas por enxertia em estacas herbáceas enraizadas de Passiflora nitida e do híbrido F1 (P. setacea x P. edulis f. flavicarpa) foi tecnicamente viável.
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O presente trabalho teve como objetivo caracterizar o cariótipo de seis espécies de frutíferas nativas do Brasil por meio da análise do número e morfologia cromossômica das mesmas. As pontas de raízes jovens foram pré-tratadas com 8-hidroxiquinolina 0,002M, esmagadas em ácido acético 45% e coradas convencionalmente com Giemsa. O material estudado apresentou cariótipo simétrico, com cromossomos pequenos, medindo de 0,6 a 2,5µm, predominantemente metacêntricos a submetacêntricos com uma a duas constrições secundárias visíveis em todas as espécies, exceto em Bromelia karatas, onde não foi possível identificar a morfologia cromossômica ou a presença de constrições secundárias. Na família Myrtaceae, observou-se um complemento cromossômico diplóide com 2n=98 em Psidium arboreum Vell. e 2n=44 em P. araça Raddi; na família Bromeliaceae, 2n=50 em Bromelia karatas L.; na família Malvaceae, 2n=16 para Guazuma ulmifolia Lam.; na família Sapindaceae, 2n=32 em Talisia esculenta Radlk., e, na família Caricaceae, 2n=18 em Jaracatia spinosa (Aubl.) A. DC. Todos os dados cromossômicos apresentados neste trabalho são inéditos, exceto para a espécie T. esculenta, que teve seu registro prévio confirmado. As espécies possuem potencial para utilização no melhoramento de plantas, e uma inversão em heterozigoze parece estar envolvida na evolução cariotípica de Guazuma ulmifolia.
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Este estudo teve como objetivo avaliar a produção de frutos de araticum no Cerrado do Estado de Goiás. Foram selecionadas, para a realização do trabalho, 14 áreas de ocorrência natural do araticum no Estado de Goiás, de janeiro de 2000 a julho de 2002. Em cada área, foram selecionadas de 30 a 40 plantas adultas de araticum. O delineamento experimental adotado corresponde ao modelo hierárquico, para produção de frutos, sendo os dados obtidos submetidos à análise de variância. A estrutura espacial da variação fenotípica entre as populações das áreas analisadas foi investigada a partir do critério de ligação UPGMA. Os resultados demonstraram que a produção de frutos de araticum é baixa e variável entre as áreas e entre os anos, sendo a média de 2,97 aproveitáveis e de 1,37 frutos inaproveitáveis por planta. A variação fenotípica de caracteres morfológicos entre populações de araticum do Estado de Goiás não apresenta um padrão de estruturação espacial. A produção de frutos por planta é muito variável, sendo que algumas plantas apresentam características produtivas e de qualidade aparente de frutos que as credenciam com potencial para plantas-matrizes. As principais pragas que atacam os frutos de araticum são: Spermologus funereus, Cerconota anonella e Bephratelloides pomorum. A pressão antrópica sobre os ambientes naturais de produção de araticum tem reduzido a produção atual e pode inviabilizar as produções futuras.
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O maracujá-roxo (Passiflora edulis), apesar de ser desconhecido no Brasil, pode tornar-se numa fonte de renda alternativa para o agricultor, devido à boa remuneração e aceitação da fruta in natura no mercado europeu. Com o objetivo de avaliar a produção de mudas clonais de maracujá-roxo provenientes da Austrália, foi realizado um experimento no Setor de Fruticultura da Universidade de Brasília entre os meses de maio de 2005 e fevereiro de 2006. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com 3 repetições, em arranjo fatorial 7 x 2 x 3, sendo sete porta-enxertos, duas variedades-copa e três épocas de avaliação. A parcela foi formada por 3 plantas úteis. Utilizaram-se como porta-enxertos (PE) as espécies P. serrato digitata, P. nitida, P. coccinea, P. quadrangularis, P. edulis e P. edulis f. flavicarpa híbrido 'EC-2-0' e o híbrido P. coccinea X P. setacea, e como copa (CP), as variedades '96A' e '25' de maracujazeiro-roxo. As estacas enraizadas foram transferidas para sacolas plásticas e mantidas sob nebulização intermitente. A enxertia foi efetuada 30 dias após. As avaliações do índice de pegamento foram efetuadas aos 31 e 61 dias após a enxertia (DAE). As combinações CP/PE (entre "25" e "96 A" X P. nitida), seguidas das combinações ("25" e "96 A" X P. edulis f. flavicarpa híbrido 'EC-2-0'), com 100%, 90%, 90% e 80%, respectivamente, obtiveram alto índice de pegamento aos 61 DAE. A produção de mudas de maracujazeiro-roxo enxertadas nas espécies de maracujazeiro silvestres e comerciais P. nitida, P. quadrangularis, P. edulis f. flavicarpa híbrido 'EC-2-0' e P. edulis é viável do ponto de vista técnico, pois não ocorreram problemas de incompatibilidade, e os enxertos apresentaram alta taxa de pegamento.
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Estudos de fenologia são importantes para definição de vários tratos culturais de espécies frutíferas. Assim, estudou-se a fenologia da floração e da frutificação de mirtáceas nativas da Floresta com Araucária, na região sudoeste do Paraná. Foram feitas observações fenológicas em pitangueira, cerejeira-do-mato, uvalheira, guabirobeira e araçazeiro, de julho de 2007 a fevereiro de 2008, em três plantas por espécie. Foram determinadas as curvas de crescimento dos frutos com base nos seus valores de massa da matéria seca, em duas avaliações semanais. A floração das espécies ocorreu entre o final de agosto e o início de novembro. A cerejeira-do-mato é a espécie mais precoce (ciclo de 43 dias), com maturação dos frutos entre meados e fim de outubro, enquanto o araçazeiro apresenta ciclo reprodutivo mais longo (98 dias), com maturação durante o mês de fevereiro. Há diferenças no comportamento do acúmulo de matéria seca nos frutos entre genótipos da mesma espécie.
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No mundo, existem mais de 580 espécies de maracujazeiros, grande parte nativa da América Tropical e Subtropical, principalmente no Brasil. Os programas de melhoramento utilizam uma parte pequena dos recursos genéticos disponíveis, já que o potencial deste material geralmente não está suficientemente caracterizado. O objetivo deste trabalho foi a caracterização do teor de lipídios e do perfil de ácidos graxos presentes nas sementes de 03 espécies nativas silvestres de maracujás (Passiflora cincinnata, P. setacea e P. nitida), empregando o maracujá comercial (P.edulis) como referência. Os lipídios totais foram extraídos com éter de petróleo em extrator tipo Soxhlet. O perfil dos ésteres metílicos foi caracterizado por cromatografia a gás, usando detector de ionização de chama. A espécie P. setacea apresentou o maior teor de óleo (31,2-33,5%), seguida por P. nitida (29,5-32,3%) e P. cincinnata (16,7-19,2%). O óleo de P. setacea apresentou 64,7% de ácido linoleico, 19,7% de oleico e 10,2% de ácido palmítico; o óleo de P. nitida apresentou os ácidos mirístico (0,6%), palmítico (15,3%), palmitoleico (2,0%), oleico (24,8%), linoleico (51,7%) e um ácido graxo incomum às outras espécies de Passiflora, o láurico (0.4%); já o óleo de P. cincinnata apresentou os ácidos oleico (11,0%), palmítico (10,2%) e linoleico (74,3%). O ácido linoleico foi predominante nas três espécies estudadas. Todas as espécies apresentaram ácido vacênico (0,3-0,6%), descrito pela primeira vez no gênero Passiflora.