607 resultados para Botânica - Embriologia
Resumo:
O ambiente urbano pode gerar condições de estresse oxidativo nas plantas, levando à estimulação de antioxidantes como ácido ascórbico (AA), tióis (Ti), peroxidases (POD) e superóxido dismutase (SOD), em diferentes níveis, de acordo com sua capacidade de tolerar tais condições. Este estudo, em sua primeira fase, buscou conhecer o perfil destas defesas em folhas de plantas jovens de C. echinata com diferentes graus de desenvolvimento. Os níveis dos antioxidantes foram similares em todas as folhas analisadas. Em uma segunda fase, tais antioxidantes e a glutationa (GSH) foram avaliados em 130 plantas mantidas em casa de vegetação com monitoramento constante de temperatura, umidade relativa e irradiância, por um período de 18 meses, para estabelecer se variações sazonais nessas defesas ocorrem em resposta a fatores climáticos. Nesse período, os antioxidantes foliares foram analisados a cada três meses. Em geral, a concentração de AA e a atividade da POD foram altas em C. echinata, quando comparadas com as de outras espécies arbóreas tropicais. Houve variações nas defesas ao longo do tempo. A concentração de GSH e a atividade da POD mostraram ser influenciadas por mudanças na temperatura e a SOD foi estimulada em resposta à temperatura e à umidade relativa.
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A morfologia e anatomia de muitas espécies do cerrado são desconhecidas, sendo os frutos e sementes ainda menos estudados. Assim, esse trabalho objetivou estudar morfoanatomicamente os frutos e sementes de Byrsonima intermedia, uma das espécies mais freqüentes dos cerrados de São Paulo, descrevendo-os ontogeneticamente. Verificou-se que o ovário é súpero, tricarpelar e trilocular, com um óvulo por lóculo; a epiderme externa é unisseriada, com cutícula espessa no ápice e delgada na base do órgão; o mesofilo ovariano é multisseriado, parenquimático e vascularizado; a epiderme interna é unisseriada, com células que se dividem precocemente. Os óvulos são subcampilótropos, bitegumentados, com nucelo projetado através da micrópila; hipóstase e epístase são observadas. Durante o desenvolvimento do pericarpo, as divisões celulares restringem-se à fase inicial do desenvolvimento, ocorrendo previamente à diferenciação seminal. O fruto maduro é do tipo drupóide, carnoso, com pirênio lenhoso formando três lóculos. O exocarpo é unisseriado; o mesocarpo externo é parenquimático, ocorrendo esclereídes dispersas na região apical do fruto; no mesocarpo interno ocorrem várias camadas de esclereídes alongadas em diversos sentidos; o endocarpo é multisseriado, com as esclereídes alongadas longitudinalmente. A origem meso-endocárpica dos tecidos lignificados deste pericarpo contraria a definição clássica dos frutos drupóides, que destaca apenas o endocarpo lenhoso. A semente apresenta tegumentos e endosperma reduzidos. O embrião tem eixo hipocótilo-radicular contínuo, com dois cotilédones enrolados em espiral.
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Quatro espécies de Forsteronia encontradas em regiões de cerrado tiveram sua anatomia foliar investigada com o objetivo de levantar caracteres que auxiliem a identificar indivíduos em estádio vegetativo. Indivíduos de F. australis Müll.Arg., F. glabrescens Müll.Arg., F. pubescens A.DC. e F. thyrsoidea (Vell.) Müll.Arg. foram coletados em Moji-Guaçu e Itirapina (São Paulo, Brasil). De acordo com os dados obtidos, é possível identificar indivíduos em estádio vegetativo através da estrutura foliar. Dois caracteres macromorfológicos e quatro anatômicos diferenciam F. australis de F. glabrescens: 1. contorno do pecíolo em secção transversal; 2. ocorrência de cordão de floema acima do feixe vascular no pecíolo; 3. ocorrência de hipoderme secretora no pecíolo; 4. ocorrência de indumento nas domácias; 5. ocorrência de idioblastos secretores e aspecto da sua secreção; 6. tipo dos coléteres axilares. F. pubescens distingue-se de F. thyrsoidea por oito caracteres: 1. contorno do pecíolo em secção transversal; 2. ocorrência de cordões de floema acima do feixe vascular no pecíolo; 3. formato do feixe vascular; 4. posição dos idioblastos secretores no pecíolo; 5. tipo de mesofilo; 6. ocorrência de idioblastos cristalíferos; 7. ocorrência de idioblastos secretores ao redor do feixe vascular mediano; 8. ocorrência de coléter axilar ramificado. A anatomia das domácias e os coléteres dos tipos séssil e ramificado são ineditamente descritos para órgãos vegetativos de espécies de Apocynaceae. Os caracteres levantados têm importância taxonômica e são úteis na identificação das espécies de Forsteronia, contribuindo dessa forma para uma melhor delimitação das espécies consideradas semelhantes ocorrentes nos cerrados paulistas.
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Gallesia integrifolia é uma espécie arbórea nativa do Brasil, pertencente à família Phytolaccaceae e conhecida popularmente por pau-d'alho, importante como produtora de madeira. Este trabalho foi desenvolvido em laboratório, visando recomendar as condições a serem adotadas no teste padrão de germinação e prever o comportamento germinativo das sementes em condições naturais. As sementes foram submetidas às temperaturas constantes de 15, 20, 25, 30 e 35 ºC e alternada de 20-30 ºC, na ausência de luz e sob fotoperíodo de oito horas de luz dos espectros branco, vermelho e vermelho extremo. Como substrato foi utilizada vermiculita (30 g), umedecida com 45, 90 e 135 mL de água destilada. Foram avaliados a porcentagem total e o índice de velocidade de germinação das sementes. Os resultados obtidos mostraram que as sementes são indiferentes ao regime de temperatura e que nas melhores temperaturas testadas (20, 25, 30 e 20-30 ºC), elas são insensíveis à luz. O teste padrão de germinação pode ser conduzido com 30 g de vermiculita umedecida com 45 a 90 mL de água, nas temperaturas constantes de 20 ou 25 ºC, sob fotoperíodo de oito horas de luz branca. As sementes de pau-d'alho germinaram nos diferentes regimes de temperatura, qualidades de luz e níveis de umidade testados indicando que, em condições naturais, são capazes de germinar tanto sob o dossel como em clareiras.
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Plants accumulate antimicrobial compounds (phytoalexins) in response to a wide variety of microorganisms. Mucor ramosissimus Samutsevitsch is a saprobe capable of inducing phytoalexin production in soybean cotyledons and in the leaves of tropical Rubiaceae on whose surface it has been found. In the present study, the elicitor from M. ramosissimus was partially purified and the activity compared to that of a glucan elicitor isolated from Phytophthora sojae. Optimal isolation of the elicitor (based on fungal growth, yield of spores and elicitor activity) was achieved by autoclaving spores obtained from nine day-old cultures of the fungus. The elicitor was precipitated with ethanol and purified by chromatography on an anion exchange column, which retained the elicitor, and a Concanavalin A-affinity matrix, to which the elicitor did not bind. The purification resulted in a considerable increase (six-fold) in the specific activity of the elicitor. Neutral sugar composition, analyzed by HPLC, revealed the predominance of mannose, followed by glucose and galactose, whereas colorimetric quantification showed the presence of uronic acids. GC-MS analysis of the elicitor revealed the predominance of glucuronic acid and mannose. These results suggest that fragments of mucoran-type polysaccharides are the phytoalexin elicitors present in the spores of the saprobe M. ramosissimus. Our results also indicate for the first time that soybean cotyledon tissues can recognize fragments of glucuronic-acid heteropolymers as phytoalexin elicitors.
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O fruto e a semente em desenvolvimento de Pilocarpus pennatifolius foram investigados. O fruto é um esquizocarpo, com um a cinco mericarpos. O endocarpo é esclerenquimático e se origina da ação meristemática da epiderme interna do ovário. O endocarpo participa ativamente do processo de deiscência do fruto. A semente é campilótropa, bitegumentada e mesotestal.
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Echinolaena inflexa (Poir.) Chase is a native C3 grass species with high biomass production and abundance in the cerrado comparable to Melinis minutiflora Beauv., a C4 forage grass of African origin, widespread in the cerrado, displacing some native herbaceous species. These species accumulate mainly starch, differently of Lolium multiflorum Lam. ssp. italicum Beck cv. Lema (ryegrass), a C3 temperate forage grass that accumulates fructans as the major storage carbohydrate in the vegetative tissues. In the present study, we analyzed diurnal variations in the content and composition of non-structural carbohydrates (NSC) in the aerial vegetative parts of the three species. Results showed similarity in water-soluble carbohydrates (WSC) and starch contents between Melinis minutiflora and Echinolaena inflexa, with the exotic grass accumulating higher amounts of NSC. However, the levels of sucrose, glucose and fructose were 10 fold higher in Lolium multiflorum, that accumulates fructan as the main storage carbohydrate. Although the contents of WSC and starch were similar in the tropical species E. inflexa and M. minutiflora, their diurnal variations were different and could be related to starch metabolism, especially in M. minutiflora.
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Studies on the regeneration and seedling mortality of rare tree species are important, but scarce. The aim of this study was to investigate the annual variation in recruitment, growth and mortality of juveniles of Enterolobium glaziovii Benth., a rare tree species from the Brazilian Atlantic Rain Forest. All seedlings and juveniles around four reproductive trees were labeled and their fate was followed from 1996 to 1999. There were no annual differences in juveniles' recruitment below and beyond the parental crown, but juveniles' survival and growth were lower below than beyond of the parental tree crowns. Small individuals (< 15 cm tall) showed the greatest mortality and the lowest growth, followed by medium (from 15 to 50 cm tall) and large ones (> 50 cm tall). Large juveniles were more widely dispersed from the conspecific parental tree than were medium and small ones. This suggests that distance dependent mortality of juveniles mediated by the parental tree is an important cause of spacing shifts associated with the growth of small individuals of E. glaziovii into large ones. Widely dispersed juveniles may escape the high mortality associated with pathogens, herbivores or seed predators concentrated around adult conspecifics. The negative influence of the parental tree on its juveniles may explain the sparse distribution of its adults in the forest.
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Fatores de risco que afetam a produção de sementes em Ipomoea pes-caprae (L.) R. Br. (Convolvulaceae) foram avaliados em 10 praias da Ilha de Santa Catarina, SC. Ipomoea pes-caprae é auto-incompatível, possui longos estolões, com difícil individualização dos genetas em campo. Assim, manchas de I. pes-caprae foram monitoradas, sendo definidas como áreas ocupadas pela espécie, descontínuas entre si. Nestas, 9,4% a 76,0% das inflorescências estavam abortadas. Soterramentos causaram perda de botões e frutos, mas a ineficiência de polinização parece explicar a grande taxa de abortos após a floração. A predação de sementes pelas larvas dos bruquídeos Megacerus baeri e M. reticulatus e por lagartas da mariposa Ephestia kuhniella foi expressiva. Os bruquídeos ovipõem preferencialmente em frutos em amadurecimento, danificando até 65,7% das sementes produzidas nas manchas. Ephestia kuhniella danificou até 57,4% das sementes em 1996 e até 5,4% em 1997, ano com menor abundância de frutos. Frutos com mariposa não abrem para dispersão, permanecendo três meses e meio presos à planta. As sementes intactas destes frutos são viáveis e com sobrevivência de plântulas similar às provindas de frutos sem infestação. Os danos registrados podem reduzir as sementes viáveis a 9% do total produzido, estimando-se de 0,5 a 30,6 sementes viáveis m-2 nas manchas estudadas. As maiores densidades de sementes viáveis ocorreram nas manchas com mais frutos, reforçando como vantajosa, uma alta produção de frutos. A baixa densidade de sementes viáveis encontradas em algumas localidades talvez possa comprometer a regeneração local da espécie.
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O comportamento de forrageio de polinizadores e dispersores de sementes é influenciado pela heterogeneidade de recursos no ambiente, sendo importante conhecer a variação espaço-temporal dos recursos a fim de compreender as relações mutualistas estabelecidas entre plantas e animais. Na paisagem estudada, a floração de Psychotria suterella ocorreu de janeiro a abril, meses de maior pluviosidade no ano, e apresentou alta sincronia entre as populações. O padrão fenológico de floração encontrado na categoria de indivíduo se assemelhou ao registrado para as categorias de população e paisagem. A frutificação ocorreu durante todo o ano, com maior disponibilidade de frutos maduros em maio e dezembro, havendo menor sincronia entre as populações e entre os indivíduos nesta fenofase do que na de floração. Apenas cruzamentos inter-morfos produziram frutos e sementes, indicando que esta espécie vegetal depende de vetores de pólen para reprodução sexuada. Uma vez que não há indícios de limitação polínica nas populações estudadas, consideramos que as diferenças na frutificação entre as populações poderiam estar associadas a fatores abióticos. A sobreposição entre o padrão de floração anual de Psychotria suterella e a atividade de forrageio de Bombus brasiliensis, o fato de B. brasiliensis ser o polinizador mais importante desta espécie vegetal, bem como a importância de P. suterella na dieta desta abelha, sugerem que pressões seletivas entre as duas espécies podem condicionar o resultado desta interação mutualista.
Resumo:
A subfamília Caesalpinioideae (Leguminosae) possui cerca de 2.800 espécies, muitas das quais ocorrem no Brasil. Para a região Sul do Brasil são citadas 56 espécies, distribuídas pelos mais diversos ambientes, com importância econômica, social e científica bastante grande, sendo ainda pouco conhecidas do ponto de vista citogenético e taxonômico. Neste estudo foram analisados, quanto ao número de cromossomos, 74 acessos de 27 táxons incluídos em 10 gêneros pertencentes às tribos Cassieae, Caesalpinieae e Cercideae. Os números cromossômicos encontrados foram 2n = 32, 28, 26, 24, 22, 16 e 14. Sete espécies tiveram seus números cromossômicos determinados pela primeira vez: Cassia leptophylla, Senna araucarietorum, S. hilariana, S. neglecta, S. oblongifolia, Chamaecrista repens e Pomaria stipularis. A maioria das espécies apresentaram 2n = 28 cromossomos, sendo observados também 2n = 26, 24 e 22. O gênero Chamaecrista diferenciase dos demais gêneros, pois todos os seus táxons apresentaram 2n = 32, 16 e 14 cromossomos, sendo o primeiro número supostamente originado por poliploidia. O número básico proposto para as espécies estudadas foi x = 14, com os demais números, x = 13, 12 e 11, tendo surgido provavelmente por disploidia e para o gênero Chamaecrista x = 8 e x = 7 para a espécie pertencente à seção Xerocalyx. A poliploidia pareceu importante na diversificação inicial do grupo, com ocorrência de uma série de reduções displóides no decorrer do processo evolutivo. O caráter número de cromossomos mostrou-se relevante na distinção de táxons do gênero Chamaecrista dos demais gêneros, sugerindo, juntamente com outros caracteres analisados e encontrados em literatura, a segregação deste dos demais gêneros pertencentes à tribo Cassieae.
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A estrutura anatômica do lenho de Xylopia aromatica (Lam.) Mart. foi analisada pela observação do caule e da raiz de espécimes provenientes de duas áreas de cerrado, uma com vegetação característica e outra, em que a vegetação original foi substituída por monocultura de Pinus elliotti Engelm. As duas áreas situam-se na Reserva Biológica e Estação Experimental de Moji-Guaçu. As amostras foram coletadas pelo método não destrutivo. Os dados quantitativos das características analisadas foram obtidos mediante contagens e medições nos elementos de vasos, fibras e parênquima axial e radial, através das secções histológicas e tecido dissociado. Esses dados foram submetidos à prova não paramétrica de Mann-Whitney que mostrou diferenças significativas para 12 das 18 características analisadas. Dentre essas, apenas o diâmetro das pontoações intervasculares e das radiovasculares e a porcentagem de parênquima axial, apresentaram médias maiores para os espécimes da área de plantio. A análise estrutural do lenho demonstrou a presença de anéis de crescimento, delimitados pelo achatamento das paredes radiais das fibras, observada em todos os espécimes, indicando uma adaptação fisiológica e anatômica ao período de seca que ocorre anualmente na região. A baixa ocorrência de idioblastos secretores, nos espécimes da área de plantio, fornece indício sobre as possíveis alterações fisiológicas induzidas pela presença da plantação de Pinus elliottii em área de cerrado.
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As lagoas Clara e das Garças são ambientes lênticos inseridos na planície de inundação do alto Rio Paraná. Foram descritos 36 táxons distribuídos em quatro ordens (Chroococcales, Nostocales, Oscillatoriales e Stigonematales) e dez famílias (Synechococcaceae, Chroococcaceae, Merismopediaceae, Nostocaceae, Rivulariaceae, Borziaceae, Pseudanabaenaceae, Oscillatoriaceae, Phormidiaceae e Mastigocladaceae) de cianobactérias. A família de maior representatividade foi Pseudanabaenaceae, com sete táxons, seguida de Oscillatoriaceae e Nostocaceae, ambas com seis táxons. Dos 36 táxons, 22 são descritos pela primeira vez para a planície de inundação do alto Rio Paraná.
Resumo:
Uma nova espécie de Olyra é descrita e ilustrada. Olyra bahiensis R.P.Oliveira & Longhi-Wagner é relacionada à O. ciliatifolia Raddi (amplamente distribuída na América do Sul) e à O. juruana Mez, O. amapana Soderstr. & Zuloaga e O. loretensis Mez (ocorrentes na região Amazônica), pela presença de tricomas recobrindo totalmente o antécio feminino. A nova espécie ocorre na mata atlântica do sul da Bahia, na mesma área onde também são encontradas várias espécies endêmicas de gramíneas. As populações de O. bahiensis apresentam pequeno número de indivíduos, os quais habitam áreas sombreadas em remanescentes de matas úmidas associadas ao cultivo de cacau. Uma chave analítica para O. bahiensis e espécies relacionadas é também apresentada.