542 resultados para infecção parasitária
Resumo:
Foi proposto estimar o risco de infecção tuberculosa na população de Ribeirão Preto, SP (Brasil), a partir de estudo transversal, assim como a incidência anual de casos bacilíferos nessa comunidade. As estimativas foram efetuadas com dados de 35.680 pessoas residentes no município e que foram cadastradas na Unidade Sanitária local. Foi estimado o risco de infecção para diferentes grupos etários e para a população geral, bem como analisadas suas variações e implicações.
Resumo:
São definidos "estados" ou delimitados "compartimentos" na história natural da tuberculose. Baseado nas alterações macroscópicas do sistema de compartimentos (copiando raciocínio da termodinâmica) é feita a tentativa de quantificar a dinâmica das mudanças dos "estados": "virgem de infecção", "infectados" e "doentes". Na evidenciação das leis que regem a variação do conteúdo dos compartimentos, é proposto um novo caminho para o cálculo do risco de infecção tuberculosa. São apresentados os esquemas do interrelacionamento entre os "estados", as equações que regem a dinâmica entre os mesmos e a fórmula que permite o cálculo do risco de infecção.
Resumo:
Foi isolada uma amostra de T. cruzi do roedor silvestre, Calomys expulsus, Lund, 1841, capturado no norte do município de Formosa, Goiás, através de inoculações em animais de laboratório, e subseqüente xenodiagnósticos com R. neglectus, T. infestans e P. megistus. A amostra de T. cruzi apresentou patogenicidade muito baixa para os animais inoculados, mas conferiu resistência a reinjecções a cêpa Y de origem humana. As jornias sanguícolas tiveram um comprimento total médio de 21.8 µ e o índice nuclear foi 1.15.
Resumo:
Comprova-se que, em condições experimentais, a Biomphalaria glabrata, variante albina, originária de Belo Horizonte (MG) é suscetível à infecção por linhagem de S. mansoni isolada de roedores silvestres do Vale do Rio Paraíba do Sal, no Estado de São Paulo, Brasil. São sugeridas razões procurando esclarecer a ocorrência da esquistossomose mansônica no Vale do Rio Paraíba do Sul, área geográfica em que ainda não foi encontrada B. glabrata, hospedeira intermediária do trematódeo e onde se desenvolve intensamente B. tenagophila, espécie considerada menos suscetível ao esquistossomo. São fornecidas informações sobre a presença simultânea de duas linhagens de comportamento biológico diferente: a linhagem H, diretamente relacionada com o homem e a linhagem S, oriunda de roedores silvestres, ambas da mesma área geográfica.
Resumo:
No período de janeiro de 1972 a agosto de 1975, nas margens da Represa de Americana (= Represa de Salto Grande), Brasil, em locais onde foi constatada a infecção por Schistosoma mansoni no homem e em Biomphalaria tenagophila, foram capturados 124 pequenos mamíferos: 44 exemplares de Cavia aperea aperea; 9 de Didelphis albiventris; 7 de Holochilus brasiliensis leucogaster; 39 de Lutreolina crassicaudata; 3 de Mus musculus brevirostris; 14 de Oryzomys nigripes eliurus; 1 de Oryzomys subflavus; 4 de Rattus rattus e 3 de Zygodontomys brachyurus. Verificou-se a infecção natural por S. mansoni em 2 exemplares de D. albiventris, em 3 de H. b. leucogaster e em 5 de L. crassicaudata. Estudou-se nestes animais a presença de elementos esquistossomóticos nas fezes e no intestino, bem como a distribuição e sexo de vermes adultos no sistema porta. Nas fezes de L. crassicuadata e de D. albiventris raramente foram observados ovos maduros do trematódeo. Em H. b. leucogaster era comum a presença destes elementos nas fezes. Devido a pequena abundância de H. b. leucogaster na área estudada, é provável que este roedor pouco contribua na disseminação de ovos de S. mansoni. Parece que a fauna de pequenos mamíferos estudada nesta região não desempenha papel relevante na manutenção do ciclo de S. mansoni.
Resumo:
Foi realizado inquérito sobre a positividade de reações sorológicas para o diagnóstico de tripanossomíase americana, em 4.500 candidatos a doadores não selecionados, atendidos em 1975, em dois bancos de sangue de Londrina, Paraná, Brasil. Observou-se resultado positivo da reação de fixação do complemento em 299 (7,9%) dos 3.774 candidatos a doadores atendidos no Banco de Sangue do Hospital Universitário (indivíduos residentes predominantemente na zona rural), tendo também sido positivos os resultados da reação de fixação do complemento e do teste de imunofluorescência indireta em 38 (5,2%) dos 726 candidatos a doadores atendidos no Instituto de Hematologia e Hemoterapia (indivíduos residentes predominantemente na zona urbana). Na casuística global a positividade observada foi de 7,4%. Dentre os 337 candidatos a doadores com reação sorológica positiva, 97 (28,7%) informaram ter doado sangue anteriormente, em outro local, 71 (21,0%) dos quais em período prévio menor que um ano, e 42 (12,4%) em período prévio menor que seis meses, em relação à data do nosso exame. Comparando os dados obtidos nesta avaliação com os de inquéritos semelhantes efetuados em 1958 em bancos de sangue deste município, concluiu-se que não houve, nesse período, alteração significativa nos índices de infecção por Trypanosoma cruzi em Londrina. Chamam a atenção para a discrepância entre o reduzido número de casos de doença de Chagas pós-transfusional relatados na literatura e os altos índices de positividade de reações sorológicas para o diagnóstico de tripanossomíase americana registrados em bancos de sangue de diversas regiões do Brasil. Foi ressaltada, a importância de exigir-se maior rigor e parcimônia nas indicações de transfusões de sangue, e dada ênfase às normas que devem ser respeitadas quando o uso desse recurso terapêutico tiver indicação formal.
Resumo:
São relatados os resultados das provas tuberculínicas com PPD Rt23, 2 UT, em crianças menores de um ano e de um a 4 anos, matriculadas na Clínica Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo, Brasil, no período de 1971 a 1975. Em 665 crianças menores de um ano encontrou-se 3,15% de reatores fracos e 6,62% de reatores fortes e em 1.298 crianças de um a 4 anos, 0,69% de reatores fracos e 5,5% de reatores fortes. Nas mesmas crianças, foram estudadas as relações entre vacinação BCG oral prévia e positividade à prova tuberculínica nos 2 grupos etários considerados e nos quais se obteve a informação de vacinação anterior com BCG oral. Em 575 crianças menores de um ano e 1.113 de um a 4 anos encontrou-se associação positiva entre vacinação BCG oral prévia e positividade à prova tuberculínica. Analisando a relação entre o número de doses de BCG oral prévio e o resultado das provas tuberculínicas pelo método de Goodman, verificou-se que a proporção de crianças que tinham tomado 3 doses e mais de BCG oral e que apresentaram reação forte à prova tuberculínica é significantemente maior que a observada para os não reatores, fato esse não verificado para o grupo de um a 4 anos. Nas crianças que tomaram uma ou duas doses não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes.
Resumo:
Infecções experimentais de descendentes de Biomphalaria tenagophila de Itajubá, MG (Brasil) foram realizadas utilizando-se a conhecida cepa "LE" de Schistosoma mansoni, isolada em Belo Horizonte. Como controle, utilizou-se B. glabrata de Belo Horizonte, MG. Em conseqüência, assinalou-se, pela primeira vez, a infecção de B. tenagophila de Itajubá, à cepa de S. mansoni adaptada à B. glabrata de Belo Horizonte. Isto é, ao final do experimento, 5 (3,3%) entre os 149 exemplares sobreviventes, infectaram-se. Face ao atual surto industrial da região, com grande aporte de migrantes, foi chamada a atenção para a necessidade de medidas profiláticas, em decorrência da possibilidade de instalação de foco da doença no Sul de Minas Gerais.
Resumo:
Foi estudada a influência da isogenicidade de camundongos de laboratório na capacidade de penetração de cercárias de Schistosoma mansoni de linhagem humana do Vale do Rio Paraíba do Sul, SP. Foram estudados, comparativamente, aspectos da biologia e da patogenia das linhagens humana e silvestre do S. mansoni do Vale do Rio Paraíba do Sul, SP (Brasil) em camundongos isogênicos. Foi vantajoso o uso de camundongos isogênicos devido a maior homogeneidade dos resultados e a maior penetração de cercárias pelo tegumento da cauda dos roedores.
Resumo:
Os ovos de F. hepatica recolhidos em bilis de boi, fezes e em bilis de coelhos foram incubados a temperatura ambiente, dando origem a miracídios após 9 a 13 dias. Com estes miracídios recém-eclodidos foram infectados experimentalmente 233 exemplares de L. columella medindo 5,0 a 11,0 mm de comprimento. Das limneas infectadas apenas 3% sobreviveram até o desenvolvimento completo das cercarías. Houve formação de 190 a 1150 metacercárias entre o 46° ao 54° dia de infecção. Vários camundongos, ratos, cobaias e coelhos foram infectados com metacercárias de diferentes idades, mas somente os coelhos eliminaram ovos nas fezes 78 dias depois. Com a morte dos coelhos foram recuperados vermes adultos.
Resumo:
Foram registradas em Piquete, no vale do rio Paraíba do Sul (SP), Brasil, taxas de 1,22% e 0,14% de infecção natural em Lymnaea columella, por Fasciola hepatica. Em um único exemplar de Lymnaea columella dentre os 1.052 examinados, foram observadas rédias com xifidiocercárias, rédias com cercárias de Fasciola hepatica e metacercárias de Echinostomatidae.
Resumo:
São apresentadas as informações obtidas no inquérito triatomíneo levado a efeito na região nordeste do Brasil. As características biogeográficas incluem a presença de áreas semi-áridas da caatinga e amplas faixas transicionais com outras feições paisagísticas. Entre estas foram incluídas as da floresta tropical atlântica e as inclusões florestadas mais extensas. No período de 1975 a 1980 foram examinados 15.342 triotomíneos coletados no ambiente domiciliar, visando detectar as presenças de sangue ingerido e de infecção natural por Trypanosoma tipo cruzi. O conteúdo intestinal foi submetido a reações com antisoros para homem, cão, gato, roedor (Kattus), marsupial (Didelphis) e ave (Gallus). Por ordem de freqüência, as espécies encontradas foram Triatoma pseudomaculada (40,6%), Panstrongylus megistus (19,7%), Triatoma brasiliensis e T. sordida (ambos com 14,3%), Rhodnius nasutus (6,1%) e Triatoma infestans (1,1%); além de em algumas outras raras. A presença de sangue foi detectada em 42,4% e a infecção em 3,4% desse total de espécimens examinados. Observou-se elevada mobilidade alimentar, com coeficientes gerais de 54,8% para ave e 30,0% para homem. Em nível específico pôde determinar apreciável grau de antropofilia em P. megistus e, em menor intensidade, em T. brasiliensis. Por sua vez, T. infestans mostrou-se altamente antropófilo. Observou-se apreciável ornitofilia em T. pseudomaculata e T. sordida, com elevada intensidade em R. nasutus. Por outro lado, a presença de sangue humano em espécimens capturados no peridomicílio indicou a ocorrência de freqüente mobilidade espacial, com exceção de T. infestans que não mostrou evidências de abandonar o domicílio. A tendência à domiciliação, além desta, revelou-se apreciável em P. megistus, moderada em T. brasiliensi, T. pseudomaculata, T. sordida e praticamente nula em R. nasutus. A distribuição geográfica confirmou o caráter autóctone de T. brasiliensis, T. pseudomaculata e R. nasutus em relação à caatinga, e do P. megistus em relação às regiões florestais atlânticas e de inclusão. Este último revelou caráter invasivo no que concerne à caatinga, enquanto T. infestans e T. sordida mostraram o mesmo aspecto quanto à região nordeste como um todo. Os resultados permitem concluir que, na transmissão regional epidemiologicamente significante da tripanossomíase americana, desempenha papel relevante o P. megistus, em primeiro lugar, e o T. brasiliensis, em segundo. Dependendo de fatores vários, provavelmente da densidade, poderão atuar secundariamente nesse sentido o T. pseudomaculata e o T. sordida. Quanto à T. infestans, a sua presença, em número reduzido, representa, no momento, risco apenas potencial. O controle rotineiro, mediante a desinsetização domiciliar, deverá fornecer bons resultados no que concerne à interrupção da transmissão. Todavia a reinfestação, pelo menos do peridomicílio, deverá provavelmente continuar. E isso em virtude de focos extradomiciliares que fornecem espécimens com tendência à colonização no ambiente humano. É de se prever que ela se fará a custa do P. megistus nas áreas florestais atlânticas e de inclusão e de T. brasiliensis, T. pseudomaculata e R. nasutus nas áreas da caatinga. A vigilância epidemiológica deverá pois levar em conta esses aspectos e tender a aumentar sua eficiência pela continuidade das pesquisas.
Resumo:
É feito um estudo sobre a suscetibilidade de B. glabrata e B. tenagophila, coletados em Brasília, DF (Brasil), à infeeção por S. mansoni, visando determinar a importância epidemiológica dessas espécies na transmissão da doença na região. Relaciona-se a localização e as condições dos criadouros com a origem dos casos autóctones conhecidos.
Resumo:
Apresentam-se as informações obtidas no inquérito triatomíneo levado a efeito na região central do Brasil. As características biogeográficas incluem a existência de áreas abertas dos cerrados e amplas faixas transicionais com outras feições paisagísticas. Dentre estas destacam-se a floresta tropical atlântica e a presença de extensas inclusões florestadas (florestas, galerias e capões de matas de diferentes ordens de grandeza). No período de 1975/1980 foram examinados 3.160 triatomíneos coletados no ambiente domiciliar, objetivando detectar a presença de sangue ingerido e de infecção natural por Trypanosoma tipo cruzi. Por ordem de freqüência, as espécies encontradas foram Triatoma infestans (43,5%), Triatoma sordida (33,0%) e Panstrongylus megistus (23,5%) e algumas outras menos freqüentes. A presença de sangue foi detectada em 35,9% e a infecção em 2,2% desse total de espécimens examinados. Na mobilidade alimentar obteve-se coeficientes gerais de 54,0% para ave e 30,0% para homem. De maneira específica, revelaram-se apreciáveis níveis de antropofilia para T. infestans e de ornitofilia para T. sordida. Quanto a P. megistus, se bem que encontrado frequentemente com sangue de mamíferos, apresentou também boa presença de sangue de ave. A presença de sangue humano em exemplares coletados no peridomicílio evidenciou a ocorrência de mobilidade espacial, em especial modo por parte de P. megistus e T. sordida. A distribuição geográfica mostrou o caráter autóctone de T. sordida em relação ao domínio de cerrado, com poder invasivo para o das áreas florestadas. O inverso verificou-se com relação a P. megistus, enquanto que T. infestans revelou seu aspecto invasivo para ambas as regiões, sob influência da atividade humana. Os resultados permitem concluir que, na transmissão regional epidemiologicamente signicante da tripanossomíase americana, desempenha papel relevante o T. infestans em primeiro lugar, e o P. megistus, em segundo. Este poderá vir a ter maior atuação, na dependência de fatores vários, como a sua capacidade de invasão domiciliar. Quanto a T. sordida, na atualidade, representa risco potencial de infestação ou reinfestação das habitações. O controle rotineiro, mediante a desinsetização domiciliar deverá fornecer bons resultados, com a eliminação da transmissão nesse ambiente. Todavia, continuará o risco de reinfestação, pelo menos no peridomicílio face aos focos extradomiciliares de P. megistus e T. sordida. Isso implicará, necessariamente, vigilância cuja eficiência estará na dependência da continuidade das pesquisas.
Resumo:
São apresentados resultados sobre a infecção experimental de Calomys callosus (Rodentia) e duas cepas (Y e Berenice) de Trypanosoma cruzi, isoladas de casos humanos. O estudo da evolução foi feito comparado com Mus musculus albino cepa "Swiss", quanto a prepatência, parasitemia, patência e letalidade. Análise histopatológica foi também conduzida em C. callosus, com o objetivo de verificar o tropismo tissular e agressividade das cepas neste roedor. Os experimentos mostraram que a evolução da infecção em C. Callosus foi diferente para as duas cepas de T. cruzi. A cepa Y apresentou maior parasitemia do que a cepa Berenice. O período prepatente variou com as doses utilizadas tendo sido mais curto nos animais inoculados com a cepa Y (2, 2-5, 2 dias) do que naquelas com a cepa Berenice (3, 2-7 dias). Embora as duas cepas inoculadas nos C. callosus tenham-se mostrado miotrópicas, as alterações tissulares foram mais acentuadas com a Y. Os resultados obtidos abrem perspectivas quanto à possibilidade do uso de C. callosus como animal experimental para T. cruzi.