647 resultados para Saúde pública Financiamento
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a literatura nacional e internacional sobre validade de mtodos de relacionamentos nominais de base de dados em saúde, com nfase nas medidas de aferio da qualidade dos resultados. MTODOS: Reviso sistemtica de estudos de coorte, caso-controles e seccionais que avaliaram a qualidade dos mtodos de relacionamento probabilstico de base de dados em saúde. Foi utilizada metodologia Cochrane para revises sistemticas. As bases consultadas foram as mais amplamente utilizadas: Medline, LILACS, Scopus, SciELO e Scirus. No foi utilizado filtro temporal e os idiomas considerados foram: portugus, espanhol, francs e ingls. RESULTADOS: As medidas sumrias da qualidade dos relacionamentos probabilsticos foram a sensibilidade, a especificidade e o valor preditivo positivo. Dos 202 estudos identificados, aps critrios de incluso, foram analisados 33 artigos. Apenas seis apresentaram dados completos sobre as medidas-sumrias de interesse. Observam-se como principais limitaes a ausncia de revisor na avaliao dos ttulos e dos resumos dos artigos e o no-mascaramento da autoria dos artigos no processo de reviso. Estados Unidos, Reino Unido e Nova Zelndia concentraram as publicaes cientficas neste campo. Em geral, a acurcia dos mtodos de relacionamento probabilstico de bases de dados variou de 74% a 98% de sensibilidade e 99% a 100% de especificidade. CONCLUSES: A aplicao do relacionamento probabilstico a bases de dados em saúde tem primado pela alta sensibilidade e uma maior flexibilizao da sensibilidade do mtodo, mostrando preocupao com a preciso dos dados a serem obtidos. O valor preditivo positivo nos estudos aponta alta proporo de pares de registros verdadeiramente positivos. A avaliao da qualidade dos mtodos empregados tem se mostrado indispensvel para validar os resultados obtidos nestes tipos de estudos, podendo ainda contribuir para a qualificao das grandes bases de dados em saúde disponveis no Pas.
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Com o objetivo de analisar a associao entre estresse no trabalho e hipertenso arterial na populao feminina, foi realizado estudo transversal com 1.819 mulheres participantes do Estudo Pr-Saúde no Rio de Janeiro, RJ, entre 1999 e 2001. Foi utilizada a verso brasileira da escala reduzida de estresse no trabalho (modelo demanda-controle). A prevalncia global de hipertenso arterial aferida (>140/90 mmHg e/ou uso de medicao anti-hipertensiva) foi de 24%. Comparadas com participantes com trabalho classificado como de baixa exigncia, as razes ajustadas de prevalncias de hipertenso arterial de mulheres em trabalhos de alta exigncia, passivos e ativos, foram, respectivamente, de 0,93 (IC 95%: 0,72;1,20), 1,06 (IC 95%: 0,86;1,32) e 1,14 (IC 95%: 0,88;1,47). Sugere-se a realizao de anlises longitudinais para elucidar o papel dessas caractersticas psicossociais do ambiente de trabalho na determinao da hipertenso arterial.
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OBJETIVO: Identificar variveis associadas a internaes sensveis ao cuidado primrio. MTODOS: Inqurito de morbidade hospitalar realizado com amostra aleatria de 660 pacientes internados em enfermarias de clnica mdica e cirrgica de hospitais conveniados com o Sistema nico de Saúde, em Montes Claros, MG, de 2007 a 2008. Foram realizadas entrevistas com os pacientes e seus familiares utilizando formulrio prprio e pesquisa aos pronturios. A definio das condies consideradas sensveis ao cuidado primrio baseou-se na lista do Ministrio da Saúde. A associao entre variveis socioeconmicas e de saúde com as internaes sensveis foi analisada utilizando-se anlises bivariadas e de regresso logstica mltipla. RESULTADOS: O percentual de internaes sensveis ao cuidado primrio no grupo estudado foi de 38,8% (n=256). As variveis que se mantiveram estatisticamente associadas com as condies sensveis ao cuidado primrio foram: internao prvia (OR=1,62; IC 95%: 1,51;2,28), visitas regulares a unidades de saúde (OR=2,20; IC 95%: 1,44;3,36), baixa escolaridade (OR=1,50; IC 95%: 1,02;2,20), controle de saúde no realizado por equipe de saúde da famlia (OR=2,48; IC 95%: 1,64;3,74), internao solicitada por mdicos que no atuam na equipe de saúde da famlia (OR=2,25; IC 95%: 1,03;4,94) e idade igual ou superior a 60 anos (OR=2,12; IC 95%: 1,45;3,09). CONCLUSES: As variveis associadas s internaes sensveis so sobretudo prprias do paciente, como idade, escolaridade e internaes prvias, mas o controle regular da saúde fora da Estratgia de Saúde da Famlia duplica a probabilidade de internao.
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OBJETIVO: Analisar percepes e participao de usurias de unidade bsica de saúde em relao preveno e promoo de saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo no qual foram entrevistadas 20 usurias de uma unidade de saúde da famlia de Belo Horizonte, MG, em 2007. O roteiro da entrevista englobou questes sobre o processo saúde-doena e preveno e promoo de saúde. Foi utilizada a tcnica de anlise de contedo na anlise dos relatos. ANLISE DOS RESULTADOS: A percepo sobre preveno apresentou influncia da teoria de Leavell & Clark, expressa por aes que evitam o aparecimento, progresso ou agravamento de alguma doena. A promoo de saúde foi concebida como um nvel de preveno e associada responsabilizao individual e ao conceito positivo de saúde. As prticas de preveno e promoo de saúde estiveram orientadas pelo conceito positivo de saúde, pela possibilidade de gerarem prazer/desprazer, pelas interferncias que poderiam ocasionar no cotidiano, pela concepo de fora de vontade e de valor conferido vida. CONCLUSES: O discurso sobre preveno e promoo de saúde marcado por concepes tradicionais. Contudo, houve a incorporao do conceito positivo de saúde que, aliado ao fator prazer e fora de vontade, atuam como principais influenciadores do comportamento. So necessrias estratgias com abordagens mais amplas sobre o processo saúde-doena, traduzindo os princpios modernos da promoo de saúde.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia de histrico de violncia sexual entre mulheres gestantes e sua associao com a percepo de saúde. MTODOS: Estudo transversal, com 179 mulheres maiores de 14 anos e grvidas de 14 a 28 semanas, entrevistadas em servios pblicos de saúde em So Paulo, SP, entre os anos de 2006 e 2007. Os instrumentos utilizados foram: inventrio de violncia sexual, inventrio de dados sociodemogrficos e questionrio de qualidade de vida relacionada saúde: "Medical Outcomes 12-Item Short-Form Health Survey" (SF-12). Mulheres com e sem histria de violncia sexual foram comparadas quanto idade, escolaridade, ocupao, estado civil, cor da pele e autopercepo de saúde fsica e mental. A violncia sexual foi caracterizada em penetrativa ou no penetrativa. RESULTADOS: Houve prevalncia de 39,1% de violncia sexual entre as entrevistadas, sendo 20% do tipo penetrativo, cometida sobretudo por agressores conhecidos. Em 57% das mulheres a primeira agresso ocorreu antes dos 14 anos. No houve diferenas sociodemogrficas entre mulheres que sofreram e as que no sofreram violncia sexual. Escores mdios de percepo de saúde fsica entre as entrevistadas com antecedente de violncia sexual foram menores (42,2; DP=8,3) do que das mulheres sem este antecedente (51,0; DP=7,5) (p<0,001). A percepo de saúde mental teve escore mdio de 37,4 (DP=11,2) e 48,1 (DP=10,2) (p<0,001), respectivamente para os dois grupos. CONCLUSES: Houve alta prevalncia de violncia sexual entre as grvidas dos servios de saúde avaliados. Mulheres com antecedente de violncia sexual apresentaram pior percepo de saúde do que as sem esse antecedente.
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OBJETIVO: Analisar os fatores que adultos e idosos consideram como mais importantes para manuteno da saúde. MTODOS: Estudo transversal realizado com 4.060 adultos e 4.003 idosos residentes em reas de abrangncia de 240 unidades bsicas de saúde das regies Sul e Nordeste, em 2005. Um carto com figuras e frases referentes a sete fatores relacionados com o risco de doenas e agravos no transmissveis era mostrado aos indivduos para que indicassem o fator mais relevante para a saúde. Os fatores eram: manter uma alimentao saudvel, fazer exerccio fsico regularmente, no tomar bebidas alcolicas em excesso, realizar consultas mdicas regularmente, no fumar, manter o peso ideal e controlar ou evitar o estresse. As anlises foram ajustadas por regresso de Poisson com clculo de razes de prevalncia ajustadas, intervalos com 95% de confiana, e valores de significncia usando os Testes de Wald para heterogeneidade e tendncia linear. RESULTADOS: Os fatores mais freqentemente indicados pelos adultos foram: alimentao saudvel (33,8%), realizar exerccio fsico (21,4%) e no fumar (13,9%). Entre os idosos, os fatores mais relatados foram: alimentao saudvel (36,7%), no fumar (17,7%) e consultar o mdico regularmente (14,2%). Foram observadas diferenas entre os fatores citados conforme a regio geogrfica, variveis demogrficas, socioeconmicas e de saúde. CONCLUSES: A maioria de adultos e idosos, de ambas regies, reconhece e indica a necessidade de manter uma alimentao saudvel e de no fumar como medidas mais importantes para manuteno da saúde. Estratgias de educao em saúde devem considerar essas caractersticas dos indivduos para estimular medidas especficas a serem adotadas para cada segmento populacional.
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OBJETIVO: Analisar caractersticas relacionadas adeso ao tratamento dos casos de tuberculose em servios de referncia para tuberculose. MTODOS: Trata-se de um estudo ecolgico nas unidades de referncia no tratamento dos casos de tuberculose dos distritos sanitrios de Salvador, BA, em 2006. A amostra foi composta pelas unidades de saúde municipais que atenderam 67,2% dos 2.283 casos notificados de tuberculose no ano. Foram analisadas as variveis: cura, abandono, exames realizados, equipe de saúde e benefcios aos pacientes. Para verificar associao entre as variveis, foi utilizado o teste qui-quadrado ou exato de Fisher, sendo consideradas estatisticamente significantes as associaes com p<0,05. RESULTADOS: Dos casos estudados, 78,4% resultaram em cura, 8,6% em abandono, 2,2% em bito e 8,1% em transferncia. As taxas de adeso por unidade de saúde apresentaram variabilidade entre 66,7% a 98,1%. As variveis cura e abandono mostraram associao estatisticamente significante com a adeso na comparao de propores. Todas as unidades com alta adeso possuam equipe de saúde completa. CONCLUSES: A adeso foi fator importante para o desfecho cura e abandono, mas foi baixo o ndice de unidades que alcanaram as metas de cura. A presena de equipe multidisciplinar completa no programa de tuberculose pode contribuir para a compreenso pelo paciente sobre a sua enfermidade e a adeso ao tratamento para a cura.
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OBJETIVO: Avaliar os modelos assistenciais, de gesto e de formao de trabalhadores de uma rede centros de ateno psicossocial (CAPS). MTODOS: Pesquisa avaliativa qualitativa, sustentada pela hermenutica gadameriana, realizada na cidade de Campinas (SP), em 2006-2007. Os dados foram coletados por meio de 20 grupos focais, em CAPS III, realizados com diferentes grupos de interesse (trabalhadores, gestores municipais, usurios, familiares e gestores locais). Aps a transcrio do material gravado de cada grupo, foram construdas narrativas, seguindo o referencial terico de Ricoeur. Na segunda etapa de grupos focais essas narrativas foram apresentadas aos participantes para contest-las, corrigi-las e valid-las. Os resultados preliminares foram discutidos em oficinas para elaborao de um guia de boas prticas em CAPS III. RESULTADOS: Foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ateno crise, articulao com a rede bsica, formulao de projetos teraputicos, gesto e organizao em equipes de referncia, formao educacional e sofrimento psquico. CONCLUSES: A rede de centros de ateno psicossocial em Campinas destaca-se pela sua originalidade na implantao de seis CAPS III , e pela sua eficcia na continncia com usurios e familiares no momento da crise e na reabilitao. A organizao por tcnico e/ou equipe de referncia prevalece, assim como a construo de projetos teraputicos. A reduo das equipes noturnas desponta como principal problema e fonte de estresse para os trabalhadores. A formao dos profissionais se mostrou insuficiente para os desafios enfrentados por esses servios.
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OBJETIVO: Analisar a organizao do trabalho em centros de ateno psicossocial a partir da lgica da rea de gesto de servios. MTODOS: Foi realizada uma anlise organizacional por meio de estudo de caso em um servio de ateno psicossocial em So Paulo (SP), entre 2006 e 2007. Foram analisadas cinco fontes de informao: documentos do Ministrio da Saúde, relatrios de pesquisa realizada no servio estudado, registros do servio, entrevistas com trabalhadores do CAPS e gestores de saúde e observao simples. As entrevistas versaram sobre objetivos, resultados e avaliao do processo de trabalho. Cada fonte recebeu tratamento diferenciado de acordo com sua finalidade. Posteriormente um dilogo dos resultados obtidos visou a construo de uma cadeia de observaes sobre a qual se fundamentou o estudo do caso. RESULTADOS: O CAPS se prope a entregar resultado altamente intangvel, que contempla o usurio no seu contexto social. A mudana almejada nas condies do usurio foi descrita como "a pessoa vivendo melhor". Tal condio possui difcil definio e compreenso acerca dos detalhes e limites dessa mudana, sendo, portanto, difcil medir os resultados. Aliado a isso, o processo de trabalho envolve atividades no rotineiras, no previstas e algumas vezes simultneas, de tal forma que a equipe encontra dificuldade de reconhecer e legitimar os esforos para fazer o trabalho acontecer, fato descrito pelos trabalhadores como invisibilidade do trabalho. CONCLUSES: O processo de avaliao mostrou-se um aspecto complexo dessa intangibilidade aliado inadequao e a insuficincia da estrutura administrativa do sistema de saúde municipal para acolher um servio dessa natureza. Os resultados permitiram compreender melhor um campo de trabalho em que a subjetividade de trabalhadores e de usurios inerente ao processo de gesto de servios.
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OBJETIVO: Avaliar as relaes de custo-utilidade entre medicamentos antipsicticos de primeira e segunda geraes no tratamento da esquizofrenia. MTODOS: Foi construdo um modelo de Markov de cinco anos, a partir de um levantamento em pronturios de pacientes atendidos em um centro de ateno psicossocial em Florianpolis (SC), 2006. Os custos foram avaliados sob a perspectiva o Sistema nico de Saúde. As utilidades foram medidas em anos de vida ajustados pela qualidade obtidas na literatura. RESULTADOS: No modelo de Markov, a alternativa mais custo-efetiva foi a utilizao de risperidona e haloperidol antes de olanzapina. CONCLUSES: Os antipsicticos haloperidol e risperidona apresentaram melhor relao de custo-efetividade quando comparados olanzapina. Estratgias que priorizem a utilizao de antipsicticos com melhor relao de custo-efetividade podem otimizar recursos, sem necessariamente implicar prejuzos saúde dos pacientes atendidos no Sistema nico de Saúde.
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OBJETIVO: Avaliar a utilizao da Escala de Depresso Ps-natal de Edimburgo como instrumento de triagem no sistema pblico de saúde. MTODOS: A Escala foi administrada entre o 40 e 90 dia do ps-parto, a 245 mulheres que tiveram parto em uma maternidade privada no municpio de Belo Horizonte (MG), entre 2005 e 2006. As participantes foram submetidas a uma entrevista psiquitrica estruturada (Mini-Plus 5.0) utilizada como padro-ouro para diagnstico de depresso. Foram calculadas sensibilidade e especificidade da escala e utilizou-se a curva ROC para achar o melhor ponto de corte. Foi utilizado o teste t de Student para comparao das variveis numricas e o qui-quadrado para as variveis categricas. A confiabilidade foi aferida pelo coeficiente de consistncia interna de Cronbach. RESULTADOS: Foram diagnosticadas 66 mulheres com o quadro depressivo ps-parto (26,9% da amostra). No houve diferena entre as mulheres com e sem depresso ps-parto em relao idade, escolaridade, nmero de partos anteriores e estado civil. Utilizando-se o ponto de corte de 10, a sensibilidade da escala foi 86,4, a especificidade 91,1 e o valor preditivo positivo 0,78. CONCLUSES: As propriedades psicomtricas da Escala a caracterizam como um bom instrumento de triagem da depresso ps-parto e seu uso disseminado no Sistema nico de Saúde poderia repercutir positivamente com aumento significativo na taxa de reconhecimento, diagnstico, e tratamento da depresso ps parto.
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OBJETIVO: Compreender a concepo de saúde e a origem do sofrimento psquico por adeptos de uma comunidade tradicional de terreiro. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo de caso qualitativo realizado em uma comunidade tradicional de terreiro na cidade de Porto Alegre (RS), entre 2007 e 2008. Foram participantes o sacerdote/Babalorix e seis adeptos do terreiro. Para a coleta dos dados e construo do corpus de anlise, foram realizadas entrevistas abertas, gravadas e transcritas. A categorizao dos depoimentos, a partir do enfoque sistmico complexo, possibilitou a construo de dois eixos temticos: 1) terreiro e concepo de saúde e 2) origem do sofrimento psquico e identidade cultural. ANLISE DOS RESULTADOS: Na comunidade de terreiro, as teraputicas tradicionais em saúde, como o uso de ervas, banhos, dietas e/ou ritos de iniciao foram associados a teraputicas convencionais propostas pelo Sistema nico de Saúde. Consideram em sua concepo etiolgica do sofrimento psquico e em sua concepo de saúde os vnculos e a pertena a um territrio, as relaes entre os sujeitos e a relao entre suas dimenses fsica, psquica e espiritual. CONCLUSES: O modo de compreender e agir no mundo, vivido no terreiro, com seus mitos e ritos, crenas e valores, constitui um conjunto de saberes legtimos em seu contexto que, muitas vezes, se contrape e escapa aos saberes e verdades tcnico-cientficas dos profissionais. O terreiro um espao marcado pelo acolhimento, aconselhamento e tratamento de seus adeptos, integrando nessas prticas as dimenses fsica, psquica e espiritual. Quanto saúde da populao negra, pem-se em evidncia que o sofrimento psquico resultante do desenraizamento das culturas negro-africanas.
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OBJETIVO: Analisar a associao de determinantes sociodemogrficos com o desenvolvimento de problemas de comportamento e de competncia social em crianas. MTODOS: Estudo transversal realizado com 479 escolares entre seis e 13 anos de idade, da primeira srie do ensino fundamental de escolas públicas em So Gonalo (RJ), em 2005. Foram investigadas variveis socioeconmicas, estrutura familiar, escolaridade dos pais, cor da pele da criana, problemas de comportamento e competncia social. Foram calculadas razes de prevalncia com respectivo intervalo com 95% de confiana. Os dados apresentados foram expandidos para a populao de alunos da rede de ensino investigada. RESULTADOS: Crianas abaixo da linha de pobreza, de cor da pele negra, com pais com baixa escolaridade, e vivendo em famlias monoparentais ou compostas por madrasta/padrasto apresentaram mais precria competncia social e mais problemas de comportamento. medida que se elevavam os fatores de risco, crescia a prevalncia das crianas com baixa competncia social e problemas de comportamento. CONCLUSES: A associao entre os determinantes sociodemogrficos com a maior prevalncia de problemas de comportamento e com mais precria competncia social em crianas requer que aes preventivas e de assistncia sejam tomadas como prioridade para as polticas públicas, minorando a existncia de dificuldades sociais e emocionais infantis graves, que podem se manter at a vida adulta.
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OBJETIVO: Estimar as prevalncias de comportamentos prejudiciais saúde e de outros fatores de risco cardiovascular entre idosos com hipertenso auto-referida e comparando-as com de no-hipertensos. MTODOS: Foram utilizados dados do sistema de Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (VIGITEL), referentes aos 9.038 idosos residentes em domiclios com pelo menos uma linha telefnica fixa nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal em 2006. RESULTADOS: A prevalncia de hipertenso auto-referida foi de 55% (IC 95%: 53;57). A maioria dos hipertensos apresentava concomitncia de trs ou mais fatores de risco (69%; IC 95%: 67;71). Foram observadas altas prevalncias de atividades fsicas insuficientes no lazer (88%; IC 95%: 86;89) e do consumo de frutas e hortalias inferior a cinco pores dirias (90%; IC 95%: 88;90) entre hipertensos, seguidas pela adio de sal aos alimentos (60%; IC 95%: 57;63), consumo habitual de carnes gordurosas (23%; IC 95%: 21;25), tabagismo (9%; IC 95%: 7;10) e consumo abusivo de lcool (3%; IC 95%: 2;4). Essas prevalncias foram semelhantes s observadas entre no hipertensos (p >0,05), exceto tabagismo. A prevalncia do tabagismo foi menor entre hipertensos (razo de prevalncia ajustada [RPA] = 0,75; IC 95%: 0,64;0,89) e as prevalncias de sobrepeso (RPA= 1,37; IC 95%: 1,25;1,49), dislipidemia (RPA 1,36; IC 95%: 1,26;1,36) e diabetes (RPA= 1,37; IC 95%: 1,27;1,37) foram mais altas. CONCLUSES: Os resultados sugerem que, exceto tabagismo, os comportamentos prejudiciais saúde entre idosos persistem aps o diagnstico da hipertenso arterial.
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OBJETIVO: Avaliar a prevalncia de saúde auto-avaliada como ruim e fatores associados. MTODOS: Foram analisados dados de 54.213 pessoas com idade >18 anos, coletados pelo sistema de Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (VIGITEL) nas capitais brasileiras e Distrito Federal, em 2006. Um residente em cada domiclio, com ao menos uma linha de telefonia fixa, foi sorteado em amostras probabilsticas, respondendo ao questionrio. As variveis independentes analisadas foram de natureza demogrfica, comportamental e de morbidade referida. Foram estimadas prevalncias e razes de prevalncia brutas e ajustadas da saúde auto-avaliada como ruim utilizando regresso de Poisson. RESULTADOS: Saúde auto-avaliada como ruim foi mais freqente em mulheres, em indivduos mais idosos, de menor escolaridade, sem atividade ocupacional, e residentes em capitais do Norte e do Nordeste; entre homens, a prevalncia de auto-avaliao da saúde ruim foi mais elevada na regio Sudeste comparativamente Sul. Fumar > 20 cigarros/dia, no praticar atividade fsica no lazer regularmente e apresentar baixo peso ou obesidade associaram-se a auto-avaliao de saúde como sendo ruim em ambos os sexos; pr-obesidade e consumo freqente de frutas e hortalias foram significantes entre mulheres e, no assistir televiso, entre os homens. A prevalncia de saúde como sendo ruim cresceu com o aumento do nmero de morbidades referidas. Apresentar quatro ou cinco morbidades resultou em RP=11,4 entre homens e RP=6,9 entre mulheres, em comparao queles que no apresentavam morbidades. CONCLUSES: Desigualdades regionais, de sexo e escolaridade foram observadas na prevalncia da saúde auto-avaliada como ruim, e sua associao com comportamentos nocivos saúde e comorbidades reforam a necessidade de estratgias de promoo de hbitos saudveis e de controle de doenas crnicas.