70 resultados para Organizações de Economia Social
Resumo:
Em seqüência à série histórica iniciada em 1968, com o objetivo de obter indicações sobre a evolução da sífilis no Estado de São Paulo (Brasil), foi feito levantamento dos dados de 1972 a 1978 que mostrou que ao longo do tempo e apesar das oscilações, não houve variações substanciais dos coeficientes de positividade das reações de Wasserman e VDRL em convocados apresentados no município de São Paulo. No interior do Estado o aumento dos valores dos coeficiente de 1973, invertendo a tendência anteriormente observada, aproxima esses índices aos do município. O estudo da subamostra indicou a presença de proporções maiores de positividade em convocados apresentados no município comparados com os apresentados no interior do Estado, independentes da naturalidade, o que poderia sugerir semelhanças com os quadros epidemiológicos descritos para os países desenvolvidos. Entre convocados apresentados na capital observou-se maiores proporções de positividade nos convocados nascidos em outros Estados do país, o que evidenciaria a presença da doença associada à pobreza ou ao subdesenvolvimento. Nesse sentido, foi chamada a atenção para as peculiaridades epidemiológicas das doenças em vista da singularidade das respectivas organizações sociais num dado momento histórico.
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OBJETIVO: Comparar os custos sociais pós-operatórios da cirurgia de catarata segundo as técnicas de facoemulsificação (Faco) e extração extracapsular (EECP). MÉTODOS: Estudo prospectivo, intervencionista e randomizado com 205 pacientes: 101 submetidos à Faco e 104 à EECP, no sistema público em São Paulo, SP, em 2002. Para avaliação do impacto socioeconômico dessas cirurgias, foi considerado o custo no período pós-operatório para os pacientes, empregadores e Sistema Previdenciário. As comparações entre os grupos foram feitas pelo teste do qui-quadrado ou por Mann-Whitman, quando apropriado. O nível de significância estabelecido foi de 5%. RESULTADOS: Considerando os gastos com os retornos hospitalares e aquisição de lentes corretivas (óculos), o paciente submetido à Faco obteve uma economia média de US$ 16,74, comparado ao paciente submetido à EECP. Quanto aos custos com licença médica, na primeira quinzena de afastamento do paciente, e os gastos com a ausência no trabalho do acompanhante, nos retornos pós-operatórios, o sistema empresarial obteve uma economia média de US$ 0,18 no grupo dos pacientes submetidos à Faco em relação ao grupo submetido à EECP. O gasto do Sistema Previdenciário por paciente foi estimado em US$ 6,57 no grupo Faco e US$ 51,15 no grupo EECP. CONCLUSÕES: A técnica de Faco representou economia média de US$ 61,5 para empregadores, pacientes, acompanhantes e Sistema Previdenciário, quando comparada à técnica de EECP.
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O papel estratégico da saúde na agenda de desenvolvimento nacional tem sido crescentemente reconhecido e institucionalizado. Além de sua importância como elemento estruturante do Estado de Bem-Estar Social, a saúde é protagonista na geração de inovação - elemento essencial para a competitividade na sociedade do conhecimento. Contudo, a base produtiva da saúde ainda é frágil, o que prejudica tanto a prestação universal de serviços em saúde quanto uma inserção competitiva nacional em ambiente globalizado. Essa situação sugere a necessidade de uma análise mais sistemática das complexas relações entre os interesses produtivos, tecnológicos e sociais no âmbito da saúde. Consequentemente, é necessário aprofundar o conhecimento sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde devido ao seu potencial de contribuir para um modelo de desenvolvimento socialmente inclusivo. Isso significa reverter a hierarquia entre os interesses econômicos e os sociais no campo sanitário, e assim minimizar a vulnerabilidade da política de saúde brasileira.
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Neste artigo, aborda-se a orientação empreendedora (OE) em organizações de software. Tem-se por objetivo propor um conjunto consolidado de elementos que possibilitem guiar ações visando à orientação empreendedora em organizações de software. Para tanto, realizou-se pesquisa de natureza exploratória, com o uso de dados qualitativos. A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas em profundidade com executivos de 13 organizações com o intuito de realizar um levantamento de práticas efetivas de orientação empreendedora, para compreensão desse comportamento nas organizações e confirmação dos elementos da base conceitual de orientação empreendedora adotada no estudo. Como resultado, apresenta-se um conjunto de elementos da orientação empreendedora, consolidado a partir da literatura e da prática efetiva das organizações, que constitui importante referência para guiar ações visando à orientação empreendedora em organizações de software. O estudo conclui com o enriquecimento e o detalhamento da base conceitual de orientação empreendedora, com a proposição de categorias, agregação de novos elementos decorrentes da prática organizacional e a consolidação do conjunto de elementos, oferecendo subsídios às organizações de software que desejem desenvolver esse comportamento.
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Entrepreneurship has been the engine propelling much of the growth of the business sector as well as a driving force behind the rapid expansion of the social sector. This article offers a comparative analysis of commercial and social entrepreneurship using a prevailing analytical model from commercial entrepreneurship. The analysis highlights key similarities and differences between these two forms of entrepreneurship and presents a framework on how to approach the social entrepreneurial process more systematically and effectively. We explore the implications of this analysis of social entrepreneurship for both practitioners and researchers.
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Social businesses present a new paradigm to capitalism, in which private companies, non-profit organizations and civil society create a new type of business with the main objective of solving social problems with financial sustainability and efficiency through market mechanisms. As any new phenomenon, different authors conceptualize social businesses with distinct views. This article aims to present and characterize three different perspectives of social business definitions: the European, the American and that of the emerging countries. Each one of these views was illustrated by a different Brazilian case. We conclude with the idea that all the cases have similar characteristics, but also relevant differences that are more than merely geographical. The perspectives analyzed in this paper provide an analytical framework for understanding the field of social businesses. Moreover, the cases demonstrate that in the Brazilian context the field of social business is under construction and that as such it draws on different conceptual influences to deal with a complex and challenging reality.
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Institutional and organizational variety is increasingly characterizing advanced economic systems. While traditional economic theories have focused almost exclusively on profit-maximizing (i.e., for-profit) enterprises and on publicly-owned organizations, the increasing relevance of non-profit organizations, and especially of social enterprises, requires scientists to reflect on a new comprehensive economic approach for explaining this organizational variety. This paper examines the main limitations of the orthodox and institutional theories and asserts the need for creating and testing a new theoretical framework, which considers the way in which diverse enterprises pursue their goals, the diverse motivations driving actors and organizations, and the different learning patterns and routines within organizations. The new analytical framework proposed in the paper draws upon recent developments in the theories of the firm, mainly of an evolutionary and behavioral kind. The firm is interpreted as a coordination mechanism of economic activity, and one whose objectives need not coincide with profit maximization. On the other hand, economic agents driven by motivational complexity and intrinsic, non-monetary motivation play a crucial role in forming firm activity over and above purely monetary and financial objectives. The new framework is thought to be particularly suitable to correctly interpret the emergence and role of nontraditional organizational and ownership forms that are not driven by the profit motive (non-profit organizations), mainly recognized in the legal forms of cooperative firms, non-profit organizations and social enterprises. A continuum of organizational forms ranging from profit making activities to public benefit activities, and encompassing mutual benefit organizations as its core constituent, is envisaged and discussed.
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Theories on social capital and on social entrepreneurship have mainly highlighted the attitude of social capital to generate enterprises and to foster good relations between third sector organizations and the public sector. This paper considers the social capital in a specific third sector enterprise; here, multi-stakeholder social cooperatives are seen, at the same time, as social capital results, creators and incubators. In the particular enterprises that identify themselves as community social enterprises, social capital, both as organizational and relational capital, is fundamental: SCEs arise from but also produce and disseminate social capital. This paper aims to improve the building of relational social capital and the refining of helpful relations drawn from other arenas, where they were created and from where they are sometimes transferred to other realities, where their role is carried on further (often working in non-profit, horizontally and vertically arranged groups, where they share resources and relations). To represent this perspective, we use a qualitative system dynamic approach in which social capital is measured using proxies. Cooperation of volunteers, customers, community leaders and third sector local organizations is fundamental to establish trust relations between public local authorities and cooperatives. These relations help the latter to maintain long-term contracts with local authorities as providers of social services and enable them to add innovation to their services, by developing experiences and management models and maintaining an interchange with civil servants regarding these matters. The long-term relations and the organizational relations linking SCEs and public organizations help to create and to renovate social capital. Thus, multi-stakeholder cooperatives originated via social capital developed in third sector organizations produce new social capital within the cooperatives themselves and between different cooperatives (entrepreneurial components of the third sector) and the public sector. In their entrepreneurial life, cooperatives have to contrast the "working drift," as a result of which only workers remain as members of the cooperative, while other stakeholders leave the organization. Those who are not workers in the cooperative are (stake)holders with "weak ties," who are nevertheless fundamental in making a worker's cooperative an authentic social multi-stakeholders cooperative. To maintain multi-stakeholder governance and the relations with third sector and civil society, social cooperatives have to reinforce participation and dialogue with civil society through ongoing efforts to include people that provide social proposals. We try to represent these processes in a system dynamic model applied to local cooperatives, measuring the social capital created by the social cooperative through proxies, such as number of volunteers and strong cooperation with public institutions. Using a reverse-engineering approach, we can individuate the determinants of the creation of social capital and thereby give support to governance that creates social capital.
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This article discusses the construction of tri-sector partnerships in three projects conducted in Brazil in different fields of intervention of public policy (access to water, basic education and performance of boards of rights of children and adolescents). Collaborative articulations involving the players from three sectors (the State, civil society and the market) are practices that are little studied in the Brazilian and even in the international context, as tri-sector partnerships are rare, despite the proliferation of lines of discourse in support of alliances between governments and civil society or between companies and NGOs in the management of public policy. As a research strategy, this study resorted to cooperative inquiry, a method that involves breaking down the boundaries between the subjects and the objects of the analysis. Besides working toward a better understanding of the challenges of building tri-sector partnerships in the Brazilian context, the article also tries to show the relevance to public policy studies of investigative methods based on the subjects studied, as a means of developing an understanding of the practices, lines of discourse and dilemmas linked to social action in social programs.
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This research was based on a study of social enterprises in Brazil, to find out if and how these organizations plan and manage the succession process for their senior positions. The study investigated the subset of the associations dedicated to collectively producing goods and services, because they are formally set up and aimed at speeding up the dynamism of local development. The empirical research consisted of two stages. The first was a survey covering a sample of 378 organizations, to find out which of those had already undergone or were undergoing a succession process. The second interviewed the main manager of 32 organizations, to obtain a description of their succession experience. In this stage, the research aimed to analyze how the Individual, Organization and Environment dimensions interact to configure the succession process, identifying which factors of each of these dimensions can facilitate or limit this process. The following guiding elements were taken as the analytical basis: Individual dimension - leadership roles, skill and styles; Organization dimension - structure, planning, advisory boards, communication (transparency), control and evaluation; and Environment dimension - influence of the stakeholders (community, suppliers, clients, and business partners) on the succession process. The results indicated that succession in the researched associations is in the construction stage: it adapts to the requirements of current circumstances but is evidently in need of improvement in order for more effective planning and shared management of the process to be achieved.
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A corrupção organizacional é um fenômeno de natureza sistêmica, pode ser abordada de muitas formas e, entre essas, na óptica da literatura sobre compliance, é entendida como a reflexão sobre as causas e a mitigação da corrupção, bem como sobre os instrumentos para a promoção de ambientes éticos. Na base da compliance está a percepção moral do indivíduo quando exposto aos dilemas éticos. O objetivo no presente trabalho é avaliar o impacto do nível de instrução, da idade e do gênero na percepção moral nas organizações. Para essa finalidade, são utilizados dados secundários, cedidos pela ICTS Global, empresa internacional especializada em redução de riscos ao patrimônio, reputação, informações e vida humana. Realizam-se análises estatísticas exploratórias procurando as relações entre as variáveis indicadoras do índice de análise de aderência à ética empresarial (AAEE) da ICTS Global. Trata-se de análise descritiva baseada em amostra não probabilística por conveniência, realizada entre os anos de 2004 e 2008, com funcionários e candidatos de 74 empresas privadas situadas no Brasil; o número final de indivíduos pesquisados totalizou 7.574. Os resultados indicam que a variável instrução exerce maior influência nos indicadores de percepção moral: quanto menor o grau de instrução, menor a percepção do que é errado. Na análise detalhada dos indicadores de percepção moral, os resultados mostram diferenças comparativas interessantes conforme os perfis dos profissionais e as variáveis analisadas (gênero, idade e grau de instrução).
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Dentre as várias competências das organizações, a gestão de preço assume um papel importante nas decisões estratégicas, na rentabilidade e na geração de renda. Em face dessa relevância, propõe-se um modelo conceitual visando à mensuração da imagem de preço de produto, do qual resultou a proposição de 19 hipóteses de pesquisa. A imagem de preço pode ser definida como uma variável latente e multidimensional. A partir de revisão, refinamento e integração de conceitos da literatura, identificaram-se sete dimensões que podem compor melhor a imagem de preço de produto: funcional, emocional positiva, emocional negativa, simbólica, justiça, axiomática e social. Essas sete dimensões auxiliam a entender melhor como pode ser configurada a imagem de preço, pois as múltiplas dimensões explicam melhor as escolhas do consumidor do que simplesmente o item valor para o dinheiro. Verificou-se, ainda, que essas dimensões da imagem do preço estão relacionadas entre si, e o envolvimento do consumidor modera a relação entre as dimensões da imagem e o valor percebido do produto. Dentre as contribuições deste artigo destacam-se: em primeiro lugar, a identificação da configuração da imagem de preço a partir do entendimento das principais dimensões que a formam; em segundo lugar, a proposição de um modelo teórico integrativo que serve de base para a mensuração da imagem de preço de produto.
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Neste trabalho, investiga-se o que é preconizado pela Governança de Tecnologia da Informação (GTI) e o que de fato é implementado nas organizações. Utiliza-se a Teoria da Representação Social (TRS) para verificar qual a representação da GTI, pois, segundo essa teoria, é em função das representações que as pessoas fazem de determinado objeto social, ou conceito, que os indivíduos realizam suas ações cotidianas de uma maneira ou de outra. Neste estudo, de natureza interpretativa, a estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de multicasos em duas empresas multinacionais de grande porte, que atuam em setores distintos. Em ambas as organizações, o foco está voltado para o ambiente interno da TI. Por influência da história da implementação da GTI nas organizações e na representação que os técnicos fazem dela, estão ausentes mecanismos relacionados à estrutura organizacional, e pouco presentes mecanismos de relacionamento com as áreas de negócio. Conclui-se que a GTI está fortemente ancorada em mecanismos de processos e controle de TI, os quais fazem com que perca valor na prática profissional e na atuação dos profissionais de TI.
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Questões relacionadas à sustentabilidade ambiental têm-se mostrado cada vez mais importantes na pesquisa e na prática das organizações ao longo das últimas décadas. Especificamente, a área de Tecnologia da Informação (TI) tem sido responsável por parte dos problemas ambientais com que a sociedade se depara atualmente. Nesse sentido, a TI Verde aparece como uma forma de aliar recursos disponíveis a políticas de sustentabilidade e economia nas organizações, gerando benefícios para o meio ambiente e para as empresas. Neste trabalho, o objetivo é desenvolver e validar um instrumento para avaliar o grau de utilização da TI Verde pelas organizações. Verificou-se que a TI Verde pode ser mensurada: pela efetividade das ações sustentáveis aplicadas à área de TI; pelo grau de orientação ambiental e pelo nível de consciência socioambiental da organização; pelo monitoramento das atividades de TI; e pelo grau de expertise ambiental na área de TI. A orientação ambiental e as ações de TI Verde aparecem como as dimensões mais efetivas, sugerindo serem as principais desencadeadoras da presença da TI Verde nas organizações. A onsciência socioambiental é, por sua vez, a dimensão menos efetiva, indicando que as questões ambientais ainda não são prioridade para as empresas investigadas.
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O objetivo da pesquisa aqui relatada foi investigar a linguagem fílmica como metáfora de comunicação para a análise dos discursos nas organizações. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com uso da estratégia de análise fílmica. Os dados foram coletados por meio da observação indireta e não participante, registrados em protocolo de observação. Foi utilizada a estratégia de análise de discurso do personagem do Rei George VI no filme comercial/artístico O discurso do rei; a análise documental do filme documentário The king speaks - "The true story behind the film" e a análise de conteúdo da obra literária biográfica O discurso do rei - "Como um homem salvou a monarquia britânica". Nos resultados, reforçou-se que o uso da linguagem fílmica, nesta pesquisa, contribui para o entendimento do fenômeno da comunicação nas organizações. Seu uso cria a oportunidade de simulação a partir de cenas que podem ser comparadas com dados inseridos no contexto organizacional, como metáforas, desde que haja cuidado com a dimensão afetiva envolvida no processo de significação fílmica. Sua utilização torna-se conveniente, desde que não se permita a escolha do filme pelo filme e que haja um alinhamento entre o filme escolhido e o construto que se pretende investigar.