48 resultados para ACERVO MUSEOLÓGICO
Resumo:
Para a análise e descrição comparativa da morfologia da língua e de suas papilas, bem como a distribuição destas, foram utilizados três animais de faixas etárias distintas (filhote, jovem, adulto), de duas espécies de primatas, Callithrix penicillata (sagui-de-tufo-preto) e Alouatta caraya (bugio-preto), ambas sendo observadas através da microscopia eletrônica de varredura. Os animais da espécie Callithrix penicillata eram procedentes de um criadouro comercial de animais selvagens em Atibaia/SP e vieram a óbito por causas naturais, e os da espécie Alouatta caraya eram provenientes do acervo do Laboratório de Anatomia Macroscópica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP). Com o material analisado e a técnica empregada pôde-se constatar que as línguas dos saguis-de-tufo-preto e dos bugios-pretos analisadas apresentavam papilas linguais similares às descritas para outras espécies de primatas. As línguas possuíam diferenças morfológicas, principalmente para alguns tipos de papilas linguais, em detrimento do avançar da idade dos animais. De forma geral, foram observados quatro tipos de papilas linguais, sendo estas: filiforme, fungiforme, valada e folhada. As línguas dos bugio-pretos apresentavam características de animais com dietas herbívoras. Possuindo desta forma papilas filiformes com formatos variados (coroa, lança, multifilamentar), de acordo com as regiões da língua, e também robustas papilas, principalmente na proeminência lingual. Já as línguas dos saguis-de-tufo-preto possuíam características de animais onívoros. Com papilas filiformes em formato de coroa, grandes quantidades de papilas fungiformes e desenvolvidas papilas folhadas. Observou-se que as modificações das papilas linguais que ocorrem nos animais após o nascimento apresentaram correlação com a mudança nos tipos de alimentos consumidos. Sendo presumível então concluir que as dietas possuem relação direta para com as alterações morfológicas e estruturais das papilas linguais nos animais ora aqui analisados.
Resumo:
A reprodução faz parte do ciclo de vida dos animais permitindo a perpetuação e a conservação das espécies. Em serpentes, existe uma escassez de informações técnicas a respeito do ciclo reprodutivo. Este estudo teve o objetivo de avaliar o aparelho reprodutivo por meio da ultrassonografia em serpentes vivíparas cativas da família Boidae, permitindo diagnosticar as diferentes fases reprodutivas. Foram avaliadas ultrassonograficamente onze serpentes adultas de quatro espécies da família Boidae: Eunectes murinus, Boa constrictor constrictor, Corallus hortulanus e Epicrates cenchria pertencentes ao acervo do Museu Biológico do Instituto Butantan, São Paulo Brasil. Para a avaliação ultrassonográfica, as serpentes foram contidas fisicamente com gancho herpetológico e depois manualmente por aproximadamente 15 minutos. A avaliação foi feita aplicando-se gel acústico sobre a pele e posicionando o transdutor na linha lateral-ventral direita e esquerda, em região medial do corpo em sentido crânio-caudal. O exame ultrassonográfico permitiu avaliar todo o ciclo reprodutivo nas serpentes. Nas avaliações ultrassonográficas das fêmeas pode-se definir as fases de desenvolvimento ovariano e ovidutal. Os folículos ovarianos durante a fase pré-vitelogênica foram visualizados como homogêneos e anecogênicos, em forma de "cacho de uva". Já na fase vitelogênica, os folículos estavam maiores e mais ecogênicos seguidos uns dos outros, como um "colar de pérolas". Quando não houve cópula, os folículos foram reabsorvidos dentro do ovário retornando a fase pré-vitelogênica. Na fase pós ovulatória foram visualizados três estágios bem definidos de desenvolvimento fetal dentro do oviduto: 1) logo após a ovulação (e fecundação), somente o vitelo foi visualizado; 2) o vitelo ocupava 60% e o feto 40% do ovo e 3) o feto estava formado e não havia vitelo. Nos machos, os testículos foram visualizados como uma imagem homogênea e hipoecogênica quando se encontravam em estágio reprodutivo. Quando não estavam reprodutivos não era possível visualizar a imagem do testículo devido ao seu tamanho. A avaliação ultrassonográfica do aparelho reprodutor em serpentes demonstrou ser uma técnica de diagnóstico segura, não invasiva e que permite o acompanhamento das principais fases reprodutivas
Resumo:
A família Bromeliaceae, dentre a grande variedade de plantas tropicais nativas do Brasil, tem merecido destaque devido à sua importância econômica como plantas ornamentais, sendo atualmente muito cultivadas e utilizadas na decoração de interiores e em projetos paisagísticos. Alguns gêneros são endêmicos da Floresta Atlântica e, em função dessa procura, a retirada de seus ambientes naturais constitui ameaça a algumas espécies. A Unidade de Pesquisa e Conservação de Bromeliaceae (UPCB), localizada na Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG, tem como finalidade promover a pesquisa em favor da conservação da família Bromeliaceae. Um problema constante na manutenção desse acervo é a infestação por plantas daninhas. Objetivou-se neste trabalho definir as espécies de plantas daninhas críticas no cultivo de bromélias. Foram realizadas visitas semanais, no período de 17 de novembro de 2006 a 17 de janeiro de 2007, para caracterização do comportamento das espécies de plantas daninhas no cultivo de bromélias na UPCB. Após esse período, realizou-se capina manual dos vasos e triagem das espécies daninhas, que foram identificadas e quantificadas. As espécies críticas foram descritas e seus indivíduos férteis depositados no Herbário VIC, do Departamento de Biologia Vegetal, como material testemunha. Realizou-se, também, documentação fotográfica das espécies durante o período de infestação. Foram identificadas duas espécies críticas: brilhantina (Pilea microphylla), com média de seis indivíduos por vaso, e agriãozinho (Cardamine bonariensis), com média de 13 indivíduos por vaso; sete espécies consideradas potencialmente críticas, com destaque para barba-de-falcão (Crepis japonica); e 12 espécies oportunistas.