473 resultados para tabuleiros costeiros no estado do Ceará
Resumo:
Descrevem-se as características demográficas e clínicas de indivíduos com tétano acidental no Ceará. Analisou-se, retrospectivamente, 131 casos de tétano acidental notificados em hospital de referência estadual entre 2002 e 2005. Destes, a maioria (84,8%) ocorreu entre homens e em moradores da zona urbana (93,2%). A faixa etária com maior incidência foi a de 35 a 49 anos (35,2%). História vacinal completa esteve relatada em quatro (3%) casos, sendo ferimento perfurocortante o mais observado, e os membros inferiores os mais acometidos. O trismo esteve relacionado a 86,2% dos casos, seguido por contraturas (54,1%). Entre os notificados houve 95,5% confirmados, cujo óbito incidiu em 33 (26,4%) pacientes. Conclui-se que o tétano acidental no Ceará atinge a população de maneira expressiva, apesar de ser uma doença imunoprevinível. Urge autoridades e órgãos gestores da saúde programarem estratégias que visem mudanças de políticas públicas relacionadas à cobertura vacinal dos susceptíveis, principalmente adultos.
Resumo:
Um estudo transversal sobre a doença de Chagas realizado com o exame da população de quatro localidades (nº= 541 habitantes) do município de Jaguaruana, estado do Ceará, mostrou: a soroprevalência da infecção chagásica em 3,1%, avaliada pelos testes de imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta e ELISA, maior entre as pessoas com mais de 50 anos e sem diferença em relação ao sexo; a parasitemia positiva em 11,8% (2/17) soropositivos, determinada pelo xenodiagnóstico indireto e em 75% (9/12) pela reação em cadeia da polimerase (p<0,05); a cardiopatia em 41% (7/17) dos soropositivos e em 11,8% (2/17) dos controles soronegativos (p< 0,05), avaliada por anamnese, exame físico e eletrocardiograma de repouso. A análise desses resultados mostrou que as prevalências da parasitemia positiva e da cardiopatia chagásica crônica são semelhantes às da Caatinga do Piauí e maiores do que no Sertão da Paraíba, apesar de historicamente, todas essas áreas apresentarem o Triatoma brasiliensis e o Triatoma pseudomaculata como principais responsáveis pela transmissão da infecção chagásica.
Resumo:
Neste estudo, foi avaliada a resistência a drogas antifúngicas em 51 cepas de Candida tropicalis isoladas de amostras clínicas no Estado do Ceará, Brasil. Resistência antifúngica foi um evento raro no nosso estudo e foi restrita a 3 (5,9%) das cepas de Candida tropicalis, que exibiram resistência a fluconazol e itraconazol.
Resumo:
Analisou-se a prevalência de anticorpos contra Yersinia pestis em carnívoros domésticos (cães e gatos) nas áreas pestígenas do Estado do Ceará, visando estabelecer a importância do monitoramento desses animais na rotina do Programa de Controle da Peste. No decênio 1997-2006, analisaram-se 146.732 amostras de soros (95.883 cães e 50.849 gatos), das quais 2.629 (2.234 cães e 395 gatos) revelaram-se positivas. A prevalência entre os cães (85%) foi superior a dos gatos (15%) em todo o decênio e locais, exceto em Ibiapina, em 1998. O significado desses achados ainda não foi determinado. Os estudos sobre a zoonose no Brasil pautaram-se por paradigmas que não contemplavam todos os elementos envolvidos na zoonose, impossibilitando a devida elucidação do papel desses carnívoros. O monitoramento da atividade pestosa, realizado exclusivamente por inquéritos caninos, pode redundar no desconhecimento progressivo da situação epidemiológica da peste, caso não sejam desenvolvidas pesquisas interinstitucionais suplementares.
Resumo:
INTRODUÇÃO: Desde o início da epidemia de HIV no Ceará, histoplasmose disseminada tem sido detectada com frequência em pacientes com aids. MÉTODOS: De modo a conhecer características clínico-laboratoriais, evolução e sobrevida da co-infecção HD/AIDS, analisou-se retrospectivamente 134 prontuários casos de HD internados de 1999 a 2005 no hospital referência para HIV no Ceará. RESULTADOS: Pacientes com HD apresentaram maior frequência de febre diária, tosse, perda de peso, hepatoesplenomegalia e insuficiência renal aguda. Diagnóstico foi dado por pesquisa e/ou cultura. À admissão, foram fatores de risco relacionados ao óbito de pacientes com HD: vômitos, dispnéia, insuficiência respiratória e IRA, hemoglobina<8g/L, uréia>40mg/dL e creatinina >1,5mg/dL. CONCLUSÕES: pacientes com HD apresentaram caracteristicamente febre mais elevada, internamentos anteriores por infecção respiratória, mais complicações clínicas e como fatores independentes para óbito, anemia importante e elevação de uréia.
Resumo:
INTRODUÇÃO: desde seu registro, em 2005, no município de Fortaleza, o Aedes albopictus tem exibido uma rápida dispersão. Um estudo visando à identificação das áreas de sua ocorrência, os seus criadouros e a associação com Aedes aegypti e outros culicídeos foi realizado durante o ano de 2008. MÉTODOS: foram coletadas, de janeiro a julho de 2008, amostras de formas imaturas de culicídeos provenientes de imóveis situados nos bairros de Fortaleza, ressaltando-se algumas características dos criadouros, tais como localização (intradomicílio ou peridomicílio), presença de cobertura (proteção contra a incidência de raios solares e chuva), turbidez da água (água límpida e não límpida), material constituinte, volume, altura em relação ao nível do solo e presença simultânea de diferentes espécies de culicídeos no mesmo criadouro. RESULTADOS: a localização no intradomicílio foi um fator importante para os criadouros do Aedes albopictus [RP=0,52 IC95% (0,33-0,81)], por outro lado, a turbidez da água e a cobertura do depósito não se mostraram como diferenciadores para a infestação [p>0,05]. Para o Aedes aegypti a ausência de turbidez da água foi significativa para a infestação nos criadouros [RP=1,14 IC95% (1,06-1,22)]. CONCLUSÕES: a ausência de uma das espécies nos criadouros favorecia sua infestação por outra; criadouros não infestados por Aedes albopictus tinham uma prevalência de infestação de 2,05 [IC95%1,72-2,44] vezes maior pelo Aedes aegypti. Não houve associação significativa entre volume e altura do criadouro e infestação por ambas as espécies. As duas espécies encontram-se dispersas por todo o município, ocupando os mais diversos tipos de criadouros. No entanto, pode-se identificar uma ligeira separação física, com uma infestação maior do Aedes albopictus no peridomicílio.
Resumo:
INTRODUÇÃO: A doença de Chagas, causada pelo Trypanosoma cruzi, é tratada com benzonidazol, tendo o inconveniente de apresentar efetividade parcial e alta toxicidade, que varia desde reações de hipersensibilidade a aplasia medular. O objetivo foi descrever e avaliar a ocorrência de reações adversas em pacientes chagásicos em tratamento com benzonidazol em Fortaleza, Ceará. MÉTODOS: Estudo descritivo prospectivo envolvendo 32 pacientes chagásicos crônicos tratados com benzonidazol entre janeiro de 2005 e abril de 2006. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados de questionários, entrevistas e exames laboratoriais. As amostras de sangue foram coletadas antes, com 30 e 60 dias de tratamento. RESULTADOS: Reações adversas foram relatadas em 28 (87,5%) pacientes tratados, tendo sido as mais frequentes: prurido (50%), formigamento (43,8%), fraqueza muscular (37,5%) e rash cutânea (31,3%). Dos 28 pacientes com reações adversas, oito (28,57%) interromperam o tratamento. Reações adversas que culminaram com a suspensão do tratamento foram formigamento sete (87,5%) ou erupção cutânea cinco (62,5%). Observou-se aumento discreto dos níveis de aminotransferases durante o tratamento em (9,4%) pacientes. CONCLUSÕES: Concluindo, o acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes chagásicos é de grande relevância na prevenção e detecção precoce das reações adversas a medicamentos.
Resumo:
INTRODUÇÃO: Uma variante do vírus da raivafoi identificadaem associação a casos de raiva humanos, no Estado do Ceará, transmitidos por saguis (Callithrix jacchus), primatas frequentemente criados como animais de estimação. Essa variante não apresenta proximidade antigênica ou relação genética com as variantes do vírus encontradas em morcegos e mamíferos terrestres das Américas. O objetivo do estudo foi avaliar os fatores de risco de transmissão do vírus da raiva oriundo de sagui (C. jacchus), criado como animal de estimação, para o homem na região metropolitana de Fortaleza, Ceará. MÉTODOS: Foi aplicado um questionário estruturado aos criadores de saguis, residentes nos municípios de Aquiraz e Maranguape, Ceará, enfocando o manejo e a interação desses primatas com humanos. Para avaliação da ocorrência de antígenos rábicos, através do teste de imunofluorescência direta (IFD), foram coletadas amostras de saliva dos saguis domiciliados e semidomiciliados. Com base nos resultados obtidos desses espécimes, foram analisadas amostras de sistema nervoso central (SNC). RESULTADOS: Na análise dos questionários, observou-se a proximidade dos criadores de saguis durante o manejo desses animais nos domicílios, bem como, seus conhecimentos limitados sobre a raiva, demonstrando haver risco quanto à transmissão do vírus. De 29 amostras de saliva de saguis reavaliadas, uma (3,4%) apresentou reação de IFD positiva. De 11 amostras de SNC, três (27,3%) apresentaram positividade. CONCLUSÕES: Os dados laboratoriais estão de acordo com os achados dos questionários, confirmando haver risco da transmissão do vírus da raiva devido à convivência de humanos com saguis (C. jacchus).
Resumo:
Relato de surto familiar de botulismo por intoxicação alimentar, envolvendo um óbito, onde foram encontradas lacunas no preenchimento do prontuário. O objetivo foi descrever a patologia chamando a atenção dos profissionais de saúde para o fornecimento adequado de informações relevantes para a investigação epidemiológica de doenças de notificação compulsória.
Resumo:
FUNDAMENTO: Os transplantes de órgãos têm aumentado consideravelmente nos últimos anos em razão da evolução tecnológica e da sensibilização da sociedade para doação de órgãos. OBJETIVO: Descrever as características dos pacientes da Lista Única de Espera para transplante cardíaco; identificar as principais cardiopatias; e verificar o tempo médio de permanência do paciente na Lista até a realização da cirurgia. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, documental e retrospectivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido na Central de Transplante do Estado do Ceará, com 156 pacientes incluídos na Lista Única de Espera do ano de 1999 a 2006. Os dados foram organizados em figuras. RESULTADOS: Foram encontrados: 81% do sexo masculino; 22,4% adultos jovens (20 a 40 anos) e 56,4% adultos de meia-idade (40 a 64 anos), com uma média de 36 anos; 79% procedentes de Fortaleza-CE; 91% tinham miocardiopatia como causa do transplante cardíaco. Dentre esses pacientes 102 (69%) foram transplantados; 37 (25%) evoluíram para óbito antes do transplante e 8 (6%) foram excluídos por melhora ou piora do quadro clínico. CONCLUSÃO: Os pacientes da Lista Única de Espera para transplante cardíaco no Estado do Ceará, no período de 1999 a 2006, eram do sexo masculino (80%), com faixa etária variando de 1 a 71 anos, com predomínio da miocardiopatia dilatada (53,4%), e o tempo médio de espera foi de 136 dias até o dia do transplante cardíaco.
Resumo:
Foram estudados três perfis de solos localizados na região semi-árida do estado do Ceará, classificados como Solonetz Solodizado (Typic Natrustalf). São solos relativamente rasos, de variação textural abrupta. Os horizontes superficiais são constituídos por material arenoso, retrabalhado, sobre horizonte nátrico mais argiloso. Mineralogicamente, são solos pouco desenvolvidos, dominados por argilas 2:1 (micas, vermiculita e montmorilonita), ocorrendo ainda um pouco de caulinita e plagioclásios. Nas frações mais grosseiras ocorrem, além do quartzo, minerais intemperizáveis, como plagioclásios, calcita, micas, hornblenda, entre outros.
Resumo:
Foram estudados os efeitos do cultivo contínuo da cana-de-açúcar nas principais propriedades físicas e morfológicas de um latossolo amarelo argiloso da região dos tabuleiros costeiros do estado de Alagoas. Quatro talhões foram selecionados na Usina Caeté, município de São Miguel dos Campos (AL), em janeiro de 1995; um com vegetação nativa (Tn) e os demais cultivados por períodos de dois (T2), dezoito (T18) e vinte e cinco (T25) anos. Os solos foram caracterizados morfologicamente e, nas amostras de cada horizonte, foram determinados granulometria, grau de floculação, umidade a -0,034 MPa e -1,52 MPa, densidade do solo e das partículas, macroporosidade e porosidade total. Foram coletadas amostras indeformadas dos horizontes A, AB e BA de cada perfil para determinação de condutividade hidráulica saturada, microporosidade e densidade do solo. Os resultados mostraram que o uso agrícola dos solos causou mudanças na morfologia do horizonte superficial com o desenvolvimento de um horizonte Ap, apresentando transição abrupta para o horizonte AB subjacente e perda de estrutura. Em relação às propriedades físicas, os resultados indicaram que o cultivo contínuo causou diminuição no conteúdo de argila, nos horizontes superficiais, e um aumento significativo, nos horizontes subsuperficiais. Após evidente impacto negativo nas propriedades físicas com o primeiro plantio da cana-de-açúcar, o manejo adotado promoveu novo equilíbrio, com recuperação parcial da porosidade total e sensível aumento no conteúdo de água disponível. Por outro lado, o uso agrícola promoveu significativa redução na condutividade hidráulica saturada do horizonte superficial, quando comparado com o solo sob vegetação nativa.
Resumo:
Foram estudados os efeitos do cultivo contínuo da cana-de-açúcar nas principais propriedades químicas de um Latossolo Amarelo argiloso da região dos tabuleiros costeiros do estado de Alagoas, Brasil. Quatro talhões foram selecionados na Usina Caeté, município de São Miguel dos Campos, sendo um com vegetação nativa (Tn), e os demais cultivados por períodos de 2 (T2), 18 (T18) e 25 (T25) anos. Os solos foram morfologicamente caracterizados e, nas amostras de cada horizonte, determinados pH (H2O e KCl), carbono orgânico, fósforo disponível, bases trocáveis, capacidade de troca catiônica, saturação por bases e saturação por alumínio. Os resultados mostraram que o manejo adotado no cultivo da cana-de-açúcar melhorou a fertilidade dos solos estudados, proporcionando aumentos no pH, nos teores de cálcio, de magnésio, de fósforo, de bases trocáveis e diminuição da saturação por alumínio. Observou-se também a movimentação de cálcio e de magnésio para os horizontes inferiores.
Resumo:
As informações sobre a disponibilidade de boro em solos do semi-árido brasileiro são escassas. Visando obter informações sobre o comportamento dos extratores de boro, foi desenvolvido um experimento em casa de vegetação, com 29 amostras superficiais (0-20 cm) de solos, coletadas em unidades de mapeamento representativas do Estado do Ceará, usando o girassol como planta indicadora. Foram usados vasos com 2,5 kg de solo e dois tratamentos de adubação com boro (0 e 1,5 mg kg-1) e três repetições por tratamento. Nos solos, foi determinado o boro solúvel, usado como índice de disponibilidade, com os extratores água quente, HCl 0,05 mol L-1 e manitol 0,05 mol L-1 + CaCl2 0,01 mol L-1. Realizaram-se dois cultivos, em seqüência e com duração de 40 dias cada. Após esse período, foi coletada a parte aérea das plantas, determinada a matéria seca, analisado o boro e calculadas as produções relativas de matéria seca e a absorção de boro pelas plantas de girassol. Os resultados mostraram a água quente como o melhor extrator do boro do solo, seguindo-se o HCl e o manitol. Os níveis críticos de boro disponível no solo para produções relativas de matéria seca superiores a 70 e 90%, respectivamente, foram de 0,24 e 0,45 mg kg-1, para a água quente; 0,28 e 0,56 mg kg-1, para o HCl, e 0,13 e 0,24 mg kg-1, para o manitol.
Resumo:
Foram estudados os efeitos do cultivo contínuo da cana-de-açúcar por meio da análise micromorfológica de Latossolos Amarelos argilosos da região dos tabuleiros costeiros do estado de Alagoas, Brasil. Quatro talhões foram selecionados na Usina Caeté, município de São Miguel dos Campos, AL, em janeiro de 1995, sendo um com vegetação nativa (Tn), e os demais cultivados por períodos de dois (T2), dezoito (T18) e vinte e cinco (T25) anos. Os solos foram morfologicamente caracterizados, sendo coletadas amostras indeformadas dos horizontes A, AB e BA de cada perfil, em caixas de Kubiena, para análises micromorfológicas. Foram coletadas amostras para análises de densidade do solo, macroposidade, carbono orgânico e condutividade hidráulica saturada. Os resultados evidenciam que o uso agrícola dos solos causou mudanças na morfologia do horizonte superficial, com o desenvolvimento de um horizonte Ap, com sensível perda de estrutura. Após um evidente impacto negativo nas propriedades físicas com o primeiro plantio da cana-de-açúcar, o manejo adotado promoveu uma recuperação parcial da macroporosidade no horizonte superficial após 18 e 25 anos de cultivo. Além da formação inicial de uma camada compactada nos horizontes Ap e AB, foi observado um adensamento pedogenético natural do solo no BA, acelerado com o cultivo da cana-de-açúcar, pelo preenchimento de poros com argila iluvial. A porosidade total obtida pelo analisador de imagem nas fotografias das lâminas delgadas corrobora uma sensível redução da porosidade no horizonte superficial com a introdução do cultivo. Mostra também que a porosidade do horizonte BA é baixa no perfil com vegetação nativa, comprovando o caráter pedogenético do adensamento desse horizonte. Apesar de não ter sido observado nenhum revestimento nas unidades estruturais em campo, a micromorfologia mostrou pedofeições morfológicas com revestimentos argilosos nos agregados e enchimento de poros com argila iluvial, o que indica a tendência à formação de horizonte B textural com o tempo.