67 resultados para Artigo de Opinião
Resumo:
O artigo analisa a primeira onda do livro V da República de Platão, levando em conta a oposição entre opinião (dóxa) e ciência (epistéme), só formulada ao final da terceira onda. Sócrates problematiza a opinião corrente que aceita a diferença de natureza entre homens e mulheres para avançar a ideia de uma natureza humana comum. É essa tese paradoxal que justifica que possam ter uma mesma educação e que, assim, possam desempenhar as mesmas funções, vindo a ser guardiões e governantes da cidade.
Resumo:
A formação de profissionais de saúde com as competências para prestação de cuidados básicos deve ser iniciada na graduação. Entretanto, o treinamento na rede básica de saúde (RBS) ainda encontra barreiras nas esferas docente, discente e nas unidades das Secretarias Municipais de Saúde (SMS). Considerando a relevância do papel dos preceptores na formação dos estudantes da área da saúde, avaliamos a opinião dos profissionais de saúde da RBS da SMS do Rio de Janeiro sobre a atividade de preceptoria. Um questionário foi respondido por 351 profissionais de saúde de 13 das 67 unidades da RBS. Destes, 77% consideram que a preceptoria faz parte das atribuições do profissional e 61% gostariam de assumir esta tarefa. Várias dificuldades foram apontadas, incluindo problemas estruturais e de recursos humanos. Os resultados responsabilizam, de alguma forma, as instituições de ensino superior (IES) e o Estado pela pouca valorização e estímulo às ações de preceptoria, na medida em que apontam a necessidade de rever as condições de trabalho e de ensino na RBS. Destacam-se a melhoria dos salários e da infraestrutura e a oportunidade de capacitação profissional, o que implica parcerias efetivas entre as IES e as SMS.
Resumo:
Este artigo mostra os resultados de uma pesquisa sobre a avaliação do curso de Residência de Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, uma estratégia de qualificação para os profissionais do Programa Saúde da Família, com base na opinião dos alunos/residentes concluintes do segundo ano do curso. O processo avaliativo teve como foco a estrutura e o conteúdo das aulas teóricas, e, principalmente, os ganhos obtidos pelos alunos em conhecimentos, habilidades e atitudes, numa perspectiva de correção de rumos. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso, e o instrumento de coleta de dados foi um questionário com questões abertas. Os sujeitos totalizaram 20 alunos/residentes. Para a análise dos dados utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, modalidade temática. Os resultados mostraram que os alunos estavam conseguindo adquirir as principais competências necessárias a um médico de família, mas é preciso realizar ajustes em termos de conteúdo do programa e das condições das unidades de saúde, campos de prática dos alunos/residentes.
Resumo:
Este trabalho avalia o conhecimento e a opinião de pacientes ambulatoriais de um hospital-escola a respeito da participação de acadêmicos de Medicina nos atendimentos. Aplicaram-se questionários com perguntas objetivas e dissertativas a 131 pacientes enquanto aguardavam primeira consulta médica na unidade. Dos entrevistados, 58,8% sabiam o que significava o termo "hospital-escola" e 57,3% tinham conhecimento de que o hospital analisado se inclui nesse conceito. Apenas 6,9% dos pacientes afirmaram ter recebido explicações sobre o conceito e funcionamento do hospital-escola no momento da marcação da consulta e 36,6% relataram não saber que seriam atendidos por estudantes supervisionados pelo médico professor. Quanto à opinião sobre o atendimento por alunos, 69,5% o consideram bom e importante para o aprendizado deles, que serão os médicos do futuro; 26,7% não se incomodam; e 3,1% preferem atendimento exclusivo pelo médico. Após análise, verificou-se que mais de um terço dos pacientes não sabia que seria atendido por estudantes e que há necessidade de informá-los sobre a dinâmica de atendimento médico no momento do agendamento das consultas.
Resumo:
Ao receber o diagnóstico de uma doença cuja cura não é possível e vivenciar a ameaça ou a concretude de perdas inerentes a essa nova condição, o paciente e seus familiares vivenciam um momento de crise, percorrendo algumas fases ou estados psicológicos aos quais o profissional de saúde deve estar atento para que consiga orientá-los, suprindo suas necessidades. Com o aumento da demanda e dos serviços em cuidados paliativos no contexto atual, o objetivo deste trabalho é apresentar uma breve revisão da literatura nacional e internacional sobre a comunicação na transição do cuidado curativo para o cuidado paliativo em oncologia. Para sua realização, foi feito um levantamento bibliográfico, sendo analisados artigos das bases de dados SciELO e Medline no período de 2006 a 2013, a partir dos descritores palliative care e breaking bad news. Os artigos localizados nas bases de dados e considerados relevantes ao tema foram incluídos, totalizando 32 estudos. Destes, 24 foram utilizados e subdividos nas seguintes categorias: treinamento de habilidades de comunicação; workshops; estudos sobre a qualidade da comunicação; e protocolos para comunicação em cuidados paliativos.
Resumo:
Quais termos são suscetíveis de operações silogísticas? Para importantes intérpretes da lógica aristotélica - especialmente Ross, Patzig e Lukasiewicz - a resposta tende a introduzir um único e homogêneo grupo de termos, aqueles de generalidade intermediária (τὰ µεταξὺ). Fundamentada basicamente na classificação tripartite de entes que aparece no capítulo 27 de Primeiros Analíticos I, essa opinião atribui à silogística a exclusão de (i) termos singulares (como "Sócrates" e "este homem"), (ii) transcategoriais (como "ente" e "um"), bem como dos chamados (iii) summa genera ("substância", "qualidade", "quantidade", etc.). Em nossa opinião, esses resultados não derivam dos textos de Aristóteles, mas de leituras, traduções e interpretações impróprias das passagens centrais da discussão. Neste artigo, faremos um novo exame desses textos, a fim de mostrar que Aristóteles jamais afastou de sua lógica os tipos de termos que os intérpretes não hesitam em excluir da silogística. Assim, esperamos reintroduzir termos singulares, transcategoriais e summa genera, no domínio da silogística aristotélica.
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The Barrett's esophagus (BE) is defined as endoscopically visible columnar mucosa at the distal esophagus, of any extension, proved to harbor intestinal metaplasia on biopsy, highlighted by the presence of goblet cells. BE denotes long-standing gastroesophageal reflux disease (GERD) and is an important risk factor for the development of esophageal adenocarcinoma (EAC). Therefore, these patients must be on follow-up, in order to diagnose cancer early. BE patients have frequent alterations in esophageal physiologyc studies. Alkaline duodenogastroesophageal reflux seems to have important role. The development BE occurs in steps, initially with formation of cardiac type mucosa subsequent intestinalization. Futher progression can follow a sequence, from low grade dysplasia, to high grade dysplasia and esophageal adenocarcinoma. Current follow-up is based on the presence of dysplasia. It has limitations, grouping patients heterogeneously. Different steps of carcinogenesis have been studied looking for an ideal prognostic marker. Uncontrolled proliferative activity, apoptosis inhibition, angiogenesis, tissue invasion and metastases formation are all implicated in cancer origin. Some cycle cell molecules have been studied in BE, such as retinoblastoma protein, ciclins, kinase dependent ciclins and cell cycle inhibitors. The P53 protein is one of the most investigated in the metaplasia-adenocarcinoma progression. Growth Factors, apoptotic proteins, telomers and DNA ploidy have also been searched. Increased proliferative activity has been implicated in Barrett's carcinogenesis and the Ki-67 antigen, through imunohistochemical analysis, has become the the method of choice. Present in the nucleus, it is found in proliferative cells only. Some studies suport association between Ki-67 activity and the metaplasia-dysplasia-adenocarcinoma sequence.The results, however, are inconclusive and research should follow this way.
Resumo:
A incidência de traumatismo é uma realidade crescente nos dias de hoje. O acometimento dos reina ocorre em cerca de 10% dos pacientes com trauma abdominal fechado ou penetrante, podendo elevar muito a morbimortalidade quando não bem conduzido. Os autores fizeram um levantamento de artigos recentes para esclarecimentos no diagnóstico e na conduta no traumatismo renal, desde os detalhes anatômicos até o tratamento definitivo. A correta condução do paciente é fundamental para a preservação e manutenção da função do órgão, sobretudo da vida, após o evento traumático.
Resumo:
Lesões subepiteliais ou abaulamentos da mucosa são recobertas por mucosa normal e geralmente assintomáticas. Sua maioria é diagnosticada em exames radiológicos ou de endoscopia digestiva e podem corresponder a qualquer camada da parede do órgão (intramural) ou serem extramurais. Este artigo descreve estudos para análise da ultrassonografia após ecoendoscopia (USE) como método diagnóstico de elevada acurácia diante do achado de lesão subepitelial. Trata-se de trabalho de revisão de literatura sobre as características ecoendoscópicas das lesões subepiteliais e diferenciação em intra ou extramurais, camada de origem, ecogenicidade, vascularização, margens e dimensões, punção aspirativa por agulha fina (PAAF) ou biópsias com agulha do tipo trucut. Ambas as formas são aceitáveis) para análise histológica. A ultrassonografia endoscópica tem melhores índices de acurácia no diagnóstico da camada da parede gastrointestinal comprometida por lesões ou massas, além de estudar a ecogenicidade da lesão. A ultrassonografia endoscópica é um método seguro e detalhado, considerado o melhor exame de imagem para diagnóstico definitivo e programação terapêutica das lesões subepiteliais.
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Introdução : a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (Ministério da Saúde), apresenta as diretrizes regulamentadoras mais abrangentes acerca de pesquisas envolvendo seres humanos no Brasil, incluindo o conteúdo do termo de consentimento. Objetivo: apresentar o conhecimento e opinião de pesquisadores brasileiros sobre o conteúdo da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde em relação ao consentimento informado. Sujeitos e Métodos: 46 responsáveis pela área de ginecologia em universidades, 4 diretores de centros de pesquisa e 31 pesquisadores, que participaram de um estudo sobre regulação da fecundidade nos 12 meses anteriores a setembro de 2000, completaram um questionário auto-respondido. Para a análise dos dados foi utilizado o teste de chi². Resultados: a maioria dos participantes: declarou conhecer a Resolução e que a considerava adequada, embora difícil de ser cumprida; opinou que todas as pesquisas deviam ter um termo de consentimento; sabia que o termo deve assegurar o sigilo. Significativamente mais pesquisadores do que responsáveis/diretores sabiam que o termo tinha que ser elaborado pelo pesquisador principal, em duas vias. Mais responsáveis/diretores do que pesquisadores disseram que os participantes sempre devem assinar ou colocar a impressão digital no termo e consideraram que a forma de ressarcimento das despesas decorrentes de participar no estudo deve sempre constar no documento. Conclusões: apesar da difusão dada à Resolução 196/96, nem todos os sujeitos deste estudo a conheciam, mesmo estando ligados a uma universidade ou centro de pesquisa. A maioria foi favorável aos conteúdos exigidos pela Resolução para o consentimento informado.
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OBJETIVO: avaliar conhecimento, opinião e conduta de ginecologistas e obstetras sobre o aborto induzido. MÉTODO: questionário estruturado e pré-testado foi enviado a ginecologistas e obstetras associados a FEBRASGO. Solicitou-se preenchê-lo sem identificar-se e retorná-lo em envelope pré-selado que o acompanhava, para assegurar anonimato. Perguntou-se sobre conhecimento da legalidade do aborto no Brasil, opinião sobre a mesma e conduta em situações de solicitação de aborto. RESULTADOS: para 90% o aborto é legal nos casos de gravidez por estupro e risco de vida para a gestante, e para 31,8% quando existe malformação congênita grave. Opinaram que o aborto deveria ser permitido quando há risco de vida da gestante (79,3%), malformação fetal (77,0%) e quando a gravidez for resultado de estupro (76,6%), e 9,9% opinaram que deveria permitir-se em qualquer circunstância. Dois terços acreditavam que se precisa de alvará judicial para realizar aborto previsto em lei, e 27,4% sabiam que se requer solicitação da mulher. Diante da gravidez indesejada, 77,6% das mulheres ginecologistas/obstetras e 79,9% das parceiras dos ginecologistas/obstetras que a experimentaram referiram que foi feito um aborto; 40% ajudariam uma paciente e 48,5% a uma familiar na mesma situação. CONCLUSÃO: falta conhecimento da situação legal do aborto entre os ginecologistas e obstetras, apesar de grande maioria ter atitudes e condutas favoráveis.
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OBJETIVO: avaliar a concordância dos diagnósticos histopatológicos de lesões mamárias entre patologistas da comunidade e especialista em patologia mamária. MÉTODOS: foi realizado um estudo observacional, tipo coorte retrospectivo de 329 casos de lesões mamárias recebidas em consultoria para segunda opinião. Foram recebidas lâminas originais (152 casos), blocos de parafina (59 casos) ou lâminas e blocos (118 casos). Os casos foram revistos e os diagnósticos originais e os de revisão comparados, se avaliando a concordância no diagnóstico principal e na graduação nuclear dos casos de carcinoma ductal in situ e graduação histológica dos casos de carcinoma invasivo. Foram incluídos apenas casos com requisição de exame contendo dados clínicos e laudo anatomopatológico original final ou provisório. Para análise estatística foram usados o índice de kappa e a concordância percentual. RESULTADOS: a comparação geral entre os diagnósticos histopatológicos originais e pós-revisão evidenciou moderada concordância (índice de kappa=0,48) e concordância percentual de 59,9%. Os diagnósticos de malignidade foram confirmados em 185/225 casos (82,2%) e de lesões benignas em 89/104 casos (85,6%). A maior concordância diagnóstica foi observada nos casos de carcinoma invasor (81%) e as maiores discordâncias nos casos de carcinoma ductal in situ com microinvasão (74%), carcinoma/neoplasia lobular in situ (70%) e hiperplasias epiteliais atípicas (61%). A análise do grau nuclear de 61 casos de carcinoma ductal in situ evidenciou moderada concordância (índice de kappa=0,52, concordância percentual=68,8%). Foi observada boa concordância em relação ao grau histológico no carcinoma invasivo (índice de kappa=0,61, concordância percentual=74,3%). CONCLUSÕES: os resultados mostram maior concordância no diagnóstico do carcinoma invasivo e menor concordância no diagnóstico de carcinoma ductal in situ com microinvasão e das lesões mamárias pré-malignas, principalmente neoplasia lobular in situ e hiperplasias epiteliais atípicas.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar e comparar o conhecimento e opiniões de estudantes dos cursos de Direito e Medicina sobre a questão do aborto no Brasil. MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal envolvendo 125 alunos concluintes do ano de 2010, sendo 52 de Medicina (grupo MED) e 73 de Direito (grupo DIR), com uso de questionário construído com base em estudos publicados sobre o tema. As variáveis dependentes foram: acompanhamento do debate sobre aborto, conhecimento sobre situações em que o aborto é permitido por lei no Brasil, opinião sobre situações em que concorda com a ampliação do permissivo legal para interrupção da gestação e conhecimento prévio de alguém que já induziu o aborto. As variáveis independentes incluíram dados sociodemográficos como sexo, idade, renda familiar e curso de graduação. Análise estatística: testes do χ² e exato de Fisher, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: A maioria dos entrevistados relatou acompanhar a discussão sobre o aborto no Brasil (67,3% do grupo MED e 70,2% grupo DIR, p>0,05). Na avaliação do conhecimento sobre o tema, os estudantes de Medicina demonstraram percentual de acerto significativamente superior aos estudantes de Direito (100,0 e 87,5%, respectivamente; p=0,005), em relação à legalidade do aborto na gravidez resultante de estupro. Elevados percentuais de acertos também foram observados nos dois grupos, em relação à gravidez impondo risco de vida à gestante, mas sem significância estatística (94,2 e 87,5% para os grupos MED e DIR, respectivamente). Percentuais significativos dos entrevistados declararam-se favoráveis à ampliação legal do aborto em outras situações, com destaque para: anencefalia (68%), gravidez com prejuízos graves à saúde física da mulher (42,1%) e para feto com qualquer malformação congênita grave (33,7%). CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram um conhecimento satisfatório dos concluintes dos cursos de Direito e Medicina quanto à legalidade do aborto no Brasil, aliado a uma tendência favorável à ampliação do permissivo legal para outras situações não previstas em lei. Ressalta-se a importância da inclusão dessa temática nos currículos de graduação e do desenvolvimento de estratégias de ensino interprofissional.